Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 2
Capitulo 2 - Psicologia da Katniss


Notas iniciais do capítulo

Heey, people!
No ultimo cap eu estava c tanta pressa que nem me apresentei.. Eu sou a Karly Emanuely, mas podem me chamar de Manu...
Quero agradecer a todos que leram e comentaram... Ta todo mundo achando engraçado o choque de realidade do Peets, né... Hahahha... Tadinho...
Obg Hanna, Doritos, Barbara, Camila e a Delly por comentarem...
Aí vai o prox... Espero que gostem...



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Acordo e mantenho os olhos fechados, sinto um enjoo e minha cabeça explodindo... Arghh! Ressaca... O que rolou ontem para mim beber tanto? Ontem, ontem, ontem... Meu pai... Minha mãe... Delly... Retorço a boca em desgosto e me remexo na cama... Opps... Cama? Revejo minhas memorias... Eu adormeci na sala, como assim estou na cama? Como vim parar aqui? Eu sei que não foi Delly, pois além de eu ser muito pesado para ela, mesmo que meu 'eu' inconsciente colaborasse, ela não ia se importar em me deixar confortável, qualquer coisa que possa quebrar suas unhas, é muito perigoso pelo seu ponto de vista, então, só resta uma alternativa... Sou sonambulo.

Sou rancado de meus pensamentos pelo maravilhoso e revirador de estomago cheiro de ovos e bacon. Okay, eu posso até ter magicamente me arrastado até a cama, mas tenho certeza que não estou fazendo café, e Delly... Bem, ela não sabe fazer absolutamente NADA na cozinha, além de comer... Então, quem é?

Despertado pela curiosidade, abro os olhos e... Esse quarto não é meu mesmo, não reconheço essas paredes azuis. Onde eu estou? Como vim parar aqui? Respira Peeta, respira... Não se desespere. Levanto da cama num pulo, e vou em direção a porta. Bem, eu não acho que um sequestrador me colocaria em uma cama, me daria coberta e travesseiro, além de deixar a porta aberta. Então, pelo menos sequestrado não fui.

Trilho um caminho para o que deve ser a saída, e finalmente vejo a porta da sala, por onde eu aparentemente entrei ontem, mas também vejo Ela. Ela esta mexendo no fogão, provavelmente preparando omeletes, esta usando um short de jeans e uma camiseta. Mas, como ontem eu não percebi essas pernas? Será que isso é efeito de se estar solteiro? Ela, Katniss... O que eu estou fazendo no apartamento dela? Ela se vira para mim, provavelmente sentiu que estava sendo observada e sorri, então percebo tudo o que não percebi ontem, aparentemente eu estava cego pela pressa. Ela possui um sorriso que poderia iluminar Las Vegas na falta de energia, belos olhos acinzentados misteriosos, tempestuosos e vibrantes, belos cabelos loiros, ondulados. Provavelmente, tem cerca de 22 anos.
Sou rancado dos meus pensamentos pela risada de Katniss, e percebo que estou secando a garota.

–Eu finalmente descobri como é ser 'secada', me sinto desidratada. - bebe água, se corar não fosse tão gay, eu teria corado. - Bom Dia, avestruz bêbado! - eu fico bêbado e essa garota que enlouquece? Avestruz bêbado... Humpft.

–Ham.... Eu... Err... - gaguejo, gaguejo e não falo nada. O que é isso Peeta? Você pode fazer melhor! - Bom Dia, Katniss!

–Oh, my God! - coloca a mão no peito e abre a boca como se estivesse surpresa, franzo o cenho. - Você sabe meu nome, senhor apressado e distraído! Que honra! - dramatiza enxugando lagrimas inexistentes - Me sinto feliz de não ser chamada de Delly... - Então, foi a silhueta de Katniss que vi ontem.

–Ah, sobre isso, me desculpe! - ela faz um gesto de descaso com a mão. - Eu... Hum... Err... Você sabe como vim parar aqui? No seu apartamento?

–Ah... Ontem eu deixei a porta aberta e você entrou, aparentemente estava bêbado demais para reconhecer seu apartamento. - dá de ombros.

