Real escrita por dreamer


Capítulo 2
Capítulo 2




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NOTAS INICIAIS (não coube tudo na caixinha, ou eu que não sei mexer direito nesse treco)

Oi moçada! Eu não tenho nada para dizer aqui, a não ser pedir desculpas por ter abandonado completamente a fic. Eu sou muito enrolada e desajeitada, mas também fiquei triste por só receber 1 comentário e após alguns dias mais 1. Obrigado para as meninas que comentaram (♥) e para as pessoas que favoritaram e estão acompanhando (tô esperando o comentário de vcs ainda, eu não mordo).
Nesse capítulo, eu ainda estou trabalhando os sentimentos da Kat, mas já já vai começar a ficar mais emocionante.
Enfim, boa leitura! :)

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Acordo com uma pequena fresta de luz incomodando meus olhos. É uma coisa totalmente nova para minha vida triste acordar cortinas abertas, por isso manifesto uma pequena raiva por estar sendo acordada com um grunhido. Por que Greasy abriria as cortinas assim, sem mais nem menos? Ela nunca fez isso! Agarro meu cobertor felpudo que até agora estava na altura da minha cintura nas mãos e faço a menção de puxá-lo. O vento que entra pela janela é o vento frio do outono. Quando vou realizar minha ação, as lembranças dos acontecimentos de algumas horas atrás voltam para minha memória com força total.

A consulta inesperada. O doutor. Minha crise. Peeta. Ele apareceu para mim. Ele deitou comigo. E eu pude saborear o que não saboreava há um bom tempo: um abraço que transmite tanto paz quanto aconchego, me deixando afastada dos meus pesadelos avassaladores, que me tiraram muitas noites de sono e me deram horríveis olheiras que, com Peeta, eu não tinha. Sinto-me muito disposta com a noite que eu realmente dormi. Repleta de tranqüilidade.

Penso se Peeta deve ter dormido comigo. Se pode estar lá embaixo arrancando algumas boas risadas, fazendo sua deliciosa comida... Feliz como se nada tivesse acontecido com ele. Como se nada tivesse ocorrido há dez meses atrás. Feliz como se estivesse curado. Todavia, Peeta sempre foi muito generoso e adorável. Não seria surpresa ele se comover comigo e querer me ajudar. Ajudar uma pessoa que não tem a moralidade estável, que tem crises de depressão todas as horas e não dá bola para isso.

É claro que ele recebeu apoio. Foi ao médico e quis isso, ao contrário de mim. Ás vezes penso que sou uma negação em tudo, particularmente como pessoa. Talvez seja o destino querendo me dar uma chance, talvez? Prefiro colocar esse pensamento de lado. Quando penso muito nisso, coisas ruins acontecem com o meu psicológico, principalmente crises de depressão. Preciso ter pena de mim também: uma pessoa que foi símbolo de uma guerra fica repleta de feridas e traumas, que são horríveis. Se você mexe neles, corre risco de melhorar ou piorar. Eu escolhi ficar no meu canto e não arriscar. Claro, uma escolha, de longe, vista como ruim. Acho que Peeta resolveu arriscar.

Viro para o outro lado da minha cama de estatura mediana, esperando achar um homem com aparência angelical dormindo, com os cabelos ondulados esculhambados, transmitindo um aspecto de paz inabalável, como eu encontrava ao acordar quando os Jogos ainda existiam e nos consideravam amantes desafortunados, mas, encontro o espaço vazio, com poucas marcas de lençóis amassados. Eu poderia jurar que alguém não teria nem deitado ali, mas eu vivi isso ontem. E também conheço Peeta. Ele não faz muito estrago enquanto tem suas pálpebras fechadas. Tenho certeza que ainda não estou louca.

Tenho certeza disso quando vejo o travesseiro branco ao meu lado ainda meio afundado, com um fraco cheiro masculino.

Afundo minha cabeça ali naquele pequeno lugar afundado, exalando todo esse cheiro bom e que não sentia há um bom tempo. Sim, Peeta esteve aqui.

