Cheerock escrita por Leh


Capítulo 28
Capítulo Final!


Notas iniciais do capítulo

Acabooou! :´( Vou sentir saudades de Cheerock, e vocês?
Como despedida esse ficou até bem grandinho, né?! kkkkk
Aviso: Nesse capítulo adicionei letras de uma música do Olly Murs ft. Edurne (todos os direitos reservados) pra quem não conhece a música: https://www.youtube.com/watch?v=55yfVFMc-Uk
pra quem não entende inglês: http://www.vagalume.com.br/olly-murs/hand-on-heart-traducao.html
Enjoy ;)



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CARLY

– Você não vai acreditar! – disse Andy pelo telefone – Ele me perdoou! O Victor me levou para o ensaio deles e o Teddy ficou simplesmente aterrorizado, mas feliz, de certa forma... Enfim, eles aceitaram que eu cante, só que eu ou cantar com o Victor, por que Ted não canta... – Ela deve ter percebido meu silêncio – Ok, o que aconteceu?

– Nada...

Mas tinha alguma coisa, ela sabia disso. Eu não queria falar sobre Victor, eu não queria pensar ainda sobre o assunto, mesmo sabendo que eu teria que pensar uma hora ou outra.

– Carly, você não pode fugir do Victor para sempre, ele mora na sua casa!

– Eu sei, mas... ah, sei lá, eu simplesmente não consigo pensar nesse assunto. Talvez eu não goste mais dele.

– Então que tal falar pra ele que não tem nem chance de uma volta?

Fiquei em silêncio. Eu tinha pensado em fazer isso, mas o pensamento me fazia ter calafrios.

– Eu... não posso.

– Então é por que você ainda gosta dele, ora mais!

– É mais complicado do que parece, Andy.

– Como assim? É mais fácil do que parece! Carly por todo esse tempo que você esteve “sozinha” ele estava ali com você, te ajudando, te apoiando. Você não pode simplesmente ignorá-lo para sempre! É falta de consideração por tudo o que ele fez por você. E olha que ele fez um bocado. Ou você gosta dele ou não, e se não, diz logo pra ele. O que não pode é ficar nesse teatro, dando esperanças pra ele.

Fiquei em silêncio. Como ela poderia fazer toda a complexidade na minha cabeça ficar tão simples?

A porta se abre e Victor entra, molhado com a chuva.

– Eu tenho que ir.

Ela suspira audivelmente.

– Pensa com carinho.

– Ok. Tchau.

– Tchau.

Desligo o telefone e olho Victor enquanto ele entra na cozinha (onde eu estou) e abre a geladeira.

– Legal o que você fez pela Andy – comento.

Ele levanta o olhar, meio assustado.

VICTOR

Ela falou mesmo comigo? Claro que sim, idiota, não tem mais ninguém na cozinha.

– Ela também é minha amiga, assim como o Ted – retribuí voltando meu olhar para a geladeira. Estou faminto.

– Como foi o ensaio?

Pego queijo, presunto e coca. Em seguida começo a preparar dois mistos quentes.

– Muito bom. Estamos com dificuldade, uma das regras deste bendito concurso foi que cantássemos um dueto de um estilo diferente do nosso, então tive que transformar “Hand on Heart” em um pop.

– Ficou legal?

– Acho que sim, mas nossos movimentos ainda são muito fortes, temos que nos acostumar ao estilo pop.

–Quando é mesmo esse concurso?

– Próxima semana, acho que mamãe vai, mas Hugo não gosta de ir.

– Talvez eu vá.

Paraliso.

– Você?

– Sim, eu. Por quê?

– Perdoe-me se eu estiver errado, mas nas ultimas semanas você não gosta nem de falar comigo. Hoje você decide não só falar, como também ir ao concurso?

Ela olha para baixo, sabe que estou certo. Eu não queria ser tão grosseiro, mas algo aqui está muito estranho. E não sou eu.

