Untitled escrita por SuuriNarttu


Capítulo 6
Finalmente!




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Fomos entrando ainda mais naquela floresta sem fim, encontramos um rio e Kage disse para o seguirmos que daria numa cachoeira mais á frente. O garoto acordou e não sabia o que estava acontecendo então fui explicando no caminho. Ele disse:

— Porque vocês correram, era só me acordar, eu ia acabar com esse carinha.

— Com a barulhada que o japinha fez quando destruiu a entrada da caverna, pensei que você já acordaria.

— Ér...eu tenho o sono meio pesado.

E então o garoto deu um pequeno sorriso, ele ficou um pouco sem graça. Andamos mais um pouco e encontramos um rastro de sangue que parava perto de uma árvore sem folhas, quando olhamos para cima, havia o corpo nu de uma mulher enforcado e pedras amarradas em seus pés para fazer peso. O garoto ficou atrás do Kage com medo, ela deve ter feito algo horrível para terem feito isso com ela. Olhamos direito e vimos que ela tinha uma marca em sua barriga, um símbolo feito com fogo, parecia ser coisa de bruxa. Kage cortou a corda e quis fazer um túmulo para ela. Eu disse:

— Se você acha que o necromante vai parar de nos perseguir só para que essa mulher possa ter um enterro digno, acho que você está um pouco errado.

— Ninguém deveria ter que passar essa humilhação na hora de morrer, nem antes, nem durante e nem depois. E alem do mais, não sabemos a causa dessa morte horrível.

Quando Kage acabou de falar, ele pôs a mulher com a cabeça em seu colo e começou a rezar, eu acho. De repente a mulher começou a tossir, seu rosto sujo de terra e seus peitos contraindo, foi até uma cena bonita, a mulher era bem bonita apesar de sua pele ser acizentada naturalmente, cabelos até o pescoço desgrenhados devido a sujeira, quando os olhos dela se abriram, revelando aquele azul bem calmo e profundo, Kage ficou vermelho, foi engraçado ver ele paralisado de vergonha e mais ainda o tapa que ele levou porque a mulher achou que ele estava olhando para seus peitos. Ela sentou no chão, tentando se cobrir com as mãos, eu tirei minha camisa e dei para ela usar, se eu estivesse com minha mochila, daria meu casaco mas nada é perfeito. Ela ficou linda usando minha camisa do Pantera, foi até engraçado ela olhando pro chão, nos agradecendo pela camisa. Depois que ela vestiu a camisa, Kage cortou as cordas que estavam presas com pedras nos pés dela e perguntei seu nome:

— Meu nome é Morgana.

— Por quê você estava enforcada?

— Eu não me lembro.

— Lembra de alguma coisa antes de ser enforcada?

— Lembro de um homem...um homem sendo queimado na minha frente, pessoas gritando em volta. E então me enforcaram e me queimaram também.

— Isso explica a árvore queimada mas não você estar a salvo.

— Não sei dizer o que aconteceu. Mas preciso de um banho, estou bem suja.

— Concordo, estamos procurando uma cachoeira, se quiser vir conosco.

— Claro, vocês salvaram a minha vida, serei eternamente grata á vocês, senhores...?

— ...Jack. Esse carinha de olho puxado é o Kage e o garoto é Stanley.

— Obrigado senhor Jack. Kage. Stanley.

Kage deu um pequeno sorriso e o garoto continuou atrás de Kage.

— Não precisa me chamar de senhor, educação não vai mudar muita coisa agora pelo que vimos.

— O que vocês viram?

— Não temos muito tempo, a gente pode explicar no caminho até a cachoeira.

— Está bem, estamos bem perto de uma, vamos ate ela.

Continuamos o caminho, explicamos a ela o que havia acontecido. Ela não demonstrava nem um pouco de emoção, espanto, medo, nada. O que mais espantou ela foi algo que ela mesmo perguntou:

— Você e Stanley se parecem muito, sabia?

— Não, não somos parentes, quando ele crescer, vai se tornar alguém totalmente diferente.

— Nunca disse que vocês seriam iguais mas se o senhor insiste.

