Pare, pense e reflita: o que de nós seríamos sem os ensinamentos de nossos antepassados? Eis a questão. O que de nós seríamos sem a instrução de nossos educadores e formadores? Se um asteroide atingisse a Terra e extinguisse toda a população humana, eliminasse todo e qualquer material didático; destruísse todo tipo de construção, todo tipo de indústria, toda metalúrgica, toda siderúrgica; toda escola, toda universidade, toda biblioteca; todo restaurante, todo fast-food, todo shopping, todo supermercado, toda padaria, todo açougue, toda farmácia; toda banca de jornal, toda papelaria; toda imobiliária, toda construtora e tudo até hoje criado pelo homem, apenas restando a virgem natureza – incluindo animais – e meia dúzia de humanos sem formação acadêmica alguma?

Todo conhecimento da realidade vem da experiência e a ela se refere. Os sumérios criaram a escrita. Euclides, pai da geometria plana, criou axiomas devido a evolução de seu conhecimento da realidade. Por conseguinte, Galileu Galilei, pai da física e, que sá, de todas as ciências da natureza, influenciou todos os físicos da história, levando-os à sabedoria extrema e descobrindo cada vez mais os segredos do universo, conseguindo, assim, criar teorias para a evolução do desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, humano. Isaac Newton, seguindo os princípios já descobertos por Euclides e Galileu – incluindo outros inúmeros nomes da ciência exata – desenvolve estudos sobre a gravitação e a mecânica, influenciando assim, mais e mais cientistas, tornando possível – por exemplo – a criação do avião e a possibilidade do homem pisar na lua. Albert Einstein, conhecidíssimo físico teórico, influenciado por Euclides, Galileu, Newton, Maxwell, Johannes Kepler, Lorentz e Faraday – e muitos outros cientistas – desenvolve a teoria da relatividade, na qual defende que os movimentos no Universo não são absolutos, mas sim relativos. Ou seja, o tempo para um humano que está na velocidade de rotação da Terra não é o mesmo para um humano que dê milhares de voltas ao torno do planeta na velocidade da luz – suponha. Seguindo essa analogia à teoria da relatividade, quando este humano na velocidade da luz voltasse para a Terra, estaria anos mais jovem em relação à seu irmão gêmeo, por exemplo. Explicando, assim, o atraso nos relógios dos satélites, realmente.

O que quero dizer com esses exemplos de descobertas científicas? O que de nós seríamos sem a geometria euclidiana? Não seria possível a construção das pirâmides egípcias, não seria possível a construção da sua moradia, do seu local de trabalho, do hospital que você é atendido... O que de nós seríamos sem a teoria da gravitação e mecânica de Newton? Santos Dummont jamais teria inventado o avião que você usa para a tão sonhada Disney. Sim! Como existiria a Disney sem essas descobertas científicas? Se os sumérios não tivessem criado a escrita e o fenícios não tivessem a evoluído, existiriam livros? Teríamos como provar a existência de algum fator histórico? Como que Einstein, Maxwell, Lorentz, Newton e Euclides poderiam deixar seus conhecimentos registrados sem a escrita?

Leve em consideração aquela meia dúzia de humanos citados no início do texto. Esses únicos sobreviventes do apocalipse terão de se encontrar para tentar continuar a espécie. Se formos comparar com a história de Adão e Eva, esses seis estão em vantagem numérica. No fator histórico-religioso, todos nós somos descendentes de Adão e descendentes de Eva. Eram apenas dois na gênese e, hoje, no apogeu, sete bilhões. A árdua tarefa desses seis foi dada. Mas como? Como continuar sem absolutamente nenhum conhecimento? Como construiriam suas moradias? Como saberiam fazer o tijolo de barro? Como fazer concreto? Como conseguir ferro? Onde encontrar ouro? Como encontrar comida?

De acordo com a sociologia e a filosofia, nós, humanos, somos totalmente dependentes de outros da nossa espécie. Não conseguimos sobreviver sem a instrução de nossos pais, sem o leite de nossa mãe, sem os cuidados que eles nos oferecem. Ao contrário de nós, os animais já nascem independentes, sabem como conseguir sua comida, sabem defender-se de seus predadores e conseguem viver sem a presença de seus pais. Autossuficientes! Largue um bebê recém-nascido e veja quanto tempo sobrevive.

O ponto é que esses sobreviventes demorariam milênios para conseguir evoluir novamente. A única vantagem é que são dotados da escrita e de alguns conhecimentos básicos. Mas não saberiam como fazer a garrafa pet do refrigerante, não saberiam como montar um celular, um notebook, um tablet, uma televisão; não saberiam como levantar uma casa, não saberiam como locomover-se rapidamente para outros lugares, pois não haveria carros nem bicicletas nem aviões... São ignorantes em relação a todos os axiomas de Euclides, as teorias de Newton, Maxwell, Einstein... Não saberiam como Thomas Edison chegou a inventar a lâmpada; não saberiam como Henry Ford implantou a industrialização em massa; não saberiam como Benjamin Franklin descobriu a eletricidade; não saberiam como Santos Dummont inventou o avião; não saberiam como Alexander Graham Bell inventou o telefone. Estariam vulneráveis a qualquer doença, a qualquer ataque de qualquer animal. Seriam obrigados a terem inúmeras relações sexuais para continuar com a evolução da espécie, evitando, assim, a extinção.

Um dia qualquer num ano avançado com a camada de ozônio totalmente destruída. Milhões de pessoas morrendo por ano devido a poluição e pelas emissões dos raios solares. O derretimento das geleiras estava já todo feito, causando a elevação do nível do mar. E, por conseguinte, fazendo desaparecer áreas litorâneas, ilhas de médio porte... Califórnia fora do mapa, Orlando fora do mapa, metade da Austrália por água abaixo, assim com a Europa, Ásia, África e Américas. A água ocupando noventa por cento de todo território terrestre, causando, assim, a extinção de milhares de espécies de plantas e animais, causando o êxodo de toda a população para as áreas centrais continentais. De repente, uma forte tempestade cai sobre o planeta. O céu escurece, as pessoas ficam em prantos. Depois de treze horas de uma chuva devastadora, um asteroide com a metade do diâmetro da Terra, choca-se no planeta, a uma velocidade de três mil quilômetros por hora. Com o impacto, devastou todo o espaço físico do planeta, resetando as características da natureza do século quinze e emitiu uma radiação, matando todos os humanos e tudo que ali existia.

Um milagre terem sobrevivido? Sorte? Ou uma desgraça?