Pictures escrita por Mares on Mars


Capítulo 1
June&Julie


Notas iniciais do capítulo

Oi oi queridos que chegaram até aqui, espero que vocês gostem, do fundo do coração ♥



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Era dia de limpeza no Playground e Skye havia sido escalada para fazer a limpeza dos aposentos do Diretor, que eram os maiores da Ala B. Cantarolando com fones enfiados no ouvido e puxando um enorme carrinho com objetos de limpeza, a hacker iniciou seu trabalho, passando espanador de pó na estante de madeira do escritório. Riu-se ao ler os títulos na estante : “Orgulho e Preconceito”, “Capitão América: O herói de outros tempos”, “S.H.I.E.L.D.: A história”, “ O Hobbit”, “Senhor dos Anéis: A trilogia, volume único” e muito outros que ela não esperava ver ali, inclusive versões de capa dura de Star Wars. “AC, você é uma caixinha de surpresas” , disse a si mesma e voltou a espanar. Limpou em seguida com um paninho úmido e passou a limpar a escrivaninha do chefe, onde puxou pastas e arquivos para cima da cadeira de couro para que pudesse limpar tudo direito. Foi de uma dessas pastas puxadas, que um conjunto de fotos saiu, espalhando-se pela mesa. “Droga”, resmungou e começou a juntá-las. Algumas eram realmente bem antigas, de um Coulson aos 6 anos de idade, sorrindo em cima de uma bicicleta, e outra do pequeno a beira de um lago. Outras eram dos anos 80, como uma com vários cadetes sorridentes em seus uniformes da S.H.I.E.L.D., e no verso, a simples frase:”Nós somos S.H.I.E.L.D.”. Naquela fotografia, a hacker pôde reconhecer Victoria Hand, John Garret, Jasper Sitwell, e – e isso arrancou-lhe um sorriso – Melinda May, com a maior expressão de felicidade do mundo, abraçada ao jovem Phil Coulson. Porém, o que a chamou a atenção realmente foram as três últimas fotografias que olhou. A primeira era em preto e branco, o bebê no braço de um homem, e não era possível ver o rosto do mesmo. A segunda, também em preto e branco, era novamente o mesmo bebê, bocejando, encostado no braço de alguém. A última arrancou-lhe um sussurro real. Phil Coulson, com no máximo 30 anos,barbudo, sorrindo animadamente e uma menininha ao seu lado. Ela deveria ter 1 ano, e no verso havia apenas um nome e uma “Julie, 1991”.

– Você encontrou a Julie – a voz de Coulson chamou-lhe a atenção, e a garota levantou os olhos em direção a porta, onde o diretor estava parado.

– AC, me desculpa, eu não queria mexer em nada, eu estava limpando ... – ela justificou-se apreensiva. Apesar da curiosidade, não queria se intrometer na vida do diretor.

– Está tudo bem, você não fez por mal – ele respondeu com um sorriso e entrou na sala, sentando-se no sofá espaçoso próximo à janela.

– Posso perguntar quem é ela? – pediu timidamente, virando a foto para que ele pudesse ver. Um brilho passou pelo rosto do diretor e ele sorriu.

– Minha filha – disse simplesmente e o queixo da hacker caiu.

– Sua filha? Você tem uma filha? – Skye perguntou, tonta devido a informação. De todos os passados que havia imaginado para Phil Coulson, uma filha não estava em nenhum deles.

– Duas, na verdade. Julie e June. – concordou, porém a garota ainda não sabia o que pensar.

– Como?

– Do jeito que todos os bebês são feitos – respondeu com um sorriso divertido.

– Você era casado? Quem é a mãe delas? E onde elas estão? – despejou as perguntas, realmente curiosa a respeito das desconhecidas June e Julie .

– Se você considera casamento uma cerimônia celebrada por um xamã balinês num penhasco na Tailândia, então sim – respondeu, deixando a hacker impressionada.

– E a mãe, quem é? – insistiu, mesmo acreditando que não receberia um nome em resposta.

– Não importa – disse dando de ombros, porém levantou-se e retirou uma pequena caixa, e entregou-a para a hacker, que apressou-se em abrir.

– São lindas fotos – comentou ao observar as fotografias tiradas de dentro da caixinha. Todas elas mostravam uma mulher e uma criança, mas nunca o rosto da mãe – Por que nunca o rosto? – perguntou realmente intrigada.

– Porque não poderíamos arriscar – respondeu com um sorriso melancólico ao olhar uma das lembranças.

– Ela era agente?

– Sim, e nosso relacionamento era mal visto. Quando ela ficou grávida pela primeira vez me lembro de muitos comentários maldosos – relatou – Eles diziam que o filho não era meu, pois nós dois passávamos muito tempo afastados.

– E eles pararam?

– Quando a June nasceu e eu a levei para o trabalho pela primeira vez, quando ela tinha 1 mês e meio, todos tiveram a certeza que ela era minha – contou sorrindo, e a hacker perguntou o por que – Simples. Os olhos dela eram como os meus.

– Você tinha dúvidas de que ela era sua?

– Em nenhum momento.

– O que aconteceu com elas?

