A caixa estava caída no chão, a arma estava em seu outro lado, mas as munições continuavam em cima do armário. Matthew estava perplexo. Eu olhei pra ele e ele estava me olhando. Porém der repente ele riu e disse:

– Não acredito que você tem uma arma de brinquedo! Acho que eu tenho umas mil lá em casa.

Eu estava paralisada, sem saber o que falar ou reagir, simplesmente estava chocada. Nem de longe isso parecia uma arma de brinquedo. Matt estava rindo quase caindo no chão, e eu paralisada.

– Ah sim,é de brinquedo - ri falsamente e coloquei a arma na caixa e em cima do armário de novo.

– Vai querer comer ou não? Porque se não eu vou embora... - disse ele apontando com o dedão para a porta.

– Você, senhor Matthew Lee Espinosa, paradinho ai - eu apontei a ele - passa a comida, ou então vou ser obrigada a te acertar com minha arma.

– Opa, a última coisa que eu quero agora é ser atingido por uma espuminha - ele disse rindo - melhor eu sentar.

Espuminha. É. Somente uma espuminha.

.....

Acordei com o som do despertador tocando. Mais um dia dessa vida. Mas uma merda de escola. E... O Nash.

O que eu iria fazer? Evitar ele a cada segundo da minha vida? Pegar minha arma, que no caso ainda é dele, e... Ai que merda eu sou uma otária. Porque eu não joguei aquela porra no chão junto com as outras mil armas que estava na minha roupa?

Porque fui deixar justo essa comigo?

Porque o Nash?

A cada segundo que se passava mais nervosa eu ficava. Passar mais 355 dias do ano com ele na minha sala. Na minha escola, no meu bairro. Isso com certeza não podia estar acontecendo.

Fui no banheiro e passei uma água no rosto para ver se eu conseguia tirar essa história da minha cabeça, porém não funcionou. Era o que se esperava né. Em todos esses anos que se passaram eu pensava que ele estaria preso, em sentença de morte. Mas ai ele me aparece na minha escola, na minha cidade, na minha vida.

Coloquei minha roupa, pensei em fazer uma chapinha, mais fiquei com preguiça então fui assim mesmo, sem pentear o cabelo, sem coque frouxo, sem maquiagem nem porra nenhuma. Já cansei dessas meninas com coque frouxo e moletom largo do namorado, parece que vivem a mesma vida, cagam no mesmo horário eu hem.

E enquanto eu menos esperava Matt aparece na minha porta. Legal, eu passando desodorante, sem blusa, com meus lindos, ele me aparece na minha porta. Ah poxa que legal. Adorei.

– MATT SAI DAQUI VOCÊ É LOUCO? -gritei pegando minha blusa e prendendo no sutiã para ele não ver nada.

– Não acho que você precise dessa blusa - ele se aproximou e tirou ela, então coloquei minha mão sobre... Tudo - Acho que você fica melhor sem ela - quando ele disse isso, fechou a porta com o pé e trancando a mesma.

Ele se aproximou mais de mim colando nossos rostos, e seus lábios agarraram os meus. Ele apertava minha cintura, e passava a mão em todas as partes do meu corpo. Batemos na parede, até chegarmos na cama. Ele virou sentando na cama, e minhas pernas estavam entrelaçadas em sia cintura. Conseguia sentir seu membro dando um pouco de sinal, então parei.

– O que foi? - Matt disse confuso olhando eu sair de seu colo.

– Matt, estamos atrasados e não podemos fazer sexo a essa hora da manhã qual é - eu disse como se fosse óbvio.

– Ah, e você vai me deixar assim? Isso é covardia Savanna Hans Buther! - ele disse apontando para seu enorme membro, enquanto eu gargalhava colocando a blusa. Se aproximei dele e beijei ele mais uma vez.

– Vai no banheiro e resolve isso - eu apontei para o banheiro - Enquanto isso eu arrumo o material e te espero na sala.

– Você é má - ele disse enquanto eu pegava minha mochila.

Arrumei o material e desci as escadas. Ah, meu celular, esqueci carregando. Voltei para o quarto e me deparei com uma cena linda. Matt colocando as calças.

– Opa - eu disse levantando os braços - só vim pegar meu celular.

– Tá, eu já acabei de qualquer jeito - ele disse revirando os olhos.

