Amor Inesperado escrita por SlowCif


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Eu penso que sou uma das pouquíssimas pessoas que shippam esse casal. mas to nem aí. Espero que quem quer que leia, goste. E peço antecipadamente desculpa pelos erros que podem(sei que vão aparecer) ter ao longo da Fic.
Boa Leitura!



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Logo após ser coroada rainha, sentia-me feliz, mas ao mesmo tempo me sentia um pouco solitária, apesar de estar rodeada de pessoas. Por algum motivo sentia algo diferente em Diaval. Apesar de ele estar perto de mim, ainda parece distante. Gostaria de saber o que esta acontecendo com ele. Tenho um carinho muito grande por ele, e não consigo ficar bem sentindo que algo está errado. O pior é que não consigo chegar muito perto para conversar, ele sempre tem algo para fazer e isso me incomoda um pouco.

Phillip ainda está aqui conosco, e estou feliz por ele ter estendido sua estadia por mais algum tempo. Ele é tão alegre e inteligente, esta sempre me fazendo rir. É espontâneo e carismático, impossível não se gostar dele. Ele ainda está encantado com a floresta e as criaturas que nos cercam. Ou seja, ele é muito agradável e me faz esquecer por breves momentos esse pequeno probleminha com Diaval.

Não consigo entender, mas as vezes, me pego comparando Diaval e Phillip. Por exemplo, Diaval é mais calmo e misterioso, apesar de não ter nada a esconder, ele tem um mistério que me deixa intrigada. Já Phillip com sua espontaneidade, sempre alegre e divertindo os outros o deixa no lado oposto de Diaval.

Por exemplo, nesse momento, o príncipe está na beirada do riacho brincando com as fadas, parcialmente molhado e com um sorriso sempre presente no rosto. Diaval esta sentado com as costas encostadas no tronco de uma arvore, aproveitando a sombra e apenas observando o que se passa. Eu estou sentada em uma pedra no lado oposto do riacho de onde ele se encontra. Também aproveitando que a sombra da arvore impede a passagem do sol. O tempo está agradável.

Logo sinto uma pequena rajada de água atingir meu rosto na parte direita da minha cabeça e cabelo me cortando os pensamentos. Phillip havia jogado agua em mim e sorria divertido. Logo caí na risada e levantei para ir junto a ele. E como duas crianças, começamos a jogar agua um no outro e logo estávamos ensopados. Já sentia dor na barriga de tanto rir.

Quando levantei a cabeça, me vi de frente para a arvore que Diaval estava encostado e pude perceber que ele sorria. Mas logo que percebeu meu olhar ele voltou a ficar sério e então levantou-se de onde estava e saiu.

Não entendi sua reação, parecias estar feliz, mas logo mudou suas feições. E tive a impressão que foi por minha culpa que se sorriso morreu. Senti algo se mexer dentro de mim. Eu não gostei. Será que eu fiz algo de errado? Tão sério a ponto de ele estar me evitando? Perdi totalmente a vontade de brincar e saí da água.

- Aurora! – escuto Phillip me chamar - Onde você esta indo? – pergunta ele.

Parei devagar tentando pensar numa desculpa para minha saída repentina e me virei em devagar para ganhar tempo. Pensa, pensa...

- É... – gaguejo mas logo penso rápido – Vou trocar de roupa pois prometi que iria estudar um pouco as leis no castelo. – não era uma mentira, eu ia estudar, só que apenas a noite.

O que eu queria mesmo era ficar sozinha e pensar sobre o que fazer com Diaval.

- Tudo bem então – ele assente e me deixa sair.

Eu volto ao meu percurso e vou direto para minha antiga casa na floresta, apesar de ninguém mais viver ali, fiz questão de arruma-la e levar coisas que eu poderia precisar enquanto estivesse por perto. E agora vejo a ideia foi ótima, já que preciso de roupas limpas e secas, e na casa tinha.

Quando cheguei na casa, percebi que minha madrinha estava lá. Fiquei muito feliz e vê-la.

- Madrinha! – exclamei enquanto corria para abraça-la.

Ela com todo carinho me abraçou também. Mesmo sabendo que eu estava toda molhada e suja de lama. Depois do abraço ela me olha com a sua costumeira sobrancelha levantada e já sei que ela quer uma explicação por eu estar naquele estado. E tratei logo de me explicar.

- Eu estava com Phillip no riacho e acabei me molhando toda. – dizia enquanto analisava minha roupa.

Estava mesmo bem suja, principalmente a saia do vestido. A lama já começava a secar. Dei um sorriso pequeno para ela como desculpa. Ela apenas me encarou e logo movimentou as mãos.

