Bleeding Out escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa meus amores,
Eu tenho as melhores leitoras do mundo. E uma delas RECOMENDOU!!!
AHHHH, QUANDO EU PENSO QUE NÃO PODE MELHORAR, MELHORA! AMO VOCÊS!
Esse capítulo é todo da Amante dos Livros (/436107), sua linda! A recomendação foi incrível, e sério, é por isso que eu escrevo, para pessoas como você se sentirem felizes ao ler algo. Ah, come on, give me a hug! Sério, eu amei, amei e amei sua recomendação.
Enjoy it.



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Poucas coisas são mais imprevisíveis que o momento em que alguém irá acordar.

Obviamente há quem irá dizer que estou falando blasfêmias, que há coisas muito mais difíceis de se prever do que isto. Também há aqueles que alegarão que sempre sabemos quando alguém irá acordar pois a pessoa começa a se mexer mais ou “piscar” os olhos. Não quero dizer, todavia, este tipo de previsão.

Do que adianta descobrir que a pessoa irá acordar cinco segundos antes de ela o fazê-lo? Refiro-me ao momento exato, descoberto com horas de antecedência. Este sim, é imprevisível.

Exceto se você tiver um despertador. Mas realmente não recomendamos aquilo. Onde já se viu acordar alguém com um alarme? Há jeito pior de despertar? Acordar lembrando que tem milhões de coisas – que geralmente não lhe darão prazer algum – à fazer.

Enfim, Amélia Cahill nunca utilizou um despertador em sua vida inteira. Quando menor, acordava quando o sol batia contra seu rosto através da gigantesca e aberta janela. Agora ela geralmente acordava quando perdia o sono, nunca se importando muito com que horas isso acontecia.

Formada no ensino básico em casa, Amy não tinha muitos deveres, principalmente pela questão de seu luto eterno. Então sempre foi impossível prever quando ela acordaria.

E naquela vez não seria diferente.

Retirando o fato que ela estava em uma casa desconhecida e definitivamente em uma cama que não era dela. Mas alguém dormindo não tem como saber destes detalhes até acordar.

Uma pessoa dormindo tampouco tem como saber quem lhe zela o sono. O que no caso de Amy era ninguém mais, ninguém menos que a preocupada Sinead Starling.

A brilhante ruiva estava sentada no sofá do quarto de hóspedes de seu apartamento, apartamento este que dividia com os dois irmãos mais novos, com um notebook no colo e uma ruga de preocupação na testa.

Sinead pesquisava sobre traumas e possíveis doenças, observando a ruiva adormecida a cada cinco minutos, mordendo a ponta da caneta que usava para tirar notas. Ela nunca havia visto alguém tão debilitada como Amélia tinha se mostrado horas atrás.

Sinead viu a dor em seus olhos jade, notou a culpa, a agonia, até mesmo a paranoia que beira os olhos de Amy. Foram anos treinando para decifrar pessoas com o olhar, não seria ali, justamente com sua irmã de alma, que erraria.

Porém ela não fazia ideia.

Ela entendeu que era um trauma, não a tomem por estúpida, Sinead havia visto nos olhos de Amy a mesma dor que vira anos antes, no dia do funeral de seus pais e avó. Por um breve momento, Sinead trocou olhares com a pequena Amy. O que ela viu, mesmo para uma garota de dez anos – o que nunca a impediu, já que Sinead havia começado a ler pessoas dois anos antes –, lhe destruiu.

A jovem não viva e animada Amy Cahill... Quebrada. Em um milhão de pedaços. E fora o mesmo olhar que Amy lhe lançou naquela tarde.

E Sinead iria fazer de tudo para nunca mais ver aquele olhar novamente.

Bleeding Out

— O que aconteceu? — Amélia perguntou, segundos depois de retirar a xícara quente de café da boca.

Amy estava acordada fazia pouco mais de quarenta minutos e já havia acordado todo o apartamento. Eram quatro da madrugada quando Sinead percebeu que ela iria acordar, pela forma como ficou gradativamente mais agitada. Quando a ruiva acordou, ela entrou em choque.

Ela não reconheceu Sinead, gritou, berrou, quebrou tum vaso de flores em um porta-retrato, esperneou e ameaçou Sinead como sua “sequestradora” que ela tinha que ir embora ou “Sinead pagaria as consequências”. Quando Ned e Ted entraram no quarto, ambos de pijamas e caras amassadas, Sinead estava tentando conter Amy de sair pela sacada.

