Antes...

No meu primeiro beijo, eu fiquei tão assustada, que não tive coragem de olhar para o Girassol. Pensei que depois do beijo, ele iria me deixar de lado, não falaria comigo como antes, mas não, ele fez a nossa amizade ainda mais divertida. Depois de saber que ele havia ido até ao meu pai com a intenção de fazê-lo permitir o nosso namoro, Girassol tentava o possível ficar perto de mim. Sempre queria andar comigo abraçado ou de mãos dadas. E eu amava aquilo. Mas sempre ficava irritado, pois quando queria uma aproximação a mais, eu lhe recordava que teria que esperar até eu fazer dezesseis anos.

Seu carinho aumentava cada vez mais a partir que crescíamos. Quando fiz Treze anos, tive que mudar de Escola, eu estava tão apavorada com isso que passei dias sem dormir. Girassol ficou tão preocupado comigo, que mudou de Escola também, e fez os seus irmãos fazerem o mesmo.

Houve um dia que ele apareceu na minha casa sem avisar, e nesse mesmo dia meu humor não estava um dos melhores. Ele tinha mania, às vezes, de entrar no meu quarto sem bater, e nesses “às vezes” sempre é quando eu estava dormindo.

Foi com um carinho no meu rosto que eu acordei. Ele estava me olhando com um pequeno sorriso no rosto. Olhei o relógio no criado mudo, e vi que era seis da manhã. Meu sangue ferveu. Ele estava me acordando às seis da manhã! Levantei-me, peguei seu braço e expulsei do meu quarto; chamei um segurança e mandei-o colocar pra fora da minha casa. Antes de voltar pro meu quarto vi sua expressão de confuso.

Subi de volta ao meu quarto, e fui direto ao banheiro. Estava com dor de estomago, e com ânsia.

Talvez o meu grito tivesse sido escutado até do outro lado da cidade. Olhei-me no espelho, e vi o meu estado. Estava branca, e com os olhos vermelhos. Eu estava tendo uma hemorragia interna!

A porta do banheiro foi praticamente arrombada, por um estante pensei que fosse o segurança, mas era o Loirinho. Ele correu até mim e me abraçou. Olhou ao redor e procurou algo que fosse o motivo do meu grito, apenas pedi-lhe que fosse chamar a minha mãe.

Minha mãe, depois de ouvir tudo, me olhou e com os olhos marejados me abraçou. Comecei a chorar. Ela estava quase chorando, ou seja, eu estava preste a morrer. Mas ela apenas me entregou um pacote de absorvente.

Depois de tomar um comprimido, que me deixou um pouco grogue, deitei-me na cama. Girassol, tinha ido até a farmácia, e na volta passou na sorveteria. Ele passou o dia inteiro ao meu lado. Ouvindo minhas reclamações, e concordando com todas elas. Assistiu todo tipo de filme comigo, até aqueles que mais odiava.

E eram esses tipos de demonstrações de carinho, que me fazia ficar mais encantada por ele. E que me tranquilizavam, por esperar tanto pelo dia do pedido. Até lá vivíamos como amigos, com uma amizade diferente.

No momento que acordei no dia do meu aniversario de dezesseis anos, eu sabia que acabaria muito bem. E acabou. Meu melhor amigo, Girassol, o garoto que conheci no quintal do hotel do meu pai, me pediu em namoro, em frente ao mar, e em baixo da mesma lua que presenciou o nosso primeiro beijo.

Meu pai, como tinha prometido, permitiu o nosso namoro. Como comemoração, Girassol, me convidou para o nosso primeiro encontro. Foi na praia. No mesmo lugar onde o pedido de namoro aconteceu. O piquenique aconteceu das oito da noite até às cinco da manhã.

Com dois anos de namoro, recebi uma noticia que mudou toda a minha vida.

Girassol, eu, e toda a família recebemos a noticia, de que ele estava preste a fazer uma turnê!

Alguns meses antes do meu aniversario, ele substituiu o cantor da banda, que estava doente, e estava impossibilitado de se apresentar. O loirinho, com o seu desempenho, fez todos que estavam ali, no restaurante, se levantarem para aplaudir. Seu pai ficou encantado, e fez com que ele dividisse os dias com a banda. Em poucas semanas ele já estava nas rádios e na TV.

O ajudei escrevendo as músicas. Mas sempre dava algo errado, pois, no lugar de se concentrar pra escrever, ele me agarrava, e algumas vezes, acabávamos sem música no final do dia.

Eu havia criado um projeto com a minha mãe. Seria uma escola de música para crianças com deficiência, e não. O Projeto ocupava a maior parte do meu tempo, tanto que passei alguns dias sem ver o Girassol. Não pude nem me despedir dele, e que resultou, de eu comprar uma passagem para Londres.

Com Dez e Trish, minha viagem foi um tanto divertida. Os conheci no tempo em que mudei de Escola. Fiz uma amizade incrível com Trish, cuja tem uma personalidade forte, e Girassol com Dez, garoto mais louco e divertido que conheço. O namoro foi anunciado no meio da festa do meu aniversario, onde um cartão e um microfone foi o suficiente.

