O Trono de Gelo escrita por DISCWOLRD


Capítulo 17
O ovo e o Ancião


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, espero que gostem, devo pedir desculpas, mas essa semana não terá Garen e Katarina o capítulo ficaria enorme se eu os colocasse. Então ficou mais para frente, eu prometi Lutas, mas ainda faltou digitar algumas partes. Mas mesmo assim espero que gostem. Comentem e recomendem se desejarem. BOA LEITURA!!!



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OST

O garoto meteu as mãos por dentro da camisa para aquecê-las, por mais que o calor do fogo envolvesse aquela noite era a mais fria do ano. O menino segurou um livro pesado. Abriu-o revelando um grande mapa do seu mundo, tudo estava ali, cidades, montanhas, estradas e florestas tudo minuciosamente detalhado. Ele estava sozinho, não se incomodava muito com isso, ou com as coisas que os outros poderiam dizer sobre ele. Não tinha amigos de verdade. Era um solitário, contentando-se apenas com seus livros, gostava de viver assim.

O jovem levantou o olhar e viu a luz da fogueira lançando uma luz inconstante que dançava sobre as outras crianças, todas sentadas em um semicírculo com rostos atentos, olhando para a figura que contava histórias diante delas. O sujeito falava de uma forma que prendia os jovens rostos sobre ele. Era apenas seu tio Lyte. Ele elevou a voz e jogou alguma coisa na fogueira que imediatamente ela respondeu lançando fagulhas noite acima e dando um susto nas outras crianças. Era um truque que Ezreal adorava ver, ele sempre amava aquela parte da história.

— Então o homem pegou a espada e desafiou o dragão. Ghuaaa, rugiu o dragão, mas ele não se abalou e partiu para cima empunhando a sua espada. Zim, zum assoviava a espada. — Lyte fitou uma criança por vez, encontrando e sustentando o olhar de expectativa de cada uma dela. Quando seus olhos se encontraram com o do seu sobrinho, Ezreal, ele sorriu com carinho e retomou a narrativa.

Ezreal tinha escutado aquela história muitas vezes antes, e ela se tornava maior e mais impressionante a cada vez que era contada. O garoto conhecia todas as voltas e reviravoltas. Agora era o momento em que Lyte chocaria as crianças menores revelando que herói tinha feito sua batalha final com o dragão bem aqui nesta terra. A voz do seu tio ficaria ainda mais alta conforme a história chegava mais perto do clímax.

A noite avançou e ficou ainda mais fria. Ezreal acomodou-se em sua cama, e puxou um livro para si. Ele ouviu o som de passos era o seu tio andando pela casa. Logo ele acenderia a lamparina e Ezreal escutaria o seu tio puxando a cadeira e abrindo os livros e mapas, escutaria a caneta de ferro batendo contra o tinteiro enquanto o seu tio estudava noite adentro. Mas o que aconteceu foi que seu tio veio direto até a cama de Ezreal. Lyte se aproximou suspendendo a luz bruxuleante do lampião. Posou o lampião na mesinha de cabeceira e se sentou ao lado do sobrinho.

— Noite fria essa, não? — Falou Lyte

Ezreal se acomodou do seu lado.

— O que foi? — Lyte olhou para ele, preocupado, e Ezreal percebeu que lágrimas lhe escorriam pelo rosto. Ele sacudiu a cabeça. Ezreal pensou que o seu tio fosse fazer outro sermão sobre ser forte e responsável e sobre encarar os medos, mas em vez disso Lyte passou o braço por seus ombros e ele se aninhou ao lado dele, feliz por tê-lo ao seu lado.

— Quando você terminou a história eu vi os pais dos garotos pegando eles, as mães e os pais com eles. Mas eu estava sozinho, eu nem ao menos sei como se parece minha mãe e meu pai — Ezreal ergueu os olhos marejados.

— A sua mãe era espetacular e seu pai era o homem mais corajoso que um dia já vi. Certamente eles te amaram muito meu jovem. Assim como eu te amo. — Ele acariciou o cabelo de Ezreal — O tempo um dia vai diminuir essa tristeza. A morte é um processo natural, todos morrem um dia, o que precisamos fazer é seguir em frente e é isso que seus pais desejariam.

— Você vai está sempre comigo, não é tio?

— Sempre.

Então Lyte começou a cantarolar sem melodia enquanto Ezreal aos poucos adormecia aninhado ao seu lado.

OST

Ezreal sentiu uma coisa úmida passando pelo seu rosto.

— Hmmmmmmmmm! —Soltou

Relutantemente, forçou a si mesmo a abrir os olhos dando de cara com o poro lambendo o seu rosto. Ele olhou pra Ezreal com os seus pequenos olhos negros brilhantes, e saltou para o colo de Annie. O explorador viu que estava em uma cama comprida, envolvido por cobertores macios. Annie estava sentada em uma cadeira ao lado dele, olhando para seu rosto atentamente e dando profundos suspiros apaixonados.

—Annie? — ele chamou.

— Hã?

— O que aconteceu?

— Bem, depois que você nos salvou — ela deu um suspiro — nós fomos resgatados. — explicou.

— Então, essa pessoa nós trouxe aqui? — Perguntou com o máximo de calma possível.

