A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 33
Double Trouble


Notas iniciais do capítulo

Não, não me perguntem por que diabos eu coloquei como nome de capítulo o nome da peça de coral cantada em Prisioneiro de Azkaban. Para compensar que o capítulo ficou #WHAT, o título ficou uma bodega rsrs
Bom, não vou atazana-los por muito mais tempo. Boa leitura!



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HERMIONE

– A culpa é minha.

– Pare, Hermione.

– A culpa é minha. Eu devia ter te escutado. Devia ter trazido-a para cá.

Eu e Rony estávamos sentados no banco defronte para a porta da Ala Hospitalar, aguardando.

Tinha uma sensação horrível no estômago. Uma mistura de ânsia e vontade de chorar.

Havíamos trazido Nyree ás pressas. Ela estava desacordada e ficando terrivelmente descorada enquanto a carregávamos pelos corredores.

Eu devia ter desconfiado, enquanto tentava ajuda-la no parto, que todo aquele sangramento não era normal.

Tamahine não deveria estar muito melhor. Fiquei sabendo, minutos depois que haviam colocado Nyree enfermaria adentro, que a bebê teve uma a falta de ar inesperada, enquanto Rony a trazia nos braços.

Ele ainda tremia, provavelmente lembrando-se da nauseante hora em que a recém-nascida desmaiou, pálida, em seu colo.

Darel, encostado na pilastra ao nosso lado, parecia apenas uma sombra do maori imponente que um dia fora. Sua expressão era a de um homem que já morrera mil vezes, e estava morrendo mais uma lentamente.

Céus... se ele perdesse as duas...

Ia ser tudo por minha causa.

Por que não escutei Rony??

Finalmente, o que pareceram horas depois, uma das auxiliares da enfermaria saiu na porta. Um crachá a identificava como auxiliar LeBru.

Ergui-me imediatamente, ansiosa. Rony e Darel também.

– Então? – murmurei, tensa.

A auxiliar suspirou.

– O quadro das duas é estável... talvez a mãe melhore... mas... a bebê...

– O que? - Darel arfou.

LeBru baixou a cabeça.

– Ela está em estado crítico. Muito pequena e despreparada para ter nascido, para começar. Nunca vimos um bebê tão prematuro... ela vai precisar de acompanhamento durante uns dias. A mãe teve algum choque emocional nos últimos dias antes do parto?

Meu estômago despencou em algum lugar do chão de mármore.

Era isso. Nyree tinha ficado abalada...

Por minha causa.

Lembrei-me que ela estava completamente angustiada enquanto eu brigava com Mila... a culpa realmente fora minha. Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido...

– Não – Rony apertou meu pulso, parecendo captar o que eu pensava – foi uma fatalidade...

– Teve sim, Rony – olhei-o com raiva.

– Vou mantê-los informados sobre as evoluções delas. – LeBru meneou a cabeça e voltou para dentro, fechando a porta.

– Hermione... – Rony murmurou, censurando-me.

– Ah... desculpa.

Não fiquei surpresa quando vi os queimados em forma de mãos que deixei impressos no banco, aonde havia agarrado.

– A culpa não foi sua, Hermione.

Darel ficou de frente para nós, sério.

Funguei, abraçando meu próprio corpo.

– Qualquer pessoa não seria violenta na frente de uma grávida. Qualquer pessoa teria trazido uma mulher em trabalho de parto para a enfermaria – amarrei a cara para Rony – não me venham dizer que a culpa não foi minha... e eu... nunca... nunca vou poder me desculpar o suficiente...

Darel se agachou até ficar na altura em que seu estava sentada. Seus olhos de safiras elétricas me encararam.

– Não, não foi sua culpa. Se você não tivesse socorrido Nyree naquele momento, ela nunca teria sequer chegado até aqui. Se não fosse por você, eu estaria enterrando minha mulher agora mesmo, e minha filha teria a mãe como túmulo.

Abaixei a cabeça, sem graça. Do jeito que ele falava, eu quase podia me enganar pensando que fizera algo bom.

– Devia ir descansar um pouco – falei bondosamente – foi um dia difícil... nós ficaremos aqui.

– Vou ficar esperando – Darel disse, taxativo.

