Anna Prior - Em Busca de um Passado Esquecido escrita por Isa Medeiros


Capítulo 26
Capítulo 25 - Você não precisa de apresentações, pelo menos para mim.


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOA TARDE!!!!!!
Eita que animação é essa? Não sei!!!!
Porque eu estou aqui? Capítulo novo geeeeente!!!!!
Meu Deus, já ta no finalzinho da fic? Não acredito....
Mas não se preocupem, ainda tem muuuuito caps pela frente!!!!
Queria pedir desculpa por ter demorado pra responder os últimos comentários...
Mas ai vai mais um cap!!!!
Boa Leitura!!!



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Não ousei largar a sua mão por um segundo se quer depois daquilo.

Assim que aquele abraço teve que terminar ele segurou a minha mão com força e eu fiz o mesmo. Nós caminhamos em silêncio pelas escadas até acharmos uma porta. FZ se ofereceu para carregar a mochila de Julia e eu deixei, escondi a minha arma e, em menos de dez segundos já estávamos em um elevador lotado de pessoas.

Ninguém pareceu se importar muito conosco, apenas dois jovens de mãos dadas. Eu coloquei um boné pra que não me reconhecessem e fomos discretos. Descemos no nono andar e o rondamos em silêncio até achar um banheiro.

– Masculino – FZ disse assim que chegamos ao vão que separava os dois banheiros. Olhei para ele com uma falsa careta ofendida e ele deu de ombros, sorrindo – Nem vem que da ultima vez foi o feminino.

– Eu voto no feminino – respondi, colocando uma mão na cintura – Imagina se entrarmos no masculino e tiver um cara lá dentro?

– E se...Não, esquece, eu não posso me separar de você – FZ declarou, abrindo aquele sorriso só seu de orelha a orelha. Tive que sorrir também, afinal, seus olhos de chocolate brilhando como nunca foram o suficiente para me convencer.

– Certo, masculino – declarei, derrotada, com um suspiro forçado – Mas se tiver um cara lá eu juro que...

– Que ele vai imaginar coisas! – ele disse, levantando as sobrancelhas. Eu soltei uma risada sonora, que encheu todo o corredor e, ainda rindo, o segui para dentro do banheiro masculino.

Por sorte, não tinha nenhum cara lá dentro. FZ abriu todas as portas e entramos na última. Assim que eu a tranquei e largamos as mochilas FZ me mostrou a bolsa com a alça arrebentada que ele havia arrancado da mulher. Sorri.

– Quem abre, você ou eu? – questionei, fazendo biquinho. Ele fez sinal para que fosse eu e eu agradeci com um acendo.

O fecho não tinha nenhum mistério e a bolsa, aparentemente, também. De início eu encontrei um batom vermelho vivo, depois, algo muito mais interessante: um spray de pimenta. O estendi para FZ e ele sorriu, me incentivando a procurar mais.

Abrindo um dos bolsos eu encontrei algo muito melhor do que o spray: um cartão de acesso. Ele era todo branco com mínimos detalhes em azul, mas, além de um código de barras, não tinha nada escrito. Logo depois eu achei um pacote de absorventes e, é claro, não perdi a oportunidade.

– Pra você – estendi o pacote a FZ, sem conter o riso diante da sua careta. Senti ele chegando perto de mim e, no instante seguinte FZ estava me fazendo cócegas na barriga. Eu desatei a rir, um pouco por causa das cócegas, um pouco por causa do nervosismo, porque bom, digamos que ele estava perto de mim a ponto de conseguir sussurrar em meu ouvido.

– Acho que não combina muito comigo... – sua voz doce era um consolo para mim. Eu estava me dobrando de tanto rir e protestando contra suas mãos em minha barriga.

– Ei, ei, para – eu dizia, entre ataques de riso incontroláveis – Eu tenho que...Ver na bolsa...FZ!

Rindo junto comigo, ele parou e se afastou um pouco de mim. Surpreendi a mim mesma quando percebi que eu estava triste pela distância entre nós, apesar de minhas bochechas serem um rubor puro.

Sorrindo, eu coloquei a mão na bolsa e puxei o que parecia ser o último item, porém o mais interessante. Por fora parecia muito com o diário de Natalie, com uma tela pequena envolvida por molduras brancas e um botão no lado direito. Mas aquele parecia um pouco mais atual.

Senti uma cabeça no meu ombro, tentando ler, e quase tomei um susto, até perceber que era FZ. Revirei os olhos e apertei no botão da lateral. A tela ficou branca e, logo em seguida, um título apareceu em negrito: “Bombardeamento de Chicago: Informações”

Meu coração deu um pulo. Não importava quantas vezes eu lesse e ouvisse aquelas duas palavras combinadas: elas sempre me dariam calafrios. Respirei fundo e deslizei o dedo sobre a tela, passando de “página”.

O único arquivo no terminal era relativamente curto. Sem aquele discurso interminável de David, tudo parecia se resumir ao que estava escrito: Informações. A primeira tela explicava, muito resumidamente, a historia das facções e o motivo do bombardeamento.

