– Uhm... Rachel... – Kurt disse sonolento sentindo uma massageando seus cabelos.

– Não Kiddo... –Burt respondeu e Kurt abriu seus olhos enfim.

– Bom dia pai. – O garoto disse sentando na cama e esfregando os olhos.

–Bom dia querido... – O mais velho disse sentando-se ao lado do seu filho.

– Onde estão todos? – O castanho perguntou.

– Bom, Carole saiu. Foi ao mercado, Finn e Rachel foram até a casa dela e vão passar o dia lá. – Burt disse ajeitando os cabelos do filho. – Agora nós podemos conversar a sós.

– Érh... Bom... Por onde eu começo? – Kurt perguntou confuso.

– Por que não começa pelo começo? Quando me ligou chorando? – O mais velho disse direto.

– Ah... Então... – O castanho disse se perdendo nas palavras. Ele nunca havia contado ao seu pai sobre seu “caso” com Adam. Temia a reação do mais velho. Mas Burt era seu pai e estava preocupado com ele. Ele tinha o direito de saber tudo.

Vendo que o filho estava indeciso, Burt pegou as mãos do filho, colocou entre as suas e olhou dentro dos olhos azuis do filho.

– Kurt... Você sabe que pode me contar o que quiser, não sabe? Eu sou seu pai, mas antes de tudo sou seu amigo, sempre fui e sempre serei. Sei que algo te aflige e sei que precisa conversar. Então não tema ou não tenha vergonha de contar ao seu velho pai aqui. – Burt disse quase sorrindo e pode ver que os olhos de seu filho estavam marejados. Kurt atirou-se nos braços do pai enquanto soluços saiam involuntariamente de sua garganta.

Burt praticamente já tinha quase deitado seu filho em suas pernas, enquanto o garoto chorava, o outro Hummel o apertava contra si e sussurrava em seu ouvido: – Eu estou aqui filho. Eu sempre vou cuidar de você, não importa o que aconteça.

Kurt sabia que poderia contar qualquer coisa ao seu pai.

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Blaine abriu seus olhos lentamente, se dando conta que estava deitado de mal jeito no sofá da casa da latina. Ele sorriu ao ver a cena. Santana estava deitada no chão, com algumas almofadas em volta de si e não havia sinal de Brittany.

O moreno atirou-se preguiçosamente em cima da latina fazendo de suas costas um travesseiro.

– Querida, eu preciso levantar. – Santana disse de olhos fechados.

– Eu não estou grávido mas gostei desse seu carinho. – Blaine disse quase gargalhando e a latina praticamente o jogou até o outro lado da sala.

– Blaine seu palhaço. – Ela rosnou.

– Ah Sant, vai dizer que não lembra da nossa noite maravilhosa de ontem? – O moreno perguntou fazendo beicinho.

– Claro que eu lembro. – Santana disse com um sorriso maligno no rosto enquanto caminhava na direção de Blaine que ainda estava no chão.

– Santana Lopez eu conheço esse sorriso. O que você pretende fazer? – Blaine perguntou desconfiado.

Foi tudo muito rápido. Em menos de 5 minutos já havia se iniciado uma batalha de travesseiros e a sala do apartamento das Lopez-Pierce’s virou o campo de batalha.

– Será que as crianças já terminaram? Venham tomar o café. – Brittany sorrindo, falou depois de observar a cena por um tempo.

– Se Kurt visse isso ele mataria você amor. – Britt disse servindo café para a latina e para Blaine.

– Ele sempre foi assim? – Blaine perguntou.

– Sempre. Talvez seja por isso que ele nunca tenha namorado alguém na vida. – Santana respondeu entre goles do seu café.

– Nunca?!?!? – O moreno perguntou incrédulos.

– Os relacionamentos de Kurt não passam de uma noite. – Brittany disse.

– Ah... – Blaine suspirou desanimado. – Talvez ele não tenha encontrado a sua alma gêmea ainda... Mas isso é questão de tempo, digo, todos nós um dia encontramos alguém. – Blaine disse com o olhar perdido.

Santana apenas observou.

– Sant, não esqueça que temos que buscar Kurt hoje no aeroporto. – A loira disse.

– E-eu... Posso ir junto? – Blaine perguntou com um sorriso enorme no rosto.

– Claro por que não. – Santana respondeu sem emoção revirando os olhos. Ela sabia onde aquilo acabaria. Conhecia Blaine o suficiente para saber que ele sempre se apaixona pela pessoa errada. E ela também conhece Kurt e a dificuldade do amigo de se apaixonar.