– Desculpa, eu não queria ser tão fria com você. Eu só não sabia como me portar depois do que aconteceu?

– Droga, Carly. Tudo bem você não me querer como namorado, mas não me ignore. Eu quero ser seu amigo, quero estar na sua vida. Você mora na minha casa, caralho.

A sanduicheira acendeu a luz avisando que o sanduíche estava pronto. Coloco cada um em um prato, coloco refrigerante em dois copos e sento.

Ela fica me olhando por um tempo até perceber que o segundo sanduíche é para ela. Então ela começa a comer junto. Silenciosamente.

Acabamos e ficamos um tempo apenas parados, em silêncio.

– Eu quero que sejamos amigos – diz ela finalmente.

Friendzoned. Melhor do que nada.

– Obrigado – murmuro.

Então me levanto e vou para meu quarto.

CARLY

No outro dia tomamos café da manhã juntos e vamos à escola. Parece tudo normal, pra alguém que está de fora, mas eu sei que não está. Por incrível que pareça isso me machuca mais do que eu pensei que pudesse machucar.

Os insultos matinais nem me afetaram hoje, e eu estava sem Andy ao meu lado. Minha cabeça estava em outro lugar.

O sinal tocou e fui para minha primeira aula. Será que eu realmente queria ficar com Victor novamente? Todos os pontos positivos e negativos ficavam rebobinando em minha cabeça.

Fico tão distraída e no automático que só percebo que Andy não veio na hora do almoço. Então ligo para ela.

– Oi Carly!

– Andy! Tudo bem contigo? Você faltou...

– Eu estou ensaiando com os meninos no auditório.

– Vocês mataram aula?

– Eu te falei que eu ia faltar aula, ué!

– Suspirei.

– Ah, desculpa Andy. Eu acho que não prestei muita atenção na sua conversa ontem.

Ela fica um tempo calada, com certeza está chateada.

– Ei meninos, eu vou tomar uma água e volto daqui a pouco.

Ouço seu distanciamento do som das conversas e logo depois o som de uma porta se fechando.

– Você tem pensado naquele assunto?

– Ah, Andy, na verdade eu tenho meio que fugido dele.

– Carly! Você não pode fazer isso! Não pode ficar enrolando o Victor para sempre!

– É só que... sei lá. Eu não sei mais o que eu quero.

– Sabe o que eu acho? Acho que sua vida era tão droga antes dele aparecer que você associa as drogas que aconteceram a ele e agora que você está bem, mesmo que inconscientemente, pensa que vai voltar à vida de bosta que você tinha antes. Mas isso não vai acontecer, Carly.

Parei. Talvez ela até tivesse certeza.

– E olha que eu que quero faze psicologia.

Ela riu.

– Pensa com carinho, certo? E rápido! Eu tenho que voltar.

Então ela desligou e voltei a comer sozinha.

VICTOR

– Vocês vão continuar me escondendo o que está acontecendo? Não e acham amigo o suficiente? – perguntou Logan.

– Não é isso, Logan, é que eu não ia contar a ninguém, mas o Ted e a Andy descobriram sozinhos.

– E agora eu sou o único no ambiente que não sei da situação.

– Logan, relaxa aí. Você também tem um bocado de coisa que não conta pra gente – interveio Ted.

– Estou perdendo alguma coisa? – perguntou Andy entrando no ambiente.

– Logan quer saber do segredo que nós guardamos – falei.

– Ah, eu entendo perfeitamente – disse ela sorrindo – Fácil, Victor e Carly se gostam, mas se separaram.

– Andy! – disse Ted.

Suspirei.

– Tudo bem, eu já ia falar mesmo. Eu não posso falar como, por que Carly não gostaria que eu dissesse, mas começamos a nos gostar, namoramos por alguns meses e acabamos por que ela queria continuar em segredo e eu queria abrir o jogo.