— Chiii! – informou o poro

— Foi o que imaginei — respondeu Ezreal

— Eu os trouxe. — informou uma voz divertida — É melhor beber um pouco disso se quiser melhorar — informou uma voz simpática

Ezreal virou o rosto para ver um enorme escudo apoiado no chão, que mais lembrava uma porta. A imensa mão pousou sobre o seu ombro. O dono daquela mão tinha uma constituição que não era difícil de se localizar, o sujeito tinha quase dois metros de altura e estava vestindo apenas um short, que parecia demonstrar como é difícil colocar um corpo desse porte dentro de uma roupa. Músculos do tamanho de melões se projetavam em seus antebraços. Apesar disso ele tinha uma feição divertida e tranquila com um simpático bigode.

— Quando a coisa ficar feia pode contar com Braum. — Ele riu fazendo seu volumoso peito nu balançar — A vida é boa garoto, por isso sempre é bom termos esperança no final. Como mamãe sempre dizia, quanto mais escura a noite mais brilhante as estrelas.

Ele se jogou na cadeira e colocou as enormes mãos sobre os joelhos

— Agora, tome um pouco dessa bebida e vamos colocar um sorriso nesse rosto.

— Beber o quê? — Perguntou Ezreal

— Ele está falando daquilo ali — interveio Annie, apontando para baixo.

Os olhos de Ezreal acompanharam o dedo, até o pequeno copo no criado mudo.

— velha receita da vovô — Informou Braum — sempre tomo um desses quando acordo.

Ezreal pegou-o e olhou para o líquido azulado brilhando ali dentro. Tomara que seja para beber, pensou. Porque vou beber. Então engoliu. A boca de Ezreal se torceu. Ele balbuciou alguma coisa desconexa. Uma tremedeira correu pelo corpo dele enquanto sentia-se mais quente e vivo. Logo depois ele riu de forma demente e desmaiou.

— Será que eu exagerei na dose? — Perguntou Braum

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OST

Bradog caminhou pela floresta, a sua postura rígida já o tinha abandonado juntamente com o seu orgulho. Ele recostou-se numa arvore, de olhos fechados, lentamente expelindo o ar que estivera segurando. Em silêncio ele jurou vingança contra Lissandra, mas precisaria de poder.

Não seria bom para a sua reputação ser visto assim. Lutou para se controlar. Depois de um momento, endireitou os ombros. A estrada curva o levou até uma pequena nascente. Seus pelos se arrepiaram quando escutou uma voz atrás dele. Trundle. Ele enrijeceu a mandíbula, ele vinha para se divertir com sua humilhação.

— Você ainda não chegou ao vilarejo de Lisk, Bradog. Lissandra não gosta de atrasos.

Bradog mostrou os dentes, mas nada disse.

— Talvez um vilarejo e um velho sejam demais para você. Lissandra escolheu o troll errado.

— Ela terá o ovo e não é preciso que você me vigie! — Latiu

Trundle sorriu

— Não vim a mando dela, mas trago notícias. Um urso está perambulando por aqui.

— Ursos não são problemas.

— Não se forem ursos da tribo de Ursines.

O sangue de Bradog gelou. O medo se estampou em seus olhos, e suas mãos tremeram por um instante.

— Impossível — disse — eles vivem nos limites árticos de Freljord, nunca viriam tão ao sul assim. A tribo dos Ursines resistiu à tundra infértil por milhares de anos. Os Ursine estão em reclusão pacífica. Eles evitam incidentes triviais e conflitos de outras raças.

Trundle se divertiu com o medo dele. Ele sabia que os Ursines sempre foram uma raça feroz e guerreira. A história registra seus antigos feitos lendários em combate. Os trolls sempre foram inimigos dos Ursines.

— Um urso chamado Volibear, venceu em combate os antigos três lideres da tribo. Com sua liderança ele despertou a tribo da complacência, reviveu suas tradições de combate. Agora o próprio Volibear está perambulando por essas terras.

— Entendo — Disse Bradog em tom que transmitia dúvida e preocupação. — O quê você quer?

— Eu irei ajudá-lo a pegar o ovo — Trundle andava em círculos ao redor de Bradog — Se você retornar sem o prêmio Lissandra matará você e sem minha ajuda você será morto por Volibear.

— O quê você ganha com isso?

— O ovo nos dará vantagem, com ele poderemos chantagear a bruxa e destruir os Ursines. Iremos até o vilarejo de Lisk pegaremos o ovo e mataremos todos.

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OST

O sol subiu em mais um dia com algumas nuvens que se acumulavam nos picos elevados, abaixo, percorria a trilha difícil pela qual Nunu, Riven e Lux avançavam aos escorregões. A floresta fechada que se estendia dos dois lados da estrada já dava sinal do fim.

Nevava outra vez quando eles deixaram a estrada e começaram a subir a trilha. Foi então no final da colina que avistaram um pequeno vilarejo de Lisk. Nunu foi orientado a deixar Willump longe do vilarejo para evitar confusões. Um Yeti nunca era bem recebido em vilarejos. Pelo mesmo motivo que um cachorro não era bem recebido em uma indústria de salsichas.

Agora eles já alcançavam pelo vilarejo discutindo bastante. Nunu se interessava por uma porção de coisas. Por exemplo, por que as mãos ficam em cima e os pés em baixo. Ele já passara muito tempo pensando sobre isso. Também havia o enigma de o Sol nascer durante o dia, e não à noite, quando a luz se mostraria vantajosa. Ele estava decidido a descobrir a lógica sobre a vida e o universo. Agora Lux tentava explicar a ele a definição de infinito.

