A Filha Da Magia escrita por cherry


Capítulo 11
Capítulo 11 - Um beijo... quase.


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal! Tudo bem?
Então, aqui está outro capítulo da fanfic...
Tem POV do Nico! Me desculpem, mas o POV dele é em terceira pessoa, é que eu não consegui fazer em primeira pessoa.
Enfim, boa leitura!



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Eu estava caindo.

Estava caindo para um lugar...

Estava caindo para o desconhecido.

Meus braços se mexiam com o vento, a adrenalina pulsava em minhas veias, meus cabelos rebatiam em meu rosto, e eu não via nada. Era escuro.

Percebi de algum modo que estava tendo um sonho lúcido, que é um sonho que você pode fazer o que quiser quando estiver dentro dele. Resolvi ficar parada mesmo, caindo. Eu estava com medo. Alguém estava caindo comigo, senti isso, mas eu não via quem era.

Comecei a ver algo azul no fundo... era um lago. Eu e a pessoa caímos nele de cabeça.

Era gelado demais. Abri os olhos e vi vultos de rostos tristes, com horror percebi que eles estavam mortos. Eles falavam coisas tristes: morte, solidão, tristeza...

Eu comecei a me entristecer. Comecei a querer ficar naquele lugar, naquele lago triste, e não queria mais ficar no mundo humano. Os rostos tinham uma voz encantadora que me faziam querer ficar lá mais e mais...

De repente uma mão agarrou meu braço e me puxou para fora do lago. Mas enquanto a mão me puxava, eu ouvia a voz de Nico sussurrando em meu ouvido:

–Acorde Sophie!

Eu acordei.

–Acorde Sophie! –Nico gritava, desesperado.

Enquanto minha visão se focalizava, eu ouvia barulhos de espadas. Sentei-me rapidamente. Quando minha visão se focalizou, vi Nico em uma situação de perigo:

Ele estava lutando com umas... quinze dracanaes. Levantei-me rapidamente, as dracanaes estavam concentradas nele, e Nico lutava com sua espada de ferro estígio habilmente. Ele cortou a cauda de duas e o braço de uma, mas eram muitas. Eu precisava fazer alguma coisa...

Eu peguei minha espada e parti para cima das mulheres-cobra.

Uma foi rápida e se defendeu, fazendo um “x” com a espada. Eu congelei. Lembrei-me da dica de Nico: – Quando chegar a uma situação como esta, –ele sussurrou– não fique parada. Você ficará em desvantagem, e o inimigo se aproveitará disso.

Eu peguei minha adaga e cortei a barriga da dracanae e ela virou pó. Ainda restavam muitas. Espadas não seriam rápidas o bastante, principalmente uma usada por mim.

Resolvi fazer algo arriscado.

Eu chamei o fogo para minha mão, e ele veio. Era um fogo diferente, mas não liguei muito para isso, fogo é fogo.

Com um movimento da mão, joguei o fogo em uma dracanae. Mas o fogo fez seu papel de uma forma diferente, ele se espalhou para todas as dracanaes que ali estavam e começou a queimá-las loucamente. Nico estava no meio das mulheres-cobra, e com o fogo se espalhando por elas, não consegui mais vê-lo.

POV NICO

As dracanaes começaram a pegar fogo, uma por uma. Nico se assustou. Era fogo grego, quem teria fogo grego...?

Sophie.

Será que ela teria trazido fogo grego? Mas se ela houvesse trazido fogo grego, porque não havia contado a ele?

Uma dracanae se aproximou, querendo pegar Nico, mas ele foi mais rápido e saltou; um salto alto, por cima de todas as dracanaes que estavam partindo para cima dele.

POV SOPHIE

–Nico! –eu gritei.

Vi um vulto preto saltando por cima das dracanaes.

Nico.

Ele estava muito bem, tirando o corte no canto da boca que estava sangrando.

–Você... saltou isso tudo? –eu perguntei, o abraçando. Ele me abraçou de volta.

–Como você jogou aquele fogo grego nas dracanaes? –Nico perguntou, se afastando de mim e me segurando pelos braços.

–Eu... não sei. Eu invoquei o fogo e o fogo veio em minhas mãos, mas ele era diferente, mas eu não liguei e joguei o fogo na dracanae.

–Era fogo grego. Fogo grego é terrível, queima você até a morte, te queima até mesmo de baixo d’água. –explicou Nico – Mas, como você não se queimou?

–Eu não sei. –eu disse.

Nico respirou fundo.

–Vamos, –ele disse– vamos sair daqui.

Pegamos nossas mochilas e corremos dali, deixando as dracanaes se debatendo no fogo grego até a morte.

Andamos para os humanos como se nada tivesse acontecido, despreocupados, como se não estivéssemos acabado de sair dali deixando dracanaes queimando até a morte.

Nós andamos pelo Canal St até a Hudson Square. Nós atravessamos ruas e chegamos ao Píer. Deuses do olimpo, teríamos que atravessar a barco para chegar à Nova Jersey.