Sinto um sentimento diferente. Eu sinto saudade disso! Sinto uma parte de mim fosse preenchida novamente com algo que faltava. Será que, Peeta pode ser realmente minha cura, meu milagre? Depois de algum tempo, ele colocou os pensamentos no lugar e pensou que eu ainda valia a pena para... Ele? Me sinto culpada por isso, pois tudo que aconteceu com ele foi, diretamente ou indiretamente, causado por mim. Eu estou confusa! Sou um ser tão desprezível perto dele, porque ele iria querer me ajudar? Peeta é bom demais, deve ser por isso. Sua compaixão não tem fim.

Sim, ele pode me ajudar, penso.

Penso muito antes de deslizar os pés para fora da cama. Confesso que tenho medo de recomeçar e ver o que me espera fora das quatro paredes de meu quarto. Sinto uma fraqueza ao realizar ao levantar, como se isso fosse uma coisa totalmente nova. Como se eu nunca tivesse corrido feito louca para tentar fazer uma guerra valer a pena.

Me firmo no chão.

Vou até o banheiro que fica dentro de meu quarto, o único lugar que visitei nesses meses. Lembro que, depois de voltar para o Distrito 12, tentei ir algumas vezes até a floresta, que voltara a ter sua cerca desligada, por um tempo, mas acabei desanimando e fiquei do jeito que estou agora.

Me olho no espelho com moldura de madeira, o que tentei evitar ao longo do tempo e, quase desisto de tentar descer até o primeiro andar. Não me reconheço de início, mas depois tenho plena consciência que sim, sou eu. Esperava encontrar uma coisa melhor, talvez sem olheiras quase pretas, cabelos desgrenhados e com a pele muito branca. Pareço estar com a pressão sanguínea lá embaixo de tanto ficar deitada ou de não comer direito ou de tomar remédios demais. Afasto os pensamentos ruins balançando a cabeça levemente para os lados e jogo uma água da torneira no rosto, molhando algumas mechas do meu cabelo.

Pego uma escova de cabelo velha que se encontrava em uma das gavetas do banheiro e tento dar um jeito em meu cabelo alvoroçado. Fica melhor comparado a antes. Gosto do jeito que ele fica depois das escovadas, ondulado naturalmente, sem nada produzido artificialmente. Prefiro não fazer nenhuma trança para não me lembrar de nenhuma guerra nem nada. Escovo meus dentes e realmente me sinto melhor depois de realizar meus atos. Infelizmente não sei o que fazer com as olheiras.

Volto até o quarto, me dirigindo em seguida até o meu guarda-roupa grande. A luz do sol que entra no cômodo incomoda um pouco, por isso fecho um pouco as cortinas que se encontravam escancaradas.

Dentro de meu guarda-roupa não há mais tantas roupas que nem antes, fazendo que sua grandeza não sirva para nada. Nunca fui das mais vaidosas. Encontro uma camisa larga branca e calças pretas. Tiro minhas camisola que sempre usava para substituir por tal roupa. Calço minhas pantufas novamente até porque estou na minha casa, que nem é mais tão minha.

Hesito mais de cinco vezes antes de descer, mesmo não escutando nenhuma voz ou barulho lá embaixo. Tenho vergonha tanto das pessoas quanto de mim. Vergonha por ter desistido tão fácil assim da minha própria vida, depois de ter sido o símbolo de uma guerra.

Mas eu quero. Agora eu quero levantar e tentar de novo.

Depois de pensar tal coisa, crio coragem e desço as escadas de degrau em degrau, lentamente. Antes disso, estava tentando enganar a si própria me conferindo no espelho, olhando para algum canto do quarto... Algo que nunca fiz. É um dia bonito. Alguns feixes de luz do sol entram pelas janelas da sala. A decoração do cômodo parece à mesma. Tudo não parece ter mudado muito perante a minha ausência. A cadeira de balanço de madeira ainda fica perto da lareira, existem alguns arranjos de flores, um tapete no chão e as cortinas com sua cor crepe de sempre.

Ando um pouco pela sala, procurando não fazer muito barulho, o que não é difícil. Ainda consigo manter o silêncio dos meus passos como antes. Quando estou perto de um arranjo com algumas folhas verdes, escuto um miado rouco e quase esbarro com tudo na planta..

