The First Girl escrita por Child of the Moon


Capítulo 3
The Maze




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Hoje eu ia ser testada para ver em que área eu ia trabalhar. Acordei com Newt me sacudindo.

–É melhor levantar antes que eu chame alguém menos delicado pra te acordar.

–Menos delicado? Não achei a delicadeza ainda.- Disse e ele riu indo embora.

Sentei na rede pensando em o que eu deveria fazer agora, ou o que eu estava acostumada a fazer ao acordar. Pentear meu cabelo? Eu realmente não me recordo em pentear o cabelo com muita frequência. Escovar os dentes? Vou escovar com o que? Levantei da rede e fui para o primeiro garoto que estava na minha frente, que pelo que me lembrava era o Gally.

–Ei, pode me dizer onde fica o banheiro?

–Eu tenho cara de atendente por acaso? – Ele disse nem olhando na minha cara

Tinha esquecido que as pessoas aqui são um amor.

Alby estava passando a diante quando corri atrás dele.

–Alby!- Gritei.

–Bom dia Fedelha, anima pra hoje.

–Com certeza. – disse com uma falsa emoção fazendo ele rir. – Pode me dizer onde fica o banheiro?

–Siga em frente, bem ali do lado da Sede vai ter uma porta, é o banheiro.

–Obrigada Alby. – Disse indo em bora.

Segui suas coordenadas e encontrei o banheiro, estava vazio. Tive dificuldade em abrir a porta um pouco enferrujada. Joguei um pouco de água no meu rosto para acordar, bochechei a água e cuspi. Sai de lá tendo o mesmo trabalho pra abrir a porta quando ouvi alguém berrar um “Novata”. Obvio que era comigo, pelo menos esse tinha sido mais gentil em vez de me chamar de Fedelha.

–Novata, pediram pra eu te chamar pro café. Meu nome é Ben. – Ele se apresentou.

–Oi.

O.K. o que mais eu poderia falar? Meu nome? “Oi meu nome é indivíduo, um prazer te conhecer’

Ele riu parecendo ler minha mente, segui ele até onde todos os outros meninos estavam, sentei afastada não muito afim de ser chamada de Fedelha de novo.

Vi um garoto de avental se aproximando de mim com um prato na mão.

–Meu nome é Caçarola, eu faço a comida por aqui, espero que goste, não estou acostumado a cozinhar pra pessoas como você, sabe, uma garota, só pros bruta montes ali, mas espero que goste.- Ele disse simpático.

Olhei para o prato e vi os ovos com bacon que ele tinha preparado.

–Está perfeito, obrigada. – Disse sorrindo verdadeiramente, o que a essa altura já achava ser impossível.

Definitivamente tinha gostado de Caçarola.

Devorei a comida em poucos minutos, percebendo o com quanta fome eu estava.

–Acabou Fedelha?

Eu não precisa virar para ver quem estava falando comigo.

–Sim Newt, eu acabei.

–Ótimo porque você tem muito trabalho hoje, sua primeira tarefa vai ser com os retalhadores, o encarregado é o Winston, vai gostar muito de lá, é um lugar muito bonito.- Disse segurando o riso.

Pelo nome eu já sabia que não ia vir nenhum mar de rosas, caminhei atrás de Newt para ver o tal Winston.

Entrei no lugar que tinha um cheiro horrível de morte.

–Alguém? Winston?

–Ah, é a Fedelha! –Ele disse aparecendo do nada todo sujo.

Bufei

–Desculpe, é força do hábito, você vai ver quando o próximo trolho chegar naquela maldita caixa.

Ri com seus comentários.

–Vamos começar com o trabalho. – Ele disse batendo uma palma solitária.

–É melhor botar isso. – Ele me entregou um avental.

– E isso daqui também vai ser útil. – Disse estendendo um facão.

*

–Eu nunca mais vou comer porco.

Newt gargalhou do meu comentário

–Tá achando engraçado? Não to rindo ainda.

–Ta estressada hein?

–Também não achei o estresse.

–Calma esquentadinha fechei minha boca. – Ele disse levantando os braços em forma de rendição.

Fui pro banheiro passando antes pela sede pra pegar umas roupas que Alby tinha me dado.