Após ser deitada na cama pelos dois rapazes, Amy, agora com calma, observou o rosto de Sinead até reconhecê-la – o que na verdade foi realmente rápido. Pediu desculpas e tentou não começar a chorar – inutilmente – ao reparar que ninguém parecia culpá-la.

— Você... Passou mal. — Sinead pareceu ter escolhido as palavras com cuidado, enquanto pegava um croissant da bandeja farta de comida na frente de Amy. — Eu achei melhor não deixar seus, ahn, parentes distantes verem e chamei Ned e Ted, — ela indicou os dois garotos ruivos de olhos azuis parados atrás, Amy mal acreditará que os Starling haviam crescido tanto. — E eles me ajudaram a trazê-la para cá, nossa casa. Fiz mal?

Amy teve que esperar um segundo inteiro para respondê-la, suas bochechas vermelhas de vergonha.

— N-n-não... E-eu... Bem, e-e-eu... — Amy parou, respirando fundo. Não seria traída por sua voz. — Sinto muito. Não queria dar-lhe nenhum problema...

Sinead sorriu docemente, e Amy conseguiu enxergar a nítida diferença entre os sorrisos forçados que ela parecia dar o tempo inteiro e aquele. Aquele era mil vezes melhor.

Com o sorriso de Sinead mais um mundo de lembranças veio a mente de Amy, lembranças que ela conseguiu expulsar após poucos instantes pensando naquilo, ela estava cansada demais para passar mal.

— Eu liguei para Dan quando saímos de lá, avisando que você e eu iriamos passar um tempo juntas — Sinead continuou, e enquanto ela falava seus irmãos se sentaram nas duas poltronas de frente para a TV do quarto de hóspedes, ligando-a em um canal com algum esporte (hóquei?) e ficando absolutamente compenetrados naquilo. — Ele não acreditou no começo, mas acho que preferiu confiar em mim. Embora eu não tenha entendido como — Sinead riu. — já que nem o deixei falar com você, obviamente.

Amy deu abriu um minusculo sorriso.

— Ai esta! — Sinead exclamou, pulando em cima da cama de Amy, como fazia quando ambas eram menores. Amy tentou não se assustar com a súbita aproximação, tentando, falhadamente, disfarçar a cara de pavor que ela sabia que fizera, mas Sinead parecia animada demais para notar. — Este é o sorriso, ou ao menos uma sobra dele, da minha Amy, que saudades de você, cherie!

Antes que Amy pudesse pensar se encontrou dentro dos braços de Sinead. A garota dos olhos azuis tão animada que parecia chacoalhar a cabeça da outra com força.

Durante longos minutos, foi só o que aconteceu, além de Sinead falar sem parar sobre saudades e outras coisas. Amy tentou se concentrar para ser amigável. Sinead não tinha culpa, aliás, ninguém tinha, dela ter tantos problemas. Ela estava decidida a não sentir vertigem do toque da garota.

Finalmente, Ned pareceu perceber a cena e deixou de lado seu jogo para vir falar com elas.

— Solte-a Sid, você vai acabar sufocando-a! — Ele falou, em tom de brincadeira enquanto se sentava na ponta da cama. Amy novamente teve um ataque de pânico que logo foi substituído pela imagem de Ned criança, retirando meleca do nariz e colocando nos cabelos da irmã.

Eles eram tão próximos quanto seu próprio irmão naquela época. Todos ali eram.

Os Starlings eram sua segunda família e ela não tinha motivos para afastá-los depois deles terem sidos tão bons com ela.

Sinead a soltou, porém permaneceu do lado de Amy, como um fiel escudeiro, sua alegria restaurada por não ter sido rejeitada pela mais nova.

— Mas então, como você está? Como foram os últimos anos? — Sinead começou a fazer perguntas em cima de perguntas, sem parar. — Preparada para os dezoito? Aliás, o que vai fazer? Posso te ajudar a organizar? Você ainda odeia sushi? Porque abriu uma tema...

Sinead continuou falando, com algumas intervenções de Ned, os dois animados e no final de bons minutos, Amy já se sentia confortável com eles. Era como voltar no tempo, para um época feliz de sua vida. Ela estava impressionada com o efeito que os Starling lhe causavam. Ela estava perfeitamente ok.

