Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 42
Capítulo 42




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Sabe o que é ter a sensação de estremo conforto. E não era por estar em uma cama king e com travesseiros de plumas, mas sim por senti um cheiro leve de morango que saia dos cabelos e da pele da Bella, por ter meus braços em sua volta em torno seu corpo com suas costas no meu peito. E para deixar tudo melhor a Mel estava enrolada na frente da Bella.

A cama era enorme, mas nós três estávamos no centro da cama um agarrado ao outro em um perfeito quebra cabeça.

Afundo o nariz nos cabelos da Bella para ter certeza que aquilo era real e que não era fantasia da cabeça. Seu cheiro doce invade mais os meus sentidos, sinto sua pele quente e macia debaixo dos meus dedos, me dando a certeza que ela estava aqui comigo.

Queria paralisar esse momento e não mudar nenhum possível detalhe, mas sabia que tinha que abrir os olhos e ser o homem que a Bella precisava.

Pisco algumas vezes para me acostumar com a luz que saia do abajur ligado. O resto do quarto estava na escuridão, mas sabia que era por volta das sete horas da manhã, porque o Tyler acabou de enviar mensagem perguntando se a Bella ia sair às 8h como costumava fazer os outros dias, para passar o dia com a sua mãe.

Como conhecia bem os costumes do Tyler, tenho certeza de que ele já estava de prontidão na porta. E ele estava sendo mais que rigoroso depois do acontecimento que o meu peito dói só de lembrar.

Com relutância dou um beijo demorado no topo da cabeça da Bella e me levanto colocando um roupão que estava perto da cama que tinha deixado depois que saímos da banheira ontem a noite.

Caminho até a porta e abro. Como tinha previsto o Tyler estava lá.

— Bom dia, Senhor Cullen – ele cumprimenta.

— Bom dia – respondo passando a mão no cabelo tendo a certeza que aquilo estava uma juba.

Como um excelente funcionário o Tyler não comenta nada.

— Pode se dar folga hoje. Eu mesmo vou ficar com a Bella.

Ele assente, provavelmente já esperando essa atitude minha.

— A qualquer momento pode ligar, senhor – diz ao me entregar a chave do carro.

Entro no quarto e a escuridão cobre minha visão, não totalmente por causa da luz amarela do abajur, então pego o telefone do quarto e sigo para o banheiro.

Peço café da manhã para nós três e enquanto espero o pedido tomo um banho e faço a minha tarefa de todas manhãs que a minha nova psicóloga me orientou.

No dia seguinte da conversa a minha mãe decidir procurar ajuda profissional, admitir para mim mesmo que não estava conseguindo lidar com os meus próprios pensamentos e emoções, então uma hora por dia ia rápido a minha consulta enquanto a Mel tirava a sua soneca da tarde.

Admito que o exercício mental que estou fazendo todas manhãs quando acordo estar me ajudando muito. Era como uma meditação e sempre fazia enquanto tomava banho. Não quero parar com as consultas por estar aqui em Londres. Tenho que procurar um outro psicólogo com urgência.

Minha principal motivação era estar bem, para que assim pudesse dar toda atenção para a Bella. Não ia adiantar ficar ao seu lado tendo o mínimo de condições mentais para lidar com todas preocupações que sabia que iam vim.

Um tempo depois saio do banho me sentido mais leve. Coloco o roupão e vou atrás da minha mala para pegar alguma roupa.

Quando já estou vestido e acabo de sair do banheiro depois de ter escovar os dentes ouço a voz baixinha da Mel me chamando.

Vou até ela ao lado da cama e encaro os olhos verdes vivos que todos diziam eram idênticos aos meus, mas ainda tinha a plena certeza que eles era muito mais fascinantes que os meus.

— Oi, princesa – digo com a voz baixa para não acordar a Bella.

Ela passa sua mãozinha nos olhos ainda sonolenta.

— Quero fazer xixi – Ela funga e se senta na cama.

Sei que estou errado, mas eu simplesmente amava toda essa manha dela de manhã.

Deus, eu ia ser o culpado por estragar a Mel, a Bella com certeza ia me matar.

A pego no colo e beijo seu rosto e lhe desejo bom dia, ela responde e em seguida dar um bocejo e deita sua cabecinha em meu ombro enquanto a levo para o banheiro.

Tiro sua roupa e a coloco no vaso sanitário.

