Vidrar Vel Til Loftarasa escrita por Rach


Capítulo 2
Romance


Notas iniciais do capítulo

Mikey's P.O.V

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Sabia que estava sonhando. Era uma atmosfera calma e o som de uma risada engraçada preenchia o ar. O dia estava bem claro, o que me fez demorar consegui abrir os olhos e me situar; eu estava nas ruínas de um antigo parque de diversões da minha cidade, eu me lembrava daquele lugar. Era onde, antes, eu passava parte das minhas férias de verão quando ele funcionava e brilhava com suas luzes coloridas a noite toda. Depois de uma briga de família pela posse dos bens do falecido patriarca, aquele lugar se tornou um punhado de cacos, mas ainda sim, na minha adolescência, era o meu lugar favorito.

“Nosso lugar favorito.”

 O som daquela risada chamou minha atenção novamente. Meus pés tão conhecedores daquele solo me guiavam para uma cena que eu já vivi, e em sonhos a revivia várias e várias vezes. Na verdade, era a cena do meu passado que eu mais preferia, apesar da dor que ela me causava.

Passando pelas antigas barracas de comida, atrás de algumas flores que insistiam em crescer no meio do ferro enferrujado, havia um carrossel e em frente dele uma imagem mais nova e patética de mim segurava uma maquina fotográfica antiga, eu ajeitava meus óculos de uma forma desengonçada e carregava comigo um sorriso. Lembro-me de como estava feliz naquele dia, como o ar parecia leve e tudo soava como se estivesse certo, mas não iria ficar assim para sempre, na época não sabia, mas o meu eu que observava a cena ficava ansioso por saber que ali era o começo do fim de nós dois.

O garoto sentado em um dos animais do carrossel ria de si mesmo, ele repetia dezenas de vezes que estava ridículo vestido daquela forma. Eu ria e dizia que as asas de anjos lhe caiam muito bem e ele corava. Meu eu observador sabia de co as palavras que seriam ditas, e seus lábios se moviam repetindo junto com os dois amigos no carrossel.

- Você sempre fala essas coisas, Mikes. Sabe que eu não gosto desse tipo de brincadeira.

 - Eu não estava brincando, Frankie. Você é lindo, ou acha que te escolho como modelo para minhas fotos por quê?

 Novamente aquela gargalhada gostosa.

 - Porque ninguém mais posaria usando asas?

 - Se é um peso para você não faça mais, não ficaria chateado.

 Imitei o bico que fiz naquela época, contrariando o que havia dito anteriormente. Não sabia que mesmo tão crescido ainda tinha atitudes tão infantis. Com uma expressão paciente ele desceu do carrossel e foi em minha direção, enlaçando meu pescoço com seus braços e depositando um beijo em minha bochecha. Era engraçado ver como eu reagi a um simples toque de lábios dele em meu rosto. Meu coração havia queimado junto com as minhas bochechas e eu nem tive forças para retribuir aquele abraço.

- A menos que você me pedisse, eu não deixaria de posar para você. Sabe disso, não é?Eu gosto de fazer isso por você e és muito talentoso! Será um grande fotógrafo, tenho certeza disso e --.

 - Eu te amo.

Deus sabia toda a coragem que eu tive que reunir para dizer aquela simples frase, e ainda rio de mim por ter falado tão fora do contexto. Seus olhos chocados me quebraram naquele momento. Tentei dizer algo, tentar consertar, mas lábios quentes me calaram. Demorei a entender, mas quando o fiz, fechei meus olhos e agarrei sua cintura. Era o meu primeiro beijo, não era exatamente um beijo, apenas um selinho demorado, mas naquele momento eu imaginava que era o melhor beijo que eu experimentaria em minha vida. O meu primeiro.

Um rangido me deixa aflito, era o momento em que o carrossel despencaria e quase nos acertaria. Mesmo sabendo o que iria acontecer, meu coração sempre se aperta ao chegar nessa cena, talvez seja porque não é o medo de que o carrossel caísse em cima de nos dois, mas sim de que aquele som significava definitivamente o fim.

Fomos puxados para fora da trajetória do carrossel e caímos por cima de um desconhecido, aquele que havia nos salvado. Ele elevou as mãos ao rosto de um Frank assustado e o acariciou, de forma que eu considerei impura, mas ainda sim não fiz nada. Lembro do desprezo que senti naquele dia, uma antipatia imediata que ainda corta meu peito ao pensar no rosto daquele homem. Ciúmes talvez, ciúmes por ele ter conseguido quem eu mais desejei.

- Não se machuque Frank. Seria um desperdício que se seu corpo se acabe debaixo de um mutuado de ferros enferrujados.