— Veja bem — Começou ela — O infinito é maior que a maior de todas as coisas e um pouco mais que isso. Muito maior que isso, na verdade, realmente fantasticamente imenso, de um tamanho totalmente estonteante, tipo “puxa, isso é realmente Grande!”. O infinito é tão totalmente grande que, em comparação a ele, a grandeza em si é pequena. Gigantesco multiplicado por colossal multiplicado por estonteantemente enorme. Entendeu?

Nunu fez que sim com a cabeça. Riven voltou-se para Lux.

— Então, você disse que já montou em um dragão?

— Foi quando eu e Ezreal salvamos Demacia. — disse — Esse dragão em particular é um hibrido entre humano e dragão. O nome dela é Shyvana, minha amiga. Bem, quando você está montado sobre um tem que se equilibrar bastante para não cair por causa do vento e outras coisas.

— Ah — disse Riven. Voltou sua atenção para as uvas que estava comendo.

— Olha — disse lux — Vou te mostrar.

Pegou uma pedra do chão e começou a tentar fazer algo com ela.

— Olha — disse outra vez. — Imagine que esta pedra, certo, como sendo a pessoa que vai montar o dragão, certo? E esta uva como o dragão.

— Essa uva que eu ia comer — protestou Riven.

— Tá bom — disse Lux. — Imagine essa outra uva... — ela pegou outra uva de Riven, ela fuzilou Lux com os olhos — esta uva aqui... — mas achou pequena demais para a explicação. Então jogou essa fora e pegou outra — não, melhor ainda, este aqui...

— Eih, eu ia comer essa ai! — disse Riven

— Tá bom, tá bom, tá bom. Então vamos supor que este maçã ai como o dragão.

— Qual?

— Esse que você acabou de derrubar no chão!

— Eu derrubei?

— Derrubou.

— Tá bom — suspirou Lux — esquece. Quer dizer... quer dizer, olha, você sabe como os dragões voam?

— Provavelmente não — disse Riven, que preferia nunca ter começado com isso. — Isso importa?

— importa!

— Então continua

— Escuta.

— Tudo bem.

— Tá bom — disse Lux — os dragões têm mais massa em suas asas; dessa forma, eles conseguem controlar o corpo inteiro usando a inércia de suas asas. Com elas eles ganham impulso.

— Entendi. Interessante. — Respondeu Riven

— Você não entendeu. — Esbravejou Lux — Você não entendeu nada. Eu ainda não cheguei na parte interessante. Quer ouvir a parte interessante?

— Me conta a parte interessante.

— Vou te contar a parte interessante.

Lux pensou por um momento, tentando lembrar qual era a parte interessante.

— A parte interessante — disse — é essa. Quando o dragão já está voando, a diferença na velocidade na passagem de ar faz com que a pressão na parte de cima da asa seja menor que embaixo.

— Interessante — concordou Riven.

— Essa não é a parte interessante. A parte interessante é essa, agora eu lembrei qual é a parte interessante. A parte interessante é que: com isso, a força do peso fica menor que a força de empuxo. E então, o dragão voa!

— Interessante. — Afirmou Riven, depois ela parou por um instante para ter certeza se essa era a parte interessante. Lux assentiu confirmando que essa era a parte importante.

— Certo, mas como se monta em um dragão? — perguntou Riven.

— Ah isso? — disse Lux — é só se segurar firme.

Riven Procurou a sua maçã.

— Cadê minha maçã? — perguntou.

— No chão.

— Ah.

A névoa fria enroscava-se por entre as casas quando eles cruzaram a ponte estreita sobre o riacho e se dirigiram a o que parecia ser uma estalagem.

Os três entraram e encontraram um rosto familiar dentro dela. No meio da sala, reunida em torno de uma mesa, Três pares de olhos fitavam com atenção Lux avançar com raiva nos olhos e a mão cerrada. O quarto par de olhos, se virou bem a tempo de receber um soco certeiro dela.

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Os dois troll se embrenharam na floresta produzindo um chiado na vegetação, apesar dos corpos enormes e pesados, eles de moviam velozes e silenciosos como duas panteras. Seus corpos se fundiam com a selva e as sombras. Na completa escuridão. Trundle apurava os ouvidos ao menor som, procurando pistas que revelassem qualquer movimento... pistas de sua presa humana.

Os dois avançaram até a entrada do vilarejo de Lisk e pararam junto a uma simples casa onde um homem trabalhava esculpindo algum objeto na madeira. Ele seria o primeiro, assim os dois trolls entraram na casa.

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OST

Ezreal sentou-se a mesa depois de acordar

— O que era aquela bebida? — Perguntou

Braum inflou o peito

— Cabra verde é o nome dela, é uma receita da região, mas ninguém prepara como a minha família. A bebida fermentada de nozes que destilam nessa região. Nada como alguns goles para levantar o astral. — Ele riu

Contam-se muitas histórias essa bebida e o modo como é produzida, seguindo antigas receitas passadas com algumas variações de pai para filho. Não é verdade o que contam sobre a urina de urso, as raízes de mandioca. A do veneno de cobra é uma mentira deslavada.

— Annie — cochichou — Você tomou aquele treco?

Ela abanou a cabeça

— Antes de tomar o poro pulou sobre mim e tomou tudo.