Fico ao seu lado esperando até que ela diz que já acabou.

— Banho – aponto para o chuveiro tentado ter um pouco de controle nessa relação.

Ela faz bico, mas ignoro fortemente e graças a Deus ela me ouve e me deixa lavar seu cabelo enquanto ela ensaboa seu corpo minúsculo.

— Fica aqui e não se mexe – digo quando a coloco encima do balcão do banheiro toda enrolada em uma toalha branca.

Ela assente.

Vou até o quarto pego alguma roupa na sua mala e volto para o banheiro com uma caixinha cheia de coisas que era pro seu cabelo.

Ela amava essas coisas e me ensinou a colocar no seu cabelo todas as manhãs mesmo se não saísse de casa.

Visto nela uma blusa de frio fina e por cima coloco um vestido azul de manga longa cheio de bolinhas.

Faço isso tudo com ela mexendo na sua caixinha escolhendo algo para colocar no seu cabelo

— Eu quero esse – Ela levanta bem na frente do meu rosto amarrador de cabelo, não sei muito bem o nome, mas era cheio de brilho e lacinhos por todos os lados.

Pego da sua mão e coloco ao seu lado sabendo que ela ia mudar de opinião ao decorrer do tempo que seco seu cabelo com o secador.

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Pensamentos de Bella

Pisco lentamente acordando de um sono pesado que não tinha tido por esses dias que estava aqui.

Me sento bruscamente na cama ao notar que estava sozinha.

Meu pulso dispara ao pensar que a noite de ontem foi tudo invenção da minha cabeça. Minha filha perto de mim e meu tempo com Edward.

—Mas não é possível- disse para mim mesma.

Quase derreto de alivio quando ouço uma risada da Mel e logo em seguida uma do Edward.

Levanto da cama com as pernas meio bambas do susto, mas me esforço para chegar no banheiro que era de onde vinha as risadas mais lindas que podia ouvir.

Assim que ponho meus olhos no banheiro encontro o Edward de costas para mim e ele cobria todo corpo da Mel que provavelmente estava em cima do balcão.

— Não é assim – a Mel exclama rindo de algo que o Edward faz.

— É claro que é – Edward ri me deixando com várias borboletas no estomago – A Elza destrói todos os vilões e no final se casa com o príncipe encantado.

— Não – a Mel exclama novamente como se tivesse indignada – A Elza não tem príncipe, é a Anna que tem, elas destroem a maldição juntas e são felizes para sempre.

—Realmente, a gente assistiu a dois dias, como pude ser tão esquecido – a Mel ri.

— Mas eu te ajudo, papai – não consigo lidar ouvir a Mel falando essa palavrinha “papai" tão naturalmente. Seguro as minhas lágrimas de emoção.

— Certo, princesa – ele se baixa e da um beijo nela - Agora vamos para o quarto, porque daqui a pouco a Bella acorda e a gente tem que tomar café da manhã- ele a pega no colo e se vira, no mesmo instante seus olhos se pregam nos meus e como se todos os sentimentos de ontem a noite que foram ditos nessas paredes viesse com total força sobre mim.

Não seguro meu sorriso que tinha certeza que estava gigante no meu rosto.

Se pudesse paralisava essa imagem na minha frente.

Deus, ele arrumou a Mel todinha. Ela estava parecendo uma boneca com um vestido azul de bolinha com o cabelo cheio de cachinhos com um laço na lateral da cabeça.

— Mamãe – a Mel grita e se contorcer no colo do Edward para vim até a mim.

A pego e recebo seu abraço gostoso sentindo o cheirinho maravilhoso do seu cabelo limpo.

Olho para Edward e ele parecia absorsor nos fitando com um sorriso torto no rosto.

— Você tá muito linda, pequena- elogio a colocando no chão e rodopio para olhar todo seu look.

— Foi o papai que me arrumou – Ela olha para ele orgulhosa.

Edward pisca para ela fazendo que aconteça um pequeno mine-infarto de tão lindo que ele é fazendo isso.

Jesus! Preciso focar meus pensamentos a não querer pular no colo do Edward a cada oportunidade.

Sinto meu rosto corar pelo pensamento.

Edward arqueia uma sobrancelha pra mim questionando o meu rubor, mas ignoro e puxo a Mel para fora do quarto.