Tomei um rápido banho tirando o sangue encrostado nas minhas unhas. Nuca mais vou comer porco. Estremeci com o pensamento.

Vesti uma blusa de manga branca, uma calça e uma bota marrom. Penteei meus cabelos com os dedos e sai do banheiro. Precisava falar com Alby. Agora ele ia me responder.

Ele estava encostado na porta oeste, corri até lá berrando seu nome.

–Eai Fedelha.

Estava tão preocupada com as resposta que nem me importei.

–Pode me responder algumas perguntas?

–Depende das perguntas.

–Onde eu estou?

–Na Clareira.

–Muito esclarecedor Alby, muito esclarecedor.

–Ué, o que você queria que eu respondesse? É onde você está?

–Porque estou aqui?

–Eu nem sei porque eu estou aqui.

–Perdão?

–Foi isso que você ouviu, ninguém aqui sabe porque estão aqui, só sabemos que tudo tem um proposito, mas não sabemos o proposito que eles tem em mente.

Eles? Quem são eles?

–Os criadores.

–Porque não lembro meu nome?

–Vai lembrar.

–Porque não simplesmente saímos daqui?

–Não a saída.

–E se...

–Já acabou? Estou cansado, trabalhei muito hoje, vai encher o saco de outro agora novata.- Ele disse indo embora me deixando com mil perguntas. Mas era exatamente isso que eu ia fazer. Precisava perguntar ao segundo líder da Clareira. Newt.

*

Ele estava distante de todos sentado na base de uma árvore encarando o nada.

–Ei. – Chamei.

–Veio pedir pra eu te zoar mais?

–Possivelmente.

Ele riu.

–Quero algumas respostas.

Ele fechou a cara.

–O que você quer saber?

–Tudo. Porque estamos aqui, onde estamos, tudo.

–Eu não sei.

–Achei que só eu não soubesse das coisas aqui.

–Você vai realmente ficar enchendo meu saco?

–Sim.

Ele bufou.

–Porque você manca?

Ele me olhou surpreso.

–Porque você manca?

–Isso não é da sua conta.

–Uma pergunta, só uma pergunta.

–Porque eu manco não é seu problema.

–SÉRIO? Porque nada aqui parece ser meu problema.

–VOCÊ QUER REALMENTE SABER PORQUE EU MANCO? PORQUE ESTAMOS AQUI? –Ele disse tão alto que me fez recuar de susto.

Ele levantou me puxando pelo braço me lavando para um dos muros. Ele começou mexer na hera com tanta velocidade que dava pra ver a raiva em todos seus movimentos. Ele tirou a hera da frente revelando um vidro. Uma janela.

–Não quer saber porque eu manco? Porque estamos presos? Olhe.- disse ele seco.

Colei meu rosto no vidro gelado não vendo nada além de escuridão. Forcei minha vista um pouco para tentar enxergar alguma coisa. Eu consegui distinguir corredores, vários corredores que se ligavam formando mais e mais até meus olhos não enxergarem um fim. Vi algo se mexendo no chão, parecia um bicho, uma lesma pra ser mais exata. Sem sombra de duvida a criatura mais horripilante que eu já vi em toda minha vida. O bicho pulou no vidro batendo com várias facas e laminas nele me fazendo soltar um berro e cair para trás batendo a cabeça com força no chão.

–Agora você entendeu? Porque eu manco? Porque estamos aqui? Estamos aqui para não sermos mortos por isso, eu manco porque eu fui atacado por isso. Querendo ou não devemos ser gratos por essas portas abrirem e fecharem pois são elas que nos separam do labirinto. – Ele disse no mesmo tom de antes.

Labirinto.

Eu estava imóvel, assustada, como uma garotinha que tinha acabado de ter pesadelos.

–Acabamos?

Não fui capaz de soltar um único grunido sequer.

Vi Newt indo embora. Mancando.

Minha cabeça doía pelo forte impacto. Tudo girava, botei minha mãos dela para tentar parar a dor.

Elisabeth.

Arregalei meus olhos

Elisabeth .- Sussurrei.

–Meu nome é Elisabeth.


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