Capítulo 06 – Habilidades

POV Edward

Já havia se passado três dias desde que chegamos á base. Não havíamos começado o tal treinamento já que eles estavam esperando os outros chegarem à base e se instalarem.

Nesse meio tempo, praticamente não tínhamos o que fazer, então ficamos andando no interior dela, conhecendo ainda mais.

Descobrimos que havia salas onde se treinava com hologramas que substituíam os humanos, ao qual Jasper e Emmet se interessaram de primeira. Também havia outras como os laboratórios experimentais, onde Carlisle ‘atualizou’ seus conhecimentos em química e biologia, entre várias outras salas que nem imaginávamos para que serviam.

– O que faremos com as nossas caçadas? – perguntou Alice. – Ao que parece, em menos de um dia a base estará a mais de mil metros de altura da praia.

– Temos que conversar com Fury e ver o que ele resolveu em quanto á isso. – falou enquanto se levantava da cadeira onde estava.

Procuramos a sala do Fury e, quando chegamos, uma das agentes informou de que ele estava com um dos outros agentes ‘secretos’ e que demoraria para voltar.

Frustrados, voltamos até o centro da base e ficamos observando os outros trabalharem. Olhei para o outro lado e tive a impressão de que vi as costas de Fury em uma das enormes janelas a frente, parecia que ele estava conversando com alguém.

Ficamos por mais meia hora quando Alice decidiu voltar para seu quarto, já que não conseguia ver absolutamente nada.

Continuamos ali, Esme e eu, conversando sobre algumas coisas fúteis quando ouvimos a porta onde se encontrava Fury sendo aberta. Automaticamente, olhamos para lá e vimos ele saindo da sala com uma garota atrás de si.

A única coisa que conseguia ver no momento eram seus cabelos negros e sua silhueta, já que a capa e corpo de Fury estava tampando nossa visão. Quando ele nos viu, fez um cumprimento com a cabeça saiu da frente da garota, nos dando um susto.

POV Bella

Depois daquela longa conversa, Nick decidiu que já estava na hora de eu conhecer a minha nova estadia. Saímos da sala e Fury falou alguma coisa para mim mas, já que estava de costas, não consegui ouvir o que disse.

Ele saiu da minha frente, se virando totalmente para mim, e repetiu o que havia falado anteriormente.

– Acabei me esquecendo de dizer para você que você irá treinar suas habilidades e poderes junto com os outros agentes especiais, tudo bem? – informou.

– Tudo. – respondi.

Andamos um pouco em volta dos computadores e ele foi me explicando por ‘cima’ para o que tudo funcionava.

Havia uma parte que era responsável pela segurança interna da base, monitorando quem entra e quem sai de cada sala, cuidando das câmeras de segurança, equipamentos de identificação e plataformas. Havia outra que, na minha opinião, era mais trabalhoso e divertido. Era a área responsável pelos treinamentos holográficos. Ali eles desenhavam os hologramas e os comandava para fazer tudo o que eles quisessem; atirar, bater, correr, entre várias outras coisas.

– Tudo aqui é feito por profissionais treinados, há apenas algumas exceções de funcionários, que são de setores menores, que vieram a partir de seu funcionamento em todo o seu período dos estudos. – explicou. – Todos aqui tem treinamento para o caso de alguma coisa grave acontecer em toda a base, como, por exemplo, a explosão de alguma turbina ou invasão.

Andamos por mais algum tempo e paramos em frente a enorme janela que dava para a vista do infinito mar, que ultrapassava um pouco a linha do vidro.

– Logo irá começar seu treinamento, quando nossa base estiver nos céus e tudo estiver pronto.

Ele se retirou um tempo depois, me dando as coordenadas de onde seria meu quarto daqui em diante.

Fiquei ali por um tempo aproveitando a vista do mar, quando senti uma movimentação atrás de mim e alguns cochichos, mas não me importei. Continuei há olhar, hora vendo as pessoas trabalhando abaixo de mim e hora olhando o mar.

– Bella.

Meu coração deu um salto, batendo rapidamente depois. Aquela voz rouca só pode ser uma alucinação e eu preciso apenas ignora-la.

Respirei fundo e me concentrei na visão, esquecendo daquilo. Uma nova movimentação fez com que meu coração, que já havia se acalmado, bater rapidamente novamente, principalmente quando senti aquela familiar corrente elétrica.

– Bella. – chamou-me novamente.

Respirei fundo e me virei para a voz que me chamava. Meu corpo inteiro se aqueceu de nervosismo, minha cabeça doía com as batidas rápidas do meu coração.

Aquele por quem me apaixonei e que amei estava novamente em minha frente junto com aquela que um dia chamei de mãe. Os dois me olhavam com culpa no olhar, se aproximaram um pouco e sorriram, quase que ao mesmo tempo.