– Carly Upsent? – disse Logan ainda desacreditado.

– Sim, essa mesmo. Ela está morando na minha casa por que teve problemas na dela e minha mãe gosta dela.

Logan ficou boquiaberto por um tempo.

– Carly Upsent?

– Chega tá! – falei mais alto.

– O Victor ainda gosta dela, mas ela ainda não respondeu se quer voltar ou não – esclareceu Andy.

– Faz quanto tempo que ela tá te enrolando?

– Umas três semanas – falei.

– Cara – disse Logan – Você está deixando essa menina brincar com você? Virou Teddy bear agora?

– Ei! – protestou Ted.

– Você também, cara – ele olhou para Andy – Fico muito feliz que você esteja arrependida e tenha voltado ao estado normal, mas você brincou com o Teddy e eu odiei ver isso. Agora Carly Upsent está brincando com Victor! Isso é ridículo! Você não pode deixar ela fazer isso!

– E o que você quer que eu faça? – perguntei derrotado.

– Estabeleça um tempo. Ou ela te responde até esse tempo ou você vai entender eu ela não te quer.

Fiquei olhando-o.

– É, você tem razão. É isso o que eu vou fazer.

Ficamos um tempo calados.

– Certo Logan – comecei – Eu falei um segredo meu. Agora é sua vez – Eu sempre tive dúvida nesse assunto, eu sempre quis saber a verdade sobre o Logan e nunca tive coragem suficiente – Afinal de contas, você é ou não é?

Ele ficou vermelho, o que já poderia ter respondido minha pergunta, mas mesmo assim ele falou.

– Não! Quer dizer, o que você quer dizer com isso?

– Ah, não me venha com isso Logan! – falou Ted – Admita logo!

Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos com força.

– Eu sou, ok! Eu sou gay, gosto de homens.

Ele olhou para nós, aflito.

– Beleza – falei – Só queria confirmar.

– Vamos continuar o ensaio? – perguntou Ted.

– Vocês não estão zangados, com medo, nojo ou nada do tipo?

Olhamos todos para ele.

– Por que cara? Contanto que você não fique em cima da gente e não seja uma bixa louca tudo bem – disse o baterista.

– Eu não tenho nada contra.

– Eu sou passivo! Eu não sou mais virgem! – insistiu ele.

– Tenho pena do seu cu, mas fora isso beleza – contemplou Ted.

Andy riu.

– Eu nunca entendi esse negócio mesmo.

– Eu tenho um namorado!

– Você quer que a gente te apedreje, é isso? – perguntei.

– Não! Não é isso, eu só estou achando estranho vocês estarem tão de boa.

– Cara, a Andy podia se declarar lésbica aqui que a gente não ficaria contra – falei.

– Epa, a Andy tem namorado viu! – protestou Ted.

Anderson riu.

– Logan, a gente entende que você não tenha muito apoio da família, mas nós te apoiamos. Pode contar conosco pra tudo – disse Andy.

– É – completei.

– Pra mim o mesmo.

Os olhos de Logan se encheram de lágrimas e ele estendeu os braços.

– Não vamos te abraçar.

– É, isso não.

– Eu abraço!

Então ficaram Andy e Logan abraçados e rindo.

As cinco da tarde saímos do auditório, quase expulsos pelo zelador.

Voltei pra casa e a primeira pessoa que encontrei foi justamente Carly.

– Quero falar com você – declarei.

Ela sorriu e parou de anotar o que estava anotando no caderno e olhou-me.

– Fala.

– Você ainda não me disse se queria alguma coisa ou não.

Ela perdeu o sorriso.

– Eu ainda estou pensando Victor. Não me decidi.

– Eu entendo perfeitamente. Nesse caso eu não quero que você vá a minha apresentação do concurso a não ser que queira alguma coisa.

Ela paralisou.

– Se você estiver lá eu vou saber que você quer voltar, mas se não estiver está tudo acabado entre nós. Literalmente tudo.

