– Estávamos pensando em fazer uma pegadinha em grande estilo, pra abrir o ano com chave de ouro, entende? - falou Nick. Assenti.

– E por isso vocês querem a ajuda da única de nós que tem acesso ao diário de um Maroto.

– Ela acertou! Merece um doce! - falou o metido do Malfoy enquanto batia palminhas. Fulminei-o com o olhar.

– Eu tenho que ir à biblioteca antes das aulas, e vou usar esse tempo que tenho a mais graças ao Al pra isso. Dou uma olhada nos diários pra ver se encontro uma pegadinha legal depois. Adiós. - falei e fui embora sem mais explicações.

Quando cheguei lá, juntei os dois mapas exatamente como fiz na noite passada. Deu certo. Fui andando pelo meio das prateleiras, que mais pareciam um labirinto. Depois de algum tempo, cheguei a um local que deveria indicar a entrada da sala. Havia apenas uma estante com livros velhos.

Encarei os mapas, que eram um só. Havia um par de pés com o meu nome em frente a entrada de uma salinha na biblioteca. Era o local certo. Depois de alguns segundos, palavras se formaram no pergaminho amarelado.

"Tente a mesma coisa que usa para entrar no beco"

Peguei minha varinha e fiz os movimentos, imaginando que referia-se ao Beco Diagonal. A estante se dividiu em duas e uma salinha mal iluminada apareceu. Olhei para os lados tentando encontrar pistas de que aquilo era uma brincadeira de mal gosto e muito bem planejada, mas não encontrei sinais disso. Entrei lá um pouco receosa. A sala tinha um sofá de couro de dragão preto e duas poltronas, todas negras como a noite. No meio, uma mesinha de centro estava posta com um pergaminho em cima. Na parede oposta a da porta, havia uma estante de madeira escura. Quando olhei para a direita, vi uma bancada de mármore negro e quatro banquetas. Fui até lá. Havia quatro nomes gravados no mármore.

Pontas

Almofadinhas

Aluado

Rabicho.

O último nome estava meio apagado, era possível ver as marcas de algum feitiço usado. Lupin deve ter voltado aqui na época em que dava aulas para os meus pais e o tio Harry.

Na parece da esquerda, havia uma tocha idêntica àquelas que existiam nas masmorras. Fui até o meio da sala e peguei o pergaminho de cima da mesinha.

Se chegou até aqui, é porque tens dois Mapas do Maroto e conheces nossa história. Quem está escrevendo é Aluado. Eu e os outros Marotos demoramos muito para construir esta sala, por isso cuide bem dela. Pelo que sabemos, só Dumbledore sabe da existência desse lugar. Mantenha o segredo, se possível.

A mesa no canto direito da sala é ligada às cozinhas, como as mesas do salão principal. Murmure o nome da comida que quiser e toque o mármore com a varinha, e os elfos lhe enviarão o que pediu. A estante traz qualquer livro que estiver em qualquer lugar de Hogwarts, e, quando posto de volta na mesma, o livro volta para o local exato de onde saiu.

Aproveite a Sala dos Marotos do melhor jeito possível.

Ass: Aluado

Almofadinhas

Pontas

Rabicho.

Fui até a bancada.

– Brownnies- toquei de leve com a varinha na pedra e, em segundos, um prato cheio de brownnies apareceu. Enquanto degustava aquela maravilha, olhei com mais atenção para as paredes. Havia uma bandeira da Grifinória. Estava desbotada e rasgada em alguns pontos, porém era facilmente reconhecida. Nota mental: redecorar essa sala. Terminei meu café da manhã e olhei para o relógio. Faltavam cinco minutos para o início da primeira aula. Fui até a estante, murmurei um "livro de poções, quinto ano", toquei de leve na madeira com a varinha e peguei o primeiro livro que vi, coloquei-o na mochila e saí correndo. Por dentro, o que marcava a saída era uma porta normal, de madeira escura e com o símbolo de Hogwarts entalhado. Abri-a. Na hora em que coloquei os pés para fora da sala, as duas estantes se juntaram. Olhando agora não daria pra dizer que ela acabou de se mexer. Ótimo. Saí correndo até a sala de aula. Ao chegar, constatei que tive a sorte de chegar antes do professor.

Albus foi o primeiro a me ver.

– Rose, já achou alguma coisa pra gente? - ele perguntou enquanto eu sentava-me à sua direita. Nick estava do lado oposto, e, por algum esplêndido acaso do destino o Malfoy não encontrava-se presente.

– Não. Eu estava na biblioteca pegando um livro. Depois do almoço temos um horário livre, eu vou pegar um dos diários e dar uma olhada.

– Certo.

– Onde está a Doninha Albina Jr? – perguntei.

– Não sei. O Scorpius saiu logo depois de você.

– Tomara que tenha se perdido e não volte mais. – murmurei. O professor entrou na sala e começou a falar.