Ezreal olhou desconfiado para o animalzinho que estava encima da mesa com as patinha para cima produzindo um som grave o que ele percebeu ser um ronco. Talvez os poros fossem mais resistentes do que ele imaginavam ser e tivessem um paladar um tanto estranho.

— Espero que estejam com fome porque isso é uma receita antiga da vovó.

Braum enchia uma travessa de arroz, depois ele arrumou algumas fatias de pimentão no prato e jogou sobre elas um molho verde-escuro que Ezreal depois se arrependeu de comer. Ele o experimentou e descobriu que essa receita complicada, que era feito de vísceras de peixe. Ele percebeu que aquele era um paladar com não estava disposto a se acostumar.

O dia se passou tranquilo e o sol já começava a chegar ao topo do céu, às poucas nuvens decoravam a abóboda celeste como pequenos pontos brancos. Braum concordou em levar ambos para o vilarejo de Lisk. A população desse local havia aprendido a conviver com as longas nevascas de inverno. As estradas que davam acesso ao lugar tinham em boa parte de sua extensão, tábuas para indicar o caminho quando a neve encobrisse-a. Evitando assim que os viajantes e moradores se perdessem.

Contaram-se uma hora até que chegassem ao seu destino. Estavam num mercado abarrotado de pessoas e animais. Todo tipo de mercadoria era vendido ali. Ezreal cutucou as costas de Braum.

— Que lugar é esse? — Perguntou Annie

— Você não sabe?

— Aqui é a vilarejo de Lisk – respondeu

Braum se virou para Ezreal

— Se quiser diversão garoto, posso te indicar um ótimo bordel não muito longe daqui. Precisa aproveitar sua juventude.

— Já almocei — rebateu Ezreal, distraído. — Mas poderia me informar onde posso encontrar a taberna. Estou procurando o ancião desse vilarejo.

Braum apoiou o escudo no chão e coçou o bigode pensativo.

— Na metade dessa rua vai encontrar uma taberna. — Respondeu — Bem, eu irei pegar algumas coisas e levar para casa no final da tarde estarei aqui novamente, caso precisem de Braum.

O poro deu uma lambida vigorosa no rosto de Braum e saltou dos seus enormes ombros para as mãos de Annie.

— Coma bem poro e cresce igual a um... bebê.

Ezreal e Annie agradeceram e partiram na direção indicada.

OST

Alguns metros adiante, se deparou com a taberna. Se a taberna fosse um bairro de uma cidade poderíamos dizer que: Seria uma área da cidade à espera de auxílio governamental ou, preferencialmente, de um lança chamas. A entrada tinha a constituição mais ou menos para ser entediante, a porta rangia, mas ainda abria e fechava o que já era uma grande vitória. É normal as estalagens estarem cheia de gente. Afinal, elas são lugares onde podemos estar certos de encontrar uma boa fogueira e alguém para conversar.

O lugar estava um pouco escuro a música tocando no interior. Ao entrar, perceberam o cheiro de cerveja e comida. Apesar de tudo os fregueses já terminavam suas comidas, davam seus últimos goles e já chegavam aos pontos finais em suas conversas.

Quando os clientes começaram a reparar a presença deles, a música parou por um instante e todos os olhos se viraram para Ezreal e Annie, exceto uma figura envergada sentada próximo ao bar, que continuou gesticulando e falando alto para um grupo de outras pessoas. Depois de um tempo, ele percebeu que o lugar havia ficado quieto e olhou para Ezreal e Annie.

Uma mulher saiu do balcão, para recebe-los, talvez tivesse uns 30 anos, pensou Ezreal, ela usava roupas simples, tinha feições agradáveis e um longo cabelo negro. Ela sorriu e os cumprimentou.

— Bem vindos à taberna Inverno branco, sou Helena.

Uma garotinha, um pouco mais nova que Annie apareceu atrás das pernas da mulher. Seus olhos redondos estavam cravados em Ezreal e Annie.

— Essa é minha filha, Anita. — Falou a mulher — posso ajuda-los?

— Eu estou procurando pelo o ancião da vila de Lisk. Eu soube que normalmente ele se encontra aqui. — Respondeu Ezreal — Anivia me pediu para vê-lo.

— Bem, você o encontrou — respondeu o homem que contava histórias — O que o trás aqui meu jovem?

O ancião empertigou-se e estudou o rosto de Ezreal, alguns clientes murmuraram entre si.

— Parece que temos muito a falar — gesticulou em direção a uma mesa vazia perto dos fundos. — Vamos lá, sente-se, e nós conversaremos.

Ezreal assentiu e seguiu junto com Annie pela taberna até a mesa, o ancião apoiou-se em seu cajado e depois de um grande esforço sentou-se a mesa.

— Não se importe com eles — comentou o velho quando se sentaram, e a conversa ao redor começou a voltar à vida. — Esse lugar está agitado depois do ultimo evento.

— Que evento? — Perguntou Annie

— Sempre vivi na gruta a poucos quilômetros daqui, meditando e esperando. Mas as coisas mudaram alguns dias atrás, um homem veio até mim. Ele e uma mulher ameaçaram destruir essa vila e matar minha filha helena e minha neta Anita. Para que não o fizesse entreguei o livro de minha ordem, agora temo pelo futuro.

OST

Ele levou a caneca aos lábios e tomou um grande gole do que parecia ser leite. Depois, debruçou-se sobre a mesa.

