Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 3
Infeliz Coincidência


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem a demora! Gostaria de agradecer a Hardie Fairbain pelo comentario fofo! Sao eles que me motivam! Beijos Anjos



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Scott senta no banco de motorista e dá partida em seu carro. Eu tento ignorar o dejeto sob os meus sapatos. Será que custa muito limpar o carro depois de... Eca...

Ele liga o rádio e coloca um CD de Heavy Metal, mas a primeira música de uma certa forma me parece delicada. A voz rouca e sexy de Bruce Dickinson, o vocalista do Iron Maiden, me hipnotiza. Eu ignoro a voz esganiçada do meu ‘acompanhante’ e começo a assimilar a letra:

I am a man who walks alone

Eu sou um homem que caminha sozinho

And when I'm walking a dark road

E quando ando por uma estrada escura

At night or strolling through the park

De noite, ou passeando pelo parque

When the light begins to change

Quando as luzes começam a mudar

I sometimes feel a little strange

Às vezes me sinto um pouco estranho

A little anxious when it's dark

Um pouco ansioso quando está escuro

A música prossegue em um ritmo calmo, um solo lento no violão, Scott repete os versos com emoção, quase como se fossem sua própria biografia. Eu sorrio levemente.

Fear of the dark, fear of the dark

Medo de escuro, medo de escuro

I have constant fear that something's always near

Tenho medo constante de que algo sempre esteja perto

Fear of the dark, fear of the dark

Medo de escuro, medo de escuro

I have a phobia that someone's always there

Eu tenho uma fobia de que alguém esteja sempre ali

De repente um solo de guitarra pesada começa e eu me assusto levemente. Era isso que estava faltando... Scott parece animado, gritando a letra juntamente com o vocalista.

Eu encaro a janela. O Maine é uma versão menos requintada da Europa, com muita névoa e frio. Hoje portanto, não está diferente. O céu nublado e cinzento. Para ser um dia de chuva só falta a água cair...

Nós chegamos ao Borderline cerca de vinte minutos depois. Acrescente mais cinco para que estacionássemos. Eu abro minha porta rapidamente, a fim de evitar outro surto de cavalheirismo de Scott, e me ajeito no espelho retrovisor. Eu percebo reflexo do sorriso de dentes perfeitos me encarando.

–Você está bonita, Sky. – ele diz e eu antecipo o comentário irônico. – Mas não se preocupe em ter de subornar o gerente. É por minha conta hoje.

Eu ruborizo. Tenho que dar uma resposta a altura, mas nenhuma inspiração vem a cabeça. Eu decido por apenas abrir um sorriso amarelo e seguir em direção a porta.

–Seja bem-vinda ao Borderline! – diz o garçom que fica a porta recebendo os clientes. – Mesa para uma?

Eu aceno com a cabeça e estou prestes a concordar quando uma voz atrás de mim interrompe.

–Mesa para dois, por favor. – eu não consigo ver, mas suponho que Scott esteja exibindo seus dentes agora. – E rápido, pois esta senhorita está com fome.

O garçom o olha de cima abaixo. As calças rasgadas, as sandálias de couro e camiseta justa sem mangas, com uma estampa sinistra, fazem com que o atendente pense duas vezes.

–Eu acho que terão de aguardar... É sábado e o restaurante está cheio... – eu olho em volta. Claramente ainda há pelo menos umas seis mesas vagas. Scott parece ter percebido isso, porque se aproxima lentamente do garçom e lhe estende uma nota de cinqüenta. Eu apenas abro a boca. Onde ele arranjou tanto dinheiro?

–Queremos algo mais... – ele sorri de uma maneira provocante e eu reviro os olhos. – privado...

O rapaz deve estar se fazendo a mesma pergunta que eu, mas não demonstra nada enquanto nos guia a uma mesa afastada da porta , ao lado do jardim de inverno, que sinceramente é a parte mais bonita do restaurante para mim. Eu me sento na cadeira de madeira avermelhada e olho para minhas mãos. Estamos aqui. O que falar agora? Eu abro minha bolsa, de onde o folheto de 50% de desconto acaba caindo. Infelizemente Scott tem os mesmos reflexos nephilim que eu e o agarra antes que eu consiga.

–Um folheto de promoção ? – ele solta uma risada. – Estou decepcionado com você, Sky. Se rebaixando a meros panfletos?

Eu quase bufo de raiva.

–Escute aqui, Parnell. – eu ergo minha voz uma fração. – Não é todo mundo que tem dinheiro suficiente para sair por aí esbanjando. E se me lembro bem, você não era tão rico como parece agora... Como conseguiu esse dinheiro?

