Josh

Estava deitado na cama pensando em tudo que estava acontecendo, confusão, apenas isso definia o que estava acontecendo. Desde que a loira veio pra cá tudo ficou confuso, estava me sentindo diferente. Depois que nos beijamos, cara eu não parei de pensar naqueles lábios deliciosos, ela jogou algum feitiço em mim, só pode. Desde o inicio sempre quis saber o sabor dos lábios dela, não planejei beija-la de surpresa, mas aconteceu, foi um tipo de vontade incontrolável. Primeiro ela veio com um papo de garoto pro meu lado, me pedindo conselhos, até ai não liguei muito, mas depois ela me desafiou e ainda por cima disse que eu não seria bom pra ela? Quem ela pensa que é para dizer algo sobre mim? Não pensei nem um instante e a beijei com toda a vontade do mundo. No começo ela não reagiu, mas depois ela se entregou ao beijo. Nosso beijo foi envolvente, uma mistura de desejo e carinho, foi incrível.. Como tudo que é bom dura pouco, nos separamos e a loira me deu um tapa forte no rosto, já esperava por isso, mas valeu a pena. Essas cenas não paravam de passar em minha mente.

Meu comportamento estava variando muito ultimamente, não corria para a farra nos finais de semana, não pegava as garotas com tanta frequência e quando eu beijava alguma garota por ai me lembrava dela. Cara o que essa mina fez comigo? Confesso que até parei de pegar as loiras, por causa dela, mas não resolveu muito.

Todo esse lance com meus pais estava me machucando muito, saber da adoção e tudo ainda mexia comigo. Nunca quis saber onde meus pais biológicos estavam, mas agora estava curioso para saber quem seriam eles, e o porque eles me abandonaram. Certo que ficar perto da Isa me deixava mais em paz, digamos que ela me trazia algo de bom.

Olhei para o lado e a chuva estava cada vez mais forte, ainda bem que meu pai me impediu de sair aqui de casa com essa chuva forte. Me lembrei que Isa não gosta de chuva, a loira deve estar morrendo de medo no quarto dos hospedes. Me virei para o lado e me lembrei da briga com o tal Asher, namoradinho da loira.

Flashback on

– Isa?

– Asher?- a loira se assustou ao ver Asher Buterfield?

– Você por aqui? O que faz aqui? – disse de uma forma grosseira.

– Éee.. – ela começou a ficar nervosa.

– Ela veio me acompanhar, algum problema, Buterfield? – o intimidei.

– Com você? Todos Harris. – ele me olhou com muita raiva.

– Primeiro você não fala assim com a Isa, segundo ta na hora da gente acertar as nossas contas.

– Josh, vou conversar com o Asher e depois nos vemos. – disse Isa nervosa.

– A conversa aqui é entre a gente loira, por favor sai da frente. – disse a empurrando de leve.

– Josh não. – disse a loira baixinho. - Não se preocupa loira. – a dei um selinho na frente do tapado do Buterfield. Ele correu e me deu um soco no rosto, cai no chão, mas me recuperei, ele virou de costas e o puxei e dei um soco em sua barriga, depois ele ficou grunhindo de dor no chão, mas se levantou e me deu um soco no maxilar, me recuperei rápido e o enchi de soco no rosto, Isa gritava para pararmos, mas não adiantou, precisava acertar minhas contas com esse imbecil. Só nos separamos quando alguém nos segurou e nos tirou do tumulto de pessoas que haviam se aglomerado em nosso redor. Meu nariz escorria sangue, mas Asher estava pior, com certeza aquilo renderia roxos e muitos, seu rosto estava sangrando, e ele gritava. – você me paga Harris. O Meu pai chamou Isa e pediu que ela me levasse até o meu quarto e fizesse curativos em mim. Isa estava meio assustada, mas me conduziu até meu quarto. Ela fechou a porta e respirou fundo. Me sentei na cama e olhei para o chão. A loira se aproximou de mim e tocou meu rosto de leve.

– Olha só, você esta sangrando. - disse baixinho, seus olhos estavam tristes.

– Desculpa loira, mas ele mereceu.

– Não vamos mais falar disso. Vem vou fazer um curativo no seu rosto. – ela sorriu forçado. Me sentei na bancada do banheiro e ela foi fazendo o curativo.

– Aii isso dói. – Isa passou a gase em cima no machucado perto da minha boca.

– Fica calado, assim dói menos. – disse seria. Estávamos próximos, pude sentir o seu cheiro doce emanar pelo ambiente! Reparei em cada detalhe daquele rosto, cara como pode ela ser tão linda?

– Isa, o Asher é seu namoradinho? – ela me olhou um pouco assustada.

