"Que seu dia seja brilhante como seus olhos, lindo como seu sorriso, e perfeito como você. Bom dia Sara."

"Bom dia R."

Ainda com o celular na mão, desço a escada até a cozinha e pego um pacote de bolacha. Caminho até a sala e abro a porta, indo para a varanda e sentando no balanço que tinha ali. Sinto no bolso o celular vibrar.

"Você está linda. Perdeu o sono?"

Affs, respondo.

"Sim, quem é você hein?"

"Vá ao baile hoje e você saberá. Garanto que não irá se arrepender."

"Se você está dizendo. Digamos que eu apareça no baile, como irei saber que é você?"

"Você irá saber. Procure por uma rosa vermelha..."

"Ok."

Volto pra dentro de casa e subo até meu quarto disposta a tentar dormir de novo, e dessa vez, parece que os deuses resolveram ter pena de mim e me fizeram dormir. Quando acordei, já era quase 4 da tarde, e o baile estava marcado para as 8. Minha mãe apareceu no quarto gritando e rindo sobre o baile.

– Então filha, você resolveu ir ao baile? - perguntou.
– É mãe, eu vou, mas só vou ficar um pouco. - respondo levantando.
– Porque? - insistiu.
– Porque não gosto de bailes. - respondi pegando a caixa do vestido e as coisas que usaria mais tarde.

A tarde passou tão depressa, que até parecia estar me empurrando para esse baile idiota. Quando olhei o relógio pela última vez, marcava 6 horas, ou seja eu tinha uma hora pra me arrumar e uma hora pra ir pro colégio. Não teria como ir pra lá em uma hora, o colégio ficava a uns três quarteirões de casa e não iria andar tudo isso com salto alto. Em fim, depois de ter pego as coisas e colocado sobre a cama, pego uma lingerie branca e uma meia calça também branca, indo pro banheiro.

"Baby you light up my world like nobody else
The way that you flips your hair gets me overwhelmed
but when you smile at the ground it ain't hard to tell
You don't know oh oh
You don't know you're beautiful..."

Volto para o quarto ainda cantando e quase totalmente vestida. Coloco o sapato e antes de por o vestido, faço um make básico e bonito. Quando estava colocando a máscara, minha mãe apareceu no quarto dizendo que faltava 30 minutos e que um carro estava me esperando na porta. Um carro? Pego minha bolsinha e rumo até a porta da sala, me despeço dos meus pais e olho pro carro, onde o motorista havia aberto a porta pra mim.
Entro no carro e ele fecha a porta, partindo para o colégio. Estávamos chegando na frente do ginásio, onde o baile estava começando, e vários alunos que apareciam, ficavam olhando para o carro exuberante. O motorista estaciona e novamente abre a porta do carro e me ajuda a descer.

– Obrigada. - agradeço com um sorriso tímido.
– De nada senhorita. Aproveite o baile. - responde.

Subo os degraus da entrada e o baile já havia começado e muitos casais já estavam se agarrando pelos cantos. Como se isso fosse alguma novidade. Caminho entre as pessoas e paro perto da mesa de bebidas, e como o ar estava abafado, pego um copo de ponche e procuro um lugar pra sentar.