A latina previa problemas.

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Kurt não conseguiu dormir dentro do avião de volta para NY. Ele estava mais aliviado, claro, de ter contado tudo ao seu pai. Tudo que o afligia. Contou sobre Adam, Brittany, Santana e o bebê, contou sobre Blaine e até sobre o convite para tomar um café.

Falou sobre como se sente solitário e sobre as várias vezes em que queria desistir de tudo e voltar para Ohio. Kurt havia tirado um peso do seu coração e as palavras do pai eram bem vivas em sua memória.

“– Filho, você precisa sair mais de casa. Eu te conheço, sei que deve se afundar no trabalho. Saia mais com seus amigos, passeie, vá a praia, faça coisas que te deixem feliz. Não se prenda tanto aqui em Ohio. Você precisa pensar que lá é a sua casa, aqui sempre vai ser a sua casa também, mas o primeiro lugar é lá. A cidade onde os sonhos se realizam, lembra? E sobre esse Blaine, ele parece ser um cara legal, pare de implicar com ele, ele apenas quer se reaproximar da amiga e também quer ser o seu amigo. E você precisa de mais amigos que não sejam apenas Brittany e Santana. Você precisa se permitir Kiddo.”

Depois de muito tempo pensando, Kurt adormeceu.

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– Quando o voo dele chega? – Blaine perguntou consultando o relógio. Já fazia uns 30 minutos que o trio estava esperando perto dos portões de desembarque.

– Logo. Juro que se você perguntar mais uma vez, eu vou torcer o seu pescoço até ele quebrar completamente. – Santana rosnou e Blaine abaixou a cabeça.

Logo a atenção dos dois foi direcionada a um garoto castanho que vinha empurrando um carrinho com malas demais para um final de semana, que abanava sorrindo para eles.

– Kurt!! – Santana correu até o amigo e o abraçou apertado.

– Como você está Sant? Sentiu saudades? –Kurt disse apertando a latina contra si.

– Mas é claro!! Você faz muuuita falta querido. E como você está? –A latina disse terminando o abraço.

– Eu estou bem. Agora estou bem. – Kurt disse suspirando. Santana já tinha entendido.

– Bendito seja Burt Hummel. – A Latina disse saindo da frente do castanho que já se dirigia até Brittany, deixando Santana cuidar do seu carrinho de bagagens.

– Britt como você está? E como está nossa pequenina? – Kurt disse abraçando a loira e logo depois beijando a sua barriga.

– Estamos bem. E muito ansiosa para a chegada da Valerie. E como você está querido? – A loira retribuiu.

Logo os dois começaram a conversar e Blaine ficou ali, “sobrando”, Kurt não o viu, ou fingia que não o via. Santana percebeu a cena e tossiu.

– Oh Blaine! Me desculpe, eu não te vi. – Kurt disse corado, agora de frente para o moreno.

– Tudo bem. Como você está? – O moreno perguntou segundos depois de, num gesto rápido, abraçar Kurt apertado.

– E-eu e-estou bem... E v-você? – O castanho gaguejou confuso com o gesto, mas retribuindo o abraço.

– Eu estou ótimo. – O moreno disse terminando o abraço. Kurt tinha gostado do abraço do moreno, ele aparentava ser forte.

Blaine ainda sentia o perfume do castanho dentro de suas narinas. O moreno o abraçara forte, e pode sentir o quão delicado era o corpo de Kurt. Blaine tinha um sorriso enorme no rosto e Kurt estava adoravelmente corado.

– Bom, vamos indo. – Santana disse puxando Brittany e o carrinho de bagagens pela mão, deixando Blaine e Kurt seguindo-as mais atrás.

Depois de um tempo em silêncio, Kurt resolveu falar.

– Blaine? Será que poderíamos tomar aquele café agora?

– M-mas claro, e-eu adoraria. – Blaine disse olhando apenas para a frente assim como Kurt estava fazendo.

– Se você tiver compromisso tudo bem, podemos tomar o nosso café outro dia. Não tem problema, e-eu –Kurt foi interrompido por Blaine que agora o olhava.

– Eu não tenho compromisso nenhum Kurt e eu adoraria tomar um café com você agora, nesse momento. Lá naquela cafeteria que nos conhecemos. Ok?

– O-okay... Então vamos passar no meu prédio para deixar Britt e Sant em casa. – Kurt disse sorrindo, já que a latina tinha pego o seu carro para busca-lo no aeroporto.

– Okay. – Blaine disse entrando no carro sendo seguido por Kurt.

Blaine nunca amou tanto café como naquele momento.