— Tempos obscuros se aproximam, garoto. O mundo está mudando, e não é para melhor. Eu tenho visto coisas... coisas que fariam você estremecer. Sinto uma sombra que caiu sobre Freljord. Não percebi a princípio. Até que as palavras começaram a ser sussurradas em segredo.

Ezreal colocou a mão sobre a mesa e puxou a manga revelando uma runa gravada na pele do braço.

— Anivia pediu para que eu a mostrasse.

O senhor pareceu mudar repentinamente. Os olhos dele pareciam distantes. Ao falar, a voz dele saiu quase como um sussurro.

— A muito havia um grupo de homens chamado de o Circulo, que era liderado por um mago muito poderoso. Propósito deles estava em manter o equilíbrio em nossa terra como eternos vigilantes. Um juramento inquebrantável em promover a justiça. Cada um deles gerava um filho para ser forjado como o próximo mago. Quando o mestre/pai morria, o aluno assumia o seu posto na ordem. Isso se fez comigo. Aos doze anos fiz o juramento ao meu pai. Aos dezesseis o vi morrer. Tomei o seu lugar no circulo e me tornei um mago. Contudo, à medida que as gerações passaram os magos foram diminuindo em número. Sem missões para realizar, e muito poucos filhos para reabastecer o seu número, o circulo desapareceu na obscuridade, tornando-se apenas uma sombra do que foi um dia. Eles se tornaram apenas histórias. Somente eu carrego o sangue deles, o último de uma linhagem de orgulhosos heróis. Mas talvez, nesse tempo de mudanças, ainda este velho corpo possa ter um proposito. Agora a corrupção retorna aos corações dos homens, posso vê-la nos olhos dos loucos. Ouvi-la nos lamentos dos amaldiçoados. Devo acabar de vez com o medo que assola os corações dessas pessoas.

— Medo de quê? — Perguntou Annie

— Dos próprios sonhos. Dizem que a bruxa do gelo traz consigo um poder que conseguiu com seus mestres. Os observadores e ela planeja o retorno deles, um poder que foge da compreensão dos mortais. Os tentáculos dos observadores já estão se espalhando pelas nossas terras, na forma de sussurros que visitam as pessoas na calada da noite e atormentam suas almas enquanto elas sonham.

O ancião percebeu o medo no rosto das pessoas ali enquanto observavam com o canto dos olhos ele falando. A sala começou a ficar quieta novamente, todos se virando na direção deles. De repente, ele olhou fixamente para Ezreal. Esticou a mão ossuda e segurou o pulso do jovem. Mesmo parecendo tão velho e frágil, o aperto dele era como aço. Ezreal resistiu à vontade de puxar o braço. Esperou, mas o velho não disse mais nada. Ele olhava fixamente para a runa e para a manopla de Ezreal.

— Onde conseguiu esse cristal meu jovem? — Perguntou finalmente cortando o transe

— Eu não me lembro muito bem, tudo está nebuloso. Apenas recordo de está nas pirâmides do Deserto de Shurima explorando. Depois eu vi um amuleto que tinha o dobro de meu tamanho, ele brilhava e senti como se ele me chamasse. Ele sussurrava meu nome. Lentamente caminhei em sua direção, até o altar que ele estava e estendi a mão. Senti um poder arcano penetrar a ponta de meus dedos, runas de poder se formaram no ar e fui jogado para cima, flutuando enquanto gritava sentindo meu corpo queimar.

Ezreal engasgou enquanto as lembranças invadiam sua mente como flashes

— A magia rapidamente cresceu como um vento tumultuoso em torno de mim. Havia gigantescas estátuas que se alongavam vários metros acima em direção ao teto. Eu podia ver do templo desmoronar ao meu redor. Por um momento, em meio ao caos eu ouvi uma voz dizendo para ter calma. Logo depois tudo se apagou e acordei no deserto com aquele cristal encrustado nessa manopla. — Ezreal olhou fixamente para sua mão — Eu sinto como se ela estivesse ligada a mim. A pessoa que me salvou ainda disse o seu nome para logo desaparecer na tempestade de área... Nasus.

O velho se recostou na cadeira dando um suspiro de cansaço. Passou uma das mãos no rosto e olhou fixamente para o teto.

— Tudo faz sentido agora. Talvez ainda haja esperança. — Ele baixou o olhar novamente para Ezreal e então se aprumou para frente

— O que você sabe sobre a Bruxa do gelo?

— Tudo o que eu sei foi o que me contaram. Que ela é má e que tudo isso é culpa dela.

O ancião riu.

— Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia.

— Mas as histórias elas contem que...

— Nunca acredite naqueles que contam as histórias, apenas nas histórias. Existem muitas mentiras por trás das verdades. — Ele deu mais um gole em sua bebida — Eu te contarei a verdade história de Lissandra e de como ela se tornou o que é hoje. Eu irei te contar porque Anivia te escolheu.

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OST

— Isso é tudo o que eu sei. — O carpinteiro do vilarejo de Lisk lutou para controlar a voz. Dois rostos cruéis o encaravam. Eles não sabiam se acreditavam nele. — Sou apenas um humilde carpinteiro nada mais. Piedade...

Trundle e Bradog o encararam.

— Você já viu esse troço, tipo, bem de perto? — disse Trundle, empurrando o homem enquanto brandia ameaçadoramente seu enorme porrete — Se você estiver errado.