Gina surgiu sabe-se lá de onde, parecendo exaltada, ficando de frente para nós com a expressão arfante.

– Hermione... McGonagall está chamando você... disse que é confidencial, seja lá o que for...

– Diga á ela que estou com Nyree no hospital – bufei.

–Mione, ela disse que é importante...

– Tudo bem – Rony se ergueu – vá lá, Hermione. Vou ficar aqui. Mandarei Becky ir te dar qualquer notícia que houver...

Droga... olhei para Gina, amarrando a cara.

– Espero que seja realmente importante mesmo...

Antes de virar o corredor, lancei um último olhar para Rony, que assentiu, e apertei o braço de Darel, dando um sorriso que eu esperava ser de encorajamento. O leve esgar no canto de sua boca indicou que ele recebera a mensagem.

– Elas vão ficar bem...

– Claro que vão – Darel tentou sorrir, mas o sorriso não alcançou seus olhos.

Fui atrás de Gina, que me chamava ansiosa, e tentei não sentir angústia quando virei o corredor e os perdi de vista.

_________________O__________________

McGonagall não pareceu espantada quando deu de cara com minha expressão abalada.

– Granger – ela me cumprimentou, séria.

– Me disseram que era urgente – resmunguei, deixando claro que preferia ter ficado esperando minha amiga na enfermaria.

– Sim... sei que há algo bem mais importante para você fazer agora – ela me sorriu triste – soube de tudo que aconteceu após nos despedirmos esta manhã... foi muito corajosa em ajudar a Sra. Williams... qualquer outro bruxo provavelmente teria perdido a cabeça. Você teve a mesma coragem que me impressiona desde que a senhorita entrou em Hogwarts.

“Não vamos ocupar muito de seu tempo, dadas as circunstâncias. Mas era vital que a senhorita viesse. Precisamos lhe mostrar algo.”

– Leopold? – indaguei, dando, finalmente, um sorriso cansado quando meu guardião finalmente apareceu.

– Bem vinda, Hermione – ele se aproximou, segurando algo que parecia uma bacia de prata nas mãos. Ele a pousou na mesa que havia entre mim e McGonagall, juntamente de um frasquinho que não me era nada estranho.

– Uma Penseira?

– Sim – McGonagall assentiu – Leopold achou que você gostaria de ver ... a elfa de Harold Granger conseguiu recuperar estas lembranças minutos antes de seu senhor falecer, sendo que, segundo Becky, ela aparatou logo em seguida com essas preciosas informações... Harold pareceu enfatizar que chegasse em suas mãos... talvez haja nelas algo que possa nos ajudar á entender o que devemos fazer na continuidade de seu treinamento.

Peguei o pequeno frasco entre os dedos. Via as lembranças ondularem dentro do vidro, como delicados fios prateados. Meus olhos arderam.

A saudade e a tristeza que eu enterrara com raiva dentro de mim há dez anos ressurgiu do túmulo, jorrando em mim.

– Hermione... – Leopold se aproximou.

– Sinto falta dele... – suspirei.

Leopold me abraçou.

– Eu sei, minha criança. Eu sei. Também sinto...

Todo aquele tempo... e meu tio só queria me proteger.

Assim que me afastei de Leopold, desarrolhei o frasquinho, virando-o dentro do conteúdo da Penseira.

– Nos vemos daqui a pouco – McGonagall disse.

Ao sinal de Leopold, nós dois mergulhamos o rosto na Penseira.

Senti um solavanco esquisito no corpo, seguido de uma bizarra descida dentro do conteúdo da bacia. Era como se eu caísse em queda livre, direto para o chão que surgiu no fundo da Penseira.

Antes de eu bater de cabeça no chão, porém, meu corpo se virou, flutuando suavemente até que pousei os pés no chão com delicadeza. Leopold surgiu ao meu lado, olhando com um misto de saudade e curiosidade o ambiente que se projetou ao nosso redor.

Eu conhecia aquele lugar... era o bairro da minha antiga casa em Londres. Onde eu morei até os nove anos, pouco antes de ser chamada para Hogwarts.

– A estradinha de terra – comentei, sorrindo – quanto tempo...