- Venha tomar um banho – foi o que ela disse enquanto se virava e andava até o quarto onde estava minhas roupas.

Segui-a e logo ela preparou um banho digna de uma princesa. Em pouco tempo eu já estava limpa, cheirosa e arrumada. Enquanto voltava para a sala, lembrei-me novamente de Diaval ainda não entendendo sua reação. Minha madrinha logo percebeu.

- O que houve Aurora?- perguntou parecendo curiosa - Está calada e pensativa. Algo um pouco fora do comum para você que esta sempre alegre e falando, sempre sorrindo para todos.

Hesitei por um instante. Mas decidi falar logo a verdade, ela poderia me ajudar e talvez até me explicar o que havia acontecido com Diaval.

- Bom, tenho notado de uns tempos pra cá, que Diaval está diferente. Não consigo explicar porque não entendo. Ele esta distante e frio. Como se estive evitando contato comigo. Estou um pouco preocupada, não quero que ele se afaste de mim. – despejei de uma vez.

Ela continuou calada, como se estivesse me analisando.

- Bom, isso é meio repentino, já que você esta sempre com o príncipe, pensei que não notaria. – ela falou ainda me analisando.

Já eu estava um pouco surpresa por ela revelar que também notou. Comecei a estranhar. Se ela notou, deve saber o motivo real desse afastamento dele.

- Então você deve saber o motivo para isso? – perguntei logo.

Ela hesitou, parecia pensar no que dizer.

- Não sei. – falou por fim – Mas se você quer mesmo saber, porque não vai conversar com ele?

Se ela estava escondendo algo eu não sei, mas não iria ficar especulando ou persuadindo minha madrinha para que falasse. Então decidi o que ia fazer.

- Está certo! – disse já decidida – Vou falar com ele agora mesmo.

Me dirigia até a porta quando minha madrinha interrompeu minha chegada até a porta.

- Farei o jantar aqui, traga-o para comer conosco. – achei um pouco estranho o que ela falou, mas nada disse. Assenti e saí.

Não sabia onde ia encontra-lo, então caminhei bastante. Andei por quase todos os lugares que conhecia, mas ele não estava em lugar algum. Notei que o sol estava baixo, e já estava quase desistindo de procura-lo. Decidi ir até a pequena montanha que terminava em um penhasco, de lá dava para ver o sol se pondo, o que era umas das coisas mais lindas para mim. Se ele não estivesse lá, eu ficaria pelo menos para ver o pôr-do-sol.

Subi devagar por já me sentia um pouco cansada e estava olhando para o chão quando alcancei a arvore que ficava no topo da montanha. Quando levantei os olhos vi Diaval em pé, de costas para mim.

Ele estava de cabeça baixa, como se estivesse olhando para baixo, mas eu tinha a impressão de que não estava olhando realmente para alguma coisa, estava perdido em pensamentos. Essa era a hora de conversar com ele, mas de repente me vejo nervosa. Meu coração acelerou tão rápido que me deu até falta de ar. Minhas mãos começaram a suar sem explicação nenhuma, não estava tão quente assim.

Respirei fundo para tomar a iniciativa de chamar sua atenção.

- Diaval. – chamei seu nome.

pareceu acordar de um transe rapidamente se virou para mim. Quando seu olhar encontrou o meu senti meu corpo estremecer, e se meu coração estava acelerado, agora parecia que queria sair pela minha boca. Minha respiração falhava miseravelmente.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo.

- Aurora? – sua expressão indicava surpresa. – O que você esta fazendo aqui? – perguntou ainda surpreso e com certa curiosidade.

- Estava procurando por você – respondi com um pouco de dificuldade.

- Me procurando? - mais surpresa apareceu em seu rosto.

Dessa vez ele se mexeu e deu alguns passos para se aproximar de mim. Mais um tremor em meu corpo. Meu Deus, o que esta havendo comigo?

- Sim. – respondi tentando controlar a minha respiração que estava muito irregular.

Ele parecia esperar que eu continuasse falando. E reunindo toda coragem possível em mim, decidi falar.

- Bom, eu venho notando que você esta distante de mim. Como se me evitasse. E eu gostaria de saber o que aconteceu, eu fiz alguma coisa de errado? Se sim, eu gostaria de me desculpar. - fui direta sem parar para respirar.

Diaval permaneceu calado olhando para o chão. Como se estivesse escolhendo bem o que falar. Não tardou muito para abrir a boca.

- Não sei do que você está falando. – foi apenas o que ele disse enquanto levantava a cabeça para em encarar.

Percebi que ele estava tentando evitar falar sobre isso. Eu poderia ver em seu rosto que ele estava mentindo ou tentando esconder algo. Ele desviou o olhar para o lado. Nesse momento uma pequena rajada de vento tomou conta do ambiente.