Acendo as luzes e puxo a Mel para fora do banheiro enquanto ela me conta o que não contou ontem do tempo que ficamos longe.

A levo para a varanda sentindo o ventinho gelado arrepiar minha pele.

Aí que percebo que só estou com uma regata e uma calcinha short que vestir antes de ir para cama com Edward.

Olho para trás e lá estava ele com os olhos focado na minha parte de trás.

Coro mais ainda.

Ele pisca mais uma vez e me joga um roupão.

Só Deus sabe como queria beija-lo, e imagens de ontem a noite.....

Não, Bella!– brigo comigo mesma.

Mas era impossível não lembrar, ainda mais com ele aqui tão perto.

Ignoro novamente meus pensamentos impróprios e foco na minha filha que olhava para tudo da paisagem linda que esse hotel proporcionava.

Ele ficava bem a frente de um parque coberto por verde com vários prédios em sua volta. Poderia dizer que era uma verdade duplicação da central Park de Nova York.

Me sento em uma das cadeiras que decoravam a varanda e logo Edward se senta na cadeira ao meu lado.

Agradeço mentalmente por ele não olhar para mim e sim para nossa filha que ainda estava olhando tudo aquilo bem perto da sacada. Vejo a expressão do Edward aos poucos se transformar em horror quando a Mel fica mais perto, mesmo que ela nem chegasse na metade do tamanho vidro.

Toco seus braço e chego mais perto dele.

— Ela Não vai pular, Edward – sussurro no seu ouvido.

Ele bruscamente vira seu rosto para mim ficando com sua boca bem perto na minha.

— Sou muito exagerado? Na minha mente tá passando mil coisas que podem acontecer – ele sussurra de volta ainda com os olhos um pouco arregalados.

— Não, você só está sendo um pai – digo e sem conseguir me segurar lhe dou um selinho de leve, mas como mundo as vezes gosta de me provar, Edward reage infiltrado sua mão no meu cabelo apoiando ela na minha cabeça me trazendo para mais perto dele tirando de mim um beijo gostoso e demorado.

Me afasto sem fôlego e rapidamente olho para a Mel.

Respiro aliviada ao ver que ela não viu nada.

Estreito meus olhos para Edward.

— Foi você quem começou- ele sorri e eu reviro os olhos.

 

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—A sua mamãe?

— Sim, ela ta doente, mas queria te conhecer – já tinha explicado toda a história, pulando algumas partes e agora ela estava fazendo sua perguntas.

— Ela vai ficar sempre dodói?- ela perguntou, por que eu disse que a doença voltou.

— Não sei, meu bem, mas a gente tem que torcer para queria fique boa, e também tem que dar muito amor e carinho que nem eu faço com você quando fica doente.

Ela assente e abaixa o olhar para as panquecas que estavam na sua frente.

— A Vovó Esme também está doente ? – olho para Edward que estava ao meu lado um pouco surpreendida por ela fazer essa ligação.

— Não, meu bem. A Esme está ótima, fique tranquila.

Ela assente mais uma vez.

— Ela é legal?

— Sim, você vai amá-la, assim como amou a Vovó Esme- garanto.

Ela sorri.

— Quando a gente vai?

—logo após que você acabar de comer suas panquecas – aponto para o seu prato.

Ela concorda voltando sua a tensão para a comida.

Edward aperta a minha mão por baixo da mesa tirando de mim o nervosismo que estava sentindo com essa conversa.

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— É na próxima casa – digo ao Edward e ele para bem na frente.

Sem falar saio do carro e abro a porta do passageiro para tirar a Mel.

Ouço Edward também abrindo a porta e descer do carro.

— É tão lindo – Ela sussurra pra mim olhando a decoração dos arbustos em frente a casa.

— É sim, pequena – digo lhe dando um sorriso para ela não perceber meu nervosismo.

Edward surge ao nosso lado e lhe agradeço mentalmente por estar aqui.

Eu não estava nervosa nada sobre Renée e Mel, mas sim sobre Charlie. Antes de vim liguei para Renée e perguntei se estava tudo bem para levar a Mel, ela entendeu entre linhas a minha perguntar e prometeu que ele não ia interferir em nada.

—Vamos? – Edward me tira dos meus pensamentos.

Concordo e andamos até a entrada. Aperto a campanha, não espero muito e o Weber abre a porta. Seus olhos vão imediatamente para Edward que estava atrás de mim com uma mão na minha cintura e a outra apoiada no ombro da Mel de uma forma protetora.