— Não, não! — O homem respondeu e o Troll o bateu contra a parede. As tábuas rangeram com o impacto.

Bradog cuspiu

— Deveríamos comê-lo!

Os olhos do homem arregalaram de horror

— Se você estiver mentindo — ameaçou Bradog

— É tudo o que eu sei — implorou ele. A mão de Trundle espremeu seu tronco. Forte. O sujeito gritou de dor. — Eu não estou escondendo nada! Eu contei tudo de que sei.

Trundle sacudiu a cabeça.

— Ainda acho que está escondendo alguma coisa. — Ele manteve o humano preso à parede com uma das mãos e ergueu a outra quase encostando o porrete diante dele — Eu quero que ele entenda que estou falando sério. — Inutilmente, o homem tentou se soltar. Trundle apertou com mais força e ele gritou de dor.

— Vamos logo para a taberna — disse Bradog — Se a informação for verdadeira o velho está aqui. Nós já fomos para a gruta que ele sempre ficava e não estava lá. Deixe esse humano.

— Não me questione Bradog! — Ladrou Trundle — Eu estou no comando e já o venci uma vez, posso vencer novamente.

Bradog rugiu e Trundle rugiu de volta, os dois ficaram se encarando um longo instante mostrando os dentes pontiagudos em desafio como duas feras antes do combate. O carpinteiro tentou conter as lágrimas, temia que eles começassem a lutar. Isso era bem menos assustador que os dois se unindo contra ele.

— Faço o que quiser — disse por fim Bradog saindo.

Trundle odiava os humanos, eles sempre acreditavam serem senhores de tudo. Construíam suas casas e impérios tratando as outras raças como seres inferiores. Ele os odiava mais que tudo, humanos sempre caçavam os trolls. Muitas vezes por diversão. Mesmo que aquele humano nunca tivesse nem sequer pego em armas, ainda sim era humano. Eles mereciam ser castigados. Uma ideia maravilhosa ocorreu a ele. O homem desviou o olhar.

— Olhe para mim quando eu falar com você, humano — disse Trundle

— É claro — respondeu ele — Ele lançou um olhar rápido e desviou novamente.

Trundle o soltou e ele caiu de joelhos no chão.

— Eu... — a voz dele vacilou

Então Trundle o cortou com as suas garras. O carpinteiro gritou agarrando a barriga com um corte profundo. Ele tentou pedir misericórdia, mas sua voz não saia.

— Sinto muito, meu bom senhor — disse Trundle sorrindo — Você disse algo? — A expressão no rosto do troll era de prazer. Enquanto o homem tremia com uma expressão de Impotência e Medo. O humano implorou e chorou. Jurou que não sabia de nada mais. Clamou pela misericórdia.

— Família... piedade...

Trundle elevou sua enorme arma sobre a cabeça e desceu com força. Depois disso o humano não precisaria mais se preocupar em pedir misericórdia... nunca mais.

— Terminou? — Perguntou Bradog ao ver Trundle sair de dentro da casa com o porrete ainda pingando sangue.

— Eu irei até a taberna irei matar todos e pegar o ovo. Você espere no fundo da vila, eles vão tentar escapar.

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Ezreal escutou meio descrente tudo, enquanto o velho lhe contava a história e os fatos. Mas ele e Annie escutaram e continuaram muito curiosos a respeito de tudo. Logo a desconfiança e a descrença deu lugar a perplexidade enquanto as palavras eram ditas pelo ancião. Quando ele terminou, Ezreal se contraiu tinham a testa suada e brilhante. Suas pernas fraquejaram e ele se encostou na cadeira. Por algum tempo ele permaneceu assim com os olhos distantes e pensativos. Ele balançou a cabeça pensativo e confuso.

— Isso tudo é verdade? — Perguntou Annie

O velho assentiu e olhou para Ezreal estudando-o

— Você tem um grande poder dentro de você garoto, somente não o controla ainda. Só precisa encontrar uma forma.

Ezreal olhou fixamente para as duas mãos

— Espero que nunca encontre. Esse poder é tão grande... eu não sei. Me assusta.

OST

A porta abriu lançando a luz do dia para dentro da taberna, não havia mais ninguém lá, a não ser Ezreal, o ancião, Annie e a mulher e sua filha. Lux, Riven e nunu entraram e encontraram o rosto familiar de Ezreal sentado mais ao fundo. Três pares de olhos fitavam com atenção Lux avançar com raiva nos olhos, pisando firme e a mão cerrada. O quarto par de olhos, se virou bem a tempo de receber um soco certeiro dela.

Ezreal caiu da cadeira e levou a mão ao rosto. Levantou o olhar para perceber Lux com os punhos cerrados.

— Lux?

— Eu te procurei em todos os lugares! — Esbravejou ela

Ezreal estava acostumado com sua total falta de sorte. Tudo constantemente dava errado e deixava em condições de as coisas tentando mata-lo ou deixa-lo em condições parecidas. Tudo bem, essa última parte é um exagero. Nem todas as coisas queriam mata-lo.

Ele havia se costumado com monstros carnívoros, ladrões, dragões e outras criaturas e situações estranhas. Mas tinha duas coisas que ele realmente temia — uma era a comida de Lux, que costumava ganhar vida nas profundezas das panelas e tinha o estranho costume de devorar a colher de pau no processo e outra, era ver sua namorada com raiva.