– Nossa, tá nervoso? - eu disse me aproximando dele.

– O que você acha? - ele disse como se fosse óbvio.

– Ah - eu disse dando um beijo nele - qual é - disse sando outro - não fica bravo - dessa vez dei no pescoço.

– Hrum - ele bufou rindo - que saco como eu posso ficar bravo com você?

– Ai que bom - me desgrudei dele, peguei o celular e gritei para ele descer.

......

– Savanna você podia parar de mexer no celular no meio da aula? - a professora gritou para mim.

– Não senhora - eu disse e virei meu rosto para o celular. Pude escutar algumas risadas atrás de mim.

– Então se você não se importa me entregue seu celular - ela disse estendendo o braço. E eu bufei.

– TÁ. Eu guardo. - eu disse e guardei o celular no meu estojo como sempre faço. Então a professora continuou dando sua infinita aula de física.

Para falar a verdade, estava mexendo no celular para evitar olhar para Nash, ou para evitar olhar para ele enquanto ele me olhava. Isso estava me irritando profundamente. Já não bastava ele ressurgir na minha vida, tinha que ficar me encarando. Mas puta que pariu em.

O sinal da aula tocou e sai da sala rapidamente para que ninguém pudesse me ver. Acho que não rolou.

– Você ta mesmo querendo perder seu celular né - Matt apareceu atrás de mim enquanto pegava meu material no armário.

– Eu só não queria parar de mexer ué - eu disse fechando o armário.

– Sabe o que eu percebi? - Matt me perguntou e eu neguei com a cabeça - Acho que o Nash gostou de você.

– QUÊ? - eu disse quase gritando - Quero dizer, como assim? Porque você acha isso? Ele disse alguma coisa de mim?

– Calma, eu só vi ele olhando para você na aula de física - ele disse.

– Ah tá - eu disse mais calma.

– Olha, eu tenho aula de Matemática agora - ele disse - Tenho que ir - ele depositou um beijo longo em meus lábios e saiu.

Pude perceber alguém, nos encarando. Só podia ser. Ele mesmo. O Grier. Pude perceber também ele vindo em minha direção. Tentei sair só que minha blusa ficou presa no armário. Ótima hora blusa. Obrigada te adoro.

– Savanna - Nash disse de uma forma mais inocente possível. Filho da puta do cara.. - Acho que precisamos conversar.

– Não acho que você precise decidir isso - eu disse finalmente desprendendo minha blusa do armário, porém ele me puxou pelo braço.

– Me solte antes que eu te mate - eu sussurrei a ele.

– Espero que não tenha desaprendido a mexer em uma arma - ele disse rindo.

– Você não tem nenhum direito.. - eu disse e ele me interrompeu.

– Olha Anna - ele ia dizendo porém dessa vez eu interrompi.

– Você não tem nenhum direito de me chamar assim - eu disse, ele ia falar alguma coisa mas eu não deixei - sabe o que você também não tem direito? De me fazer de trouxa, de fazer com que eu ache que você estava preso e morto, de voltar assim sem falar nada, de me chantagear, de me machucar, de me fazer chorar todos esses anos - eu disse e algumas lágrimas vieram, mas não deixei nenhuma delas cair.

– Savanna você acha que eu quis? Você acha que eu não fiquei preocupado? Você acha que eu não chorei? - ele disse quase chorando.

– Eu que... - eu ia dizendo mas ele não deixou eu continuar.

– A ultima coisa que eu queria é que você me abandonasse, eu nunca pensaria que iria perder o amor da minha vida. Você acha que eu ainda não choro? Eu penso todos os dias em você. Eu me preocupo onde você está ou se algum policial te pegou. Eu mato pessoas pensando que foram elas que a levaram você para algum lugar ou até mesmo te mataram - ele disse, mas não consegui falar nada. Não podia chorar em sua frente. Não agora.

– Você acha que não me dói agora que eu finalmente vejo que você está bem e salva, porém com outro? Eu estou sofrendo Savanna. Eu estou sofrendo por 3 anos. - ele disse e então limpou uma lágrima de seu rosto.

– Nash - eu disse a ele - se você não se importa eu estou atrasada.

Eu vi ele passando a mão por seu cabelo, que agora estava um pouco maior, e limpava suas lágrimas.

Nash o maior assassino e ladrão estava chorando

Estava chorando por mim.