Buttercup.

Ele ainda continua com a mesma aparência, com seu pelo amarelo lamacento. Acho que até ele fica surpreso em me ver. Ele mia novamente, olhando diretamente para mim.

–Oi, seu gato feio. – me aproximo dele e faço um breve afago. Ele mia. –Também não senti falta de você.

Faço mais algumas carícias e ele simplesmente pula do sofá fofo da sala e sai pela janela, que continua a ter suas cortinas esvoaçantes. Fico parada atrás do sofá, não mm sentindo incomodada pelo silêncio ou pelo vento que entra da janela e sopra no meu rosto. Escuto alguns ruídos vindos de fora. Algumas pessoas conversando e outros sons que não consigo distinguir. Mas há alguma coisa nas vozes. Uma coisa que eu, talvez, só escutava quando estava na Capital. Talvez felicidade. Talvez esperança. Suspiro.

Aproveito para sentar no sofá. Já deu para perceber que Greasy não está em casa, até porque a cozinha fica praticamente colada à sala. Ela já teria escutado eu falando. Sinto a maciez do sofá com os dedos, me lembrando dos primeiros Jogos, quando me voluntariei por Prim. Aquele veludo vermelho daquele sofá do Edifício da Justiça. Procuro afastar o pensamento como já fiz antes. Em poucos minutos já nem me lembro mais, pois estou me empanturrando do delicioso pão de Peeta com queijo que estava numa cesta posta em cima da mesa da cozinha.

Já estou quase no terceiro pão quando escuto passos vindos do lado de fora da minha casa. Os passos sobem a escada e abrem a porta. Vem em direção a mim.

Quando subo o olhar vejo uma figura velha e enrugada, um pouco mais corcunda do que já era. Greasy traz consigo algumas sacolas e usa um vestido floral verde com sandálias. Seu cabelo está preso, como sempre fazia. Ela se assusta um pouco quando me vê, mas parece que previa isso. Seu olhar surpreso dá lugar a um sorriso. Provavelmente já devia ter ido embora quando Peeta apareceu ontem ou talvez não queira me lembrar.

–Eu achei que você não ia descer ainda hoje! – ela ri e põe as sacolas em cima da mesa. São alguns ingredientes básicos para fazer alguns bolos, pães e almoço. Esboço um sorriso enquanto ela ajeita alguns mantimentos na geladeira.

–É – me aproximo dela e me escoro num balcão. –Decidi descer para dar um “oi” – Ainda não gosto de demonstrar abertamente meus sentimentos. Não quero falar de cara que senti certa saudade de Peeta e certa disposição.

–Você não sabe o quanto perguntam de você... Haymitch! Ele pergunta de você o tempo todo quando está sóbrio. – Ela fecha a geladeira e trata de mexer em mais algumas sacolas.

–Haymitch? Sóbrio? –Solto ar pelos dentes. –Perguntando de mim?

–Oh, Katniss... As pessoas melhoraram. O Distrito está mais vivo.Tudo está mais democrático. As pessoas não morrem de fome. Estão bem de saúde. mudou depois da... Da rebelião. – ela olha para mim com um sorriso. – E isso fez até com que Haymitch mudasse. – Ela ri.

–Acho que tenho que ficar feliz com isso. – Não. Eu não tenho. Para essa paz viva existir, muitas pessoas morreram. Milhares. Crianças. Jovens. Adultos. Idosos. Eu sei que estou sendo muito bruta comigo mesmo pensando assim, que tenho que olhar para o lado bom também, mas isso me lembra Prim. Me lembra Boggs. Finnick. Pessoas que acreditaram em mim e agora, infelizmente, não estão comigo.

–É claro que tem! – Ela se vira para novamente. –Sabe quem estaria feliz agora mesmo te vendo? Peeta – Estremeço quando Greasy proclama o nome. - Ele estava aqui mais cedo. Falou que tinha que resolver algumas coisas e foi embora. Deve ser algo com a padaria.

–Padaria? – Arqueio uma sobrancelha. –Mas ela não tinha sido destru...

