P.O.V. Rony

Tentar viver sem Hermione estava sendo como um pesadelo, a diferença era que ele não acaba quando se acorda, pelo contrário, ele só piora. Imaginar o que aquele desgraçado está fazendo com ela. No começo imaginei que ela faria de tudo pra sair de lá o mais rápido possível, mas eu estava errado, já se passou uma semana e nada.

Vi ela no Jornal, a transformação dela... enquanto todas tentaram parecer aquelas modelos das revistas, ela só se parecia ainda mais com a Hermione dos meus sonhos.

O que infernos está acontecendo?! Por que ela simplesmente não sai. Por que ela não volta pra mim?...

Uma batida na porta me fez acordar dos meus pensamentos, era a minha mãe querendo entrar, ultimamente não tenho feito mais nada além de trabalhar, acho que ela está preocupada...

—Ron, filho, posso entrar?

—Claro mãe.

—Ron, pare.

—Ahn?

—Pare de ficar se martirizando pela Hermione. Não vale a pena. Mesmo se ela não se tornar princesa quando ela sair será uma Três, se antes esse namoro já era difícil com a diferença de uma casta agora ela está ainda maior. Não sonhe com o impossível filho.

—Co... Como a... senhora sabe?

—Você é o meu filho, é meu dever saber, a única coisa que não entendi nessa História foi a inscrição da Hermione, sempre achei que ela fosse louca por você...

—Eu pedi. Não queria ficar com um peso na consciência por priva-la de ter uma vida melhor...

—Você é ainda mais idiota do que eu pensava.

—Mãe!

—Você realmente acha que dinheiro é tudo e que ela teria uma vida melhor longe de quem ama?

—Era o melhor a fazer, minha consci...

—Ronald Weasley, sua consciência é maior que seu amor por ela?

—Nada é maior.

—Mas você está perdendo o amor da sua vida para a sua consciência...

Fiquei um tempo calado pensando nas palavras que minha mãe disse. Era exatamente o mesmo que minha mente estava dizendo pro meu coração durante esses dias, eu estava perdendo a Hermione, e isso está me matando.

—Bem, só vim lhe entregar isso, chegou pra você.

Ela me entregou um papel e no mesmo instante eu soube do que se tratava, eu estava sendo recrutado...

—Não, isso não. Mãe como vocês vão ficar? Eu não posso ir e deixar vocês sozinhos, tem que haver um jeito de escapar disso.

—Ronald, não criei você pra que fugisse na primeira dificuldade. Não quero que você vá, mas você tem que ir então vá lá e honre a memória do seu pai. Vá e se torne um Dois, vá e lute muito pra voltar e reconquistar Hermione.

—Mandarei dinheiro mãe, não abandonarei vocês... Nunca.

—Eu sei - ela disse me abraçando. Eu amo minha mãe com todas as forças, essa mulher de fibra que criou seus seis filhos sozinha, honestamente. Eu tenho o maior orgulho de ser filho de Molly Weasley.

Minha mãe saiu me deixando sozinho pra ler aquela maldita carta.

Prezado Senhor Weasley,

O senhor está convocado a participar dos novos soldados de Illéa, será um orgulho para o seu país cumprir com os propósitos designados. Aguardamos a sua presença dentro de uma semana na praça central de seu distrito. Se não chegar até as 10:00 será considerado um desistente e portanto um traidor de nosso país e será sentenciado a morte.

Atenciosamente,

Remo J. Lupin

Chefe de Segurança

Legal, se eu não for eu morro, se eu for vou morrer na guerra, quando foi que minha vida se tornou esse inferno, ah sei, foi quando eu mandei o amor da minha vida embora.

***

Uma semana tinha se passado, depois de muito choros, discussões, e dramas, eu estava saindo de casa, eu estava nervoso, tinha pensado bastante em tudo isso, no inicio eu admito que me revoltei contra a minha falta de sorte, mas será que era tão falta de sorte assim? Se eu sobreviver posso casar com Hermione afinal serei um Dois, se eu morrer? Será melhor que viver o resto da vida lutando por um objetivo inalcançável.

Na praça tinha cerca de 10 rapazes, certamente a maioria era Sete e Oito, de Seis só havia eu e outro rapaz. Eu não tinha nada contra a distribuição e castas, mas era óbvio que ali, se fôssemos mandados a guerra, ninguém sobreviveria. Sentei num banco pra esperar a minha sentença e de cabeça baixa percebi que alguém sentou-se ao meu lado.

—Eu esperava que você não fosse convocado, vai ser difícil pra sua família se manter sem você Weasley.

—Potter, a sua família também não deve estar muito bem, afinal você é filho único.

—Minha mãe desmaiou quando recebi a carta. Acho que nenhuma mãe quer isso pro seu filho... Mas prometi a ela que vou sobrevier e voltar pra casa.

—Eu também tenho que voltar... mas parece que a gente é o único que está pensando assim...

—Pois é, mas pelo menos Hogwarts vai ter algo pra se orgulhar.

—Do que está falando?

—Hermione, ela é uma das favoritas a ser rainha. Todos só falam nela, é a única de casta Cinco na Seleção, deu no Jornal até que foi com ela o primeiro encontro do príncipe, minha mãe disse que tem certeza que ela ganhará.

O ônibus chegou e partimos em silêncio. O que deu pra pensar no que o Potter tinha me dito. Eu não tinha resposta pra isso. Eles já tiveram um encontro, será que ele a machucou? Será que ela gosta dele? O que será que eles fizeram? Ele a beijou? Eu estava em transe. Esses pensamentos só saíram da minha cabeça quando finalmente o ônibus parou e um homem que mais parecia uma fera entrou.

—Olá, eu sou o comandante Greyback, e serei eu a cuidar de vocês e transforma-los de mariquinhas inúteis a soldados de honra... Bem vindos ao inferno - Acrescentou com um sorriso diabólico, e eu só tive um pensamento: Me ferrei.

***

Visitem meu Tumblr