Pude ver os olhos do Weber quase saltarem do rosto.

— Como vai Weber ? – Edward comprimenta e ele assente quase abobalhado como os olhos descendo para a Mel.

Se possível ele fica mais espantado.

Sua reação é tão suspensa que a Mel agarra a minha perna e olha para Weber envergonhada por receber aquela atenção estranha.

— Bom dia, weber. Essa é a minha filha, Mel – ele me olha e para minha surpresa seus olhos estavam turvos.

— Claro, querida – Ele sorri para mim – Ela é tão linda.

— Obrigada – a Mel sussurra meio que no automático, porque era o que tinha lhe ensinado.

Ele sorri mais.

— Entrem por favor, sejam bem vindos. A Senhora Swan está a espera de vocês, ela não pode conter sua ansiedade.

Entramos e a Mel olha para todos os lados querendo ver tudo de uma vez só.

Sinto um tremor no meu estomago ao constatar que ela estava pela primeira vez em um lugar que passei uma parte da minha infância.

— Eu vou esperar vocês aqui – Edward informa e eu o entendo. Ele queria nos dar privacidade.

Assinto e antes que eu vá ele me dar um beijo na testa.

— Vai dar tudo certo – ele me diz com os olhos presos nos meus e eu posso dizer que ele se segurou para não beijar minha boca.

— Obrigada- agradeço para lhe tranquilizar.

Subo as escadas segurando a mão da Mel.

— Oi, podemos entrar? – pergunto assim que chegamos na entrada do quarto e ela estava aberta.

A Renée estava sentada em uma pequena mesa que ficava no canto do quarto não muito longe da cama, era ali que ela tomava seu café, assim como almoço e jantar. Achava muito errado, porque isso a limitava tanto. Ela poderia andar mais pela casa ou apenas mover essa mesa para a sacada do quarto para pelo menos receber alguma luz do dia.

— Claro querida – Ela responde, mas seus olhos estavam presos na garota ao meu lado.

— Essa é a Mel – digo sorrindo – Diga oi para a Renée, Mel – a encorajo.

Ela me olha inserta e tímida, mas me obedece.

— Oi – sua voz é apenas um sussurro, quem via não diria que é a mesma menina que estava falando milhares de coisas a uma hora atrás no hotel.

— Oi, querida – a Renée sorri para ela – Ela é tão linda, Bella, parece tanto com ....

— Edward ?! – proponho chegando mais perto quando ela se levanta com certa dificuldade.

Observo que ela estava um pouco diferente essa manhã. Sempre que venho aqui logo cedo ela estava usando seu pijama e passava o dia inteiro com ele, hoje ela estava com conjunto de calça de seda e uma blusa amba azul marinho que dava um contrate bonito a sua pele . E posso perceber suas maçãs do rosto um pouco mais corada.

Não posso dizer em palavras de como era bom ver essa pequena mudança nela.

Possivelmente isso tinha nome.

Será que era pela visita da Mel? Ela fez a Renée querer se cuidar um pouco?

Peço a Deus em silêncio que aquela pequena mudança não desaparecesse.

— Estar gritante que sim, mas ela tem uma áurea tão doce que me lembra totalmente a você quando tinha a mesma idade – vejo seus olhos cheios de lágrimas.

Ela tenta disfarçar, mas isso faz como que lágrimas caiam no seu rosto.

A Mel me olha preocupada e aperta minha mão com força.

Me abaixo para ficar da sua altura.

— Não quer ir ate ela, meu amor? – pergunto acariciando seu rosto.

A Mel da um passo hesitante até a Renée e eu me orgulho tanto ao ver o quanto ela era corajosa.

— Me desculpa por ser uma chorona – a Renée sorri envergonhada.

— Eu também choro bastante, pode perguntar ao papai, mas ele me deixa subir no seu peito, me abraça e faz o medo ir embora.

— Eu tenho medo de tantas coisas, mas só de ver você e sua mãe aqui me faz bem.

— A mamãe disse que a senhora é a minha vovó como a vovó Esme, só que dodói.

Fico com receio da Renée se sentir ofendida, mas ela apenas sorri.

— Eu estou um pouco dodói, mas ainda sim posso ser sua vó, você deixa ?

A Mel assente de vagar.