– Você disse que queria ser meu amigo.

– Eu sei que disse, mas mudei de ideia. Se você me recusar, pelo menos até eu me recuperar, eu não quero ser nem seu amigo. Mas não se preocupe, com o tempo vou acabar esquecendo e podemos voltar a ser amigos.

– Eu compreendo.

– Tudo bem pra você?

Ela fechou os olhos por um instante e logo os abriu.

– Sim.

– Ótimo – declarei indo para a cozinha preparar meu jantar.

CARLY

Eu me sentia perdida. Todos os dias depois do que Victor disse eu pensava em nós. Será que eu queria que voltássemos a ser namorados?

O concurso era no sábado, estamos na sexta-feira e eu não faço ideia do que vou escolher.

– Eu não acredito que você ainda não se decidiu! – disse Andy quando nos encontramos no Burger King naquela sexta.

– Eu não consigo pensar seriamente nisso!

– Você sabe que só tem mais vinte horas pra se decidir, né?

– Eu sei! Mas eu simplesmente não sei.

– Eu é que não sei pra quê tanto drama! Por que não voltar com o Victor?

– Por que ele é como um irmão, por que ele é muito impulsivo, por que ele sabe de todos os meus segredos.

– Certo, e por que ficar com ele?

Pensei um pouco.

– Por que ele é meu melhor amigo, por que ele consegue ser romântico às vezes e por que ele me salvou de mim mesma.

– Isso foi bem profundo.

– Demorei a semana inteira pra decidir isso tudo.

– E como você vai medir os pesos?

– É isso o que eu estou fazendo há tanto tempo!

Ela suspirou.

– Carly, você tem que parar de enrolar o Victor. Na verdade você vai parar de enrolar o Victor. Se você não se decidir até amanhã e por ironia do destino acabar querendo voltar, vai ficar chupando o dedo.

– Eu sei! Por isso fico tão nervosa na hora de decidir!

– Olha Carly, você sabe que eu te adoro, mas eu não tenho muita paciência para seus dramas.

– Andy? É você mesmo?

– Ah, Carly me desculpa, mas eu estou tentando te ajudar faz décadas e você fica nessa novela!

Sorri.

– Não é que você tem razão?

– Ah Carly, sério mesmo, você é minha amiga, mas o Victor também é! Você machuca tanto ele com essa sua indecisão!

Olho para baixo. Eu não queria machuca-lo.

– Eu sei... vou me decidir hoje, nem que eu passe a noite inteira acordada.

Ela riu.

– Confio em você viu! E se você decidir não ir eu gravo tudo pra você não perder o show. Agora tenho que ir, vou assistir um filme com o Ted.

– Obrigada, amiga. Até amanhã.

– Tchau, Carly.

E então ela foi embora.

VICTOR

Pego Mary Ann e repasso alguns acordes. É amanhã. Esse dia iria significar mais pra mim do que pra qualquer outra pessoa e eu estava muito nervoso.

Esse concurso foi criado no ano em que meu pai tinha uma banda e ele perdeu nas preliminares. Quando disse para ele que estava criando uma banda, ele me falou sobre sua antiga banda e sua frustração nesse concurso e me fez prometer que iria ganhar por ele quando participasse. Além disso, se ganharmos, conseguiremos um contrato com uma gravadora grande. Amanhã vou saber se Carly me quer ou não.

Tento me concentrar em treinar os acordes, mas a pressão é grande demais.

Alguém bate na minha porta, interrompendo meus pensamentos.

– Entra – digo.

Minha mãe entra e logo depois fecha a porta.

– Olá Mary Ann, olá Victor.

– Oi mãe.

– Nervoso?

– Bastante.

Ela sorriu.

– Quer comer sushi pra acalmar?

– Quem vai?

– Só nós dois.

Sorri.

– Eu quero.