Aquele sorriso torto que sempre amei fez meu coração pular novamente, fazendo-o sorrir ainda mais. Respirei fundo, um cheiro extremamente doce fez com que meu estomago embrulhasse e que eu fizesse uma leve careta, mas me recompus.

– O que faz aqui? – perguntou Esme, confusa.

Fiquei calada por um tempo, já que nem eu mesma sabia o que fazia ali além de ter sido um experimento da Primeira G.M.

– Apenas me conhecendo. – disse simplesmente.

– Mas, e o acidente? Como conseguiu sair de lá? – perguntou Edward exaltado.

– Um amigo me ajudou, eu acho. - falei. - Foi bom rever vocês, mas tenho que ir.

Os contornei e sai apressadamente dali.

Toda a dor e as cicatrizes voltaram com tudo. Meu peito doía, dificultando minha respiração e todo meu corpo parecia estar em chamas. Ouvi os passos dos dois apressados atrás de mim, então aumentei ainda mais o ritmo.

Coloquei minha mão gélida em meu pescoço e andei até meu quarto, atravessando praticamente toda a base. Abri a porta com o número 129 e me deparei com o quarto que Nick havia me descrito.

(http://www.informe10.com/img/fotos/quartos%20modernos%207.jpg)

Me joguei em cima da cama preta e fiquei olhando o teto. Meu coração foi se acalmando como todo o resto de meu corpo. Fechei meus olhos e fiquei assim por algum tempo, descansando realmente.

Abri meus olhos rapidamente quando ouvi uma batida leve em minha porta. Levantei e fui abri-la, dando de cara com uma mulher alta e ruiva.

– Isabella Swan? – perguntou.

Assenti, reparando em sua roupa. Ela usava um tipo de um macacão de couro cheio de bolsos e um cinto com vários lugares para arma, usava uma bota de salto muito alto.

– Estão lhe chamando para o treinamento, está pronta? - perguntou me olhando de cima abaixo.

– Não, pode esperar um pouco ou me informar onde será o treinamento?

Ela preferiu me esperar ao lado da minha porta, dando um tempo para que eu me arrumasse.

Corri em direção ao enorme armário, que estava abarrotado de roupas, e procurei alguma coisa para vestir. Optei por usar um shorts jeans, uma blusa soltinha e um tênis. Arrumei o meu cabelo em um coque desajeitado e sai do quarto, encontrando a ruiva ao lado de minha porta.

Andamos pelo mesmo caminho de quando vim para o quarto, apenas virando em direção oposta em um dos vários corredores que passamos. Ela parou em uma enorme porta de ferro e colocou sua mão em um dos sensores, fazendo com que a porta fosse aberta.

Ela segurou para que eu passasse e veio logo atrás de mim. Estavamos em uma enorme sala, bem parecia com uma cancha, só que equipada com várias armas e alvos enormes, sem traves ou qualquer outra coisa parecida com uma cancha normal.

– Sou a Agente Romanova. – disse estendendo a mão, que logo aceitei.

Fiquei no centro da enorme sala enquanto ela arrumava algumas de suas armas.

Logo ouvi o barulho metálico da porta e me virei, vendo Nick, todos os Cullens, Steve e outros que eu não havia conhecido ainda. Eles vieram até onde eu estava e Nick veio ao meu lado.

– Essa é Isabella Swan, uma das mais ‘novas’ agentes da SHIELD. – me apresentou. – Esses são Steve Rogers, que receio já ter conhecido, Robert Bruce, o Hulk, Gavião Arqueiro e a família Cullen. – disse ele apontado para cada um á medida que dizia. – Hoje teremos um treinamento básico para saber o quanto vocês serão capazes, mas é apenas hoje, amanhã já irá começar o treino duro.

Gavião Arqueiro foi primeiro, junto com seu arco e começou. Ele acertava todos os alvos móveis com precisão, sem nenhuma vez passar um milímetro de seu alvo, ‘matando’ todos os hologramas.

Depois de Romanova e Hulk treinarem suas lutas e forças, Nick me chamou para o centro. Todos os Cullens me olharam apreensivos, mas os ignorei. Nick colocou uma faixa em meus olhos, me cegando e começou a falar.

– Hoje treinaremos seus reflexos e audição. - o senti dando voltas ao meu redor. – Iremos aguçar seus sentidos. Não tenha medo. – disse quando percebeu que eu estava tremendo dos pés a cabeça. – Pode não acreditar, mas você vai saber o que fazer.

Ouvi seus passos se distanciando e um barulho de alguma coisa se abrindo na minha frente, atrás e dos meus dois lados. Fiquei em posição reta e continuei ouvindo o que Nick dizia.

– Você tem que desviar de todos os objetos que irão ser lançados contra você. Pode fazer de qualquer forma, mas não saia do lugar, apenas pule.