 Aquele foi o primeiro passo para o fim.

No segundo seguinte eu estava com o rosto molhado, perto do carrossel, com Frank também de rosto molhado, mais velho e menos feliz me abraçando, se despedindo de mim. Queria saber quando foi que ele ficou tão lindo daquela maneira.

- Não se preocupe. Eu colocarei as minhas asas apenas para você, Mikey. Eu te amo.

 E nesse momento, com a minha experiência nesse sonho, ele desapareceria em mil cristais, e eu ficaria no carrossel, me encarando, analisando meu passado e presente até que acordasse. Mas dessa vez, fugindo ao que aconteceu de verdade, ele permaneceu a minha frente, com uma tristeza que nunca havia visto em seu rosto alguma vez. Inclinou-se para frente, encostando sua cabeça em meu ombro e ofegou em seu próprio choro, parecia exausto.

- Por favor... Michael, por favor. Eu –

- Acorda preguiçoso.

A voz da minha ex-professora de fotografia se misturou com a de Frank e a luz forte do sol tornou-se a luz fraca da manhã. Passei a mão pelo meu rosto; eu estava suado. Por anos tive o mesmo sonho durante algumas noites, mas nenhuma vez eu havia ficado perturbado com ele.

Ela me gritou novamente do banheiro e eu despertei de vez. Em poucos minutos eu estava em uma cafeteira com Dora, pedi um café e passei a observar as pessoas ao meu redor; meus olhos os seguiam, mas minha mente não conseguia parar de repassar aquelas cenas, principalmente o final tão incomum.

Frank havia sido tirado de mim de uma forma tão violenta que na época eu pensei que não iria resistir. Depois daquele dia, nós paramos de nos ver com tanta freqüência, e as poucas vezes que fazíamos quase não nos falávamos, não entendia, e até hoje não entendo, mas já superei isso, acho. Apesar de atribuir essa perda àquele homem, eu repetia para mim mesmo que era como as coisas tinham que ser, mas sempre tive medo do que ele poderia causar ao meu amado amigo.

Oliver Grant havia aparecido do nada na cidade, então era normal que eu me preocupasse com o repentino interesse que ele tinha no meu amigo. Meu pai havia me dito que ele era importante em NY, e tinha vários prédios com o seu nome assinado. O que ele mais poderia querer com uma família humilde como os Iero’s? Diziam-me que era por ele ser um homem bom, mas como poderia ser se ele estava tirando o meu melhor amigo de mim? Depois de quase um ano ele acabou por levar Frank para NY com ele, para que ele estudasse em um colégio melhor. Mesmo a intenção dele sendo boa, eu não poderia deixar de guardar rancor.

Todo esse rancor vencia a barreira de minha pele e saltava para fora dos meus poros. A maneira que Dora me encarava sugeria isso, ela parecia oscilar entre falar algo ou sair correndo dali, soltou um suspiro pesado, constatando a única opção valida de verdade, mudou de lugar, para meu lado.

- Nossa, Michael, se eu soubesse que você ficaria tão irritado por ter te acordado cedo, teria te deixado lá até o meio-dia. – riu e selou nossos lábios.

Acompanhei Dora no sorriso, ela era uma pessoa adorável, daquelas que você pode até ficar chateado, mas não seria algo que durasse mais do que dez minutos. E era convincente como ninguém mais conseguia ser. Foi ela que me convenceu a fazer a cirurgia de correção nos olhos, para largar de vez os meus velhos amigos óculos.

Na ocasião ela dizia que, muitas vezes as lentes nos ajudavam mostrar aos outros o mundo, o que era o caso das lentes da câmara fotográfica, e disse que eu fazia isso muito bem, mas cometia um pecado enorme ao esconder uma parte boa do mundo com os meus óculos. Não entendi e ela logo me disse que eu escondia do mundo os meus olhos. Repliquei dizendo que não havia nada de interessante neles, então ela torceu o nariz, da forma que uma pessoa que detinha uma sabedoria incrível torceria diante de um tolo, e me respondeu: "Não sabe o poder que seus olhos têm, minha criança".

Eu tinha dezoito quando fiz a cirurgia, foi uns meses depois de Frank ter ido embora, e nem sei ao certo porque eu fiz se foi por Dora ou para mudar algo que me machucava.

Na semana seguinte, Dora propôs que namorássemos e que me mudasse para o seu apartamento. Apesar de minha mãe ter quase enlouquecido pelo fato de minha namoradinha de adolescência ser dez anos mais velha do que eu, em algumas semanas eu já estava morando com Dora. Deu muito certo o nosso romance, e mesmo, três anos mais tarde, ela tendo que ir morar em NY, nós continuávamos juntos da forma que podíamos.