–Pois é. –ela me interrompe- Ele vai reerguê-la. Afinal, todos estão se reerguendo. Olhe para você! – ela ri. Tenho que rir junto. Fico feliz com a animação de Greasy Sae. Ela realmente parece feliz e agradecida. Talvez o meu retorno tenha ajudado nisso. Começo a pensar que, afinal de contas, guerras podem ter lados bons.

–E a sua neta? Como se chama mesmo? – pergunto, querendo que a conversa não morra.

–Ellie? Está bem. Completou seis anos algumas semanas atrás. – ela suspira. – Também pergunta de você. Adora Peeta. Parecem até irmãos ou coisa do tipo. Se dão muito bem.

Fico um tempo sentada em uma cadeira de madeira da cozinha, vendo Greasy ajeitar algumas coisas. Quando ela termina, fica parada por um tempo.

–Por que você não tenta dar uma volta pelo Distrito? – ela pergunta. –Vá ver como as coisas mudaram. Vai se sentir bem melhor.

–Eu acho que vou ficar em casa hoje. Talvez ver como Haymitch está mais tarde... – penso alto.

–Você que sabe. – ela caminha até a porta da cozinha. –Tem comida sobrando na geladeira. É só esquentar. – Ela encosta na maçaneta mas se volta novamente para mim. –Peeta também deve estar fazendo almoço... Se você se sentir chamada... Até amanhã. –então ela sai da casa. A partir daí tenho certeza de que ela estava aqui quando berrei alto ontem à noite. Mostrei uma pontinha de sentimento para Greasy.

O diferente é que eu não estou comovida com isso.

– -

Comi uma sopa de legumes com alguns pedaços de carne de carneiro de almoço. Cortei minhas unhas o mais curto que consegui que até machuquei alguns de meus dedos. Pensei repetidamente em sair para caminhar no Distrito, mas hesitei e acabei não indo.

Vejo pela janela da sala que o sol está começando a se pôr e decido pelo menos sair para ir até a casa de Haymitch. Saio de casa com as mesmas roupas que vesti quando levantei. Há um vento meio frio na rua, mas estou sem casaco. Alguns fios de meu cabelo voam com o vento, me fazendo ter que botar algumas mechas para trás da orelha.

Noto que mais casas que o normal na Aldeia dos Vitoriosos estão com a luz acesa. Talvez agora isso se tornou algum tipo de bairro e não um espaço privilegiado da Capital. Me sinto mais aconchegada com isso, porque antes com só três pessoas morando aqui, confesso que sentia um pouco de medo.

A casa de Haymitch não é muito longe da minha. São só algumas casas de distância e já estou parada na frente de sua porta batendo com o punho cerrado. Algumas luzes do andar de cima estão cintilando, então creio que deve ter alguém acordado. Um único alguém que, segundo Greasy, não está mais tão bêbado.

Ninguém responde as minhas batidas. Bato mais algumas vezes, tendo a esperança que alguém abra e assim acontece.

Haymitch abre a porta e está com uma das caras mais emburradas. Sua expressão é de surpresa quando me vê, mas já fica com a expressão de carranca novamente.

–Se tivesse batido com mais força, talvez conseguisse abrir um buraco na porta! – ele diz, meio brabo como sempre. Ele se vira e entra cambaleando de sono novamente, sentando no sofá. –Você vai entrar?

Entro rapidamente e fecho a porta atrás de mim. O clima lá dentro é mais agradável e quente do que lá fora, menos frio. Haymitch me encara ligeiramente antes de desviar os olhos quando olho para ele. Me sento ao seu lado no sofá, mas não tão perto. É estranho, depois de tanto tempo... Parece que eu nem o conheço direito como conhecia. Encolho os ombros.

Um silêncio se estabelece por alguns minutos, então Haymitch levanta o copo que segura, fazendo um gesto semelhante a um brinde. Confirmo que ele não está bebendo algo com álcool pelo seu estado desde que cheguei. Até mesmo pelo seu cheiro. Leva o copo até a sua boca e dá apenas um gole rápido. Seu olhar é distante do meu, mas, mesmo assim, ele fala:

–Um brinde para a queridinha... – ele diz com um sorriso zombador e divertido em sua face. -...Que continua sendo a mesma.

