Penumbra: Contos do Seriado Leis Renovadas escrita por BrunoCTorres


Capítulo 1
Conto1-Cartas Para o Fantasma do Halloween Passado


Notas iniciais do capítulo

Primeiro conto da série de contos anuais.



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Os sinos indicavam. Era Halloween.

As luzes dos postes da cidade de Atlos, iluminavam todas as ruas. As casas estavam decoradas com caveiras, teias, ossos, abóboras e muitos outros itens medonhos. As crianças e adolescentes não estavam diferentes. Fantasias eram apenas um jeito carinhoso de chamar aquilo. Elas estavam assustadoramente estranhas. Umas usavam maquiagem totalmente realistas, outras roupas cheias de sangue em suas estampas.

Julia Marotti saiu pela porta de sua casa, usando um vestido longo preto e estava cheia de manchas pelo rosto.

– Está preparada para a festa? –Matheus brinca ao cruzar a esquina da rua dela.

– Já estou pronta, amor. –Julia sorri, rodando para mostrar os detalhes da borda do vestido.

– Ah sim, pensei que ainda ia se maquiar. –Ele ri para ela, e Julia o bate. – Não posso mais brincar?

– Não. –Julia se enfurece. – Idiota.

– Não gosta mais de mim? –Matheus faz cara de triste.

– Não. –Ela responde.

– Posso dizer uma coisa? –Matheus mexe no cabelo dela e vai até o seu ouvido. – Não acredito.

Os dois caem na gargalhada, mas enquanto isso, algo estava movendo as folhas da moita perto deles.

Um olho surgiu no meio da moita.

E depois, um sorriso.

◊◊◊◊◊◊◊◊

Os sons de músicas misturadas irritavam os ouvidos de Lucas Almeida.

Preparar quase a festa toda sem muita ajuda, era outro item que irritava muito o pobre garoto.

Ele via todos andando de um lado para o outro, se fantasiando, correndo, pregando peças, jogando papel higiênico nas casas... Mas Almeida, ele não. Ele deveria ficar ali e por cada coisa em seu devido lugar.

– Oi, Almeida! –Bruno passa por ele e o cumprimenta.

Lucas abre um sorriso. Bruno fora a primeira pessoa educada a falar com ele durante toda aquela tarde trabalhando.

– Ei, Bruno!!! –Almeida berra e Bruno para de andar.

Ele se vira e anda em direção a Almeida.

– O que foi? –Ele pergunta. – Precisa de uma mãozinha?

– Não é isso, obrigado. –Almeida bate no ombro dele. – Preciso de algo, que acho que em algum lugar da sua casa deve ter. Pois procurei durante todo o meu tempo livre em casa, mas não achei por lá. Estou depositando minhas esperanças em você.

– Ah claro, diga!

Almeida diz algo para ele mas fora tão baixo que com muito esforço Bruno ouviu. Mas ele aceitou e recomendou que Almeida fosse a casa dele.

Mas havia alguém que queria saber o que eles falaram.

Alguém que estava em cima da árvore.

Ao lado deles.

◊◊◊◊◊◊◊◊

Henrique Veras estava preparando seu teclado no palco do Campus, para a festa. Os testes de som já haviam começado.

– Veras, tem como me fazer um favor? –Ana Clara pergunta a ele, em cima do palco.

– Diga... –Henrique parecia desconfiado com o pedido de ajuda.

– Preciso que vá até o Porão da minha casa! –Ana revela o que queria.

– Para...? –Ele fica curioso.

– Me ajudar a carregar uma coisa que ta lá em cima. E eu tenho medo... –Ana abaixa a voz quando diz que tem medo.

– Tudo bem. Te ajudo sim.

– Ai, obrigado! Você é um cavalheiro baixinho! –Ana pula e bate palmas.

◊◊◊◊◊◊◊◊

O porão estava totalmente escuro. Almeida não conseguia enxergar nada naquele aposento. Aliás, ele estava com medo. Ouvindo barulhos e ruídos. Quem não ficaria?

– DROGA, não achei o que o Bruno pediu... –Almeida da um tapa na própria perna. – Cadê aquela maldita caixa?

– Achei! –Uma voz comemorando é ouvida por Almeida.

Tinha mais alguém ali.

– Quem está ai? –Almeida pergunta mas logo se toca: - Se tiver realmente alguém aqui, creio que não vá responder o nome e CPF. Isso sempre acontece nos filmes de terror.

– Quem está aí? –A voz rebate.

– Eu perguntei primeiro. –Almeida treme.

– É o... –Na hora em que a voz iria se revelar, um som alto de rugido foi ouvido.

– O que foi isso? –Almeida procura a voz na escuridão.

– Não sei. Quero saber.

Almeida para e pensa. Ele se lembra da voz:

– Henrique?

– Sim! E você? –Henrique finalmente fala com uma voz mais neutra.