Saímos para o sushi bar mais perto e pedimos uma porção grande de sashimi e trinta e duas peças de sushi para nós.

Conversamos e rimos. Antigamente íamos todo dia eu, papai e mamãe comer sushi nos sábados (Hugo não gostava de ir, preferia ficar estudando), mas quando meu pai se acidentou paramos de sair. Fazia séculos que eu não comia sushi.

Voltamos para casa ainda rindo e relembrando as antigas vezes que fomos juntos àquele mesmo sushi bar com papai.

Quando abrimos a porta, Carly estava na sala, aparentemente tinha acabado de chegar do passeio com a Andy.

– Oi Carly, como foi o passeio com sua amiga? – perguntou minha mãe.

– Foi ótimo. Vocês também saíram?

– Fomos comer sushi – expliquei subindo as escadas.

Entrei em meu quarto e encontro Hugo guardando os livros dentro da mochila.

– Já vai dormir? – pergunto.

– Sim, você?

– Também.

– Noite do sushi?

– Sim.

– Foi legal?

– Muito.

Ele parou de mexer nos livros e ficou olhando para baixo.

– Eu não quero ser tão frio, sabe. É só que eu sempre senti que era isso que vocês esperavam de mim. Você e papai tinham essa coisa da música que unia bastante vocês, mas eu nunca tive talento pra música. Então eu decidi que os deixaria orgulhosos com minhas notas. Não é fácil conseguir sempre boas notas.

Andei até minha cama e me sentei, olhando-o. Hugo estava chorando.

– Mas mesmo assim eu não consigo me sentir mais próximo de vocês, eu sinto como se fosse de outra família, um intruso. E Carly, que é a verdadeira intrusa se dá melhor com vocês do que eu.

– Hugo isso não é verdade. Papai sentia muito orgulho por você, e não só por causa das notas, ele sentia orgulho por você ser quem você é. E mamãe? Você sabia que eu sinto ciúmes de você? Mamãe é simplesmente apaixonada por você.

Ele me olhou, o nariz escorrendo e as lágrimas manchando o rosto.

– E você?

– Eu não poderia ser mais orgulhoso do meu irmãozinho. Meu irmão nerd, mais inteligente que eu.

Ele riu.

– Posso te abraçar?

– Vem logo, antes que eu desista.

Ele correu e me deu um abraço apertado.

– Obrigado Victor. Eu te amo, mano.

Eu nunca tinha ouvido Hugo dizer isso. Nem pra mim nem pra ninguém.

– Não esconda mais seus sentimentos, certo? Pode contar comigo – ele assentiu – Agora vai dar um desses abraços na mamãe.

Ele se levantou e saiu correndo e gritando pela mamãe.

Sorri.

Tudo isso hoje me acalmou. Estou mais tranquilo. Vai dar certo.

Deito na cama com esse pensamento na cabeça. Vai dar tudo certo.

CARLY

Digito o número de Andy, desesperada.

– Alô?

– Andy, eu me decidi! Eu preciso de ajuda! – digo entre soluços.

– Decidiu?

– Eu amo o Victor, Andy, eu preciso dele ao meu lado!

– Peraí Carly, respira. Me conta como foi isso!

– Foi ontem a noite. Eu tava organizando meu quarto e achei um antigo quadro que eu pintei. Um quadro que eu fiz na aula de artes na época que eu estava muito mal e o Victor me ajudou. Ele era minha luz... Eu passei o dia todo hoje pensando nisso e eu finalmente percebi que eu o amo!

– Calma Carly. Olha, faltam duas horas para o concurso, vai dar tempo até de sobra para ir até lá!

– Onde você está?

– Tô em casa, pode vir, que eu te espero.

– Chego já.

Pego minha bolsa com meu celular e saio correndo para a casa da Andy.

Chego lá e ela está ainda desarrumada.

– O que você está fazendo? – perguntei assustada – Você precisa se arrumar!

– Eu tive uma ideia brilhante.