–Ah, sobre mais isso, me desculpe, não sou assim sempre. - justifico encolhendo os ombros.

–Tudo bem... Eu meio que percebi isso, engravatado! - olho para mim mesmo, ainda estou com minha gravata, frouxa mas estou, o terno eu tirei ontem, entre as seções de choque de realidade. - Deve ter sido um dia ruim... - dá de ombros. Você nem imagina o quanto, penso.

_É... -respondo apenas - Bem, eu... Me desculpe novamente, eu já vou indo, tchau Katniss! - me viro para ir até a tão sonhada porta, mas estanco ao ouvir a gargalhada de Katniss, me viro para ela e franzo o cenho confuso.

–Você acha mesmo que vai embora assim? - assinto confuso e ela ri mais - Não sem antes me contar o que aconteceu! - eu fui horrível é outra vida, só pode, é Karma. Não basta eu ter tido um dia horrível, agora uma estranha quer que eu o narre para ela...

–Ah... É uma longa história, você não vai querer saber.

–Quero saber sim, nem comece a inventar desculpas fiadas. Eu te abriguei quando estava caindo de bêbado, inconsciente. Eu nem te conheço, você pode ser um psicopata, assassino, mas te abriguei. Eu poderia ter te deixado no corredor, para ser roubado, sequestrado, assassinado... - dramatiza.

–Desculpa, Katniss... Só não quero contar para estranhos, sinto muito.

–Peeta, eu sou formada em psicologia, sabia? - nego - Eu sei que você não sabia, foi retorico. Mas, bem... Contar para estranhos é sempre melhor as vezes, sabia? Estranhos não são partidários ou se envolvem sentimentalmente no caso... Então... - pensa um pouco - Ah, já sei, vem aqui! - pegou minha mão e saiu me puxando.

Talvez seja bom conversar com ela, estou sem amigos, sem namorada, não tenho com quem contar, ela é psicologa, talvez me ajude. Eu preciso desabafar, se guardar tudo isso para mim, posso enlouquecer, ela até me ajudou, se fosse outra pessoa, teria me tacado no corredor ou chamado a policia. Logo chegamos a um quarto praticamente vazio, de paredes cor gelo, com apenas duas poltronas e um divã... Um Divã?

–Deita aí! - apontou o divã.

–No divã? - Ela revira os olhos e assente. Me deito.

–Pode começar quando quiser.

–De onde começo?

–Você que sabe, talvez a raiz dos problemas seja um bom lugar. - dá de ombros.

–Meu problema? Beem, ontem eu descobri que meu pai trai minha mãe, que trai ele também e que minha ex namorada, Delly, me traia... - ela assente, como dizendo para prosseguir - Sabe, eu sempre admirei meus pais, sempre quis um 'casamento perfeito' como o deles, que atravessasse o tempo e as pessoas, algo sincero... E, do nada descubro que isso não existe. Eu sempre quis ser o filho perfeito para os pais perfeitos, sempre o melhor na escola... Eu sempre quis fazer arquitetura, sabia? Imaginava meu orgulho quando vesse prédios desenhados por mim... Mas, eu fiz administração pelos meus pais, no fim das contas até gostei, mas não deixo de pensar como seria arquitetura... - dou de ombros - Quando conheci Delly, achei que era a mulher da minha vida, a futura Sra. Mellark, eu estava apaixonado por ela, não via defeitos, tudo estava completamente perfeito... Até que aos poucos a verdade veio á tona, ela não era tão perfeita assim, e não me refiro a traição, ela era muito melosa e não sabia respeitar espaço nem privacidade, e vivia de fazer pressão em mim, desde ir a casa dela a noite á pedi-la em casamento, eu só estava com ela por conveniência, comodidade... Eu possuía quatro amigos, amigos mesmo, daqueles que não são falsos ou interesseiros, mas eu os perdi, e passei tanto tempo pensando que os culpados eram eles, mas olhando agora... - suspiro - Eu que vivia enfurnado nos papeis, na tentativa de ser um pedaço de perfeição pros meus pais, o herdeiro perfeito para a empresa, que eu não via que era eu que estava me afastando, me ausentando, nunca foi culpa deles, fui eu... E, toda a minha obsessão por ser o que meus pais queriam. Mas, depois que eu os perdi, para mim continuava perfeito, eu tinha a família perfeita, o emprego dos sonhos, e uma namorada que provavelmente se tornaria a futura Sra. Mellark, por causa da minha comodidade. Todo esse trabalho é como uma doença, você perde a vontade de comer ou dormir, para ficar apenas lá, se esquece de viver. - concluo e penso mais um pouco, sob os olhares atentos de Katniss. - Analisando bem, acho que na realidade, Delly nunca quis ser a Sra. Mellark. - suspiro.

