Oceano das Estrelas escrita por Videl


Capítulo 3
Rebeldia


Notas iniciais do capítulo

Josh....................



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Eu estava com medo, o que seria de mim nesta viagem? Eles realmente não passavam de garotos como eu, correndo atrás de um sonho. Apesar de estar confusa, eu queria ajuda-los, talvez eu possa fugir com todos eles. Talvez eu os deixe na primeira chance que tiver.

Passou-se um dia após o sequestro, eu queria saber mais sobre todos do navio. Digamos que eu seja bem curiosa. Eu escolhi me aproximar de Josh primeiro. Queria saber o motivo de tanto raiva e seriedade.

Quando cheguei para conversar, ele havia acabado de alçar as velas e pegou um esfregão para limpar o convés.

_Onde você vai limpar agora?- perguntei meio sem jeito.

_Você acha que eu limpo o chão?- ele me lançou um olhar feio.

_Bom, e o que você faz então?- eu disse meio baixo, mas em um tom provocativo.

_Eu sou o navegador menina! – ele disse como se eu estivesse o atormentando há horas- E caso queira saber mais, este esfregão, não é para mim, é pra você parar de xeretar e trabalhar!

_Mas, eu nunca esfreguei um chão. – peguei o esfregão da mão dele.

_Você não está aqui a turismo! Apesar de ser uma refém “livre”, querendo ou não você está aqui, e todos ajudam. – Ele disse bem alto, a voz dele tem um tom grave e sensual, eu fiquei toda arrepiada.

Resolvi revidar:

_Você tem razão. Eu posso até estar aqui, e por isso é minha obrigação ajudar, mas quando alguém lhe fizer uma pergunta... –ele não me deixou terminar.

_O que? Vai me dar uma lição de moral?- ele abria os braços e se fazia de desentendido.

Eu perdi a paciência:

_Escuta aqui garoto! Se você quiser dar uma de rebelde, vá fazer isso com alguém bobo que admita! Eu posso ser uma refém, mas eu nunca, mas nunca vou ficar submissa a você ou a qualquer outra pessoa!

Todos do navio pararam o que estavam fazendo e olharam, alguns rapazes soltavam pequenos risinhos.

_Ora sua... eu vou... – ele cerrou os dentes.

_Vai o que? Vai me bater? Me bata! Eu não estou nem aí! Já fui sequestrada mesmo, que tal agora apanhar um pouco pra completar o pacote?- disse soltando o esfregão e procurando briga.

Ele foi rindo baixinho e logo começou a gargalhar.

_Você é demais garota! Falando assim até parece a Razie!- ele colocou as mãos sobre a barriga e se afastou ainda rindo.

Eu havia gostado da briga, e, apesar da confusão aquelas palavras ficaram na minha cabeça: “Você é demais garota”. Meu coração começou a palpitar, e eu sentia a parte superior da minha cabeça queimar.

Eu tinha que admitir, o garoto, com sua rebeldia, voz sensual, cabelos pretos e lisos, olhos verdes e um incrível senso de confusão, haviam me enlouquecido. Mas era cedo para afirmar que eu estava apaixonada, afinal, foi apenas uma discussão em um dia com ele apenas.

Após aquilo eu não conseguia mais parar de olhá-lo e quando ele me olhava de volta com duvida, eu desviava os olhos imediatamente.

A noite chegou. Todos se reuniram no interior do navio para um pequeno jantar, Razie e Harry trouxeram um barril do convés e o abriram. Havia alguns pães, pó de café, alguns vidros com água e muitos legumes.

Jessica retirou de um saco um caldeirão médio, o colocou sobre quatro barrinhas de ferro, acendeu o fogo em uma tigela de pedra que havia na base das quatro barrinhas.

Ela começou a cozinhar um ensopado e assim que ficou pronto, deu um pouco a todos. Quando me serviram, eu fui para o convés para pensar um pouco no que faria quando encontrasse papai, Luci, toda minha família.

Sentei-me na escada com a sopa nas mãos, comecei a observar as estrelas e acabei me lembrando de quando papai me mostrava todas as constelações. Uma lágrima escorreu do meu rosto e eu comecei a chorar.

Josh também havia ido ao convés para jantar sozinho quando me encontrou. Ele estava com um humor totalmente diferente. Ele se sentou do meu lado, puxou minha cabeça contra o ombro dele em um ato de tentar me reconfortar. Senti aquele mesmo formigamento na cabeça e meu coração bater mais rápido.

Assim que me acalmei, ele saiu sem dizer uma palavra. Mas parecia que ele compreendia meu sofrimento naquela hora. Eu estava ainda mais curiosa sobre ele.

Quando entramos no interior do navio para dormirmos, eu percebi que minha rede era ao lado da rede de Josh. Ele estava deitado com as mãos por trás da cabeça bem pensativo.

_Por que você fez aquilo hoje?- me virei para a direção dele.

_Isso não importa, ou melhor, não é da sua conta. – ele respondeu seriamente. E de novo, aquela voz me seduziu.

_Ah- suspirei- suas mudanças de humor acabam comigo.

Ele deu um leve risinho, eu fiz o mesmo. Me virei para dormir quando ele disse:

_Boa noite.

Eu dei um riso, e corei. Por sorte estava escuro e ele não viu.

_Boa noite. – eu disse me cobrindo.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam do capítulo?



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