A segunda me deu náuseas. Todo o sistema das bombas era solto por aviões. E, naquela tela, tudo estava ilustrado com detalhes. Havia, inclusive um vídeo simulando o que aconteceria, no qual eu não encostei o dedo.

A terceira respondia a dúvida que não queria calar: Que raios todas aquelas pessoas da reunião iriam fazer para ajudar? Pelo jeito, haviam sido recrutado um de cada sala e setor. E o que tinham que fazer era simples, apenas trancar todos os seus colegas e deixar que o soro da memória caísse sobre eles.

Senti minhas pernas vacilando e meu estômago borbulhando. Como se fosse um consolo, FZ passou a mão pela minha cintura, de novo, perigosamente perto, mas eu não me importei. Aquelas pessoas iriam destruir Chicago e o Departamento e quem eram os únicos que sabiam? Eu, FZ e Julia.

Ainda tremendo, passei para a quarta. Porém ela só me deu mais calafrios, apesar de ser a tela mais útil. Ali estava escrito o dia, a hora e o local onde seria ativado o bombardeamento.

Quase caí para trás ao ler o dia. Hoje. Com letras grandes e em negrito. Aquilo só podia ser algum tipo de contagem regressiva, porque era isso mesmo que estava escrito:

“Dia: Hoje

Hora: 15:00

Local: Aeroporto do Departamento.

Atenção: O painel só pode ser ativado mediante a um código numérico. Se algo tentar quebrar o painel, ou o bombardeamento for desativado com o código errado, o soro da morte será lançado em todo o Aeroporto.”

Gelei. Merda! Que porra nós podíamos tentar fazer, ein? Missão suicida ou o que? Respirei fundo e reli a última frase, não, ela não havia mudado. Li de novo, e depois mais uma vez, senti FZ me segurar com mais força. Ele também havia lido. Estava escrito, nós dois sabíamos.

“Se algo tentar quebrar o painel, ou o bombardeamento for desativado com o código errado, o soro da morte será lançado em todo o aeroporto”

***

– O último? Tem certeza absoluta? – perguntei, mais uma vez, encarando o painel do elevador vazio. Quer dizer, apenas com eu e FZ dentro dele.

– Absolutíssima – ele respondeu. Suspirei, era melhor ele estar certo e o escritório de Matthew ser no último andar mesmo. Diante da minha hesitação, FZ envolveu a minha mão com a sua e empurrou de leve o meu dedo estendido para que ele apertasse no botão escrito “15”. Uma luz vermelha se acendeu e pronto, estava feito.

O elevador subiu de vagar, eram seis andares, mas pareceu uma eternidade com nós dois em silêncio. A frase escrita no terminal ainda me dava calafrios. Mesmo que, depois de muita conversa (e algumas barrinhas de cereal) FZ e eu tenhamos decidido procurar Julia primeiro e informar a Matthew sobre o bombardeamento.

Mas, nesse meio tempo, ninguém podia me reconhecer. Por isso amarrei o cabelo e coloquei um boné por cima. Fiquei com o shorts e a blusa que eu já estava, só coloquei um casaco mais largo e tratei de lavar o meu tornozelo (que nem doía mais). E, é claro, sempre com a minha mochila nas costas.

Um sonoro “pilm” me tirou de meus devaneios. As portas duplas se abriram na nossa frente e eu olhei para FZ. Ele acenou com a cabeça e descemos juntos, mas, dessa vez, não de mãos dadas.

– Você lembra em que porta é o escritório dele? – perguntei, olhando para FZ. Ele mordeu o lábio e observou as portas na nossa frente.

– Vamos ver mais pra lá – declarou, meio confuso, enquanto apontava para a direita. O segui, enquanto ele olhava para todos os lados. Até que, a uma certa altura, FZ parou diante de uma porta e apontou para o que estava escrito nela – Que tal a que está escrito “Escritório de Matthew”?

Soltei uma risada baixa e o cotovelei fraquinho. A porta não tinha maçaneta, ela era toda branca, como se fosse uma parede, mas com um pequeno desnível. Perto dela havia um leitor . Olhei para o cartão que eu havia “roubado” da mulher e dei de ombros, não fazia mal tentar. Tirei a cordinha do pescoço e coloquei o que parecia um código de barras na parte azul do visor.

Com um som que parecia o do elevador abrindo, a luzinha vermelha ficou verde e a porta abriu alguns centímetros. Olhei para FZ levantando as sobrancelhas e ele deu de ombros. Passei a mão discretamente pela arma, que estava em um bolso interno do casaco, e empurrei a porta alguns centímetros, espiando lá dentro.

Não tinha ninguém na sala. Mas era, sinceramente...Uma decepção. Aquele não parecia, nem de longe, um laboratório ou escritório de alguém importante. Na verdade, estava mais para uma antessala. Com esse pensamento positivo, abri a porta por completo e fui entrando.