–Na realidade, -começa Katniss - isso sempre foi o que ela mais quis, ser a Sra. Mellark, possuir parte da tal empresa, ter seu nome na boca da sociedade...

–Mas, como... Por quê? Como você sabe disso? - ralho curiosamente - Sua psicologia é tão boa a ponto de entender as pessoas sobre as quais conto? - ela nega com a cabeça e gargalha.

–Oh, não... Minha psicologia não chegou a esse nível, mas se eu exercita-la... - dá de ombros - Na realidade, hoje pela manhã começaram um escândalo no corredor, e eu corri para ver descobrir o que era. E, havia uma mulher loira de olhos verdes, gritando a frente da porta do seu apartamento, dando um show, discutindo consigo mesma. - dá de ombros novamente - Logo, pelo monologo, eu descobri que era a tal Delly.

–E... O que ela dizia? - interrogo curiosamente, ótimo além de corno estava com uma mulher interesseira.

–Beem, dizia coisas como: Peets, me desculpe, meu amor, Dê uma nova chance para nós... E, puts... Se ela for tão melosa quanto a voz dela sinto pena de você. - gargalha - Ralhava consigo mesma sobre o quão idiota havia sido, que agora não sabia mais o que fazer, e como ela conseguiria seus sonhos, precisava ser a Sra. Mellark, precisava de uma parte da empresa Mellark'S... - termina com um dar de ombros.

Sempre achei que apenas velhos ricos, feios precisavam de mulheres interesseiras para ter alguma mulher, e aqui estava eu, um cara de 23 anos, consideravelmente bonito, descobrindo que minha ex estava comigo por puro interesse, isso é traumatizante.

–Senta aqui, Peeta. - indica uma poltrona ao lado da dela - Eu ouvi tudo o que você falou e... Para mim, eu acho que a primeira coisa que você tem que aprender, é a viver por si, é fazer escolhas pelo Peeta... - bate o dedo no meu peito - Você não pode viver sua vida para os outros. Você tem de fazer o que é certo para você, mesmo que magoe algumas pessoas que ama. Não existe nada que mudará o fato de seus pais não terem o casamento perfeito, ou de você ter sido traído pela sua namorada interesseira. Ninguém pode voltar atras e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Você não pode mudar essas coisas, mas pode agir por si próprio... Na vida quem perde o telhado, ganha as estrelas! - ela sorri - Saia por ai vivendo por si mesmo, as vezes é bom não ser perfeito, meu amigo. Ser apenas pobres seres humanos que erram, aprendem e tentam de novo. Talvez se você tivesse vivido por si mesmo a decepção seria menor. Mas, agora você pode tentar, sabe? Não é como se você pudesse mudar isso do nada, em dez segundos, mas aos poucos você consegue. O que você precisa agora, é uma viagem como a que eu vou fazer. - abre um sorriso de orelha a orelha, enquanto eu reflito sobre o que ela disse.

Eu não posso mudar o que aconteceu, não posso tirar a decepção, mas eu posso viver por mim, fazer escolhas para mim, é impossível agradar a todos que nos cercam, mas é sempre possível fazer as escolhas certas para agradar a mim mesmo. Eu posso escolher o que quero, eu posso ser quem eu quero. Eu vou fazer isso?

–Como assim uma viagem como a sua? - pergunto decidido, eu vou!