Me sento na cama e observo as duas conversarem sem precisar da minha ajuda para conectá-las.

Aos poucos fico prestando atenção apenas nas expressões da minha mãe e é incrível como ela está acesa e sorri com tanta verdade com as respostas inteligentes da Mel.

— O Charlie saiu? – pergunto a minha mãe depois de um tempo enquanto a Mel se distraia com os lenços que a Renée fez questão de lhe mostrar e disse que ela poderia escolher um. depois que a Mel perguntou porque ela usava lenço na cabeça. Pensei em cortar a Mel com medo que a Renée se sentisse desconfortável, mas para minha surpresa, novamente ela reagiu da melhor forma e explicou que não tinha cabelos e pra se sentir melhor usava lenços coloridos.

— Saiu – Ela respondeu desviando seus olhos da Mel para me olhar – Assim que você ligou eu contei a ele, mas....

— Ele saiu para não me ver – conclui com raiva por aquilo me deixar tão mal.

Sinto a mão macia da Renée no meu rosto.

—Mas não fique assim querida. Ele apenas disse que ia sair para deixar a gente confortável.

Não digo nada, mas por dentro minha mente fervilhava tentando entender o porquê dele me odeia tanto.

— Ele te ama, Bella. Acredite em mim.

Não conseguia acreditar naquilo, não ia negar isso a Renée, porque era nítido em seus olhos que ela acreditava fielmente nisso.

— Eu quero esse, posso ? – Mel chega perto da gente com um lenço azul cheio de flores com vários tons azulados e verdes.

— Claro querida, é todo seu.

— Pode colocar em mim? – Ela estende o lenço e a Renée a encarou com os olhos brilhantes.

— Claro – sua voz saiu emocionada por aquele ato tão pequeno da Mel, mas que era um ponto chave de que ela não se importava com a doença da Renée. E aquelo para ela era imenso, acho que tinha a insegurança dq que a Mel só a enxergasse como uma mulher doente e não como uma vó que poderia lhe dar carinho e amor.

Eu juro que não sei como estou grata por ter uma filha tão especial como minha.

....................

Pensamentos do Edward.

— Deseja beber algo – Weber oferece assim que a Bella e Mel sobem.

— Não, obrigada, estou bem.

Ele assente sem muitas palavras, me lembro que ele nunca falava muito, mas pude ver a emoção que passou nos seus olhos ao ver a Mel.

— Pode ficar à vontade— Ele oferece o sofá.

Aceito e me sento ali pensando o quanto era estranho estar ali na casa da Renée novamente Depois de anos.

Não que eu tenha vindo aqui alguma vez, só na casa em Seattle, mas não deixava de ser a antiga casa da Bella e sem falar que essa era bem parecida com a dos Estados unidos.

Minutos se passam e a tensão que estava sobre mim vai ficando cada vez pior, mas tentava me dizer que se algo ruim tivesse acontecido elas já teriam voltado.

Todo o meu nervosismo é voltado para Charlie, não tem nada com a Renée, mas só de pensar nele perto da minha filha me deixava a flor da pele.

E se ele fosse ruim com ela?

Certamente a Bella ia por ele em seu lugar, mas isso não afastava a vontade de querer esganá-lo com as minhas próprias mãos.

Não consigo entender como a Bella consegue conviver no mesmo ambiente que ele.

“Assim como ela conseguiu conviver com você” – o fundo da minha mente me chacoteou.

Ela conseguiu enfrentar a minha frieza e ignorando por meses, e porquê não poderia enfrentar o pai.

Ninguém sabe como sinto nojo de mim mesmo por ter dito coisas tão ruins para ela em um momento tão escuro da sua vida.

As lembradas de como a tratei nesses momentos são uma tortura.

Conseguir conversar isso com meu psicólogo, e eu conseguir enxergar que só vou me libertar desses pensamentos quando acertar o que fiz e de alguma maneira avaliar e transcender aquele comportamento do meu eu passado e ficar consciente de que o meu eu atual jamais repetiria esses atos.

Parece ser fácil, mas é difícil demais chegar a esse nível de consciencial, porque a culpa é um bloqueio.

E esse era o meu martírio diário enfrentar as minhas escolhas do passado e saber conviver com ela.

Sabendo dessas coisas a minha reação instantânea é pegar elas e tirá-las daqui, porque sabia que ele queria machucar a Bella com palavras e atitudes assim como eu fiz a meses atrás.