– Ficamos algumas vezes, mas nada serio. – meu sangue ferveu só de saber que aquele imbecil tinha tocado nos lábios dela. Me levantei do balcão e me olhei no espelho, estava destruído. Haviam cortes pela boca e um leve roxo perto do olho.

– Deixa eu terminar de fazer o curativo Josh. – disse a loira seria.

– Não precisa, já esta melhor assim.

– Você que sabe. – ela abriu a porta do banheiro e eu fechei, dei um soco na parede e minha mão começou a sangrar. Abri a torneira da pia e o sangue escorria por ela. Não estava ligando para a dor, apenas sentia raiva. Depois de alguns minutos, Isa bate na porta do banheiro.

– Josh, abre a porta. – ela disse com uma voz mais calma.

– Me deixa loira. – gritei um pouco mais alto.

– Eu juro se você estiver fazendo coisa errada, não adianta me procurar depois pra pedir ajuda, porque eu não vou te ajudar.

– Me deixa quieto loira.

– Você quem sabe. – ouvi a porta bater forte e sai do banheiro.

Caminhei pelo quarto ainda muito irritado, enrolei uma faixa na minha mão para estacar o sangue e olhei pela janela enquanto a chuva caia.

Flasback off

Adormeci com o barulho da chuva, mas me acordei com um trovão forte. Rolei na cama e me lembrei da loira, não falei com ela desde o incidente no banheiro, ela deveria estar dormindo no quarto de hospedes. Me levantei e coloquei uma bermuda que havia deixado na casa dos meus pais. Abri a porta do meu quarto e fui pegar um copo de água, a casa estava vazia, olhei no relógio e marcava 4:00 da manhã. Peguei uma garrafa de água mineral e subi, o barulho dos trovões estavam cada vez mais fortes. Passei pelo quarto da loira e não resisti, abri a porta e a encontrei encolhida na cama. Me aproximei dela e a abracei forte.

– Calma, to aqui com você são só barulhos. – ela se aconchegou no meu peito e pude ouvir seu choro baixinho.

– Sabe quando eu era menor eu tinha muito medo também, o que me fez não ter mais medo era o enfrentar, um dia o tempo estava assim como hoje, e eu tinha uns oito anos. – sorri ao lembrar. – corri para a rua e fiquei encarando os trovões e disse bem alto. – não vou mais ter medo de vocês, agora parem de me assustar. E os relâmpagos foram parando, e desde esse dia eu não tive mais medo. Você precisa os enfrentar, se não eles te consomem. – Isa tirou o rosto do meu peito. – você fica comigo aqui hoje?

– Claro loira. – sorri. – Me aconcheguei na cama e ela se virou para mim.

– Nada de pensar em maldade, só te chamei porque estou com medo. – disse seria.

– Juro que vou tentar. – sorri para ela que retribuiu com um sorriso.

O silencio permaneceu e pude ouvir a respiração dela bem perto de mim, fora que seu cheio estava impregnado em mim. Isa estava de costas para mim, só via seus cabelos loiros espalhados pelo travesseiro. Derrepente ela se virou e fechei meus olhos fingindo que estava dormindo. Senti que ela passou as mãos no meu rosto, e senti uma vontade gigantesca de beija-la, mas me contive me mexi e abri meus olhos, nosso olhar se encontrou.

– Não to conseguindo dormir. – disse manhosa.

– Conta até dez e chama os carneirinhos.

– Não quero.

– E o que você quer loira?

– Quero te fazer uma pergunta.

– Essa hora? – ela assentiu.

– O que você e o Asher têm?

– Umas tretas. – ela arqueou a sobrancelha. – Ele é o filho do concorrente do meu pai, desde o inicio não nos damos bem, um dia ele me fez cair de bicicleta e quebrei meu braço, fora que ele queria pegar as minas que eu pegava nas festas.

– Vocês são rivais então?

– Isso mesmo loirinha. – ela me olhou e desviou o olhar. – mais alguma pergunta?

– Porque bateu nele?

– Porque ele foi grosso com você e tinha que acertar as contas com ele.

– Ele só ficou bravo de me ver com você.

– Mas vocês não tem nada, ele não deveria ficar, ou você deu alguma esperança a ele?

– Acho que isso é meio pessoal, não acha?

– Não acho, eu te contei sobre ele, agora me contra sobre vocês.

– Ok, nos ficamos de vez em quando, mas não é nada serio, não sinto nada por ele. – sorri satisfeito.

– Mais alguma coisa? Porque to com sono.

– Então eu já posso ir. – disse me levantando. Isa me pegou pelo braço e me fez deitar novamente.

– Não vai, ta chovendo ainda. – ela se encolheu entre o cobertor e eu me aproximei dela, ela deitou em meus braços e adormeceu.