Dora estava em Manhattan fazia um ano, lá ela trabalhava em uma revista de moda como fotógrafa, e já havia pedido mil vezes que fosse morar lá para trabalhar na revista com ela. Mas eu tinha os meus próprios sonhos e minha família era de Jersey, não queria deixá-los, então sempre arrumava uma desculpa. Também não era como se eu estivesse passando aperto, tirava fotos de casamentos, formaturas, festas de aniversário, coisas do tipo, e conseguia sobreviver com isso. Não era algo que eu queria para sempre, claro, mas eu pelo menos estava em uma cidade que entendia e que, pelo menos, já não me sentia mais tão tímido com as pessoas de lá. Conhecia os meus vizinhos.

Só que Dora encontrou esse cara importante, o qual ela nunca dizia o nome, e contou casualmente a ele sobre as minhas última fotos, um contraste entre as crianças e os idosos. Por coincidência, ele tinha uma galeria e daria uma festa logo após o ano novo, nessa festa ele pretendia por em exposição algumas pinturas de seus amigos artistas, mas poderia abrir uma exceção e deixar que minhas fotos fossem expostas. Resumindo, eu cedi e acabei indo para NY e apesar da minha mala pequena, sabia (e até esperava) que ficaria por um bom tempo.

Havia chegado a Manhattan noite anterior e ainda era dia 30, então Dora e eu decidimos passear um pouco no central park, era um lugar romântico e tudo o que um casal, que passava no máximo um final de semana juntos há tanto tempo, precisava e particularmente, adorei a idéia de não ficar no meio da loucura que é o centro da cidade, em especial nessa época do ano.

Sentamos em um dos bancos próximo a um lago, onde não havia crianças e a água estava congelada pelo frio de fim de ano. Dora se aninhou contra mim a procura de calor.

- É tão bom ter você por aqui, Mikes. – disse após um longo momento de silencio. – Se você não viesse para cá, depois dessa minha última tentativa, ia começar a achar que você tinha um outro alguém.

- Não seja tola, Dora, eu só tenho você. – dei um leve beliscão no braço dela, seguido de uma risada minha. – Por mim, nós já teríamos nos casado há muito tempo e você sabe disso.

- Não vou casar com um rapaizinho de vinte e poucos anos. – bufou e se levantou, ficando de frente para mim e com os braços cruzados. – É bem capaz de que o padre mande me queimar na frente da igreja.

- Deveria ter pensando nisso antes de me aliciar, sua pecadora. - olhei para cima e segurei na cintura dela, a puxando levemente para mim, até que ela se inclinasse a ponto de precisa segurar no encosto do banco e que seus olhos não estivesse tão distantes. – Agora só te resta assumir as conseqüências.

Dora apoiou uma das suas mãos e me empurrou, tomando impulso para ficar em pé novamente e chutar a minha canela, sustentando um olhar repressor.

- Aqui ‘tá cheio de crianças, se porte direito. E levante-se! Temos que comprar roupas decentes que possamos vestir amanhã à noite. – segurou na minha mão que havia estendido e me puxou para que eu levantasse.

- Mas eu trouxe roupa decente, Dorinha. E eu tenho certeza de que você ta cheio delas no seu guarda-roupa! – disse desanimado, ao mesmo passo que a seguia.

- Não confio no seu gosto. – ela parou no meio do caminho e virou-se para mim, a tempo de que eu pudesse ver a forma como ela levantou graciosamente sua sobrancelha. O que me fez olhar as minhas roupas, questionando o quão brega eu era, isso por apenas alguns segundos, depois reconheci que era melhor ser brega do que andar na Wall Street aquela altura do campeonato.

- Eu não preciso de roupa nenhuma para passar o ano novo com minha Dorinha! – isso senhoras e senhores, se chama “a-técnica-de-tentar-convencer-sua-mulher-a-não-ir-comprar-roupas”, logo após o mimo, se aproxime e abrace. Sempre funciona, se ela não se esquivar do seu abraço.

- Nem pensar Michael James Way. Você até pode ter roupas legais, ou ficar aceitável sem elas, mas não é algo a se mostrar em uma festa do nível que iremos.

E o meu plano que estava arquitetando para usar as próprias palavras dela, que começava com uma pequena birra no parque e terminava com uma reconciliação em casa, se desfez no momento em que ouvi a última sentença.

- Ops, esqueci de avisar. Mudança de planos, criança – disse casualmente e continuou a andar, me deixando sem direito a resposta a trás dela.