Passo a mão no cabelo angustiado sem saber se Charlie estavam perto delas.

Mais alguns minutos se passam, posso até dizer que tenha se completado uma hora, o Weber veio até me oferecer novamente mais uma bebida e dessa vez aceitei uma dose de wisky.

— O Charlie está em casa? – pergunto assim que ele me entrega o drink.

— Não, senhor. Ele saio muito antes da senhorita Bella chegar.

Uma onde de alívio invade meu peito.

— Obrigada – agradeço e esse assente e sai da sala.

Bebo um gole grande da bebida e tenho o prazer dela descer queimando minha garganta deixando a minha língua levemente dormente.

Quando meu corpo relaxa mais um pouco ouço a porta da entrada da casa abrir.

E nada menos que Charlie passa por ela.

Foda-se!

Ele me encara, mas nada surpreso. A Renée deve ter avisado da visita, inclusive de mim.

Ele entrega seu casaco ao Weber e vem até a sala com uma expressão indecifrável. Cheguei a pensar que ele apenas ia passar reto fingindo que não viu ninguém na sala, mas ele faz diferente.

— Edward – ele acena.

Eu apenas aceno de volta sem mexer um músculo do sofá.

Charlie me encara em silêncio e eu faço questão de não desviar um segundo se quer.

— Foi uma surpresa saber que vocês estão juntos – Ele finalmente solta.

— Tenho sorte dela me deixar ficar por perto- respondo automaticamente.

Ele olha em volta para ter certeza que o Weber não estava por perto antes de falar.

— Então a menina é realmente sua? – sua pergunta é fria sem nenhuma tipo de sarcasmo, mas não impede do meu sangue queimar de raiva por ele se referir a minha filha assim.

— O nome dela e Melanie, e sim ela é minha, mas não sei o que você tenha haver com isso.

Ele aquela uma sobrancelha

— Ela é filha da Isabella.

— Isso não quer dizer muita coisa.

Ele dá um sorriso, mas nele não a calor algum.

— Rapaz, espero que saiba que você não é muito diferente de mim.

Sinto nojo de ser comparado a ele.

— Errei, mas nem que me colocasse no inferno ia deixar a minha filha ir para longe e viver uma vida sozinha.

— Bom ponto, mas isso não te faz melhor, e sem falar que ela não estava sozinha.

A história do cara que a Renée contratou para vigiar a Bella, ela me contou isso.

— Não consigo entender vocês.

— Não é para entender. Não sou um mostro que vocês pregam.

— Você ignora a Bella completamente – isso pareceu atingir ele, porque desvia seu olhar de mim.

— Isso não importa agora, tem coisas muito mais importante em jogo.

— Claro – digo ironicamente.

Ele inspira pesado.

E antes mesmo que Charlie fale-se algo ouço passo se aproximando na entrada oposta à sala.

E lá estavam elas.

Bella, Mel e surpreendente a Renée.

Apesar da visível fragilidade da Renée, ela mostrava um sorriso no seu rosto assim como um brilho intenso nos seus olhos.

A Mel segurava a mão da Renée com tanto cuidado que ali dava para saber que ela já tinha ganhado o coração da Mel.

Quando todos notam um a presença um do outro na sala o clima fica denso.

— Papai, conhece a vó Renée? – a Mel meu pergunta sem notar a existência do Charlie.

— Claro, Mel – digo colocando um sorriso gentil no rosto e chego mais perto deles – É um prazer te ver novamente – estendo minha mão, ela solta levemente a mão da Mel e paga a minha.

E ali entendo o todo cuidado que a minha filha segurava sua mão. A sua pele era tão fina e frágil que parecia que a qualquer momento poderia machucar se fizesse algum movimento brusco.

— Fico feliz em te ver aqui com elas – ela olha de lance para Bella e volta para mim com os olhos turvos – Obrigada por ter trazido elas, você não imagina o bem que estar me fazendo.

— Eu só quero elas sejam felizes, e se é aqui que elas querem estar, então posso mover o mundo para que isso aconteça – disse e com um impulso inesperado ela me abraça.

Fico parado por um tempo por causa da surpresa, mas depois envolvo meus braços em seu corpo magro e sinto ela me aperta com a pouca força que tinha.