Dou um longo suspiro e reviro os olhos após seu comentário. Não posso evitar isso. Haymitch sempre terá esse espírito zombador, porém existe amor em seu coração. Um amor escondido, que ele demonstrava durante os Jogos e a Guerra. Agora, Haymitch é o mais perto de “parente” que tenho. Pelo menos, o considero secretamente assim. O velho Gale se foi e Peeta...

Não sei direito o que dizer sobre Peeta. Ainda me sinto confusa. Há também minha mãe, mas ela ainda deve estar fraca por todas as coisas que aconteceram. Não sei se ela saberá lidar com isso novamente, e eu realmente não sei lidar com o que ela está passando. Há alguns anos atrás, talvez eu gritaria com ela, mas agora tenho a mesma dor que ela sente.

–Você é muito receptivo, obrigada. –devolvo a zombação de Haymitch.

–Ugh, você continua revoltada. –ele revira os olhos e dá mais um gole no copo. Abro a boca para retrucar, mas não vim aqui para isso.

–Não vim aqui para discutir personalidades. – deixo minhas costas retas novamente e pouso minhas mãos em meu colo. Haymitch me olha, esperando que eu fale mais alguma coisa. –Resolvi... tentar. Tentar de novo.

Pareço ridícula falando isso. Nunca fui boa de expor meus sentimentos, ainda mais para uma pessoa como Haymitch. Eu confio nele, mas ainda assim me sinto desconfortável novamente quando as palavras saem da minha boca. Ele faz um aceno com a cabeça mostrando que entendeu.

–Leve seu tempo. –ele divide o olhar entre o copo e eu. –Pensei que você demoraria mais tempo para sair daquela cama e parar de gritar toda maldita noite. Você e Peeta fazem uma bela dupla de berrantes.

Ele soa cruel e insensível, mas seu comentário sobre Peeta me alerta. Levanto os olhos para ele na mesma hora que ouço seu nome ser proclamado. Haymitch sempre será do tipo cruel mas amigo em algumas partes do tempo. Ele dá uma risadinha quando encontra meus olhos sobre os seus.

–Você ainda ama o garoto. –ele diz.

–Do que você está falando? –pergunto, fingindo-me desorientada. A palavra “amor” parece assustadora e ao mesmo tempo incrivelmente boa quando direcionada á Peeta. Meus sentimentos estão virados de cabeça para baixo.

–Não se faça de inocente. Acho que você deve falar com ele. –ele fala para mim. –Eu devo falar com ele, foi ótimo dormir sem gritos esta noite! –Haymitch insulta novamente, me deixando irritada com o comentário.

–Pare com isso. – me defendo com a voz rígida. Ele me encara em seguida com um olhar arrependido, como se desculpasse. Me levanto de seu sofá em seguida, desviando o olhar dele para as minhas pernas que sentem frio agora. –Estou de volta.

Afirmo com a voz trêmula, não sabendo ainda se é uma verdade definitiva. Ele assente com a cabeça e dá mais um gole em seu copo. Dou um breve sorriso em sua direção, querendo que signifique uma despedida ou algo do tipo. Quando estou saindo da casa, ouço-o dizer:

–Não grite muito! –não consigo deixar de rir e revirar os olhos. Haymitch nunca muda. O vento frio bate contra meus ombros quando saio da casa e desço os poucos degraus marrons da escada de entrada.

Ainda estou com um pequeno sorriso no rosto quando levanto os olhos junto com a cabeça. Há luzes acesas na casa da frente. A porta está aberta e há uma silhueta na sua frente. A observo antes de conseguir distingui-la perfeitamente como antes. Não era para eu ter olhada ao redor. Eu deveria ter ido apenas para casa.

Os cabelos cacheados louros balançam um pouco com o vento. Ele veste uma roupa simples, mas não deixa de delinear seus músculos. Até depois de tudo, ele ainda tem músculos. E seus olhos azuis como uma piscina, que me encaram com surpresa e, talvez, felicidade.

Peeta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não esqueçam de comentar, nem que seja um "odiei" "tá muito ruim" ou "exclui isso". Eu vou ficar muito feliz!
Até o próximo capítulo :)