Beyond escrita por Ilana Marques, JennyMNZ
Notas iniciais do capítulo
Hoje eu estou The Flash.
Entrei na sala e ela já havia se instalado na última fila de cadeiras. Joguei a mochila na carteira ao lado da sua.
– Você não vai me deixar em paz mesmo, não é? – Ela me lançou um olhar glacial.
– Talvez... Mas o que eu deixo ou não de fazer, não é da sua conta, certo? – Ela engoliu em seco e baixou a cabeça – Mas se você quiser minha companhia, eu posso te dar uma chance...
Naquele instante escutei um baque surdo na parede e risadas estrondosas ecoaram pelo corredor. Brisa pronunciou algo inaudível. As jogadoras de vôlei entraram na sala.
– Ei! – A mais alta delas gritou – Ela tomou o nosso lugar!
As outras três se voltaram para Brisa, que começou a recolher suas coisas e mudar-se de lugar quando a professora chegou.
– Bom dia. Sentem-se todos. – A professora Marta era conhecida como “carrancuda”, e fazia jus ao nome.
As jogadoras sentaram-se e uma delas virou-se para trás e passou o polegar sobre a garganta, indicando o fim de Brisa.
A professora pôs-se a copiar no quadro enquanto a gangue jogava bolinhas de papel nos alunos da frente.
Qual era o problema daquela gente que não se indignava com aquelas meninas? Nem a professora fazia parar aquela baderna. Elas riam e faziam chacota com os outros. E ninguém se importava em fazer aquela falta de respeito parar.
– Professora, é para copiar? – a jogadora de cabelos loiros perguntou.
– Não, pra tirar foto. – a professora respondeu e toda a sala riu.
– Então sai da frente pra foto não ficar feia...
Disfarcei a gargalhada com uma tosse. Praticamente o resto inteiro da sala segurou os risos ou tapou a boca discretamente para esconder os largos sorrisos. Não importa quão boa era a resposta, ninguém gostaria de arriscar com a Carrancuda.
A professora passou de branca para vermelha e logo roxa. E explodiu em uma manifestação de raiva.
– Já pra fora você e suas amiguinhas! Nos vemos na sala do diretor.
As cinco saíram fazendo bagunça e confrontando a professora. Olhei Brisa que parecia mais aliviada. Pensei tê-la escutado pronunciar baixinho um “graças a Deus”, mas deixei para lá. Ela puxou a manga do seu capote para cima deixando seu antebraço exposto.
Ela era tão branca que eu quase podia ver o rio de sangue correndo através de sua pele translúcida. Então virou o braço e eu pude ver uma marca roxa nele.
– O que foi isso? – perguntei apontando para o hematoma.
– Nada – ela respondeu puxando o casaco até seu pulso novamente.
Uma vozinha ecoou no fundo da minha cabeça.
Há algo mais...
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