Mal nos conhece e já sai descobrindo tudo, só ando com detetives ao meu lado. Finalmente chegamos na tal cachoeira que eles tanto falaram, já estava começando a achar que estávamos perdidos. Era uma cachoeira bem genérica mas bem bonita, até eu quis tomar banho ali. O garoto viu a cachoeira e ficou todo alegre, começou a tirar a roupa e pulou na água. Falei com Kage:

— E você, vai ficar aí olhando? Viemos aqui só por sua causa.

— Não posso entrar com vocês aí dentro, podem ir, divirtam-se.

Fiquei meio desconfiado mas tudo bem. Kage tirou a parte de cima de sua roupa e sentou no chão de pernas cruzadas. Morgana foi para uma parte mais afastada de nós, mas ainda dava para nós nos vermos. Ela ficou de costas para nós, tirou a camisa que eu dei para ela, pôs a camisa em cima das pedras e entrou na água. Eu fiquei de cueca, entrei na água e fiquei na beirada, apenas pra relaxar. Olhando de longe a Morgana, submersa dos ombros para baixo, ela olhava pro céu, como se tivesse sido libertada. Kage disse para enchermos algumas vasilhas de água para no caso de precisarmos mas ainda não tinha entendido por que ele não podia entrar na água conosco. Então nós saímos da água, Kage levou sua espada com a bainha, ficou nu e foi pra debaixo de onde a água da cachoeira cai. De lá, ele disse:

— Aconteça o que acontecer, não entrem nessas águas nunca mais.

E então ele entrou com o corpo totalmente debaixo da água e ficou uns 30 segundos, o garoto começou a ficar preocupado. Vimos alguma coisa subindo, mas não era ele, era sua alma levitando numa posição de pernas cruzadas, olhos fechados e um sinal com as mãos, a alma dele subiu a um ponto onde a água não encostava nela mas a queda de água da cachoeira sim.
A água que caía, penetrava sua alma e quando saía, a água se tornava negra, Kage não estava brincando, ele realmente veio até aqui para limpar sua alma. Depois de 10 segundos, seu corpo começava a levitar na mesma posição que sua alma estava, até os dois se encontrarem e voltar a ser um só. Kage abriu os olhos e viu a água da cachoeira se tornando negra como os céus numa noite nublada. Então ele veio até onde estávamos, enquanto vestia sua roupa, o garoto já foi perguntar:

— Nossa, como você fez isso? Foi muito legal.

— Demorei muito tempo para aprender como fazer isso, quase morri algumas das vezes.

E claro, eu também quis fazer uma pergunta:

— Falando em quase morrer, essa sua técnica te faz morrer por alguns segundos, não é?

— Sim, todo o tempo que minha alma ficou fora do meu corpo, eu estava morto.

— Realmente, foi bem legal.

— Mesmo que eu não precisasse fazer isso por causa do Chimora, eu tinha que fazer isso por mim mesmo. Se eu carregar a morte de mais de 100 pessoas, animais, monstros ou qualquer outro ser, eu corro sérios riscos de vida. E limpar a alma me deixa muito mais ágil, o peso de muitas almas em minhas mãos me sobrecarrega.

— Não parece mas você é alguém bem misterioso. E sexy.

— Ha-ha, e você é muito engraçado, palhaço.

Aí algo me surpreendeu, Morgana disse algo:

— Concordo Jack.

Kage arregalou os olhos e ficou tão vermelho, tentou vestir sua roupa mais rápido, todos nós rimos, até a Morgana, agora não sei se ela falou sério ou só estava brincando. Nós estávamos arrumados para seguir em frente quando surge de uma árvore, um daqueles homens que haviam me feito refém.

— Ei japa, esse cara é da tribo que levou minha mochila, precisamos pegá-lo.

Kage deu apenas um corte na árvore que a fez cair, tombando o homem. Quando ele caiu, tentou fugir mas uma armadilha o pegou, pendurando-o no ar pelo pé. Chegamos perto dele e ele tentou nos atacar com sua lança, apenas peguei ela de sua mão, joguei no chão e disse:

— É bom você não demorar a contar onde está a sua tribo.


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Notas finais do capítulo

Ê bloqueio...



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