–Deuses... –disse Nico– eu não vou atravessar isso aqui de barco. Vamos viajando nas sombras, mas aqui tem muitas pessoas, vamos para um lugar mais... quieto.

Quando me virei e fiquei de costas para o lago, senti uma membrana, ou melhor... um tentáculo envolver minha cintura, tentei gritar, mas os tentáculos foram rápidos e envolveram minha cabeça. A única coisa que deu para fazer foi puxar a manga de Nico e ser engolida, dessa vez não pela sombra, mas sim pela água.

POV NICO

Nico sentiu Sophie pegar na manga de seu casaco e puxá-la levemente, depois ele não sentiu mais nada. Estranho...

Nico se virou, e viu as pernas de Sophie serem engolidas pela água.

Ele correu até a beira do píer. Não acreditou no que faria, mas...

Ele pulou na água.

Nico abriu os olhos dentro da água e viu... mas o que era aquilo?

Um polvo gigante. Nico foi nadando até ele rapidamente, Sophie estava indefesa, presa pelos braços e a cintura, o rosto estava envolto no tentáculo do animal.

Nico sacou a espada de ferro estígio e cortou um tentáculo do polvo. O animal se manifestou, soltando... terra ao invés de sangue pelos tentáculos.

Era uma cria de Gaia. A Mãe Terra estava mesmo ressuscitando.

Nico nadou até Sophie e arrancou o tentáculo que envolvia a boca da garota, ela estava de olhos arregalados, assustada. Sophie precisava respirar, Nico sabia disso. Ele cortou o tentáculo do polvo que envolvia a cintura e os braços de Sophie. O polvo se manifestou, levando a semideusa para mais fundo do lago, Sophie ergueu os dois braços para Nico, e em seguida para a garganta. Ela estava perdendo o fôlego. Nico tinha pouco tempo.

Mas o que ele poderia fazer? O polvo estava nadando muito rapidamente para baixo levando-a consigo.

Nico teve uma ideia. Algo maluco, mas que poderia salvar a vida de Sophie.

Ele voltou para a superfície.

POV SOPHIE

Vi Nico voltar para a superfície. Pontos negros dançavam em minha visão, eu estava sem ar. Na verdade... eu estava com o pulmão cheio de ar, só que não conseguiria segurar por mais tempo. Porque Nico voltou para a superfície? Será que ele desistiu de me salvar? Ele vai me deixar morrer?

Nico nadou para baixo novamente. Ele não desistiu de me salvar.

O polvo continuou me levando para longe, ele ainda estava com um tentáculo envolvendo minhas pernas. Eu não aguentei. Quando meus pulmões ameaçaram explodir, soltei todo o ar que tinha. Veio uma vontade enorme de pegar uma lufada de ar, mas não deu para fazê-lo, porque estava debaixo d’água, e iria me afogar. Nico chegou mais perto de mim, eu não fazia ideia do que ele iria fazer. Eu estava... praticamente morrendo.

Então Nico fez algo que me surpreendeu.

Ele me beijou.

¨¨¨¨

Tá... não foi um beijo.

Foi algo que ele fez para salvar minha vida.

Quando Nico encostou seus lábios nos meus, ele os abriu, abrindo os meus também. E quando eu pensei que iria rolar aquela melação toda de um beijo, não foi o que aconteceu. Nico soprou o ar dele em mim, e eu respirei pela boca o ar que ele estava me dando. Enchi meus pulmões de ar.

Depois Nico fechou sua boca e foi para a superfície novamente, ele voltou logo depois, o polvo continuava me levando para baixo, e eu estava começando a sentir a pressão da água. Nico foi nadando para perto de mim, e o polvo mais se afastava, Nico estendeu a mão para mim, e eu a peguei. Nico se aproximou mais de mim, ele empunhou sua espada e cortou o tentáculo do polvo que envolvia minhas pernas.

Eu estava livre.

Nico me puxou, e nós nadamos para a superfície. Nico fez algo estranho, – ou pelo menos eu acho que foi estranho – ele agarrou minha cintura com uma mão, e com a outra mão ele segurou a espada. Nadamos para a superfície... quase.

Nico foi puxado para baixo. Eu olhei para baixo. O filho de uma Gaia do polvo havia enrolado um de seus tentáculos na perna de Nico, levando-o para baixo. Nico ergueu a mão, me pedindo ajuda.

Com a puxada que o polvo deu, Nico abriu a boca, e dela saíram bolhinhas de ar. Nico colocou a mão na garganta. Nadei para baixo o máximo que pude, e consegui agarrar a mão de Nico. O garoto pegou sua espada de ferro estígio e cortou o tentáculo do polvo, fazendo sair terra.

Nico ainda nadou mais para baixo e acertou o polvo na cabeça, transformando-o totalmente em terra. A terra envolveu Nico como uma tempestade de poeira envolvia o deserto, eu nadei até ele e o puxei de lá. Nico veio nadando comigo até mais acima, foi quando eu olhei para baixo. A terra que havia no lugar do polvo começou a se transformar num rosto de uma mulher, parecia que ela estava dormindo... a mulher sorriu.