Um aperto surge no meu peito ao imaginar a hipótese de ser a minha mãe ali. Eu posso imaginar a dor que a Bella estava sentindo ao perceber que a cada dia estava perdendo a Renée aos poucos.

— Obrigada – ela diz com a voz baixa e me solta – Bom, agora chega de choro – ela fala passando a mão no rosto e é ai que noto que a Bella também estava muito emocionada assim como eu.

— Tem certeza de que quer ir? – a bella pergunta para a mãe que assente e olha para Charlie que encara toda situação com a expressão fechada.

Sem pensar muito pego a Mel no colo.

— Quem é ele, papai? – a Mel pergunta no meu ouvido com a voz bem baixinha.

Antes que responda aperto a minha filha mais nos meus braços, pois ela toma um susto com a voz grave e alta do Charlie.

— Aonde você pensa que vai, Renée?- o Charlie fala com a voz completamente alterada.

Automaticamente a Bella se põe na frente da mãe.

— Não fale assim com ela.

—Ela não pode sair de casa – ele se explicou com a voz mais branda.

—Mas mesmo assim, não te dar o direito que falar dessa forma com ela - a Renée toca o ombro da Bella.

—Tudo bem, querida – ela sai de trás da Bella e vai até Charlie – Eu tenho que agradecer essa alegria que estou tendo na minha casa de ter essas pessoas aqui, principalmente essa garotinha que desejei tanto conhecer nesses últimos anos – ela aponta para a Mel nos meus braço e é ai que Charlie finalmente a enxerga de verdade.

Ele fica mudo olhando para a Mel, que a mesma devolve o olhar, mas curiosa para saber quem era aquele homem.

Acho que a intensidade nos olhos da Mel é tão grande que Charlie não aguenta manter por muito tempo e desvia o olhar parecendo atormentado e cansado.

—Você tem que levar uma máscara junto, por favor, não me negue isso - é nítido a preocupação do Charlie com a sua esposa.

Ela assente. Ele lhe dar um beijo na testa e por fim sai da sala sem dizer mais nenhuma palavra.

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Fomos todos juntos para a igreja, deixei as duas mais a frente e fiquei com a Mel mais atrás.

—Será que o papai do céu vai levar a Vó Renée? - a Mel pergunta com voz bem baixinha ao meu lado.

Abraço ela mais perto de mim com um braço e beijo o topo da sua cabeça.

— Eu não sei, meu anjo, mas não pense nisso. Aproveite o máximo dela aqui.

Ela assente e passa a mão no lenço florido que parecia com um dos que a Renée estava usando.

— Ela te deu? - aponto para cabeça.

— Sim, é lindo e eu quis usar para deixar ela feliz – sua resposta me enche de orgulho, mas um orgulho diferente, não é aquele que a gente sente quando ganha um contrato em uma empresa ou quando consegue fechar um negocio importante, era bem mais que isso. Era uma sensação de saber que aquele ser veio de você e estava crescendo com a sua melhor parte.

— Linda atitude, princesa – ela me olha sem entender e deita sua cabeça no meu peito, porque o seu feito não foi pensando em ser recompensada, ela apenas fez, porque era isso que o seu coração pedia.

Um silêncio envolve o local. Sinto uma paz tão terna ali que mesmo não sendo muito religioso deixo os meus agradecimentos a Deus ali, agradecer por ter me dado uma segunda chance, pois sabia que não era todos que tinham esse tesouro da segunda chance na vida ao alcance.

Depois de algumas horas a gente volta para deixar a Renée em casa. A Bella não ficou, porque sabia que a Renée precisava descansar.

— Tudo bem? - pergunto assim que entramos no carro depois da Bella ter se certificado que a sua mãe estava alimentada e confortável para poder descansar.

— Ela sorriu muito hoje, isso me deixa melhor – comentou me dando um meio sorriso.

Inclino meu corpo e beijo sua boca. Ela leva sua mão para a minha nuca aprofundando o beijo, quando lembramos que não estávamos sozinhos.

Droga!

Olhamos com urgência para o banco de trás e encaramos um par de olhos verdes arregalados.


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Notas finais do capítulo

O que vocês estão sentindo por Renée e Charlie depois desse capitulo? Será que a Renée estar certa de que charlie ama a bella apesar de tudo?
E me digam palpite de como a Mel vai reagir ao beijo dos pais kkkk
Boa noite, ate a proxima!