O plano era fazer uma surpresa, se hospedar no mesmo hotel, e de algum jeito entrar no Show. Os seguranças não nos conheciam, e não tinha mais nenhum ingresso, mas estávamos com a Trish, então teve sim, uma solução. Entramos nas caixas onde estavam os instrumentos, foi um pouco difícil para o ruivo, mas por fim entramos no camarote.

Quando faltavam vinte minutos para o Show começar, nos estreitamos no meio de todas as aquelas fãs, que tentava de toda a forma gritar o quanto o MEU namorado era lindo. Trish segurava o meu braço, já bastava poder ser pega por entrar sem ingresso, não precisávamos de mais nenhum motivo, na concepção dela.

Na terceira música, foi quando ele me notou. O seu sorriso, cresceu, ele passou a cantar todas as músicas na minha direção. As garotas que estavam ao meu lado vibravam achando que ele estava cantando pra elas, mesmo ele cantando olhando nos meus olhos.

No intervalo, um segurança apareceu pedindo que fossemos junto com ele para algum lugar. Olhei para Dez e Trish e os dois, me olhavam me alertando, que, qualquer momento era para corremos até a saída. Mas não foi possível, relaxamos quando vimos para onde estávamos indo.

Mal entrei na sala e já fui puxada para o canto. Depois de três meses sem vê-lo, sem beija-lo, sem sentir o seu cheiro... Aquele tempo todo foi esquecido, quando ele me agarrou me beijando. Não consegui pedir desculpas, pois ele não deixou. Para voltar ao show, foi preciso de um segurança.

Antes de sair do palco, ele pediu um minuto de silêncio. Ele olhou pra mim, sorriu e disse: “Eu te Amo” Fiquei estática. Antes de eu pensar em qualquer coisa pra responder, ele saiu, deixando muitas garotas gritando, espantadas, e em duvidas.

Não consegui vê-lo depois do Show, fui direto para o meu quarto. Deitei-me na cama, e revivi na minha mente aquele momento, que nunca imaginei que fosse acontecer tão rápido. Medo e felicidade tomou conta de mim, fazendo minha cabeça girar.

Depois de alguns minutos, pela primeira vez em muitos anos, ele não entrou de vez no quarto. Abri a porta e ele sorria. Não pronunciou nenhuma palavra, apenas pegou a minha mão, e me levou até as escadas.

Avista de Londres, do terraço do prédio, que por incrível que pareça era gramado, era magnifica. Ficamos por muito tempo calado, até eu não aguentar mais. O olhei e vi seu sorriso estampado no rosto.

“- Sim, eu te amo. – Ele falou sem olhar para mim.— E finalmente consegui dizer isso. Não era medo, e nem duvida, mas... momento. O momento certo, e hoje eu tive ele. Você não é obrigada, e nem quero, que você diga que me ama se não tem certeza disso.”

Segurei seu queixo levemente, e olhei em seus olhos. Aqueles olhos castanhos, que me fazia derreter. Não precisei pensar, não precisei respirar fundo, e muito menos desviar dos seus olhos:

“-Eu te Amo”

Ele apenas me beijou. Um beijo delicado, atencioso e meigo. Aos poucos deitamos na grama. Seu corpo por cima de mim me abraçava. Passei minhas pernas em volta da sua cintura, enquanto minhas mãos puxava lentamente seu cabelo loiro. Sua mão na minha cintura me puxou para si, me fazendo sentar em seu colo, enquanto sua outra mão percorria as minhas costas. Ele parou de me beijar, sem tirar os olhos dos meus, tirou o meu sutiã, e enquanto a peça de roupa voava para algum canto daquele terraço, tirei a sua camisa. E aos poucos fomos nos dissipando

Em Londres, em uma noite gelada, no terraço do maior hotel da cidade, tivemos a nossa primeira vez. Não foi doloroso, foi calmo e bom. Na verdade Ótimo!

Girassol ainda teria mais dois meses de viagem. Dez Trish e eu, tínhamos que voltar, por tanto foi necessário muita coragem para nos despedirmos. A viagem de volta a Miami, foi um tanto esquisita. Dez e Trish mal se olhavam, e quando eu perguntava o que havia acontecido com eles depois do Show, eles mudavam de qualquer forma de assunto.

Faltavam poucos dias para Girassol voltar, e quando mais esses dias acabavam mais minha alegria aumentava. Thris Liane e eu tínhamos combinado de passar uma noite juntas, como noite de pijama. Mas foi um desastre. A cada minuto eu e Trish íamos até a cozinha pra comer e em seguida corríamos até o banheiro pra vomitar. Com uma ideia maluca, Liane propôs que fossemos até a farmácia e comprar alguns testes de gravidez. Mas não adiantou negar, Liane foi à farmácia e voltou com vinte testes de gravidez. Hesitando eu e Trish fizemos os testes, e quando vimos os resultados, quase desmaiamos menos Liane, que pulava de alegria.