As paredes eram beges e os únicos móveis em toda a sala eram três cadeiras e uma mesa de centro marrom clara. Além, é claro, de outra porta sem maçaneta e nem leitor. Adentrei alguns passos, era uma sala pequena e eu, sinceramente estava desapontada.

– Que...Esse não pode ser o escritório de Mattew! – FZ exclamou olhando em volta, tão surpreso quanto eu. Mordi o lábio, alguma coisa, realmente não estava certa. Girei o corpo lentamente, observando cada canto da sala. Então eu vi, e entendi tudo.

Ela era bem pequena e escondida. Juro que, se eu não tivesse olhado com atenção em não a teria visto. Ali no canto superior, estava uma pequena câmera. E, convenhamos, eu tinha um certo talento para achar câmeras escondidas, assim como o meu pai.

– FZ – chamei, o cutucando. Ele virou pra mim e eu, discretamente, apontei para a câmera – Olha, acho que essa é uma sala menor – sussurrei, e continuei – Acho que tem alguém nos observando, e, a entrada para o verdadeiro escritório deve ser ali.

– Deve... – ele acenou com a cabeça, concordando. – E...Vamos nos apresentar para a câmera? – perguntou, franzindo as sobrancelhas. Eu dei de ombros.

– Acho que exatamente isso... – respondi, mordendo o lábio. Me virei, decidida, bem na direção da câmera e, respirando fundo, declarei – Oi, estamos aqui por causa de Julia e eu suponho que este seja o escritório de Matthew, então...

Eu não tive tempo de acabar a frase antes que um “clic” me interrompesse. Olhei para o lado e vi a porta sem maçaneta entreaberta. Meu sorriso se alargou, eu estava certa.

FZ sorriu também, apontando para a porta. Eu fui na frente, e, em três passos, já havia atravessado toda a sala e estava empurrando a porta. Senti que ele estava bem atrás de mim, pronto para qualquer coisa. E, respirando fundo, abri toda a porta de uma só vez.

O que eu vi diante dos meus olhos, daquela vez, era o escritório de Matthew. Não era nada de muito deslumbrante, mas era bem maior do que a salinha de antes. Exatamente como um escritório e laboratório a mesmo tempo: de um lado, uma grande bancada com toda a sorte de equipamentos espalhados em cima dela, e, do outro, uma mesa de trabalho, com um notebook e uma cadeira atrás dela.

Na cadeira estava sentado um homem alto, com a idade do meu pai, porém em boa forma, vestido com um jaleco por cima da camisa. Matthew. Só podia ser ele, sendo que ele era o único homem lá dentro.

Sentada em uma das duas cadeiras á frente da mesa, via-se um corpo pequeno, mas com os ombros eretos e decididos. Assim entramos, vi seus olhos brilharem de alegria enquanto ela corria para os braços do irmão, gritando seu nome.

– FZ!!!! – Julia vibrou descendo da cadeira com um pulo e correu até o irmão, se pendurando em seu pescoço. Ele retribuiu o abraço com o mesmo afeto e eu sorri, feliz por Julia estar bem – Anna! – ela exclamou, me puxando para o abraço também e eu ri, envolvendo-a com um braço e colocando o outro nos ombros de FZ.

Matthew já havia se levantado quando o abraço coletivo se desfez. Ele sorria, com uma das mãos no bolso do jaleco. Foi caminhando de vagar até chegar mais perto de nós, enquanto eu o seguia com o olhar.

– Então Julia, não vai me apresentar seu irmão? – ele perguntou, alternando o olhar entre Julia e FZ. A menina sorriu, pelo jeito, eles haviam conversado.

– Matthew, esse é o meu irmão, Farizeu – Julia disse, rindo e recebendo um olhar fuzilante de FZ. Eu ri também enquanto Matthew abria um sorriso.

– O famoso FZ – comentou e estendeu a mão – Prazer, Matthew.

– Prazer – FZ apertou a mão dele meio hesitante. Então, segundos depois, todos olharam para mim e eu supus que eu devia me apresentar.

– É...Eu sou a...– comecei, meio hesitante, mas logo fui interrompida. Matthew estendeu a mão em sinal de silêncio e declarou, sorrindo, como se aquilo fosse normal.

– Anna...Você não precisa de apresentações, pelo menos para mim...Eu estava lá quando Tobias escolheu o seu nome.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?????
Na semana que vem....
"– Rumores... – Matthew sussurrou e em seguida balançou a cabeça, como se estivesse acordando de um pesadelo. Ele se levantou de súbito, como se tivesse engolido tudo de uma vez e estivesse pronto para continuar – Apenas rumores...Não pensei que fossem verdadeiros. Esperem, vocês tem certeza absoluta?
— Certeza absoluta!? – explodi, ele não acreditava em mim? Minha voz estava alta de mais, mas eu não me importava. Eu podia citar nossas “certezas absolutas” de trás para frente. – Será que o fato de termos ouvido uma conversa, conseguido um relatório, ido a uma reunião do grupo e conseguido mais um terminal, não é o bastante para “certeza absoluta”?"
Beijos e nos vemos no comentários!!!!!!



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