Eu me acostumei coma visão do sangue manchando o chão, me acostumei a caminhar entre os corpos de meus companheiros mortos sem derramar uma única lágrima. Me acostumei a ver as famílias de meus camaradas desoladas e inconsoláveis. Me acostumei com os rostos insatisfeitos e vozes gritando, protestando, me chamando de monstro, desumano, sem coração.

Mas eu jamais me acostumei com a presença constante da morte ao meu lado, levando para longe inocentes, soldados, companheiros.

Jamais me permiti a me apegar a qualquer coisa ou pessoa, pois nesse mundo cruel, nada pode durar muito tempo, e ele provavelmente não hesitaria em me tirar algo querido, como já fez. Mas um dia, a maré virou.

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Eu tenho um esquadrão. Para ser mais exato, um esquadrão de idiotas. Os quatro idiotas mais incríveis que eu já tive a honra de conhecer.

Eles são o mais próximo que eu tenho de uma família. Eles se importam e cuidam uns dos outros e de mim. E mesmo que eu não demonstre muito isso, eu também me importo profundamente com eles.

Não mais!

Na verdade, eu tinha um esquadrão de idiotas. Eles eram soldados incríveis, honrados, fortes. E agora, eles estavam reduzidos a meras pilhas de ossos mergulhados em poças de seu próprio sangue.

Porque mesmo o mais forte não pode prevalecer contra a morte.

E todas as noites a visão de seus corpos mutilados e daqueles olhos - uma vez preenchidos com brilho e vida agora estavam desprovidos de cor e vida - preenche minha mente.

O mais próximo que eu tinha de uma família agora foi reduzido à nada.

Eu posso me acostumar com a visão do sangue à manchar o chão, à andar entre os corpos mutilados de meus companheiros sem derramar uma lágrima.

Mas eu jamais me acostumarei com a presença constante da morte ao meu lado, levando vidas inocentes, soldados, companheiros.

Destruindo lares e desorientando famílias.

E mesmo estando acordado, esse pesadelo não acaba.