– S.H.I.E.L.D. tinha um rigoroso protocolo a respeito de filhos de agentes. Nós poderíamos cuidar das crianças até elas completarem 5 anos, e depois disso elas seriam entregues a um familiar, e nós tínhamos direito a um fim de semana por mês com elas – explicou e isso trouxe algumas lágrimas aos olhos de Skye.

– Isso é horrível – comentou indignada.

– E foi o que aconteceu. Na verdade, essa é a última foto que tirei com elas antes de entregá-las para a minha tia Ellie – disse mostrando-lhe a imagem de si mesmo de costas, cabeludo, segurando uma prancha azul debaixo do braço, e levando pela mão, duas garotinhas loiras – Elas não tinham nada da mãe – constatou e em seguida entristeceu-se – As vezes penso que foi bom elas terem se afastado, não suportaria vê-las sofrendo o que eu sofri com a mãe delas.

– Ela morreu? – perguntou subitamente.

– Ela passou por muita coisa, mas não, ela está viva.

– Onde elas estão? Por favor AC, me conta – pediu emocionada, pois podia ver a dor nos olhos de seu chefe.

– As duas dividem um apartamento no Brooklyn. June tem 26 anos e a Julie, 24.

– Você fala com elas?

– A última vez foi a 7 meses...

– Um mês antes da queda.

– Sim – confirmou e explicou a situação: – Elas são artistas. June se formou em fotografia há 3 anos, e a Julie em Artes Plásticas, e juntas, fizeram uma exposição no SoHo.

– Elas são artistas – Skye repetiu com um sorriso. Era tão recompensador ter seu chefe, e atual mestre e melhor amigo sendo tão sincero com ela.

– Skye, por favor, eu imploro que essa história não saia desse escritório. Nós temos tantos inimigos agora, e elas estão seguras onde estão – o homem implorou.

– AC, eu nunca vou falar sobre elas com ninguém – jurou dando dois beijinhos em seus dedos cruzados sobre os lábios.

– E peço que não tente descobrir sobre a mãe delas. Eu jurei a ela que nunca falaria sobre nossas filhas com ninguém e se ela souber da nossa conversa, me mata.

– Palavra de escoteira.

– Agora, vá fazer outra coisa, eu termino de arrumar as coisas por aqui – o diretor disse com um sorriso e antes de sair, Skye o abraçou.

– Obrigada AC – agradeceu e correu para fora do cômodo.



Mais tarde, em seu quarto, deitada em sua cama e jogando uma bolinha para cima, Skye pensava em sua conversa com Coulson, e mesmo contra vontade, tentava mentalmente descobrir algo a respeito da mãe das meninas. Repassou inúmeras vezes trechos dos diálogos, até que enfim adormeceu, com uma frase em especial grudada em sua mente: “Elas não tinham nada da mãe”.

Naquela noite seus sonhos foram estranhos. Sonhou com Nova York, que levou-a a sonhar com a Academia, que a levou a sonhar com Coulson, e consequentemente, June e Julie. June e Julie. June e Julie. Aqueles nomes ficaram repetindo-se e ecoando.

– June e Julie – foi a primeira coisa que resmungou ao abrir os olhos e olhar para a mesa de cabeceira, que continha um relógio informando o dia, a hora e o – Mês – Skye disse subitamente – June e Julie. June e July – repetiu – Junho e julho – respirou fundo, olhando em volta, repassando novamente a conversa com Coulson. “Elas não tinham nada da mãe”, a frase ecoou novamente, e a hacker sentou-se na beirada da cama, onde obsessivamente começou a recitar os meses do anos – Janeiro, fevereiro, março, abril, maio,junho, julho, agosto ... – a voz foi morrendo aos poucos, conforme ela iniciou novamente.Na metade da terceira contagem parou de súbito, como se tivesse sido atingida no peito por uma automática, e por alguns segundos não soube como respirar. Maio, Junho e Julho. “Elas não tinham nada da mãe”. “Não suportaria vê-las sofrendo o que eu sofri com a mãe delas” – Meu Deus – exclamou em voz alta, antes de um soluço. Não conseguia entender antes, mas agora, estava nítido como um espelho – Não consigo acreditar – suspirou, e um sorriso surgiu – Agora eu entendo porque você morreria caso ela soubesse que você contou – disse para uma foto em sua cômoda. A única foto que tinha tirado com Coulson, há 6 meses atrás, instantes depois de receber seu distintivo da S.H.I.E.L.D. – Pode ficar tranquilo Diretor, seu segredo morre comigo.


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Notas finais do capítulo

~ lágrimas~

O que acharam meus queridos? Se ficaram curiosos a respeito das fotos, botem a imaginação pra funcionar e enxerguem o Phil nas fotos seguintes :

1.https://40.media.tumblr.com/e79fbd124ffae02f6d957b4620ad3cd1/tumblr_myn7ktpb001sklfm3o1_500.jpg
2.https://40.media.tumblr.com/a5e4041defb5c63238ae4e7da5a94f5a/tumblr_n727e7yWTC1siic8to1_400.jpg
3.http://data3.whicdn.com/images/144094170/large.jpg

Obrigada por lerem. Titia ama vocês ♥