Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 37
Capítulo 37




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Vejo seus olhos me varrer completamente. Ela parecia não acreditar no que estava vendo na sua frente.
— Meu Deus! Bella – meu nome soa como ela estivesse sem ar.
Com a força que não tinha fecho a porta atrás de mim e esforço minhas penas a andarem até perto da cama onde ela estava sentada.
— Oi, Renée – tento sorrir com a visão turva de lágrimas.
Ela levanta as mãos magras a boca sem desgrudar seus olhos atentos de mim.
— Meu Deus! – Ela repete. Vejo seu peito tremer e em instantes seu corpo está todo trêmulo com lágrimas grossas escorrendo em seu rosto fino – Não posso acreditar, é você - ela consegue falar com a voz rouca.
— Sou eu – digo em um sussurro e me importar em ser convidada me sento na beira da cama.
Ela suspira baixinho e encolhe todo seu corpo pequeno.
A olho ali parecendo tão sozinha e indefesa que não importa o que aconteceu, só faço o que meu coração estava mandando naquele momento.
E depois de cinco anos abraço a minha mãe como se fosse a primeira vez.
Não sei quanto tempo ficamos ali abraçadas, mas parecia que os minutos não passaram.
Ela me apertava tão forte. A tristeza era visível em seu choro.
Meu peito estava em pedaços. Acaricio sua pele tentando acalma-la, mas não adianta muito.
Então só continuo a abraço forte. E em silêncio juro a Deus que estaria aqui até quando fosse o necessário, até quando ela precisasse de mim. Não importava o que ela tinha feito ou deixou de fazer.
Agradeço quando aos poucos ela vai se acalmando.
— Eu não posso acreditar que você está aqui – Ela fala tentando se recompor.
Me afasto o suficiente para ver seu rosto.
— Era você no telefone, não era? – Eu sabia a resposta, mas precisava ouvir dela.
— Sim, eu só queria ouvir sua voz – novas lágrimas cobriram seus olhos.
— Não consigo entender, depois de tanto tempo – ela abaixa os olhos envergonhada .
— Eu estava tentando fazer a coisa certa pelo menos uma vez – ela sorri com amargura – Mas não conseguir, quando ouvir sua voz, eu...
— Como me achou? – pergunto o que mais queria saber.
Ela volta a fitar os meus olhos.
— Eu nunca tirei meus olhos de você - não entendo o que quis dizer com aquilo, antes que diga algo ela continua – Quando te despediram e você ficou sem dinheiro foi um descuido meu, não conseguir saber à tempo. Foi um erro horrível, meu bem. Me perdoe, por favor, não queria que nada daquilo acontecesse.
Quanto mais ela fala menos entendia.
— O que quer dizer com isso? Você.... – Eu não tinha coragem de falar o que estava pensando em voz alta.
— Eu sabia onde você estava todo esse tempo, tinha sempre meus olhos sobre você mesmo daqui de Londres – Ela tentou explicar.
Aquelas palavras foram como um murro no meu estômago.
— Você esteve esse tempo todo me vigiando?
Ela assente e quando penso que não pode piorar, piora.
— Eu posso te explicar tudo, filha, mas por favor, não vá embora – ela me suplica.
Apenas aceno.
Ela respira fundo antes de começar.
— Assim que você foi embora eu me arrependi por não ter dito nada, não ter te protegido. Tentei argumentar com Charlie, mas ele estava nervoso, odiando o que você tinha feito. Mas apesar de tudo eu pensei que você ia voltar, mas nunca voltou. No começo achava que estava com Edward, tinha certeza disso. Com alguns dias veio a notícia que você não estava com ele. E foi aí que me desesperei. O Charlie ficou assustado quando disse que você não estava com Edward, mas ele deixou o orgulho passar por cima do seu amor. Quando vi que ele não ia fazer nada, então resolvi fazer por mim mesma. Te procurei nas suas conhecidas, lugares prováveis onde você podia estar, mas não estava em lugar algum.
— A família do Edward disse que vocês vieram para Londres momentos depois que fui embora – ela não desmente.
Eu sabia o que esperar, mas mesmo assim machuca.
— Seu pai queria abafar o caso. Ele não queria escândalos. E eu...- seus olhos se enchem de vergonha – Eu concordei com ele.
Abaixo a cabeça assim que ouço isso.
— Me perdoa, Bella, por favor – Ela implora.
— Como você me achou? – pergunto e sinto suas mãos no meu rosto, tentando tirar as lágrimas que estavam ali.
— A gente veio pra Londres, mas eu contratei um investigador para te encontrar. Se passou muito tempo até ele te encontrar. Você já estava com a sua menina.
Escuto tudo de cabeça baixa, não conseguia encara-la, não conseguia acreditar em tudo que ela falava.
— Por quê que não veio até a mim? – Minha voz estava em um fio.
