Bom, se alguém é tão louco de tentar me puxar pelo braço só para tentar me salvar de seja lá o que for, não tem por que de desconfiar de alguém tão...louco? Enfim, eu me escondi no arbusto com essa pessoa e realmente tinha algo vindo, eu podia sentir o chão estremecer e o relinchar dos cavalos, eram 4 Cavaleiros de armadura negra encima de cavalos tão negros quanto a armadura de quem os montava, nunca tinha visto nada igual a eles, como antes, apenas na TV.
A pessoa que me puxou para o arbusto diz sorrindo:

"Agora isso vai ficar interessante"

O estremecer que eu sentia não era apenas da cavalaria, e cada vez o chão tremia mais forte.
Os cavaleiros começaram a olhar em volta para saber do que se tratava até que algo surge de suas costas, um Cíclope do tamanho das árvores, isso eu DEFINITIVAMENTE nunca tinha visto.
Os cavaleiros não esperavam por isso, estavam assustados, acho que eles também nunca tinham visto tal criatura em suas vidas. Não havia o que esperar, mesmo tentando atacar suas lanças, perfurando os pés do Cíclope, a derrota deles foi iminente, em um só golpe, o Cíclope esmagou todos os cavaleiros e cavalos e qualquer outra coisa que ali habitava.
O Cíclope não parecia ser tão violento, ele não mostrava expressões de raiva ou algo parecido, ele só parece ter se...defendido.
A pessoa que me puxou pro arbusto ficou decepcionada e disse:

"Foi bom...mas não tão interessante quanto eu imaginei"

O Cíclope vai embora no mesmo instante, deixando os corpos e armaduras esmagadas no mesmo lugar. Quando saímos do arbusto, eu pude ver quem me escondeu dos cavaleiros, foi o olho puxado ao qual eu referi que estava preso comigo, um homem um pouco mais alto do q eu (tenho uns 1,75), com roupas orientais um tanto gastas, cabelos negros e compridos, preso no alto e uma katana em sua cintura, eu conseguia sentir o cheiro de sangue e podridão de longe e também podia ver uma aura um pouco escura quase imperceptível, emanando de sua bainha.

Ele levanta, se distancia um pouco e diz:

— Você parece perdido. Vi uns aldeões saindo daqui a algumas horas, pensei em vir para cá saber o que os amedrontou. De início, achei que tinha sido os cavaleiros ou algum dos cíclopes que vi no caminho mas então encontrei você. Como eu disse, você parece perdido mas não inofensivo.

Quando ele disse isso, parou do lado de uma árvore qualquer e tirou parte da Katana da bainha.
O cheiro me enjoava, ela não parecia ter sido usada apenas contra corpos humanos. Segurei a Shelly que estava em minha cintura e ele disse:

— Acalme-se, eu não pretendo te matar. Apenas quero ver o quanto você aguenta.

No fim de suas palavras, ele empunhou sua espada e veio em minha direção com uma velocidade incrível. Tentei acertá-lo 2 vezes mas não adiantava, ele destruia minhas balas no ar. Ele chegou bem perto e pulou, quando descia e estava para me acertar com sua espada, consegui acertar um tiro em sua testa.
Ele e sua espada quando caíram, quebraram como se fossem feitos de argila, se desfizeram em pedaços e o cheiro da espada com sangue e outras coisas ficou mais forte.
Então eu percebi que ele estava atrás de mim com sua espada apontada para o meu pescoço, usando sua unha, ele cortou a pele do meu braço em 1 segundo, do ombro até o cotovelo e disse:

— Bom, lento assim você não irá durar um dia por aqui...e além do mais, uma hora suas balas vão acabar.

Ele estava certo, é muito incerto eu encontrar alguma munição nesse fim de mundo (literalmente).
Mas eu tive que perguntar:

— Porque todo esse interesse em me ajudar? Você nao me conhece, não sabe quais são minhas intenções.

— Você não é uma pessoa comum, eu consigo sentir a presença de algo poderoso em você. E também, eu sinto na sua alma o mesmo cheiro que você sente em minha Katana.

Aparentemente, todo mundo parece saber mais de mim do que eu mesmo. Ele completou:

— Como eu disse: Balas irão acabar, você precisa de algo duradouro para suas batalhas.

Ele olhou para um dos corpos dos Cavaleiros, agachou perto deles, enfiou a mão na poça de sangue e depois de uns 10 segundos retirou a mão da poça, pegou uma das espadas dos Cavaleiros e disse:

— Leve esta espada consigo. Pelo que eu vi, ninguém nunca soube usá-la corretamente, quem sabe você não será o primeiro.

Ele me entregou a espada, ela era meio esquisita, a lâmina era bem pesada e a ponta era curvada pra baixo. Algo me dizia que ele iria querer testar aquela espada em minhas mãos.
Ele me perguntou se eu já tinha usado uma arma branca alguma vez na vida, eu disse que nunca e ele disse:

— Irá aprender a usar hoje, mais precisamente...Agora!

Quando terminou sua sentença, ele tentou me golpear meu braço direito (com o qual eu segurava a espada) com sua Katana e eu apenas levantei a espada. Ele acertou minha espada, fazendo ela girar para o lado esquerdo do meu corpo onde eu vi que ele iria tentar me acertar novamente.
Cada golpe dele, eu conseguia defender como se eu já houvesse manuseado uma espada desde sempre. A espada girava meu braço e meu corpo junto com ela, é como se ela estivesse comandando meu corpo ao invés do contrário. Apesar de estar usando o peso da espada a meu favor, eu não sabia que tinha essa capacidade, eu nunca tinha usado algum tipo de espada.
Depois de mais 10 golpes, ele recuou um pouco, eu apenas soltei o meu braço e a espada simplesmente fincou no chão.
Ele sorriu e disse:

— Ela pesa, não é? Eu sabia que você seria capaz de usá-la.

Eu perguntei como ele conseguia me entender e responder, já que com essas roupas e esse olho puxado, ele revela drasticamente que não é daqui. Ele respondeu:

— Meu nome é Kageyume, sou um Ilusionista das províncias de Edo, você aprende desde o começo a entender línguas estrangeiras. Na verdade, eu estou falando em um dialeto japonês mas eu consigo fazer você entender minha língua na sua.

Só eu achei essa frase meio gay e confusa? Enfim, eu disse a ele que estava atrás de minha mochila que tinha sido levada pela tribo de loucos, ele disse em que direção eles foram e fomos até la.