– Muito tempo mesmo – Leopold concordou- ah... vamos entrar na lembrança de Harold agora...

Senti um arrepio quando finalmente entramos na visão do homem de chapéu preto que surgiu adiante...

Meu tio...

Andando na estrada cheia de pedras que entravam nos lugares mais desagradáveis de seus sapatos, o homem se dirigiu á casa de sua família. Estava ansioso para conhecer a sua pequena fofura recém-nascida. Seu irmão deveria estar, àquela hora, enchendo a cabeça dos convidados com histórias sobre a época em que sua pequenina sobrinha ainda estava dentro do entre da mãe.

Ah, finalmente! – bradou Wendell, rindo, quando o homem chegou á pequena, mas bonita, casa dos Granger – para quem estava doido para conhecer minha filha, você chegou bem atrasado!

– Dá um tempo, Wel – o homem sorriu. Fazer brincadeirinhas um com o outro era o forte dos dois irmãos.

Ele entrou, batendo os pés no carpete. Ouviu seus dois primos e sua mãe o cumprimentarem.

Senti vontade de chorar quando reconheci a velha e pequena senhora de olhos cor de chocolate ao fundo da minha antiga casa.

– Vovó Granger – sorri – estava tão bonita...

Vovó havia falecido pouco tempo depois que tio Harold desaparecera, depois de anos lutando contra um câncer. Tinha tanta saudade dela...

Voltei á prestar atenção na lembrança...

– Hal! – Monica o chamou quando o viu surgir na porta do quarto – entre logo! A nossa fadinha dos dentes quer conhecer você!

O homem achou graça.

– Fadinha dos dentes?

– Culpa do Wendell – Monica deu de ombros, lentamente, pois estava com os braços ocupados com algo enrolado em uma manta cor de rosa.

O homem se aproximou, tentando enxergar através da manta, e sorriu ao ver o pequeno bebê.

– É a sua cara – ele zoou o irmão que estava ao seu lado.

A bebezinha era tão pequena que cabia facilmente num único braço. Parecia absurdamente frágil, balançando o bracinho descoordenadamente em sua direção. Tinha os olhos achocolatados que eram herança da família, mas os cabelos eram de Monica e o rosto era de Wendell. As sobrancelhas levemente grossas, os lábios cheios e sua testinha vincada faziam-na parecer um querubim sem asas muito sério.

– É uma gracinha – ele acrescentou, rindo ao ver o irmão revirando os olhos – qual o nome dela?

– Hermione – Wendell riu, sem perceber o como o irmão enrijeceu ao ouvir o nome – Monica andou lendo histórias da mitologia grega e gamou nesse aí...

– Você achou mesmo – Monia fechou a cara para o marido – que Climnestra ia ser melhor?

O homem riu, desviando a atenção do porque o nome dito por Wendell o assustara. Não sabia por que, mas havia alto naquele nome que o incomodava... mas não ia discutir isso, ainda mais naquela ocasião tão alegre.

Monica se virou para o cunhado, estendendo a mantinha rosa para ele.

– Pega.

– Eu?

– Não, George Clooney. Caro que é você! Anda...

O homem pegou-a desajeitadamente entre os braços. Sorriu para a pequena bonequinha que o observava. Tinha o olhar muito fixo e sério, bem estranho para um recém-nascido.

Era quase como se ela entendesse tudo que estava acontecendo ao seu redor. Seu rostinho parecia perguntar “quem é você e onde está meu almoço?”. A ideia o fez rir outra vez.

– Linda... – ele arrulhou para o bebê, que, para sua satisfação, desmanchou o rostinho sério e pareceu querer rir – você é a coisinha mais linda do tio...

A criança fez algo que ninguém esperava. Um arfar rouco, como um engasgo, mas com o inconfundível som de um risinho de bebê.

– Você gostou do tio, foi? – Monica sussurrou para a filha.

– Lógico que gostou – o homem brincou, beijando a testinha do bebê – sou irresistível...

Todos riram.

O homem sorriu, embalando a sobrinha nos braços, pensando com seus botões. Não havia nada de estranho nela. Nadinha. O que podia ser um alívio, considerando que era descendente de quem era...

