PREFÁCIO.

            Eu aprendi muito de uns tempos para cá. Sinceramente, isso  que me fez acreditar que Ross estava sendo sincero conforme suas pequenas mudanças. Era um corte de cabelo diferente, seus pseudo-cachinhos aparecendo, a aposentadoria da chapinha, da arte da maquiagem. Tudo aquilo fez o Ross que eu conhecia – aquele que brincava comigo, aquele que estava sempre ao meu lado  - , mudasse muito. E não que eu esteja atribuindo ao maldito corte de cabelo ou o fato de Ryan Ross preferir usar o cabelo como se morasse em uma tribo indígena todo aquele jeito frio comigo, frio, amargo, inexpressivo.

            A culpa era minha e da minha maldita mania de ter pessoas me rodeando. Minha maldita mania de chamar a atenção. Mas agora, somos só nós quatro, isolados do resto do mundo. Onde eu posso me desculpar e mostrar para ele que eu sei viver com um único homem. Que eu sei ser de um só, porque quando eu dei a chance dele me conquistar ele o fez, mas o fez para mostrar que poderia ser superior, para me humilhar, para tirar de mim a única capacidade que eu tinha: a da conquista.

            Maldito Ryan Ross e sua maldita capacidade de me mostrar o amor.