— Meu bem, olha pra mim – volto a fitar seu rosto, sua expressão era quase desesperada – Eu não pude, um pouco antes de te encontrar fui diagnosticada com câncer, a primeira vez que tive câncer de mama. Sei que poderia simplesmente achar um Jeito de te trazer para Londres, mas acredite, filha, foi bem melhor você ficar onde estava. Eu não queria que você me visse daquele jeito, eu fiquei mais destruída do que estou hoje. Não quero amenizar o meu erro, mas era a coisa certa a se fazer. Então mandei alguém por você, era o máximo que poderia fazer.
Tento achar lógica no que a Renée estava me falando, mas nada batia com nada.
Mandou alguém por mim? Aquilo me chamou atenção.
— Alguém?
Ela acenou.
— Essa pessoa que enviei ia te ajudar com tudo que precisava. Que ficasse com você a maioria do tempo.
Tento encaixar as peças e é quando a ficha cai na minha cabeça.
— Jacob – solto seu nome sem nenhuma hesitação. Ele foi o único, ele me ajudava nos momentos que mais precisava. Ele sempre aparecia com a solução para tudo.
Não posso acreditar nisso.
O único amigo que eu pensei que tinha em cinco anos era uma mentira?
— Isso, Jacob, Jacob Black – e é aí que sou machucada mais um pouco.
E de repente tudo começava a fazer sentido.
Como Jacob apareceu em minha vida. E como tudo pareceu desmoronar quando ele foi embora.
Ele me ajudava tanto com a Mel.
Foi Jacob que a levou no parque daquela foto que mostrei ao Edward e era ele quem fui atrás quando fui pagar a minha divida no meu antigo apartamento.
— O Jacob foi embora dizendo que ia visitar sua vó, se passam meses e foi ai quando tudo desabou, mas ele não tinha voltado – digo totalmente arrasada.
— Ele ficava me enviando notícias, fotos de você duas por quase 4 anos. Diariamente me atualizando de tudo que estava acontecendo com você. A vó do Jacob realmente ficou muito doente e ele me pediu para visitar. Eu autorizei e cometi o erro de te deixar sozinha. As semanas foram se passando pensei que estava tudo bem com você, que poderia ficar despreocupada. Meu câncer voltou recentemente e foi quando descobrir que você tinha desaparecido. O Jacob voltou no prédio onde vocês moravam e você não estava mais lá, a única pista sua que indicava onde estava era o bilhete que tinha deixado com o vigia, o número da casa do Edward.
Abaixo a cabeça entre as minhas penas, porque ela estava girando completamente.
— É muita para digerir – disse chegando os olhos com força.
— Eu sei e sinto muito por tudo.
— E tempo que você se curou até agora. Não podia ter me dado um sinal de vida?
Ela não responde, ou realmente não tinha resposta para isso.
— Eu passei esse anos todos pensando que você me odiava – disse voltando a olhar para Renée.
— Nunca, meu bem. Jamais poderia odiar minha própria filha- disse ela curvando seu corpo em minha direção para me tocar – Eu amo você – seus dedos frios tocam meu rosto.
Eu não me sentia amada por ela esse tempo todo, e não ia ser agora que vou aceitar isso tão facilmente.
Tiro sua mão do meu rosto e me levanto. Ela me olha com triste.
— Não sei o que pensou, o que achou que era melhor para mim, mas não concordo. Eu merecia saber o que estava acontecendo com você – disse enquanto enxugava as lágrimas no meu rosto – E ainda coloca alguém para fingir ser meu amigo. Realmente não sei como me sinto em relação a isso, se estou ofendida ou lisonjeada por pelo menos lembrar de mim.
— Filha, eu .... – não deixou ela terminar.
— Preciso ir, preciso pensar nas coisas que me disse – Ela se encolhe quando digo que vou embora.
— Você não vai mais voltar?
Por mais que minha cabeça esteja uma confusão, não consigo esquecer que ela estava doente. Isso pesa muito na minha consciência.
— Eu vou voltar. Quero saber como está sua saúde, mas me dar um tempo – ela não fala nada apenas acena parecendo derrotada.
Aquilo aperta meu coração.
Me vejo sentando de volta na cama e ergo seus ombros para que ela olhasse para mim.
— Eu me importo com você, mãe. Quando sou que estava doente fiquei louca de preocupação, só me deixa pensar, por favor – peço, e ela acena outra vez.
Não queria que ela ficasse pensando coisas ruins, sem falar que isso poderia piorar o seu quadro emocional. Não quero que isso aconteça , ainda mais se for por minha causa.
— Onde você tá ficando? Está precisando de algo? – quis saber preocupada.
— Não, estou bem. Não se preocupa, e vou deixar com o Weber o nome do hotel se isso te deixa mais tranquila – e sem mais beijo seu rosto e me levanto.
Saio da quarto atordoada. É um choque para mim saber que meu amigo Jacob não passava de um vigilante mandado por minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Gente se os capítulo 35 36 e37 juntos somarem 200 comentários volto na quinta feira.

Próximo capítulo é pensamentos de Edward. Vamos ver como ele tá se virando com a Mel.

Bjos!!!!