Ele balançou a cabeça, tentando espantar tais pensamentos. Não. Aquela linda bebezinha não seria acometida pela Maldição... ia ser completamente normal, mesmo se fosse bruxa. Se outro Wicca ainda não havia surgido... com certeza não era sua sobrinha. E, enquanto durasse, poderia fazer parte da vida daquela pessoinha linda. E se seus poderes nunca mais saíssem de controle daquele jeito? E se não acontecesse nada no futuro? Nunca precisaria ir embora...

A lembrança se distorceu, mudando o ambiente. O quartinho, meus pais e meu tio desapareceram, dando lugar á um novo cenário. Era a mesma casa, mas num ambiente diferente... a sala de estar.

O homem estava sentado numa das poltronas da casa, lendo um dos jornais trouxas que o irmão tinha mania de comprar.

Uma coisa estabanada e cor-de-rosa entrou pulando na sala, com um vestidinho de tutu, asinhas de plástico e erguendo em uma das mãos uma espécie bizarra de varinha de plástico com uma estrela na ponta. No outro bracinho, um exemplar de Oliver Twist era chacoalhado sem dó em direção ao chão. Para completar o quadro inusitado, um chapéu de bruxa cor de rosa completava a fantasia surpreendente.

– Eu sou a buxa dos dentes e vo leva todos os seus dentinhos!

–Ah, não! – ele se encolheu na poltrona, fingindo se esconder – não, bruxa dos dentes, não leve meus dentinhos! Como vou comer amanhã?

– Vai compar uma dentadula – a sobrinha riu, saltando em cima do tio – quelo todos os dentinhos!

– Socorro! – o homem arfou, sem conseguir parar de rir – Wendell, a bruxa dos dentes está me atacando... me ajude!

– Não esqueça dos molares, querida - Monica exclamou da cozinha, rindo.

– Monica, sua traíra!

– Dentinhos! – a menina pulou, batendo de brincadeira o livro na cabeça do tio.

O homem se ergueu, sorrindo, gesticulando com a varinha atrás de suas costas. Ergueu a mão para a sobrinha, na qual, agora, havia uma perfeita réplica de um dente canino.

– Uau! – o rostinho da menininha se estendeu de admiração. Os olhinhos brilhavam enquanto ela apanhava o falso dente – bigada, tio! – ela saltou de seu colo, erguendo o novo brinquedo no alto – e a buxinha dos dentes cato mais um dentinho...

Wendell se aproximou, rindo enquanto observava a filha entrar no meio de sua maquete de Londres feita de pecinhas de Lego.

– Ela que fez a maquete?

– Você vai acreditar se eu disser que sim?

– Vou – o homem riu – E qual é a da bruxa dos dentes?

– Ela diz que as fadas são muito chatas e sem graça – Wendell arregalou os olhos, fazendo o irmão rir ainda mais – não entendo... as coleguinhas dela na creche morrem de medo das bruxas de contos de fadas... mas coloca Branca de Neve na mão dela e diz que a bruxa era má... ela faz um estardalhaço. Apresenta quase uma tese só pra defender que “a buxa má não ela má coisa nenhuma” – ele imitou a filha, rindo.

– Ela já lê? – o homem ficou pasmo. E a guria só tinha quatro anos...

– Vai acreditar...

– Vou – o homem revirou os olhos – é chocante, mas vou.

Wendell sorriu.

– Vai ficar muito chocado se... – Wendell piscou, inseguro – eu disser que ela é muito mais especial do que imaginávamos?

O homem balançou a cabeça em negativa. Vinda da família que era, seria uma surpresa que a pequena Hermione não fosse “especial”.

– Tipo como?

– Não sei – Wendell suspirou – um senhor de idade veio aqui em casa esses dias... disse que queria falar conosco sobre a Hermione... e tudo que ele disse faz sentido. Quer dizer, tem que fazer... por que não temos mais nenhuma teoria.

Senhor de idade? O home m ficou pasmo. Será que Dumbledore viera pessoalmente “conversar” com os Granger? Por que ele faria isso?

– O que ele afirmou?

– Que Hermione não é normal – Wendell acrescentou, tenso – que ela é uma bruxa.

– Faz sentido mesmo – ele comentou.

