Os treinamentos ministrados por Soifon e Ukitake eram muito promissores, tanto que a garota já empunhava sua própria zampakutou e Shunsui após assistir alguns de seus treinamentos teve uma ideia que logo a principio não agradara os Shihouins, porém com um pouco de conversa e dizendo ser melhor para sua futura condição de líder, alegando que se o pai tivesse seguindo carreira, mesmo por curto período, ele teria se salvado e a esposa, com essa razão o conselho cedeu, porém exigiram uma apresentação extraordinária já que se tratava de uma Shihouin, que ela não faria provas com os outros iniciantes, já que teve por professores dois taichous pro eficientes do Gotei 13, o Comandante achou mais que justo.

Yoruhani recebera a noticia pelos seus mestres que estavam muito felizes, pois já disputavam qual bantai a menina integraria. A Shihouin ficara muito contente e assim que encontrou sua tia na floresta onde treinavam escondidas, anunciou a nova para a neko, que a principio ficara com o pé atrás, entretanto logo concordou contanto que a menina não se expusesse muito a perigos.

Shunsui agendara a tal reunião com os representantes dos bantais, ou seja, taichous e fukutaichous, entre eles o orgulhoso e impassível Byakuya, que não via importância em uma reunião da qual nem sabia o motivo, exceto Soifon e Juushirou, que nem imaginavam a surpresa que teriam, no dia marcado em uma arena de treino, estavam os taichous e fukutaichous de um lado, do outro um trio de anciões, entre eles uma velha senhora, era Emir com seu doce sorriso, aguardavam ansiosos a apresentação de sua menina. O que os deixou ainda mais curiosos, contudo o nobre fitava-os, eles não lhe eram estranhos.

– Bem, primeiro gostaria de agradecer a todos os presentes por comparecerem, essa suposta reunião é nada mais que a apresentação de uma shinigami e futura líder de uma das maiores famílias nobres que já existiu, desta renomada família já vieram grandes shinigamis, entre eles taichous.

– o que?! O senhor nos chamou aqui somente por isso? Para recebermos um aspirante de shinigami! Porque ele não esperou as provas como todos os iniciantes, o que ele tem de especial? – irrita-se um fukutaichou.

Este se sentou encolhido ao notar os olhares raivosos que os anciões, Soifon e Ukitake lhe lançavam. Aquela história agradou o nobre líder, que se pôs na arena:

– Então eu serei o oponente dessa nobre! – diz o nobre espantando a todos com seu ato.

– Não Kichiki taichou, eu serei a oponente dela...- A taichou é interrompida.

Shunsui anuncia: - Sinto muito Soigon taichou, porém nem você e nem Ukitake taichou poderão o ser, são seus mestres e são muito apegados a ela.Arigatoo Kuchiki taichou, pediria a um tenente, todavia é uma honra o senhor ter aceitado sem ao menos pedir. Nossa aspirante fora treinada durante alguns anos por Ukitake taichou e Soigon taichou, por isso entre outras razões eu marquei essa cerimônia com vocês. Apresente-se Shihouin Yoruhani!

A capitã e Ukitake sentam-se enfurecidos. Todos se levantam assustados, até o próprio Byakuya perde sua feição apática ao ouvir o nome Shihouin, pois desde os tempos de Yrouichi não recebiam um Shihouin no Gotei 13. A menina surge de forma esplêndida num piscar de olhos, fazendo reverência a seus avós, mestres, os presentes e somente depois saúda seu oponente:

– Ohayou gozaimasu! Hajimemashite doozo yoroshike Kuchiki taichou ... Kuchiki?!- reflete um pouco mais e levanta o rosto:- Aiiiii, Kuchiki?! –pula com o susto para trás, fazendo uma carinha de medo e pânico, com as mãos ao peito ao encara-lo.

‘Esses olhos?! São tão semelhantes aos daquela menina! Seria ela em minha frente, seria uma Shihouin?! – o nobre entra em transe quando seus olhares cruzaram-se.

Logo a menina reparou o capitão à sua frente, era igual ao homem que a salvara, tinha certeza, aqueles olhos eram o mesmo, mas estava um pouco diferente, vazios e frios, contudo confirmaria sua suspeita quando ouvisse sua voz. Já Byakuya sem entender passou o olhar pela jovem, era ela, não tinha duvidas, porém jamais a imaginara ali em sua frente, adulta, formosa, dona de uma beleza incomum: de longos cabelos azuis com mechas negras, lisos na raiz, nas pontas enormes caracóis contrastavam com aqueles adocicados orbes dourados, grandes, cheios de ternura. O corpo mesmo coberto notava-se escultural, talvez fosse característica das mulheres desse Clã, a pele morena clara, aparentava-se aveludada.

– E somente para informar os senseis da Yoruhani-chan, que após uma conversa com seus responsáveis, a menina poderá integrar qualquer bantai em que for aceita exceto o 2º bantai e 13º bantai, devido à sua proximidade com a menina, não será bom para ela. – anuncia Shunsui quebrando o silêncio.

– Como assim? Isso não é justo! – protesta o meigo taichou.

