Half A Heart escrita por Mr Shel


Capítulo 1
Firefly


Notas iniciais do capítulo

Olá turma!!! Passei terríveis dias sem criatividade alguma, até que... BAMMM! Essa ideia surgiu. Acho que a música Half a Heart foi minha grande salvação, não é?



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Os olhos flamejantes de Leo transmitiam medo. Jason caminhava ao seu lado.

— Leo, — Jason chamou — Vá mais devagar.

— Desculpe, Jay.

Jason entrelaçou o braço direito ao pescoço de Leo. A cabeça do garoto girava.

— Precisamos arrancar esse intruso do seu peito. — Leo indagou.

— Você é bom com máquinas, não com pessoas. Está vendo essa coisa batendo aqui dentro? — Jason apontou para o coração — Se eu deixar você retirar a flecha, meu coração vai saltar daqui também.

Se Leo pudesse trocar seus dotes com máquinas por um simples título de cirurgião, o faria. Tudo o que mais queria era livrar Jason daquela flecha. Apesar de ver o louro caçoando dele, Jason não conseguia disfarçar a dor que ali habitava.

— Vamos. — Leo o puxou — Deite ali.

— Não, Leo. Estou bem. Só faltam duas horas de caminhada para chegarmos ao acampamento. — Jason balançou os braços negativamente.

— Você foi atingido por uma flecha de bronze celestial e ainda tem a audácia de dizer que está “bem”? — Leo retrucou. — Deite aqui, ou eu transformo você em um lança chamas.

— Desde quando virou cirurgião? — Jason gemeu de dor.

— Desde quando isso importa? — Leo respondeu.

— Leo, é a minha vida!

— Sei muito bem o que faço, tá legal? — Leo mentiu. — Não vou deixar você morrer! Agora venha e pare de reclamar.

Jason sentou nas raízes das árvores. Flores alaranjadas brotavam do tronco, o cheiro encantador acalmou Jason instantaneamente. O louro recostou a cabeça no tronco da árvore e deixou uma lágrima escapar diante da dor.

Naquele momento, o pânico dominou o corpo de Leo. Ele tinha que, de alguma forma, retirar aquela flecha de bronze celestial do peito de Jason. Caso contrário, seu coração seria enterrado junto com o do semideus, — que nesse momento, o encarava com aqueles olhos tempestuosos — Leo não se perdoaria caso o pior acontecesse. Escondia o interesse por Jason a meses, tudo o que mais queria era ver Jason feliz. Se contentaria até em apenas observar as estrelas ao lado dele. Sem palavras. Sem contato. Apenas com o silêncio. E o poder que seus olhos adquiriam naquele momento: a observação.

— Não precisa provar nada, Leo.

— Provar o quê? — Leo olhou à volta.

— Você sabe. Eu sei. Nós sabemos. — Jason sorriu.

— Do que exatamente está falando?

— Percebi seus olhares para mim a muito tempo. Sei o que sente. — Jason sussurrou.

Leo engoliu seco.

Como isso é possível? Leo pensou. Não pode estar acontecendo.

Jason abafou um grito. O espanto do louro fez Leo acordar. Quando se deu conta, suas mãos e tudo que estava muito próximo à ele estava pegando fogo. Jason se afastou cautelosamente. O sangue jorrava do peito dele. Leo precisava agir rápido.

— Eu não estou afim de você, se é o que está pensando. — Leo disse, fazendo as chamas diluírem

— Está sim, dominador de labaredas. — Jason brincou. Seu sorriso encantou Leo e fez com que ele relaxasse.

Jason tossiu. Sangue escorria pela sua boca. Os dentes banhados no sangue esboçavam um sorriso magnífico. Seus olhos perdiam a cor. E seus cabelos acinzentavam cada vez mais.

— Percy me disse que...

— O que aquela sereia idiota te disse? — Leo xingou em grego.

— Percy me disse que você dorme com o meu casaco. Aquele que “perdi” na caçada das Hidras. — Jason falou, num tom confortável.

— É seu? Poxa, mais tarde eu devolvo. Aposto que quando voltarmos todos ficarão mais tranquilos... — Leo disse.

— Não mude de assunto, Valdez. Você sabe que o casaco era meu...

Merda!

— O casaco ainda é seu.

— Não, não é. Agora ele é seu.

Leo corou.

— Chega. Cale a boca e deixe-me tratar desse enfeite aí no seu peito. — Leo mudou de assunto novamente.

— Como quiser, Dr. Valdez. — Jason gargalhou. Leo admirava a forma com que Jason lidava com a dor; ainda sorrindo, descontraindo aquele clima. — Só quero que saiba que eu também... durmo com seu colete favorito. Aquele que “perdeu” na batalha contra uma das crias do Mundo Inferior.