–Viaje por si, nada de trabalho, apenas aventura, nada de preocupação, nada planejado, apenas... Viva o momento!

–Esta falando para eu ir pra roça? - pergunto e ela gargalha.

–Se eu falasse seria hipocrisia... - ri mais - Não, eu to falando para você fazer uma viagem para relaxar, nada de trabalho, para ser você mesmo e descobrir quem você é. - sorri.

–E para onde você vai? - interrogo curioso.

–Route 66. Sempre quis algo assim, por que ir para um lugar se posso conhecer vários? Moramos em Chicago, baby! Por que não pegar a Route 66 para aproveitar, conhecer Canyons, dormir em motels, comer em cafés beira de estradas, e no fim estarei na Califórnia, num dia de sol e praia. - sorri animadamente.

Route 66, sempre a considerei incrível, mas nunca me imaginei viajando por ela, conhecendo Canyons, dormindo em motels, comendo em cafés beira de estrada, mas também nunca me imaginei vivendo por mim mesmo, sem tentar ser perfeito, nunca imaginei que um dia eu iria beber tanto que iria parar na casa de estranhos, mas aqui estou, por que não? É uma viagem incrível, é histórico e natural, é fascinante. Sorrio.

–E, quanto tempo duraria essa viagem? - pergunto interessado e quase decidido.

–Beem, pode durar oito dias, ou oito meses... - dá de ombros e arregalo os olhos, fazendo-a rir. - O tempo em que eu conseguir aproveitar tudo o que quero, que eu possa memorizar, guardar para mim, na minha caixinha de momentos perfeitos.

–Quando você vai sair daqui?

–Provavelmente amanhã. - sorri com os olhos brilhando como estrelas.

Peso isso por um tempo, eu não tiro ferias desde... Nunca, acho que seria algo divertido, conhecer a Route 66, ser apenas 'eu', por tempo indeterminado, por que não? Mas, eu não saberia muito bem o que fazer, eu não consigo me imaginar assim, só há uma forma de eu realmente aproveitar essa viagem.

–Posso ir com você? - indago decidido.

–Como?

–Posso ir com você? Podemos ir no meu carro, e acho que seria melhor para você ir acompanhada, não? De que adianta a viagem dos sonhos se não tiver com quem dividir as lembranças? - uma coisa que eu sempre soube era convencer as pessoas de algo que eu realmente queria, e nem que eu tivesse que tentar por séculos, eu iria nessa viagem. Ela pensa por um tempo.

–Você tem roupas normais, né engravatado? - olha para mim de baixo para cima, franze o cenho e nega com a cabeça - Vá fazer suas malas, partiremos logo cedo amanhã, resolva o que tiver que resolver, e iremos no seu carro. - aponta para mim, me levanto e sigo para a porta. - Peeta...

Estanco quando ela me chama, viro para ela.

–Sim...

–Tem uma condição... - aceno com a cabeça para ela continuar - Você tem que prometer que não irá se apaixonar por mim.

Gelo, eu já vi essa frase em algum lugar... Onde foi? Pensa, Peeta, pensa.... Isso... Um Amor Para Recordar.

–Você esta com câncer? - pergunto preocupado de repente, fazendo-a rir.

–Não... - suspiro aliviado - De onde você tirou isso?

–Qual é? Posso ser homem e viver no papéis, mas já assisti 'Um Amor Para Recordar' pelo menos uma vez. - dou de ombros, fazendo-a rir de novo. - Mas, porque falou isso?

–Eu sempre quis falar essa frase... - ri mais, eu apenas balanço a cabeça para a cena.

–Tchau, Katniss!

–Tchau, Peeta!

E, finalmente passo pela tão sonhada porta, bem mais leve, livre e feliz do que entrei por ela.


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Notas finais do capítulo

E, ai o que acharam? O que esperam dessa viagem? Gostaram? Odiaram? Deem suas opiniões ou sugestões...
Ah... Por enquanto, segunda é o dia oficial de LITM, talvez eu mude, talvez não...
Mas, até segunda que vem, babys!
Kisses!