— Lux você está linda hoje — Disse Ezreal colocando o máximo de carinho na voz

Lux torceu o nariz

— Antes eu era feia?

Ezreal abanou a cabeça. É terrível quando metemos um pé no pântano. Mas não é tão terrível quanto enfiar o outro pé, e também ouvi-lo afundar. Ezreal tentou se remediar.

— Claro que não, hoje você está mais magra. — Disse já afundando até os joelhos

— Tá dizendo que eu era gorda?

— Caramba, você tá difícil hoje.

— Então eu era fácil?

Agora Ezreal já tinha afundado por completo. Ele olhou para os demais pedindo ajuda, ouve uma sessão exagerada de tosses e inspeções de unhas. Vendo que nada do que diria mudaria, ele entregou as pontas.

— Olha, deixa pra lá.

— Onde você vai? — Perguntou Lux ao ver Ezreal se afastando.

— Vou comprar alguma coisa para comer estou morrendo de fome. — Disse ele se virando.

— Vai demorar?

— Não. Coisa de poucos minutos. É rapidinho.

— Vai a algum lugar específico?

— Não. Só vou procurar alguma coisa para comer. Simples!

— Estou com fome, traz uma fruta pra mim!

Ele assentiu

— Trago. Qual?

— Goiaba. — Respondeu ela

— Ok. Na volta eu passo e compro.

— Na volta?

— Sim.

— Passa lá, compra e deixa comigo — Sugeriu.

— Não. Melhor não! Na volta. É rápido!

— Ahhhhh! — Soltou Lux

— Quando eu voltar eu como com você! — Disse ele se afastando

— Mas você não gosta de Goiaba!

— Eu compro outra.

— Aí fica caro. Traz de mamão!

— Eu não gosto também.

Lux pensou

— Traz de maçã. — Disse por fim — Nós dois gostamos.

Ezreal assentiu

— Ok! Beijo. Volto logo...

— Ei! — Chamou Lux

— O quêêêêêê? — Disse Ezreal revirando os olhos

— Maçã não. Manga.

— Não gosto de Manga!

— Então traz de morango prá mim e o que quiser prá você. — Sugeriu Lux

Ezreal bufou tentando se manter calmo.

— Foi o que sugeri, desde o começo. — Disse com um sorriso forçado

Lux torceu o nariz

— Você está sendo irônico?

— Não tô! Agora, vou indo. Tchau! — Disse ele se virando novamente

— Vem aqui me dar um beijo de despedida!

— Eu volto logo. Depois dou.

Lux bateu o pé no chão

— Depois não. AGORA!

— Tá bom!

Ezreal se inclinou e a beijou.

— Vou comer. Tchau!

— Tá com muita fome assim?

— É o que parece! — Disse com o máximo de paciência possível

— Demora não!

— É rápido. — Confirmou ele

Ezreal seguiu seu caminho

— Ei! — Chamou Lux

Ele deu um longo suspiro e alterou a voz

— Que foi agora?

— Nossa, que grosso! Vai embora!

Ezreal resmungou algo com a voz baixa e contou até dez. Deu um suspiro e disse:

— Calma. Estou tentando comer algo e não consigo!

— Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém? Você sai e volta com uma amiguinha.

— Eih! — Esbravejou Annie. Mas logo se manteve calada quando Lux a fuzilou com os olhos.

Ezreal piscou tentando imaginar onde ela queria chegar

— O que quer dizer?

— Nada. Nada não! — Ela olhou para lado com as mãos cruzadas e batendo a ponta do pé no chão.

— Vem cá. Acha que estou te traindo?

— Não. Claro que não. Mas sabe como é?

— Como é o quê? — Perguntou sem paciência

— Homens! — Esbravejou ela

— Generalizando ou falando de mim?

— Generalizando! — Respondeu em meio tom

— Então não é meu caso. Sabe que eu não faria isso!

— Tá bom. Então vai. — Disse enfim

— Vou mesmo! — resmungou

— Ei!

Ezreal levantou os braços para o céu

— Que foi cacete?

— Quando estiver por ai. Pensa em mim, estúpido!

— Ok, ok!

Lux corou e mexeu no cabelo nervosamente.

— Olha. Desculpa pela desconfiança, estou com saudade, só isso. Eu estava preocupada você sumiu e eu te procurei em todos os lugares, principalmente com todos aqueles lobos.

Ezreal sorriu com afeto

— Desculpa se fui grosso. Tá... Eu te amo!

— Eu também!

Lux fez uma careta

— O que foi? — Perguntou Ezreal já imaginando que isso não seria nada bom

— Nada... esquece!

— Tá nervosa?

— Não. Tô não.

— Certo. Então vou indo!

— Ei! — Chamou ela

— O que ééééééé?

— Não quero mais fruta não!

— Ah é?

— É!

— Então eu também não vou sair mais não!

— Ah é?

— É.

Lux sorriu

— Vai ficar comigo?

— Não vou não. Cansei. Vou ficar sentado ali pensando. Vê se eu esqueço a fome.

— Prefere fica pensando a ficar comigo?

— Não. Vou pensar, só isso!

— Está nervoso?

— Claro!

— Acho que tudo isso é fome. Por que você não vai dá uma volta e vê se encontra algo para comer?

Ezreal fez menção de dizer algo. Mas Riven achou por bem intervir.