Até o telefone tocar.

Eram seis e treze da manhã, Sinead pediu para Ted parar de assistir o jogo e ir atender. Quando seus olhos voltaram-se para Amy, ela parecia ansiosa, como se quisesse falar algo.

— Estava esperando por um telefonema? — A ruiva de olhos jade perguntou.

— Na verdade não... Não faço a menor ideia de quem pode ser, mas eu preciso, bem, preciso tocar em um assunto delicado, Amy... — Ela olhou para Ned, parecendo buscar apoio, mas este fitava a sola dos seus sapatos. — Bem, enfim, nós, meio que, ficamos sabendo sobre o treco do... Do testamento e dos Kabra.

Amy respirou fundo, irritada por Sinead estragar aquele momento tão bom a trazendo para a realidade infernal que era sua vida. Amy baixou a cabeça e encarou seus dedos, como se quisesse sumir.

— Então vocês sabem que tudo que é meu agora é, ahn, nosso. — Amy falou, seca. Ela não gostava de entrar naquele assunto, mas o nome Caleb John Starling voltou a sua cabeça com a menção do assunto.

— Eu sinto muito, muito mesmo. — Sinead segurou sua mão, ato que já havia feito milhões de vezes nas últimas horas, tantas vezes que aquilo estava até virando algo natural para ela. — Se houver alguma coisa, qualquer coisa, que possamos fazer, por favor, não hesite em nos informar!

Amy viu a verdade por trás dos olhos azuis da garota, ela não estava falando aquilo para ser cordial ou educada. Ela estava sendo verdadeira. E o olhar determinado do seu irmão atrás dela provava que eles ainda a consideravam parte da família.

Amélia quase sentiu as lágrimas quentes em seus olhos.

Eles ainda estavam lá por ela, mesmo que ela não estivera lá por eles durante todos esses anos, eles só esperaram o momento certo para voltar. Apenas lhe deram espaço. Sua família nunca fora tão cheia desde aquela noite sete anos atrás.

— Na verdade... Há uma coisa que eu preciso saber, e sei que vocês podem me ajudar... — Amy lutou contra a vontade de não falar. — Quem é Caleb John Starling?

Os olhos de Sinead perderam o foco por um segundo, como se ela estivesse tentando se lembrar, mas antes dela falar Ned pronunciou:

— Nosso avô paterno. Vovô John, lembra Sid? — Os olhos de Sinead clarearam com aquela fala, como se ela finalmente conseguisse encontrar a memória que procurava.

— Isto, vô John... Mas por que a pergunta Amy?

E então a ruiva começou a lhes contar sobre o testamento e suas dúvidas em relação a autenticidade dele.

— Mas Alistair Oh não o conferiu? Como você acha que ele estaria adulterado? — Ned perguntou, após ouvir a história inteira.

— Eu não sei — Amy parecia frustrada em sua fala. — Eu só não entendo porquê meus pais fariam isso. Quer dizer, nós nunca nem vimos os Kabra antes disso tudo. Pessoas para quem se deixa uma herança geralmente são pessoas próximas.

— E você acha que falando com o nosso avô as coisas ficarão mais claras. — Não era uma pergunta.

— Bem, talvez meus pais ou vó Grace tenham explicado algo para ele — a garganta de Amy fechou ao mencionar eles, mas ela logo se focou no presente. — Alguma carta para entregar aos seus filhos/netos, alguma explicação razoável. Qualquer coisa. Eu simplesmente não consigo acreditar que eles fariam isso desta maneira conosco, entende?

Sinead deu um sorriso compreensivo, enquanto Ned confirmava com a cabeça.

— Bem, se é tão importante podemos... — Mas Ned nunca terminou de falar o que ele queria, pois nesse momento Ted adentrou no quarto.

— Era um tal de Ian Kabra no telefone. — Ted disse, parecendo confuso. — Ele está vindo te buscar.


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Notas finais do capítulo

Amante dos livros, sua linda, esse capítulo foi todo para você. E sigam o exemplo dela, pois foi ela que me fez parar e pensar: "você não pode deixar eles na mão". Então recomendem e me deixem felizes (e ganhem capítulos).
Beijos e mais beijos, vejo vocês nos reviews.
Love u guys,
B.