Seu semblante estava cansado e eu tinha a impressão de que ela não estava disposto a conversar. Mas eu não iria sair de perto dele sem respostas. Sou muito insistente e não deixaria que essa situação continuasse.

- Não sei quem você esta querendo enganar, mas a mim você não engana. – falei determinada a continuar – Pensou que eu não notaria que esta se distanciando de mim? – Nesse momento ele voltou a cabeça em minha direção som um pouco de surpresa no olhar - Eu até pensei que era por causa de alguma coisa que possa ter feito, mas começo a pensar que não. E não vou sair daqui sem você abrir a boca e me explicar o que esta acontecendo. – cruzei os braços para lhe mostrar determinação.

Ele continuou calado e me encarando por alguns segundos. Mas vi que ele percebeu que não teria saída então parecia que ia falar a verdade.

- Sinceramente, eu não sei por que você esta fazendo isso. Não é tão importante. Porque você não volta para o Príncipe Phillip? – ele parecia aborrecido.

Nesse momento ele virou de costas para mim encarando a céu, perecia querer me ignorar. Posso parecer boba, mas não sou. Essa atitude dele demonstrava querer me afastar dele.

- O que Phillip tinha a ver com isso? – perguntei sem entender.

- Ora, ele é um Príncipe e você uma Rainha, deveria estar com ele, não comigo, um servo. Sou apenas o corvo da sua madrinha. – falou de um jeito que me fez sentir uma pontada no peito.

Ele achava que não tinha importância para mim. Ele não se achava digno da minha companhia.

- Porque esta dizendo isso? Acha que por eu ser uma rainha não iria mais querer estar com você. – agora eu estava aborrecida – Você esta errado! – descruzei os braços já irritada.

Como ele poderia pensar dessa maneira, isso não tem nada a ver. Diaval parecia estar determinado com isso, mas eu não. Eu já estava de saco cheio disso.

- Isso não é desculpa, eu nunca iria te abandonar! – despejei de uma vez sem nem notar o que estava falando. – Diaval, você é uma pessoa importante para mim. E não teria coragem de fazer isso, nunca! – nesse momento dei um passo em sua direção e ele se virou ficando a minha frente.

Seu semblante estava triste. Pela primeira vez me olhou nos olhos sem desviar. Senti uma intensidade grande neles, eram tão negros que parecia me hipnotizar.

- Aurora – disse meu nome devagar e baixo, me fazendo sentir mais um arrepio, não estava entendo o porquê daquilo. – Não fale desse jeito.

Diaval ergueu sua mão direita, parecendo tomar muito cuidado com o que fazia. Delicadamente tocou minha bochecha, parecendo se certificar que eu estava ali. Deslizou suavemente até uma mecha de cabelo que se fazia solta ao lado do meu rosto e tocando-a delicadamente.

Eu estava paralisada com a repentina ação dele. Diaval nunca tinha chegado tão perto assim, e nunca me tocara desse jeito. Sentia o local onde ele acabara de acariciar queimar. Um tipo que reação estranha que me fazia querer mais daquilo.

- Você não sabe o que realmente esta acontecendo. – resolveu enfim falar – Não vai me querer por perto, não quando souber a verdade. – terminou fazendo mistério.

Sinceramente aquilo estava me deixando nervosa. O que poderia ser tão ruim a ponto de querer que ele estivesse longe de mim. Nada! Mas havia algo, ele se afastou dois passos de mim.

- Que verdade Diaval? – perguntei querendo acabar de uma vez com aquilo – Eu não aguento mais tanto mistério! Quero logo essa verdade. – havia exigido por não aguentar mais tanta enrolação.

- Doce aurora – falou de um jeito tão lindo que me fez querer ouvi-lo me chamando assim de novo. – Se deseja tanto a verdade, então lhe direi. – deu uma pausa fechando os olhos e respirando fundo.

Parecia estar reunindo forças e coragem para falar. E aquilo me deixou mais curiosa. Uma leve brisa voltou a nos embalar naquele momento. Fiquei parada esperando ele continuar prendendo a respiração, como se a qualquer movimento meu ele desistisse.

- Algo aconteceu comigo que eu sinceramente pensei que nunca aconteceria. – fiquei surpresa com a declaração, o que aconteceu de tão grave para ele querer se afastar de mim?

- Mas o que seria tão ruim que fosse a razão para que você se afastasse de mim, Diaval?

- Eu me apaixonei. – respondeu.

Algo dentro de mim se remexeu, não saberia distinguir o que era, mas parecia não ser bom. Mas o que ele acabara de me falar era algo ótimo. Ele estava apaixonado por alguém. Isso era bom, certo?

