Acordei animada, pois, afinal, aquele seria o meu primeiro dia em Hogwarts. Antes que me esqueça, meu nome é Rose Weasley. Tinha onze anos, olhos verdes e cabelos ruivos cacheados que chegavam até a minha cintura.

Saí da cama em um pulo, fiz minha higiene matinal, vesti-me e fui correndo para a cozinha. Meus pais e meu irmão já estavam comendo.

– Bom dia, família! - falei de bom humor. Minha mãe sorriu. Eu puxei as características físicas do meu pai, mais a inteligência dela. Era praticamente impossível me ver longe dos livros.

~*~

Depois de checar pela milésima vez o meu malão, fomos para a estação 9¾. No momento em que chegamos, pude ver as cabecinhas ruivas ao longe. Saí correndo, deixando meus pais e meu irmão, Hugo, para trás.

Quando me aproximei, a primeira pessoa a me abraçar foi meu primo favorito: Albus. Nós sempre nos demos muito bem, e éramos "parceiros de pegadinhas". Podia ter puxado as atitudes da minha mãe, mais ainda assim era uma Weasley.

– Oi, Rose! - disse Albus animado enquanto nos soltávamos.

– Oi! - Cumprimentei o resto da família. Meus pais chegaram. Hugo estava fazendo pirraça de novo.

– Mas pai! Se a Rosinha pode ir eu também posso! - ele falou. Eu odiava quando ele me chamava assim. Era pequena, mais, ainda assim, maior que ele.

– Você ainda é muito novo pra ir pra Hogwarts, pirralho! - retruquei brava.

– O trem já vai partir, é melhor vocês entrarem, senão não encontrarão cabines vazias! - minha mãe disse contendo-nos. Assenti, peguei o malão e fui ao lado de Albus até o trem, caminhando até encontrar um espaço vago no fundo da locomotiva. Conversamos por uns dez minutos, até que um menino entrou. Ele tinha cabelos loiro-platinados, pele pálida, lábios finos e olhos de um azul acinzentado que eu nunca tinha visto na vida. Ele ficou me olhando por alguns segundos, depois fitou Albus.

– Posso sentar aqui com vocês? As outras cabines estão cheias. - questionou.

– Claro - respondi e ele sentou ao meu lado. - Sou Rose Weasley - informei e estendi minha mão.

– Filha de Rony e Hermione? Os do Trio de Ouro? - ele inquiriu de olhos arregalados.

– Essa mesma. Aquele ali é o Albus Severus Potter - apontei para o meu primo, que assentiu minimamente com a cabeça.

– Eu sou Scorpius Malfoy. - Ele sussurrou o último nome.

– Desculpa, eu não entendi, você falou muito baixo - disse Al.

– Scorpius Malfoy - o garoto disse, agora audivelmente.

– Filho de Draco Malfoy? -perguntei, um pouco chocada. Li sobre o pai dele nos livros que relatavam sobre a Guerra e o homem era posto como um monstro, mais Scorpius não parecia assim.

Ele assentiu levemente e me olhou com olhos temerosos, como se esperasse uma reação negativa ou explosiva.

– Legal - falou Albus. - Rose, em que casa você acha que o Chapéu vai te colocar?

– Eu sou uma Granger Weasley, se eu não cair na Grifnória, eu provavelmente vou ficar na Corvinal. - ele assentiu. - E você?

– Sou filho de Harry Potter e Gina Weasley. Com certeza vou para a Grifinória. - Albus respondeu. Olhei para Scorpius.

– O que você acha?

– Eu sou um Malfoy de sangue puro. Com certeza vou pra Sonserina, como todos os Malfoy.

~*~

Estávamos em fila, esperando que a diretora McGonnagall chamasse nossos nomes.

– Potter, Lílian - Lily sentou-se no banquinho, e, depois de algum tempo, o chapéu-seletor gritou:

– GRIFINÓRIA! - a mesa da mesma entrou em euforia. Lily foi até a sua nova casa e a seleção continuou.

– Potter, Albus- Minerva chamou. Albus caminhou confiante até o chapéu. Depois de uns 10 minutos, o mesmo disse em alto e bom som, chocando a todos:

– SONSERINA! - meu queixo caiu, junto com o de Albus. Ele andou, ainda meio atordoado, até a mesa de sua Casa, que recebeu-o com palmas e berros. Um tempo depois, meu nome foi chamado.

– Weasley, Rose! - encaminhei-me até o banquinho e sentei-me. Colocaram o chapéu em minha cabeça.

– Ora! Uma Granger Weasley! Bom, vejo muita inteligência para a Corvinal, mais tem também muita determinação, ambição e astúcia. SONSERINA! - O chapéu gritou a última parte e meu queixo caiu novamente. Sonserina! Não Grifinória! Não podia esperar a reação dos meus pais. Estava frita. Fui até a mesa da minha nova Casa, ainda em torpor, e sentei-me ao lado do meu primo. Trocamos olhares. Ele estava na mesma situação que eu. Logo Scorpius juntou-se a nós. Era óbvio que ele viria para essa Casa, não que eu estivesse acreditando muito no que era óbvio ou não, afinal, olhe para a minha situação.

~*~

Quinto ano em Hogwarts! Passou voando! Okay, vou resumir o que aconteceu nesse meio tempo:

Meu pai quase surtou quando soube que eu era da Sonserina.

Meu pai quase sofreu um enfarte ao saber que um dos meus melhores amigos era um Malfoy e me proibiu de andar com ele.

O tio Harry ficou igual quando soube que o Al era da Casa das cobras, mais não levantou objeções quando às amizades dele. Depois de um tempo, o homem se acostumou e parou de implicar com a Sonserina e apoiava o filho como sempre.

Isso no primeiro ano.

Eu era a mais inteligente da Sonserina, o que agradava muito a minha mãe.

Tive de me afastar do Scorpius por causa do meu pai, que disse que se eu não o fizesse, seria deserdada e ficaria sem nada. Mas o loiro insistia na amizade, o que me fez tomar medidas drásticas. Comecei a respondê-lo bruscamente, deixá-lo no gelo, entre outras coisas. No fim das contas, nossa amizade virou ódio. Não sei exatamente quando aconteceu, mais, um dia, estávamos trocando olhares raivosos e brigando cada vez que nos víamos, o que era sempre, cabe a mim ressaltar, já que ele ainda era melhor amigo do meu melhor amigo e primo e estávamos na Sonserina.