VICTOR

– Tudo certo aí? – perguntou Ted.

– Sim – respondeu Logan repassando alguns acordes.

Respirei fundo.

– Sim.

– Somos a oitava banda de dez – disse o baixista.

– Estou nervoso, mas ansioso – admitiu Ted.

– Vai dar tudo certo – repeti – A gente vai arrasar.

A primeira banda foi chamada, eles tocaram blues. A segunda banda tocou punk. A terceira pop. A quarta jazz. A quinta blues. A sexta blues. A sétima punk. Finalmente era nossa vez.

Os juízes estavam votando a nota da sétima banda e nós estávamos nos preparando atrás das cortinas.

Abri um pouco na ponta, vi mamãe e (vejamos só!) Hugo, na plateia. Não vi Carly e, pior ainda Andy.

– Não estou vendo Andy – declaro preocupado.

– Combinei com ela para ela ficar escondida até a hora da apresentação – disse Ted – Relaxa, ela veio.

Respirei fundo.

Eles nos anunciaram e já tínhamos que começar a cantar.

Meu coração estava pulando, pensei que minha voz não ia sair, mas quando a música começou, eu também comecei.

– Come on, come on
I'm right, I'm wrong and when I'm wrong I say
We always had the good and bad
And that will never change
This is the closest, I've ever been
Oohh yeah

Era a vez da Andy e eu ainda não a via. Estava me preparando para cantar a parte dela quando ouvi.

CARLY

– Ele tá cantando! – disse Andy – Você sabe tudo, né?

– Sim.

– Você entra daqui a pouco.

– Eu sei.

– Vai!

– We give, we take
We mend, we break
And so the cycle goes
We're doing well, we've been through hell
And only heaven knows
How far we get to
Thank God I met you though
And if you don't know

Olhei para o palco. Victor estava boquiaberto, mas rindo. Ted estava rindo também, e Andy me garantiu que ele não sabia. Logan estava tentando ao máximo se concentrar no baixo.

VICTOR

Eu estava pasmo. Era Carly! Eu estava esperando cantar com Andy e estava vendo Carly! O que aquilo queria significar? O que o incrível sorriso no rosto dela enquanto ela canta significa? E inclusive que voz! Carly está arrasando com esse microfone!

Chega a hora de contarmos juntos.

– Just put your hand on my heart
Put your hand on my heart
And I don't have to say it
And I don't have to think it
Just put your hand on my heart
Just put your hand on my heart
You'd know

Ela está se aproximando do palco devagar enquanto canta, exatamente como combinamos com Andy.

Será que ela estava planejando fazer isso o tempo todo?

CARLY

Ele estava me olhando extasiado, com o sorriso congelado no rosto enquanto cantava.

Então ele cantou a parte dele

– Come on, come on
'Cause you're the one that I want for myself
The strength you give I wanna live
Inside our little shell – e então chegou a vez de me juntar a ele - Nothing comes close to
Nothings supposed to yeah – e então ele cantou sozinho novamente - You have your doubts the same way I do.

E então eu:

– When you're wrapped safe in my love
That's the truth

E novamente juntos.


– Just put your hand on my heart
Put your hand on my heart
And I don't have to say it
And I don't have to think it
Just put your hand on my heart
Just put your hand on my heart
You'd know

Essa música, agora eu me lembro, ele já tinha me mostrado a letra antes, mas só agora ela fazia completo sentido. Será que ele estava lendo o futuro e vendo que toda essa situação ia acontecer? Eu estava com lágrimas nos olhos, mas as segurei, pelo bem da música.

VICTOR

Eu já estava acostumado a ver quando Carly estava à beira das lágrimas e é exatamente do jeito que ela está agora. Isso me deixa tão feliz, isso é verdade.

Então cantamos juntos até o final da música.