Mas porque eu não me sentia feliz com isso?

- Que bom – respondi meio que sem graça, tentando botar um sorriso forçado em meu rosto. – E quem é ela? – perguntei sem conter minha curiosidade.

Ele pareceu hesitar por um momento, parecia envergonhado.

- Você. – despejou finalmente.

Eu por minha vez fiquei sem reação alguma. Meu coração entrou em um nível de aceleração que aprecia impossível. Só consegui ficar de boca aberta e os olhos arregalados. Tentei voltar ao normal fechando a boca e respirando fundo. Já ele vendo minha reação continuou triste.

- Agora que você já sabe, eu vou entender se não me quiser mais por perto. – parecia finalizar a conversa e já ia se movendo para sair dali.

Eu não entendia o que estava acontecendo comigo, mas esta noticia havia me deixado feliz, de um modo que eu continuava sem entender. E naquele momento eu não queria que ele saísse.

- Diaval! – chamei por ele desesperada.

Ele parou rapidamente e se virou para mim esperando que eu falasse.

- Eu não quero que você se afaste de mim, não agora. – estava tentando encontrar mais palavras para expressar o que se passava por mim – Eu estou feliz de saber disso. – falei sendo sincera. – Porque eu não sabia o que estava acontecendo comigo quando te encontrei aqui. Algo estranho que eu não sentia quanto estava perto de outra pessoa. E confesso que quando você falou que estava apaixonado, fiquei triste. Sem entender o motivo, era como se algo estivesse errado. Mas quando você revelou que era por mim... Fiquei surpresa, mas feliz, deve ser porque devo estar apaixonada por você. – pausei um pouco sem graça nessa parte. - Não senti isso por ninguém. Nem por Phillip, mesmo com todos pensado que vai ser meu futuro marido. Não tenho experiência com essas coisas. Mas sei que quando estamos apaixonados, queremos ficar com a pessoa amada, e feliz quando percebemos que essa pessoa também sente o mesmo.

Despejei envergonhada, mas acabando de entender o que estava acontecendo comigo. Era por isso que eu me senti incomodada com o afastamento de Diaval.

Nesse momento era ele que estava surpreso. E parecia sem palavras. Mas depois percebi confusão em seus olhos.

- Isso é verdade? – ele parecia não acreditar muito no que eu havia falado.

- Você acha que eu brincaria com uma coisa desses? – agora eu estava indignada.

Eu nunca brincaria com meus sentimentos e com os de outra pessoa. É claro que era verdade.

Mas logo ele se aproximou de mim, senti sua mão tocar novamente meu rosto, dessa vez mais firme deslizando para minha nuca. Puxou meu rosto para o seu fazendo nossos lábios se encontrarem. Apesar da pressa, ele tocou-me levemente com os seus lábios. Foi tão rápido que não tive nenhum tipo de ação. Logo afastou seu rosto do meu olhando-me nos olhos.

- Tem certeza? – ele ainda parecia duvidar.

Mas eu já tinha um jeito de tirar suas dúvidas. Levantei minhas duas mãos, até alcançarem seu rosto, segurei-o firme e o trouxe para mim. Toquei seus lábios suavemente esperando uma reação dele. Coloquei um pouco de pressão para ajuda-lo a tomar alguma atitude. Logo senti ele tocando levemente minha cintura. Então dessa vez ele tomou a iniciativa de aprofundar o beijo. Quando tomamos a liberdade de um beijo profundo, senti suas mãos deslizarem pela minha cintura até as minhas costas puxando-me para ele. Ele me apertou enquanto me beijava, me fazendo sentir uma onda de satisfação indecifrável que nunca experimentara na minha vida.

Meu peito parecia se preencher e liberar para o resto do meu corpo essa sensação. Minhas mãos que já havia se dirigido ao cabelo de Diaval estavam posicionadas ali para deixa-lo mais perto e não deixa-lo escapar e ainda apreciando a maciez das mechas. Sentia o meu corpo querer mais e já estava me apertando a ele quando senti que não dava para continuar. A necessidade de ar fez om que terminássemos o beijo. Eu estava odiando essa separação.

Separamos nossos lábios, mas colamos nossas testas ainda de olhos fechados tomando rapidamente o ar que era necessário para os pulmões. Quando abri meus olhos percebi que ele sorria.

- Ainda quer se afastar de mim? – perguntei também sorrindo.

- Não mesmo – respondeu com um sorriso ainda maior.

Percebi naquele momento que não queria ninguém além de Diaval comigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Podem comentar, eu responderei, pode ter certeza.
E desde já, agradeço por terem chegado até aqui