A festa aconteceu na cobertura de prédio com uma fachada impressionante, tinha colunas romanas na entrada e um bonito tapete vermelho. O balcão do bar era de mármore, onde um barman trabalhava de uma forma quase desesperadora para encher as taças que garçons lhe entregavam a todo o momento.

Todos estavam vestidos de forma impecável, as mulheres mesclavam o branco com cores chamativas. Amarelo, vermelho, roxo, cada um com o seu significado, eu tinha essa certeza, mas não me lembrava exatamente. Só sabia que a cor de Dora era vermelha e ao ser questionada o motivo, ela apenas deu uma risada de lado e me beijou calorosamente, dizendo em seguida que era apenas para reforçar algo que ela já tinha. Os homens pareciam leões que exibiam a sua juba, não só para as fêmeas, mas para os outros machos, mostrando o quão mais forte e importante ele era naquela selva.

E havia conversa, risos, fofocas, piadas e bebidas borbulhantes. Chegava uma hora que a bebida borbulhava tanto que subia para a cabeça, e talvez os pulinhos das bolhas soltassem alguma coisa lá dentro e eles desandavam a conversar mais, rir mais alto, fofocar de forma mais vil, contar piadas menos engraçadas e discretas, se insinuar e por fim, tomar mais bebidas borbulhantes que voavam mais rápido da cabeça e fazia tudo novamente.

Não demorou muito para que Dora se distraísse com algumas mulheres e não notasse mais a minha presença. O que me deu cobertura, e aproveitei para furtivamente atravessar todo o salão, na direção contrária da piscina, cumprimentando estranhos com a cabeça e chegasse a uma grande varanda. No instante em que abrir a porta, fui recebido com uma rajada e ar frio, que fez os pelos do meu corpo se eriçar e eu me encolher como reação. Do calor do salão ao frio da varanda, mas eu ainda preferia assim, precisava de ar e silêncio.

Debrucei-me sobre o para-peito, sem me importar com o quão gelado ele estava e observei as luzes da cidade. Se tirasse todo o som da cidade, Manhattan pareceria divina. As luzes, os prédios e os carros velozes em contraste com o verde dos parques, eram uma obram de arte que os homens haviam produzido com a ajuda de Deus. Talvez eu conseguisse sobreviver ali, tantos conseguiam, porque não eu?

Olhei mais adiante, para horizonte que os prédios me impediam de ver. Perguntei-me se Frank estava na ilha, se ele havia sobrevivido a essa selva, me perguntei o que foi feito de seu futuro e ainda, me perguntei se ele se lembrava de mim como eu me lembrava dele. Fazia quatro anos que não nos víamos e eu ainda pensava nele. Depois daquele pesadelo então, ao pensar nele sempre me vinha a questão, será que eles está feliz? Fechei os meus olhos e tentei imaginar como ele estaria, bonito, culto, popular. Me dei conta então de que eu sequer sabia o que Frank queria ser profissionalmente, ele nunca havia comentado nada comigo.

Soltei o ar de meus pulmões e abrir os olhos novamente, olhando para o lado e só então percebi que não estava sozinho. Havia um homem na outra extremidade da varanda, imóvel ele olhava fixamente para o chão e sua mão segurava com firmeza o parapeito da varanda. Seu cabelo era levado pelo vento, impedindo que eu pudesse ver seus olhos por completo, mas eu sabia, podia reconhecer aquelas feições mesmo se passe um milhão de anos sem vê-la. Era o Frankie.

Meu coração parecia que ia parar, não deveria, eu já tinha superado isso, não tinha? E se tinha, porque as minhas pernas iam movendo, sem que eu quisesse, à sua direção? E porque eu me preocupava tanto com o fato de ter sido possivelmente esquecido, ou pior, ter o meu oi ignorado?

Não eram questões a ser pensadas, precisava dizer algo, já estava a menos de dois palmos dele e ele se virava, tudo parecia andar em câmera lenta. Ele se virou, mas não foi para mim, um homem que eu não tinha notado entrar na varada o havia chamado pelo nome, de forma ríspida e puxado ele pelo braço para de volta para o salão. Ele passou por mim de cabeça baixa e eu fiquei ali, com o oi entalado na minha garganta.

A contagem regressiva começou e eu continuava parado no mesmo lugar. Frank estava na mesma festa do que eu. Isso soava com um filme ou algo do tipo. Comecei a formular na minha cabeça possíveis diálogos que poderíamos ter tido, se eu tivesse agido mais rápido.

- Você está aí! Te procurei por todo o salão, Michael.

Dora fez um movimento parecido com o homem que levou o Frank e me arrastou até o salão, onde um garçom me entregou uma taça de champanhe e uma língua de sogra. Eles já estavam no cinco... E o Frank estava naquela festa.

 


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