– When you don't feel


That you're strong enough to make it
When life treats you hard
And don't think you can take it
When you don't where you stand
You're close to breaking
Just put your hand on my heart
Put your hand on my heart

Just put your hand on my heart
Put your hand on my heart
And I don't have to say it
And I don't have to think it
Just put your hand on my heart
Just put your hand on my heart
You'd know

Just put your hand on my heart
Put your hand on my heart
And I don't have to say it
And I don't have to think it
Just put your hand on my heart
Just put your hand on my heart
You'd know.

Nesse ponto, Carly tinha chegado à base do palco e eu me abaixei para ficarmos cara a cara.

Então ela tirou o microfone da boca e me olhou.

– Senti sua falta.

– Eu também.

Então não pude aguentar, segurei sua cabeça com ambas as mãos enquanto a música terminava sem o som da guitarra e dei um beijo nela.

A plateia aplaudiu. Quando abri os olhos vi que estavam de pé.

Ela riu.

– Me desculpa por demorar tanto.

– Eu não vou me desculpar por nada mas aceito suas desculpas.

E ela riu.

Ajudei-a a subir no palco e os juízes começaram a votar enquanto as cortinas fechavam e nós recolhíamos os instrumentos e a banda número nove arrumava a deles.

A banda nove foi anunciada e começou a tocar um jazz.

– E aí Carly – disse Ted – Apareceu a Margarida.

– E aí Teddy – falei – Você também conseguiu a Andy de volta.

– Mesmo assim obrigado pelos conselhos, eles me ajudaram a perceber que eu tinha que da valor a mim mesmo.

Andy entrou no backstage.

– Oi! Gostaram da surpresa?

– Eu amei – declarei.

Carly me olhou, sorriu e me abraçou.

CARLY

Finalmente, depois de quase uma hora depois de a última banda tocar, os juízes chamaram todas as bandas para anunciar os vencedores.

– No terceiro lugar, que ganha mil dólares em espécie – anunciou o apresentador – Public Pub!

A primeira banda que tocou comemorou, mas nem tanto.

Carly me deu a mão e eu dei minha mão para Ted e logo todos estávamos de mãos dadas, apertando, nervosos.

– O segundo lugar, que ganha novos equipamentos para sua banda e entrada liberada para o concurso do próximo ano é... Jango Hell!

A décima banda comemorou mais, mas mesmo assim não ficaram tão satisfeitos.

– Droga – desabafei nervoso.

– É agora ou nunca – disse Andy.

– É agora – disse Ted confiante.

– E por último – anunciou o apresentador fazendo drama – O primeiríssimo lugar, que ganha um contrato milionário com a gravadora Sony Studios, mais um novo equipamento completamente estilizado com a logo da banda e ainda duzentos mil dólares é... – apertamos nossas mãos fortemente, eu tremia, Carly estava com os olhos cerrados – Light Hellhounds!

Deu um pequeno delay para cair a ficha, mas quando aconteceu eu gritei. Carly gritou. Ted gritou. Logan gritou. Andy gritou.

Nos abraçamos e pulamos juntos gritando juntos.

– Eu não acredito!

– Ganhamos!

– Vocês são fodaaa!!!

Nos separamos, Ted e Andy saíram para ver sua família e Logan continuou gritando sozinho.

– Eu te amo! – gritou Carly.

Sorri.

– Eu te amo – falei colocando a mão no peito dela e ela no meu.


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Notas finais do capítulo

E então? Passei a semana inteira escrevendo pra ficar beem caprichado para vocês!
Vou sentir saudades de todos os meus queridos ghosts, mesmo que sejam ghosts! :P
Um abraço especial para a Narniana (Queen of Narnia), Cat Salvatore, Lyh, Duda Sama e Amanda Dias; as leitoras que sempre comentaram, e a todos os leitores que não puderam comentar por qualquer problema.
Vou sentir uma súper saudades de vocês!
Espero vocês terça -feira! I´ll miss you all! KISSEEEES!!



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