Cigaretts and Valentines escrita por Grace


Capítulo 34
One. Two. Three.


Notas iniciais do capítulo

Salve galera!!!!
I'm back, e espero que gostem desse capítulo!!!!
E sério, juro que eu não escrevo com a intenção de fazer alguém ter um enfarte ou coisa parecida... espero que todos que sofreram no último capítulo, se deliciem com esse!
Beijos, amo vocês
PS: comentem, please!



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Tris

Eu desliguei o telefone. Zeke falando que Tobias me amava tinha me embaralhado a cabeça. Eu não tinha a mínima ideia de que eu estava fazendo. A única coisa que eu sabia é que Marco tinha ligado, eu tinha saído de casa. Ele havia me levado até o lugar, eu havia pagado a outra parte e ele tinha ido embora.

Eu não sabia o que fazer. Havia ligado pra Zeke e ele havia me deixado mais confusa ainda.

Olhei para a parede a minha frente. Olhei para o portão que eu já havia verificado e estava trancado. Olhei para uma janela, que estava entre-aberta, mas que seria difícil pra eu alcançar. Respirei fundo por um instante.

Eu podia ligar para a polícia, mas eu não arriscaria. A mensagem de não envolver a polícia havia sido clara. Se eles desconfiassem, eles matariam Tobias. Eu podia ligar para Zeke novamente, e dizer para ele vir me ajudar, mas eu não queria coloca-lo em risco. E eu não podia garantir que ele não traria a polícia e... EU NÃO SEI O QUE FAZER PORRA.

Olhei em volta. Alguns caixotes estavam encostados na parede atrás de mim. Uma ideia passou pela minha cabeça. Comecei a arrasta-los para baixo de onde era a janela. Tentei fazer o mínimo de barulho. A rua estava deserta e o vento um pouco cortante.

Empilhei três caixotes. Subi em cima deles e me debrucei levemente na janela. Eu não via ninguém lá dentro, só o que parecia um galpão abandonado e umas portas. Abri o restante da janela e dei um jeito de me pendurar na beirada. Fiz mais um grande esforço e consegui jogar minhas pernas pra cima da janela.

Em menos de um minuto, eu cai do outro lado da janela. O lado de dentro. Graças a tudo que é mais sagrado, eu não me machuquei ao cair. Me levantei e andei silenciosamente pelo galpão. Eu tinha medo de até de respirar um pouco mais alto.

Tomei bastante cuidado para não tropeçar e nem esbarrar em nada. Eu queria gritar o nome de Tobias bem alto, mas sabia que era arriscado. Cheguei perto de uma das portas. Meu coração batia acelerado. Encostei o ouvido na porta e tentei escutar alguma coisa. Nada. Silêncio absoluto. Levei a mão até a maçaneta e a girei cuidadosamente. A porta abriu, emitindo um rangido. Não me mexi e prendi a respiração. Dei um passo pra dentro da sala escura.

Ouvi o barulho de alguma outra porta se abrir. Era uma das outras portas que eu havia visto da janela do galpão. Ouvi um barulho de televisão, e algumas pessoas conversando. Vozes de homens. Me enfiei rapidamente dentro da sala, mesmo sem saber o que tinha lá dentro e fechei a porta. Segurei a respiração enquanto me controlava pra não chorar e não entrar em desespero.

_Rob, não se esqueça de trazer bebidas - uma voz chegou aos meus ouvidos. Eu conhecia essa voz. Era Eric. Continuei de pé no escuro, tremendo da cabeça aos pés. Ouvi uma porta bater, e em seguida, alguns passos ecoaram. Eu agora entendia o porque das salas: quem olhasse da janela nunca saberia que um refém estaria sendo mantido aqui. Ninguém nem saberia que existe vida nesse lugar. Ouvi o portão do galpão bater.

O que eu sabia até agora? Que eles estavam na terceira porta. Tobias provavelmente também estava lá. Um deles tinha saído, agora eram só dois. Dois caras provavelmente armados e muito perigosos. Com a luz do meu celular iluminei a sala que eu estava. Não tinha nada demais lá. Algumas caixas empoeiradas, teias de aranha, uma escada pequena e alguns bastões de ferro, provavelmente partes de algum andaime quebrado e entulhado ali.

Bastões de ferro. Isso serviria de arma. Podia não ser a melhor, mas já era alguma coisa. Peguei um deles. Era um pouco pesado, mas dava pra carregar.

Sai da sala em silêncio. Fechei a porta atrás de mim. Parei de frente a segunda porta. Eles não estavam ali, mas Tobias podia estar. Abri vagarosamente.

_Tobias? - eu perguntei, em voz baixa. Eu cruzava os dedos, torcendo para que ele respondesse. Seria muito mais fácil a gente fugir sem ter que passar por Eric e o outro cara. Silêncio foi o que eu recebi de resposta. Sai da segunda sala e fechei a porta.

