POV Nico Robin

"Você pode estar sozinho agora, mas algum dia, com toda certeza, você encontrará companheiros que irão proteger você. Ninguém nasce nesse mundo para ficar sozinho."

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Abro a porta da cozinha lentamente, fui a última a almoçar hoje, todos já estão aqui fora descansando. Tenho uma leve sensação de que ainda não me juntei inteiramente à esse bando. Entrei de repente no bando. Mas foi tudo culpa de Luffy. Não tinha mais pra onde ir.

Nem pra voltar.

Eu sou Robin, há vinte anos o governo mundial me caça. Tenho 28 anos de idade. Sempre me escondo me juntando a guildas e organizações. Acabei de sair da Baroque Works, agora estou no bando dos chapéu de palha. Sinto que vai ser diferente ficar por aqui. Todos eles me aceitaram rapidamente aqui.

Pelo menos quase todos.

Hoje o céu está nublado, como se fosse chover, também há uma leve neblina, mas nada que atrapalhe muito a visão. Nami tinha dito que logo viria uma tempestade.

Não sei o que faço aqui. Todos estão se divertindo de alguma forma. Sanji está cozinhando, Nami está relaxando perto das laranjeiras, Luffy, Chopper e Usopp estão pescando e Zoro está dormindo.

Não consigo ver onde me encaixo... Se é que me encaixo mesmo.

Saímos de Alabasta ontem. Quem sabe quando iremos chegar à outra ilha? Vou tentar arrumar algum lugar aqui até lá.

–- Ei, pessoal! -- Grita Luffy. -- A nossa isca... Atraiu... "Isso"!!

Viro a cara para ver o que está havendo. Em frente aos três pescando, está uma fera do mar. é como uma serpente marinha gigante. Com uma pele estranha, escamas de uma cor qualquer entre verde e amarelo.
Me assusto rapidamente com a fera, que dá um sorriso de como se estivesse com fome e tivesse acabado de encontrar seu almoço.

–- Ei!! -- Grita Luffy, pulando para frente do animal e esticando seu braço para trás. -- Por quê você não deixa a gente pescar em paz?! Hein?

Ele dá um soco diretamente na barriga da fera, a fazendo se contorcer e cuspir sangue.
Consigo ouvir raios, vindo de longe, o céu começa a escurecer mais um pouco e o mar fica agitado.
A isca que Chopper estava usando era um peixe dourado que pescaram ontem, com muita dificuldade. Aquele peixe deve ter atraído o monstro do mar. Mas me impressiono que seja só um. Olho para trás, quando uma onda atinge o navio e molha levemente o convés.

Não é só um.

Nami, Usopp e Chopper gritam e correm para a cozinha, onde está Sanji.
Luffy dá um soco também no outro monstro, que tem a mesma aparência do outro.

–- Malditos!! -- Grita, quando a chuva começa a cair. -- Zoro, ajuda aí!!

–- Já tô indo!! -- Responde o espadachim.

Olho para trás e lá está ele, o monstro do mar, vindo na minha direção, me atacar. Não há tempo para reagir.
Para mim não.

Fecho rapidamente os olhos, mas não sinto nada além do frio da chuva e um barulho de algo a minha frente. Abro os olhos. Na frente deles, a espada de zoro, que parou o monstro com a boca aberta, quase cortando seus dentes.

–- Não vai fazer nada? -- Fala Zoro em um tom confiante. -- Hein? Robin?

Não consigo nem respondê-lo com tanta adrenalina. Por que ele me protejeu?

Zoro empurra a fera para trás com sua espada. rapidamente caio sentada no convés. Ele corre e pula na frente da fera e a corta com as outras duas espadas. Luffy também derrotou o outro monstro. Quando os dois caem no mar, fazem um impacto tão grande que a onda acaba criando algumas rachaduras em nosso navio.

–- Bom trabalho, Zoro! -- Diz Luffy, voltando para o navio.

–- O seu também, Capitão. -- Responde Zoro, guardando as espadas

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[...]

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Por quê Zoro me salvou? Ele é o único aqui que não confia em mim. Ele era o único que não tinha nenhum motivo para fazer isso.
Penso, enquanto tento dormir, Nami já dormiu faz algumas horas. Agora devem ser duas da manhã. Estou completamente sem sono. Mas fico aqui por quê estou com muito frio. A tempestade de hoje à tarde continua até agora.

Me levanto, levando a coberta junto, subo até a cozinha, onde começo a preparar um chá. Não consigo dormir de jeito nenhum. Quando está feito, coloco o chá na mesa, puxo uma cadeira, me sento e me cubro com o cobertor. Não consigo parar de pensar em Zoro. Até me sinto um pouco mal por ele não confiar em mim.

Dou o primeiro gole no copo de chá. Quando o coloco de volta sobre a mesa, a porta se abre. Rapidamente olho para ver o que é.

Zoro.

Ele parece se assustar ao me ver. Não esperava que estivesse ali. Ele está todo molhado por causa da chuva, então sua camisa branca acaba ficando meio transparente onde gruda em seu corpo.

–- Olá, Kenshin-san. -- Digo, relaxando meu rosto, que é apoiado pela minha mão. Dou um leve sorriso olhando para ele. Não sei exatamente o porque disso. Mas sei que quero algo com ele.

–- Olá. O que faz aqui. Nico Robin? -- Diz ele, com um tom de voz estranhamente normal.

–- Por favor. -- Digo. -- Me chame só de Robin.
Ele se senta em uma cadeira da mesa. Eu continuo olhando para ele, com um leve sorriso no rosto e um olhar feroz.

–- Vai ficar aí sentado sem fazer nada, Zoro? -- Tento fazer a voz mais sedutora possível e tiro o cobertor de mim. -- Está bem frio aqui. Então, que tal esquentar um pouco? -- Fecho os olhos, levanto a cabeça e começo a tirar a camisa. Consigo ver Zoro abrindo ligeiramente a boca, como se fosse falar algo, mas som algum sai e rapidamente a fecha. -- Vai me dizer que você não quer?

Ele engole seco e arregalha os olhos, como se estivesse com medo. E eu continuo.

–- Não vai, Né? Zoro?