Leo sentiu seu peito pegar fogo. A camiseta se desfez diante das chamas. O reflexo das labaredas nos óculos de Jason deixava Leo aflito. — Fogos de artifício estavam prestes a decolar do peito do garoto.

Jason fechou os olhos.

Leo começou a agir diante do ferimento — o sangue empoçava ao redor dos semideuses.

XXX

Não faça isso comigo, Grace! Não ouse. Não morra sem que pelo menos eu não possa dizer que te amo incondicionalmente.

Leo rasgou a camiseta de Jason. A pele do semideus formigava com o sangue de Jason hospedado ali.

Se não consigo me controlar diante do sangue. Como vou poder salva-lo? Leo pensou.

Leo tocou a flecha. Raios tomaram conta de seus dedos. Logo acompanhou os batimentos cardíacos de Jason atentamente. O ritmo estava desacelerando.

Com cuidado, Leo desenhou envolta do ferimento de Jason. Suas habilidades artísticas nunca foram das melhores. Mas naquele momento, sabia exatamente como fazer cada traço; sem erros e lamentações. Metade de um coração estava gravado com sangue no peito do louro.

— Sabe o que mais me atraiu em você? — Leo perguntou, vendo Jason inconsciente. — Seu péssimo senso de humor. Seu péssimo jeito de lidar com as coisas. — Leo fechou os punhos. — Enquanto o Valdez aqui encarava tudo com seriedade. Você tratava tudo na base da brincadeira. Esse era o meu papel! Fazer todos rirem em momentos difíceis era o meu dever...

Leo chorava. As lágrimas escorriam como lava vulcânica. Enquanto Jason continuava desacordado, com uma expressão serena. Como se pudesse ouvir Leo, mas não conseguisse responder. Leo mergulhou os dedos no sangue de Jason. As gotas abandonavam a pele mista de Leo. O semideus desenhou em seu próprio peito outra metade de um coração. As lágrimas caíam por cima do desenho, borrando-o levemente. Leo conteve a explosão. Sua cabeça estava um caos. Era como se mísseis acertassem sua cabeça todo o tempo.

Isso literalmente vai provar o que sinto, Jason Grace. No final, morreremos como dois amantes.

Leo abriu os braços, ergueu a cabeça e gritou para o céu.

— Eu amo você, tempestade!

Gosta de ouvir isso?

Raios despencavam do céu. Atingindo a floresta e incendiando as árvores como granadas prontas para explodir. Erupções cercavam os semideuses abruptamente.

Jason recuperava a consciência aos poucos. Abrindo os braços lentamente. Sua boca permanecia fechada. Os olhos retomavam às cores tônicas de antes.

— EU AMO VOCÊ, VALDEZ! — A voz de Jason ecoava nos céus. O timbre brincalhão do louro era representado por trovões agressivos. Raios partiam as nuvens, trazendo as chamas para a terra.

Em seu último movimento. Jason levantou a cabeça e fez com que raios afundassem a flecha de bronze celestial ainda mais em seu peito, deixando a ponta ainda mais brilhante e convidativa.

Sei o que você quer. Agora, somos apenas um coração.

Leo se jogou em cima de Jason. A flecha mirava diretamente para o peito do semideus.

Durante a queda, Leo imaginou os espíritos partindo do corpo mortal e dançando no meio do caos que a floresta se encontrava.

A flecha perfurou o coração do filho de Hefesto. Liberando pequenas chamas, que se misturavam as pequenas correntes elétricas que corriam pelo bronze.

— Agora, essa flecha se tornará uma arma celestial, — Leo disse, sangue jorrava de sua boca. — será temida por todos os amantes que habitarem essa terra. E esse bosque carregará o nosso nome.

Neste momento, um redemoinho foi criado em cima dos semideuses. Leo sorriu e deixou chamas escaparem aos céus. O fogo misturou-se ao vento, transformando-o num majestoso furacão flamejante. Por onde passava, destruía as folhagens, e, com certeza, todos os seres vivos que ali habitavam. Raios circundavam o furacão, dando-lhe mais força. A partir daquele momento, todos temeriam as chamas que alcançavam os céus...

Essa é a força do verdadeiro amor...

XXX

CEM ANOS DEPOIS

XXX

— Este parque era considerado sagrado diante da época de semideuses nessa terra. — dizia a guia turística — Aqui, dois semideuses misturaram seus poderes divinos durante a morte. Os heróis Leo Valdez e Jason Grace salvaram o Acampamento Meio-Sangue durante anos. E, o tornado flamejante ainda marca terras por aí, mostrando a força do amor entre dois jovens que não tiveram a chance de desfrutar de tudo aquilo que é mais sagrado entre seres vivos... o amor.

Turistas tiravam fotos e comentavam sobre o acontecimento devastador....


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Notas finais do capítulo

Bjos, do tio Shel. ;)



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