Vocês não perdem por esperar, ela disse.

E a terra caiu para o fundo do lago. Nico me cutucou, eu olhei para ele, que apontou para sua boca. Eu arqueei as sobrancelhas, eu não iria fazer aquilo, não, claro que não. Meu pai me mataria.

Mas meu pai não estava aqui. E eu precisava fazer isso, pela vida de Nico.

Respirei fundo, encostei minha boca na dele e abri a minha, fazendo abrir a dele, soprei para dentro da boca dele todo o ar que eu tinha, e Nico respirou avidamente.

Nico nadou comigo até a superfície. Quando chegamos lá, peguei uma lufada de ar... e fui surpreendida por Nico me abraçando.

–Você está bem? –ele perguntou.

–Sim... sim, eu estou bem. –eu respondi, ainda respirando rápido. Nico continuou me abraçando. Eu o abracei.

–E você, está bem? –eu perguntei.

–Sim, estou. –ele respondeu.

Eu olhei para os lados... Nico não iria gostar de saber disso.

–Ahn... Nico. –eu o chamei, me afastando de seu abraço.

–Quê?

–Estamos no meio do lago, como vamos voltar?

Era verdade, estávamos cercados por água, apenas vendo muito ao longe a pontinha de Nova York e a outra pontinha de Nova Jersey.

¨¨¨¨

–Merda. –disse Nico.

–Deve estar tudo encharcado... meu celular. Ah não, qualquer coisa menos o meu celular.

–Tomara que o Percy tenha feito alguma mágica de filho de Poseidon e deixado nossas mochilas a prova d’água. Está frio. –resmungou Nico.

–Isso seria bom demais. –eu concordei.

–Mas agora precisamos resolver como saímos daqui. –ele disse.

–Valeu por ter salvado minha vida. –eu falei.

Nico envolveu meu pescoço com seu braço.

–De nada. E valeu por ter salvado a minha vida também, e desculpa por ter te beijado sem sua permissão.

–Bom... era caso de vida ou morte, então você não tem que me pedir desculpas. –eu falei– Enfim... como saímos daqui?

–Eu tenho uma ideia. –disse Nico e assobiou. –Arco-íris!

Em pouco tempo, apareceu um hipocampo. Eu só havia visto na internet ou em livros, mas nunca na vida real (também... eu pensava que na vida real deuses gregos não existiam...). O animal era lindo: uma mistura de cavalo com peixe, sua pele era um azul esverdeado, que no sol, brilhava com as cores do arco-íris, acho que é por isso o porquê do seu nome.

–Arco-íris! –disse Nico, sorrindo. –Hey, amigão. Poderia nos levar até a costa de Nova Jersey?

O hipocampo relinchou.

–Só o Percy consegue entender os cavalos então... vou levar isso como sim. –ele disse. –Suba você primeiro. –ele disse comigo.

–Eu?

Nico semicerrou os olhos.

–Eu daria uma resposta irônica para sua pergunta, mas é melhor eu ficar calado.

Foi minha vez de semicerrar os olhos para ele.

–Eu não sei montar em cavalo, imagine hipocampos.

–Imagine Dragons. –ele disse.

–Imagine Dragons. –concordei sorrindo.

–Vai, monta. –ele disse– Não é tão difícil assim.

Eu balancei a cabeça em reprovação, mas tentei. Segurei na crista do hipocampo e peguei impulso, passei uma perna pelo animal e montei... não, pera... eu escorreguei para o outro lado.

Quando voltei à superfície, Nico estava rindo.

Peguei impulso na crista do hipocampo, e subi no animal, passando a perna para o outro lado. Agora sim, eu montei. Olhei para Nico e dei língua para ele. Acho que não foi muito o certo a se fazer, eu escorreguei para o lado de Nico. Ele me segurou pelos ombros e eu caí na água, por cima dele. Quando voltamos a superfície, quem estava rindo era o hipocampo.

Espera... hipocampos riem?

Eu não sei. Só sei que pelos barulhos que ele estava fazendo, parecia com um riso.

Nico bateu de leve na lateral do animal.

–Não ria Arco-Íris! –Nico disse, mas não funcionou, já que ele próprio estava rindo, eu ri junto.

Segurei a crista do animal e peguei impulso, jogando a perna para o outro lado, e me estabilizei. A pele dele era bem escorregadia, ainda mais comigo, que estava toda molhada. Deixei meus dedos polegares enganchados nas alças da mochila. Nico subiu no animal, ele chegou para mais perto de mim.

–Segure na crista do hipocampo, a não ser que queira cair novamente. –ele disse, movendo minhas mãos (com as mãos dele) para a crista do hipocampo e escorregando suas mãos para minha cintura, onde ele apertou um pouco. –Pronta?

–Pronta. –eu concordei.

O hipocampo nadou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo?



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