Eu apostaria em algo ilegal... Me surpreendo com a resposta.

– Eu só estava brincando, loira estressada. – sua voz é sarcástica, mas seus olhos castanhos não apresentam a mesma animação. – E quanto ao dinheiro... Esse é um assunto meio particular, se não se importa...

Eu suspiro. De particularidades eu entendo bem, e odeio segredos. Já fui afastada da verdade tempo demais... Mas se ele não quer falar, não há nada que eu possa fazer...

–Certo... – eu reviro os olhos para o cardápio. Scott vai pagar a conta, então não faz mal eu exagerar um pouquinho... Eu sorrio. – Tem certeza de que vai pagar a conta, Parnell?Eu ergo as sobrancelhas em provocação e ele sorri.

–Absoluta.

–Ótimo. – eu aceno levemente para o garçom e ele aparece em nossa mesa . – Bem, para começar, eu vou querer uma porção de ‘Chilli com Jalapeños’ e alguns nachos com sour cream. Ah, e uma batida de limão, com dose extra de vodca.

Ele me olha de cima a baixo, provavelmente não acreditando que sou maior de idade. Scott lhe passa duas notas de cinqüenta e ele sorri.

–Com morangos? – ele está com o bloco a postos.

–Não... – eu mordo a ponta do lábio inferior, sedutoramente. – Pimentas Malaguetas.

–Hm... – Scott me encara de maneira sexy, e eu acabo rindo.

– Está apimentada hoje... Pretende... esquentar alguma coisa?Eu sorrio de fora a fora.

–Sim... – eu digo. – Tenho um encontro mais tarde. Depois que eu me livrar deste inconveniente... – incrivelmente isso soou bem convincente. Seria ainda melhor se eu realmente tivesse um encontro.

–Hm... – para minha surpresa Scott ficou decepcionado. Eu dou um risinho discreto.Ele encara o cardápio, fingindo interesse.

–Bem... Eu acho que quero uma ‘Piña Colada’ e uma porção de tacos à moda de La Casa.Quando o garçom sai, um clima meio tenso se instala sobre a mesa. Novamente a tensão sobre nossas palavras. Por fim Scott pergunta :

–Sei que não é da minha conta, mas... – eu o encaro e ele parece sem jeito pela primeira vez. – Com quem você está saindo?

Eu ruborizo. Penso no primeiro garoto que vem a minha cabeça, o qual ele provavelmente não terá contato.

–Anthony Amowitz. – eu solto um sorriso amarelo. Anthony Amowitz é um garoto rico amigo da Marcie. Ele freqüenta a Coldwater High School desde sempre, e tem um costume meio pervertido de encarar o peito das garotas. Uma vez na quinta série ele se escondeu em uma cabine do vestiário feminino e acabou vendo a minha bunda, e suponho que outras coisas também. Eu nunca o perdoei por isso...

–Ah, sim... – ele dá um sorriso igual o meu. – Eu me lembro do Anthony. Eu bati nele uma vez, depois que peguei ele espionando as garotas peladas. Se me lembro bem, incluía você e a Nora. Eu acabei sendo suspenso, mesmo não sendo eu o delinqüente verídico.

Eu sorrio. Naquela época Scott e Nora eram bem próximos, quase irmãos. Deve ser por isso que discutíamos tanto um com o outro. Cada um queria a Nora exclusivamente...

–Bem, suponho que agora ele não precisa mais se esconder no vestiário para ver garotas peladas... – ele completa e eu fico vermelha.

Nessa hora meu coração dispara quando vejo ninguém menos que a Marcie e Anthony entrando pela porta do restaurando. Que Merda! De todos os lugares que eles poderiam ter escolhido, vieram justamente no Borderline. Minhas mãos começam a suar. Não tenho duvidas de que se ele e Scott se encontrarem, meu encontro será mencionado. A ultima coisa que quero é dar mais um motivo a Scott.

O garçom trás os nossos pratos, e eu encaro Marcie. Ela está aproximando, e Anthony com ela. Seu sorriso tóxico, que costuma me dar nojo, desperta uma sensação desconfortável na boca do meu estomago. Eu fecho os olhos e massageio as têmporas. –Vee... – Scott pergunta em um tom preocupada. Você está...

–Scottie! Que coincidência! – as unhas rosa choque de Marcie agarram o pescoço dele em um abraço de urso. Seus olhos reparam em mim pela primeira vez e vejo um pouco de desdém tingi-los, o seu sorriso tóxico desaparece quase que instantaneamente. - Mas o que ela está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Esses capitulos podem parecer 'sem açao' mas prometo que logo logo as coisas vao esquentar!



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