Me aproximei da sala onde eles estavam. Olhei pelo pequeno buraco da fechadura. Não dava pra ver muita coisa, mas eu sabia que eles estavam a direita da porta. O som da TV era audível. Não vi nem sinal de Tobias. Meu corpo se arrepiou. Eu tinha que bolar um plano e tirar um de cada vez dali. Não seria fácil, mas eu nunca conseguiria ganhar uma luta contra eles. Se eles saíssem, eu podia tentar acerta-los por trás, de surpresa.

Olhei em volta. Algumas máquinas velhas, alguns sacos de cimento… eu caberia facilmente atrás desses sacos, e ficaria invisível pra eles. Eu realmente precisava de dar um jeito de tira-los da sala. Um de cada vez. E antes do tal Rob voltar.

_Ah vai tomar no cu porra - uma voz chegou aos meus ouvidos e eu quase derrubei a barra de ferro no chão - Você rouba pra caralho Eric.

_Drew, Drew... Você tem que aprender quem manda no pôquer - Eric respondeu, rindo - E agora, se me dá licença, vou ao tomar um banho. Aproveite pra tentar descobrir minha tática de jogo.

Eric passou no meu campo de visão. Ele abriu uma outra porta, entrou e em seguida a fechou. Esperei quase uns três minutos antes de colocar meu plano em ação.

Sai correndo sumo ao portão, quando me aproximei, bati a barra de ferro nele com toda a força que eu consegui reunir. Isso faria o tal Drew vir dar uma olhada. Me escondi em seguida, atrás de uma pilha de sacos de cimento. Quando ele passasse por mim, eu sairia lá de trás e o surpreenderia.

Dito e feito. A porta se abriu, e o tal Drew começou a andar rumo ao portão. Se eu não estivesse tão nervosa, eu teria sorrido.

Quando ele passou por mim, segui o meu impulso. Sai de trás da pilha de cimento, ergui a barra de metal. Coloquei toda a minha força quando mirei a cabeça do cara.

Sufoquei um grito quando ele caiu, desacordado. Eu nunca tinha batido em ninguém dessa forma. Eu nem gostava de violência. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. E se eu tivesse matado o cara? Bem, não era isso que me importava agora.

Sai correndo rumo a terceira sala. Tobias só podia estar lá. Passei pela porta cuidadosamente, olhando em volta, verificando que Eric não estava mesmo ali. Não estava.

Meu coração parou quando eu o vi. Os olhos azuis dele se encontraram com os meus. Eu dei um sorriso fraco. Mais lágrimas escorreram pelo meu rosto. Dessa vez, de felicidade e incredulidade. Andei até ele. Aparentemente, Tobias estava bem. Apesar de amarrado, amordaçado e com alguns hematomas, ele parecia bem. Foi nisso que eu me concentrei.

Eu sussurrei o nome dele e passei a mão em seu rosto. Tirei a mordaça em seguida. Desamarrei ele em silêncio. Eu sabia que Eric podia sair do banho a qualquer momento, ou Rob podia voltar. Nós precisávamos sair dali o quanto antes. Minhas mãos tremiam, dificultando minha tarefa. Um minuto depois ele estava livre, mas me pareceu uma eternidade.

Nenhum de nós precisou falar nada. Nós nos abraçamos forte. Eu me aninhei em seus braços. Ele beijou o topo da minha cabeça. Eu chorava feito uma criança. Todo o peso e a dor que eu carregara nos últimos dias parecia estar diluindo.

_Eu senti muito a sua falta - eu sussurrei - Pensei que não... - Não consegui terminar a frase, mas acho que ele sabia o que eu queria dizer.

_A única coisa que eu conseguia pensar era em te ver de novo - ele disse, me dando um beijo logo em seguida - Agora, vamos sair daqui.

Eu concordei com a cabeça, e ele limpou as lágrimas que ainda escorriam pelo meu rosto. Tobias não era real, não podia ser. Ele havia ficado dias sendo refém, e agora, era ele que estava me acalmando, quando era eu quem devia estar tranquila. Eu me xinguei silenciosamente, por estar jogando mais esse peso pra cima dele.

Nós teríamos muito tempo pra conversar lá fora. Eu sabia que ele estava curioso sobre como eu havia chegado lá, embora ele provavelmente já imaginasse que não havia sido de nenhuma forma legal. Eu queria saber o que exatamente tinha acontecido com ele nesses dias. Eu queria me jogar em seus braços e ficar lá pro resto da vida.

Nós estávamos perto da porta quando Eric saiu do banheiro.


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Notas finais do capítulo

SPOILER: PRÓXIMO CAPÍTULO TEM TOBIAS BATENDO (E MUITO) NO ERIC.
Quanto mais comentários, mais rápido eu posto!