(MINI) POV Edward

Ainda não acreditávamos que Nick iria fazer com que Bella desviasse de enormes objetos. Ela não tem poderes como nós, bom, pelo que saibamos, é claro. As coisas estão tão diferentes agora que tudo poderia acontecer.

Um compartimento foi aberto e o som de uma mola foi ouvida e logo depois uma enorme esfera prata foi jogada de encontro á ela. Esme apertou minhas mãos, mas logo suspirou aliviada quando Isabella inclinou seu corpo para a direita, desviando da esfera.

Logo depois outras esferas foram jogadas, fazendo-a pular, se esquivar para os lados ou fazer movimentos parecidos com o do filme Matrix (n/a: procurei, procurei e não achei o nome do movimento do corpo humano como eles fazem no Matrix, então deixei por movimento do Matrix :3). Nick sorria, como Steve, em todas as vezes que Isabella conseguia se esquivar. A velocidade foi aumentando cada vez que uma nova esfera saia de dentro do compartimento, chegando quase a ser imperceptível a olhos humanos os movimentos que ela fazia.

Depois de uns dez minutos, as esferas foram substituídas por objetos pontiagudos que, de onde estávamos, podíamos ver que estavam extremamente afiadas.

Depois de uns dez minutos, as esferas foram substituídas por objetos pontiagudos que, de onde estávamos, podíamos ver que estavam extremamente afiadas.

Ela se esquivou com maestria, como sempre, mas depois de algumas vezes, não se esquivou o suficiente e a ponta de uma das lanças perfurou sua pele.

– Ai. – exclamou.

Ela tirou a venda dos olhos e olhou o ferimento que agora estava com o sangue até os cotovelos.

Quando nos aproximamos, percebemos que a ferida já estava praticamente cicatrizada. Olhamos todos confusos para o local onde o ferimento estava. Quando percebeu, Bella olhou para Fury curiosa, levantando uma sobrancelha.

– Essa parte você não me informou. – falou.

– Há tantas coisas que você não sabe sobre o seu ‘novo’ corpo que demoraríamos praticamente um ano inteiro e nem chegaríamos na metade de tudo. – disse Fury.

Bella foi limpar o sangue e Fury nos chamou para treinarmos.

POV Bella

Sai da sala de treinamento e fui a um dos banheiros que ficavam perto dali. Limpei o ferimento e passei uma água no rosto.

Ainda não acreditava que havia conseguido fazer tudo aquilo. Eu tinha uma habilidade, mas não uma velocidade e audição como havia tido á nem cinco minutos atrás. Era, surreal.

Fui em direção a porta e a abri, saindo para o corredor. Virei para a direita e me esbarrei em alguém.

– Oh, desculpe. – falei sem perceber quem era.

Como a pessoa era um ‘pouco’ mais alta, tive que olhar para cima e vi seus músculos e olhos castanhos vibrantes. Dei um passo para trás e sorri.

– Olá. – falei.

Ele sorriu um pouco e abaixou um pouco a cabeça para ficar da minha altura.

– Olá. Vejo que já está melhor.

– Sim, agradeço por ter ido no meu quarto e, creio que você tenha me salvado dos destroços do avião, então agradeço por isso também.

– Sim, fui eu. Fui mandado por Fury, ele achou que seria bom se fosse eu quem te buscasse. – o seu sorriso voltou. – Espero que voltemos a ser como antes.

Depois que disse isso, saiu em direção ao corredor, me deixando ali, atordoada. O que será que ele quis dizer com isso?

–

Estavamos na hora do jantar e conversavamos amigavelmente enquanto comiamos.

Era um refeitório enorme com várias mesas, mas nos amontoamos em apenas uma e parecíamos um bando de adolescentes domados de energético. Eles contavam situações engraçadas que aconteceram entre eles ou em suas vidas. Umas eram mais hilárias que as outras.

Um pouco antes de todos, levantei e me despedi, indo para meu quarto. Andei lentamente pelo corredor vazio e silencioso.

Eu realmente não acreditava como aquilo estava acontecendo e como eu havia aceitado tão facilmente a ideia de que eu já havia sido uma heroína, uma mutação genética que havia mudado totalmente minha fisionomia e meu DNA.

Apesar de eu ter feito parte de um mundo totalmente sobrenatural, essa ideia ainda era surreal para mim. Ainda mais a imortalidade.

– O que pensa tanto?

Pulei de susto com a voz de Steve atrás de mim. Olhei para ele recompondo minha expressão e sorri.

– Um pouco sobre tudo que está acontecendo. - falei me encostando na parede atrás de mim.

– Você está bem diferente de quando eu te resgatei. - comentou, sorrindo.

– Ah, obrigada. - agradeci corando um pouco. - E obrigado, de novo, por ter me salvado. - agradeci novamente.

– Não fiz nada que fosse além do meu dever e do que queria.

Continuamos conversando um pouco, me despedi, e logo voltei ao 'meu' quarto, desabando em minha cama.