Já a chinesa explode, partindo para cima do Comandante, que se escondeu atrás de outros taichous, contudo fora novamente contida por Ukitake com dificuldade: - Isso não é justo, nós a treinamos, já havíamos até dividido o período que ela passaria em cada bantai. Não se separa um filho dos pais. – elucida a chinesa triste.

– É por isso que será melhor para todos, ela manter distância de vocês por um tempo. – Shunsui responde escondido.

Soifon senta-se bufando, ainda sendo contida por Ukitake, que deixou de sorrir desde que ouvira tal condição.

– Iniciemos logo sua apresentação Shihouin, não tenho tempo à perder.- fala o nobre gélido desembainhando Sembozakura..

– Hai Kuchiki taichou! – responde a menina, que trajava um shihakusho diferente, blusa rosa, calça vermelha, com uma larga obe dourada, que jazia um grande laço nas costas, onde guardava sua zampakutou, que do cabo ao acúleo da lâmina somava três palmos seus, a lâmina era acobreada, com o cabo prata, posicionando assim que o Comandante sinalizou.

Ela avançara rapidamente em direção ao impassível capitão, que já se preparava para o impacto das lâminas, mas... ela some de sua frente. Sem virá o rosto para o lado, impede um golpe próximo ao seu pescoço. Ficando assim por um tempo, ele parado defendendo-se de ataques surpresas, em certo momento, Yoruhani surge se apoiando com as mãos, de cabeça para baixo, em seus ombros, ele ergue o olhar e depara-se com aqueles dois grandes orbes dourados o fitando alegremente. A garota focalizou reiatsu nas pernas, se jogando para trás em direção do solo, arremessando o taichou contra uma parede, porém o nobre desaparece antes de se aproximar da parede. Ressurgindo ao seu lado, dessa vez decidiu leva-la um pouco a sério e o tilintar das katanas ressoava aqui e ali, a menina não decepcionara Ukitake com suas habilidades de zanjutsu, porém o nobre demonstrou aos poucos que era mestre nessa técnica.

– parabéns Shihouin, porém tens muito que aperfeiçoar. Quero ver como te sais no Kidou, - fala o nobre apático.

– Eu sei que jamais me compararia com o senhor e longe do meu pensar, mas eu tenho ótimos professores e faço o meu melhor Kuchiki taichou.

Byakuya então lança vários byakurais, atordoando a menina, que desviava como podia, os hadous eram rápidos e precisos, não lhe dando tempo para refletir, sendo acertada por um, parando longe com o rosto na terra.levanta-se dificultosa cuspindo areia.

– Eca! Não me lembrava de que areia era tão ruim!

–Você já provou areia?! – pergunta o taichou intrigado.

–Oras, até parece que o senhor nunca foi criança! Nessa fase fazemos muitas travessuras. Mas, voltemos ao que interessa neste momento: Hahou nº 31 Shakkahou! – grita disparando o ataque.

Byakuya esquiva e o hadou faz um estrago no muro atrás de si. Deixando os outros perturbados, mas Soifon e Juushirou contentes.

– Hadou nº32 Oukasen! – conjura, porém o taichou desvia-se novamente.

– Bakudou nº 9 Geki! – diz o nobre a paralisado. – teus ataques são fortes, contudo a precisão necessita desenvolvê-la. Terminemos com isso agora.

– Isso não é bom, espero que não use sua bankai ou adeus Yoruhani. Aiii..como aperta!- tentava se soltar.

– Hadou nº 33 Soukatsui! – profere lentamente.

– Socor...Aiiiii! – grita a menina sendo alvejada pelo ataque, caindo ao chão em seguida.

– Foi uma perda de tempo! – elucida o nobre dando-lhe as costas.

– Es-espera Kuchiki taichou, eu ainda não desistir, eu não treinei toda a minha infância e adolescência à toa, a mais coisas em jogo que o senhor imagina! – fala a menina levantando-se com muita dificuldade, pondo-se a encara-lo.

– Menina. Não quero machucá-la de verdade. Volte para casa e treine mais. – diz o nobre virando-se para ela, mas espantou-se ao vê-la: - isso não é possível, és muito inexperiente!

Todos se põem de pé e ficam a admira-la sobressaltados. A menina parecia estar em transe, parada, quase sem respirar: ela escutava uma voz grave e suave lhe dizendo: - Yaku!- Ela se viu em um mundo de chamas, os sóis fulminantes, vulcões em total erupção, o calor alucinante e o vapor denso, ela caminhava entre chamas enormes, mas não se queimava: - Sinta o fogo que tudo destrói, mostre-se senhora e não serva. Aspire ao denso vapor das águas escaldantes, domine as flamas perenes, anuncia-me: Kasai no Tenshin! O senhor das chamas eternas!

– Yaku!- todos ficam perplexos: - Kasai no Tenshin!- surgindo em suas mãos duas chamas em tons azul e branco, ao juntá-las ficam vermelhas e enrolam-se como trepadeiras até os ombros, ficando dois ramos compridos sobre as mãos. Ela abre os olhos e chicoteia o solo, logo os ramos crescem e flamejam violentamente. Yoruhani avança em direção ao taichou, que com certa dificuldade desvia-se dos golpes violentos e destrutivos.