— Ok, ok ok ok ok. Olha, isso foi um belo show. Porque não acalmamos os ânimos. — Ela se virou para encarar Annie e nunu. Riven mordeu o lábio. Bebês ela compreendia. Bastava enfiar leite numa extremidade e manter a outra o mais limpa possível. Com adultos era ainda mais fácil, porque eles próprios alimentavam e limpavam a si mesmos. Mas crianças era algo complicado.

— As criancinhas tão com sedinha e com fominha, podi dizer a zente? — arriscou ela.

Os dois entroncharam a cara

— Eu tenho dez anos, sabia? — Rebateu Nunu

— Eu tenho onze! — Esbravejou Annie

— Crianças de dez e onze não ficam irritadas assim! — rebateu ela

Eles não responderam, apenas acharam maduro da parte deles da língua e virar o rosto para o lado.

— Eu acho posso conseguir um copo de leite para vocês — aventurou-se ela

Eles não reagiram.

— Olha aqui vocês dois, se não falarem nada, vou lhes dar um tapa!

Nunu levantou a cabeça com cautela e Annie tremeu.

— Também não precisa ficar assim — respondeu Nunu

— Não precisa dessa violência toda. — Disse Annie.

O ancião se adiantou trazendo consigo uma bolsa de couro, havia algo dentro que produzia um volume.

OST

— Você tem bons amigos garoto. Nenhum caminho é longo e difícil demais quando os amigos nos acompanham. — então ele suspendeu a bolsa dando-a a Ezreal — Dentro dessa bolsa está a ultima tarefa de minha ordem. Guardar o ovo de Anivia até o seu retorno. Caberia aos membros do circulo garantir a segurança do ovo e assegurar o renascimento de Anivia. O ovo foi passado de geração a geração, até o ultimo deles. Eu o ancião da vilarejo de Lisk. Agora te entrego.

Ezreal abriu a bolsa e iria falar, quando algo chamou a atenção dele. Como uma jóia azul polida brilhava. Na superfície não havia uma falha sequer. Ezreal a tomou para si, ela era quente e parecia está viva, Era oval e tinha uns 40 centímetros de comprimento. A superfície havia veias brancas e o seu interior tinha uma luz opaca.

— O ovo de Anivia — Os lábios de Ezreal tremularam. Ele levantou o olhar quando o senhor colocou a mão sobre o seu ombro.

— Não é errado sentir medo meu jovem — Disse ele — todos sentimos medo. Apenas é errado fugir dele, você tem algo especial e seus amigos estarão com você até o fim.

Ezreal olhou em volta, sustentando o olhar de determinação de cada um deles. Lux se aproximou e o beijou docimente. Ezreal olhou para ela, Lux tinha os olhos no chão. Ergueu-os, devagar, e ficaram a olhar um para o outro. Não falaram nada, não era necessário. O sentimento era claro e mutuo. Moveram as mãos que se estenderam até se encontrarem.

— Não importa o que você fizer, eu sempre estarei com você. Sempre. — Disse ela — é tudo que posso oferecer.

Ezreal sorriu

— É tudo que preciso.

Riven deu um tapa em suas costas

— Minha espada é sua. Bem, amigos são pra essa coisas, não é? Grandes batalhas nos esperam e cuspiremos na cara da morte no final.

— Preferiria deixar a morte de lado — propôs Ezreal

— Uma aventura nos espera! — Gritou Nunu subindo na mesa

— Eu não vou deixar meu príncipe encantado sozinho! — Ratificou Annie

Ezreal se virou para eles

— Pessoal, eu...

OST

Todos se detiveram quando a entrada da taberna explodiu lançando a porta para dentro e se despedaçando em infinitas lascas, uma nuvem de poeira encobriu todo o local.

Eles prenderam o fôlego e prestaram atenção. Alguma coisa estava se aproximando da porta. Alguma coisa grande. Riven sacou a espada e separou as pernas, se preparando para o pior. Nuvens de poeira se assentaram devagar, alguma coisa se moveu no manto de poeira. Ficou imediatamente óbvio para eles que a coisa não era humana.

Eles analisaram a silhueta da criatura. A estrutura da parte superior do corpo era semelhante à de um macaco. Pelo tamanho, a espada dela não adiantaria muito. Foi então que viram. Dois olhos vermelhos, meio escondidos por trás de pelos na testa fitavam-nos com uma expressão selvagem e hedionda. Duas presas curvas com bordas serrilhadas se projetavam para fora da boca. Armas para estripar. Ezreal sentiu o estômago contrair. Lux tomou o seu báculo e Nunu e Annie recuaram. Eles estavam acostumados com essa sensação: era medo.

Seja o que for era enorme. Era bem maior que qualquer um ali, eles observaram-no balançando algo, um porrete tão grande que um homem comum seria esmagado sem problemas por aquilo com um único golpe, ele empunhava a sua arma enorme como se fosse apenas uma varinha.

Trundle saiu da névoa de poeira. As garras afiadas rasparam o piso de madeira. O troll sorriu para todos ali.

— Encolham-se e curvem-se o rei troll chegou e gosto de meus humanos com um bom tempero.

Um grito de dor preencheu a taberna quando ele atacou, movendo-se mais rápido do que todos previam.


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Notas finais do capítulo

FICS QUE RECOMENDO:

http://fanfiction.com.br/historia/488299/Reverse/

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