– Almeida.

Fora possível ouvir a respiração mais leve do menino pequeno.

Eles foram andando um para cada lado, com esperança de se baterem, ou mesmo ficar um perto do outro. Não foi o que aconteceu.

Henrique para no mesmo tempo de Almeida. Um em cada lado do porão.

Eles, ao mesmo tempo, sentem uma respiração de alguém no ombro.

– Almeida, é você? –Henrique pergunta, estremecendo.

– Eu o que? –Almeida pergunta.

– Que está respirando perto de mim.

– Pensei que fosse você, em mim. –Ele responde.

Uma luz totalmente significante é posta no meio do aposento. Ela vinha de uma janela no meio de uma parede.

Os dois vão virando para trás devagar, sem saber o que esperar. Era tão devagar, que os pés não se moviam direito.

No momento em que os dois viram, cada um se vê de frente para um menino. O na frente de Almeida era louro e usava uma faixa preta tapando quase totalmente o rosto, só deixava de fora a boca, o nariz e os olhos.

Em frente ao Henrique um menino moreno do mesmo jeito que o outro estava.

– SAAAAAAAAAI! –Almeida grita e soca o menino.

Henrique faz o mesmo.

Os dois meninos mascarados mostram facões e ameaçam a cortar a cabeça de Henrique e Almeida.

Os mesmos saem correndo até a porta. Tentam abrir, mas não dá. Ela estava trancada.

– CADÊ A CHAVE? –Henrique berra.

– CADÊ? –Almeida grita junto.

Ninguém responde.

Eles começam a esmurrar a porta até um grito do lado de fora ecoar.

– ESTOU TENTANTO ABRIR! ESPEREM! –Uma voz feminina.

– ESPEREM! VOU ARROMBAR A PORTA! –Uma outra, masculina, grita. – SAIAM DE PERTO!

Os dois mascarados somem do nada e a porta caí no chão.

Davi e Raphaella, uma menina magra e ruiva.

– O que houve, meninos? –Ela pergunta.

– Eles parecem não estar bem. –Davi acerta. – Venham conosco!

Eles saem e a porta se fecha.

No mesmo momento, dentro do Porão, os dois meninos saem das sombras. Um deles tira a máscara preta do rosto.

◊◊◊◊◊◊◊◊

– JOSÉ CARLOS, ME AJUDA! –Raphaella abre a porta com um chute.

Ela estava entrando no quarto dele. Junto com Almeida, Davi e Henrique.

– O que foi? Pra que tanta gritaria? –José levanta da cadeira. – E ah, a minha porta...

– ESQUECE A PORTA! –Davi grita.

– Menino, não se exalte. –José exige, e aponta o dedo para ele.

Davi abaixa a cabeça e respira.

– Aconteceu algo com Almeida e Henrique no Porão da casa dos seis. –Raphaella continua assustada.

– Os seis de Atlos? –José pergunta, calmo.

– SIM, JOSÉ!! –Davi berra.

José apenas levanta o dedo e Davi para e respira novamente.

José sorri.

– Eu acho que sei o que é. Sei quem foi. –Raphaella afirma com todas as forças que tem.

Julia e Matheus entram no quarto, correndo.

A maquiagem da Julia estava borrada, e Matheus estava com a capa de Conde Drácula rasgada.

– Demoramos? –Julia pergunta com a voz falhando.

– Sim. –Davi afirma.

– Desculpe. Tivemos alguns problemas no caminho. –Matheus fala e olha para Julia.

Ela balança a cabeça que sim.

– Mas Raphaella, -Almeida começa a falar, sem entender nada do que eles estavam falando. – Eram duas pessoas, não?

– Sim. –Davi confirma.

– Mas eram foram mandadas por uma única pessoa.

– Será que foi a mesma pessoa que fiz isso conosco, Matheus? –Julia mostra a beirada do vestido rasgada.

– Sim. Eu sei que foi. –Raphaella afirma.

– Mas Rapha, como podemos ter tanta certeza? –José pergunta, indo direto ao seu computador. – Preciso checar as câmeras.

Henrique se espanta ao ver todo o Campus divido em pequenas telas no computador de José Carlos.

– Vocês monitoram o Campus a quanto tempo? –Ele pergunta com a mão na boca.

– Desde quando tivemos notícias sobre o Fantasma. –Davi responde.

Almeida fica desconfiado e assustado:

– QUE FANTASMA? –Ele vai perdendo o ar aos poucos.

– ‘’Fantasma’’ é como nos chamamos a pessoa que fez isso com vocês! –José explica.

– Então o FANTASMA fez isso com a gente? –Henrique pergunta, ainda apavorado.

– Sim. O fantasma do halloween passado. –Raphaella diz, curta e grossa.


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Notas finais do capítulo

CONFIRA NO PRÓXIMO ANO A CONTINUAÇÃO!



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