Todos assistiam espantados, Ukitake e Soifon alegres e orgulhosos, já Emir:

– Essa é minha princesa Shihouin. Muito bem querida! – gritava alegre assustando os dois anciões ao seu lado.

– Jigoku no tsuna! – ela agita seus chicotes, atingindo o ombro esquerdo do nobre.

Byakuya acha aquilo uma audácia e lança outro byakurai, dessa vez bem potente, acertando a pequena Shihouin, que tomba fortemente ao chão, desfazendo sua shikai. Ela se apoia sobre os braços trêmulos:

– Você, você... é.. muito mal... – chora o encarando triste.

Ele nota aquela mesma expressão e se aproxima dela, agachando-se, levando uma das mãos ao rosto feminino que cora bruscamente: - não tenhas medo minha criança, eu estou aqui! – sorrir docemente somente para ela.

Yoruhani arregala bem os olhos de surpresa, deixando os orbes dourados bem visíveis: - era, era o senhor mesmo, naquele dia?! – sorrir ternamente: - eu queria...

– amanhã conversamos a respeito disso, quero você em meu bantai. – ele a ajuda levantar-se.

– Já que eu não posso escolher o 2º ou 13º, seria uma honra Kuchiki taichou!

Ele se afasta lentamente, enquanto a menina era confortada por seus avós e senseis. Byakuya vira-se e elucida alto: - Shihouin Yoruhani espero-te amanhã bem cedo no 6º bantai.

– Hai taichou! – ela sorrir docemente.

– Então estar tudo decidido, Yoru-chan integrará o 6º bantai, isso não é legal... Velho amigo tire essa capitã furiosa de perto de mim. – grita Shunsui correndo de Soifon.

– Volte aqui seu infame, eu irei te matar por tirar de nós nossa criança!!!- dizia a chinesa furiosa.

– Soifon sensei, eu irei sempre visitá-la, treinaremos juntas ainda e sempre poderemos marcar chás, piqueniques ou jantares. – relata Yoruhani tentando acalma-la.

– Você promete mesmo que não vai nos abandonar?todos aqui são testemunhas! – a capitã abraça a menina.

– Mas é claro sensei, e se por acaso a senhora se sentir sozinha, Ukitake sensei é ótima companhia! Foram inúmeras vezes que os encontrei conversando e eu não era o assunto.

Os dois taichous ficam vermelhos e sem jeito, Juushirou responde: - somos companheiros de profissão e seus mestres, sempre temos assuntos incomuns.

–È isso mesmo, eram só assuntos de trabalho, não pense besteiras! – anuncia vermelha Soifon

– Tudo bem! Contudo assuntos de trabalhos se resolvem em escritórios e não debaixo de arvores com xícaras de chás e biscoitos.... aaaa.... – grita menina correndo.

– Agora você passou dos limites sua menina abusada! Volte aqui. – ordena Soifon furiosa.

– Emir-sama a senhora acha que se ela arrumasse um marido ou um namorado, Soifon taichou ficaria mais doce? – pergunta Shunsui se aproximando devagar.

– Provavelmente, mas não a vejo como uma pessoa violenta, ela é um doce, não verdade Juushirou-sama?- sorri a anciã.

– A senhora tem toda razão Emir-sama!- responde o meigo taichou vermelho.

Já um pouco longe dali, um gélido capitão, conhecido por ser frio, agir aristocrático, sereno e apático, caminhava um tanto alegre, porém sem demonstrar no rosto, contudo os pensamentos nas nuvens, estava feliz por ter reencontrado a menina dos olhos dourados que salvara, e agora adulta e mui bela. De família nobre, reprovando-se por estar agindo estranho a seu ver. Mas como não ficaria feliz, pois sonhava com aquela situação noites afins sem saber o paradeiro da garota, não deveria tê-la deixado e seguido o hollow, não sabia o porquê, mas achava que deveria se redimir e para isso deveria mantê-la próxima de si.

Durante a noite, Yoruhani estava sentada no alto de uma ameixeira em seu jardim, olhando o luar, muito feliz, tanto que não tinha sono: - Quem poderia imaginar que o homem que me salvou a partir de amanhã será meu taichou?! Dizem que ele é muito arrogante, porém agiu tão diferente comigo quando abrir o berreiro! Ele é tão lindo! Meu Deus! Como deverei agir perante ele? Kuchiki taichou no bantai, mas, e fora como deverei tratá-lo? E se ele não quiser ouvir o que tenho guardado todos esse tempo?

– Querida venha dormir. – gritava Emir lá embaixo.

– Estou sem sono obaa.

– Mas você deverá levantar cedo amanhã, Kuchiki Byakuya detesta atrasos.ainda mais em seu primeiro dia de trabalho.

– É verdade! Estou descendo obaa! – ela suspira profundamente: - Até amanhã...Byakuya-sama, meu herói!