– Mas bruxa... – o pai olhou para a filha – nunca esperei isso... mas... isso é bom. Nossa filha é especial. Isso é bom.

O homem fingiu se encolher novamente quando a sobrinha apontou a varinha de brinquedo imperiosamente em sua direção, exclamando animada.

– Abracadabla! Você vai vilá uma cabla!

– Méé – ele fez, fazendo a garotinha gargalhar.

Seu irmão tinha razão. Havia coisa melhor do que ter uma filha tão talentosa, inteligente e cheia de vida?

O homem continuou assistindo as estripulias de sua pequena sobrinha, com um sorriso no rosto.

A lembrança mudou outra vez. A casa sumiu, dando lugar á um casarão familiar.

A casa de Harold.

Mas parecia muito mais conservada e bonita do que agora...

Prestei novamente atenção ao que ocorria...

O homem foi atender a porta, sentindo-se enjoado.

Não devia ter bebido tanto na noite anterior. Mas deixar a família... deixar sua Lontrinha... acabou com o resto de sanidade e alegria que ainda lhe restavam.

– Bom dia, Sr. Granger – o bruxo na soleira o cumprimentou com um sorriso – aqui está sua encomenda... como você pediu... diga olá ao Sr. Granger.

O rapaz empurrou em sua direção algo que parecia uma criança encolhida. Quando finalmente enxergou-a, soltou uma exclamação de espanto e satisfação.

A elfa devia ser só um filhote, pois era muito menor e mais tímida que os outros elfos que conhecera. Tinha orelhas enormes em sua cabecinha, que estavam arrepiadas de medo, e olhos enormes da cor do mar. Estava vestida com o que um dia parecia ter sido uma elegante fronha de cama. Para um elfo, chegava até á ser bem bonitinha.

– Olá... – o homem se ajoelhou até ficar na altura da elfa. Ela arregalou os olhos – qual o seu nome, pequena?

– Não tem nome, senhor – a elfa respondeu, timidamente.

– Vou deixa-los conversar – o rapaz sorriu – se tiver qualquer problema com ela, basta me mandar uma carta – ele saiu da soleira, fechando a porta atrás de si.

– Ah, finalmente – ele gesticulou, acendendo os archotes com um gesto da mão e trancando a porta. Voltou á olhar para a elfazinha encolhida aos seus pés.

– Você não tem nome...- ele murmurou – que nome gostaria de ter?

A elfa corou.

– Becky...

– Ótimo – ele sorriu – então será Becky... espero que goste muito daqui.

A elfa deu um sorriso envergonhado.

– Becky gosta do seu novo senhor... o senhor de Becky é um bruxo bonzinho...

O homem riu, encantado com a declaração infantil da elfa, que lembrava muito o jeitinho de sua sobrinha.

E, ao lembrar-se de sua pequena, seus olhos se encheram de lágrimas.

– Becky... – ele disse, sério – quero que tudo que ocorrer dentro dessa casa sempre seja segredo absoluto, entendeu? Preciso de alguém em quem posso confiar...há coisas que você nunca poderá contar á ninguém, ouviu?

– Sim, senhor – a elfa assentiu – Becky nunca dirá nada sobre seu senhor! Nunca, nunquinha!

– Ótimo... que bom que entendeu – ele se jogou no sofá mais próximo, suspirando, com a dor da ressaca latejando sua cabeça – poderia me trazer um pouco de água, por favor? A cozinha fica logo ali...

– Claro – a elfazinha pulou, contente, e foi para a copa. Enquanto ouvia a pequena criaturinha tilintando os copos na cozinha, pensou em tentar se consolar com o fato de que, agora, sua família estava segura, pelo menos. Enquanto se mantivesse longe deles, nem ele nem o Wicca Negro poderiam prejudica-los...

Repentinamente, eu e Leopold emergimos da Penseira, ofegantes.

– O quê? – arfei. O que acontecera? Por que havíamos voltado?

– Desculpem – McGonagall disse – tive que chama-los de volta... acho que teremos que terminar amanhã...

Confusa, voltei o corpo para trás, até deparar – para minha grata surpresa – com a verdadeira Becky já adulta.

– Menina Granger... O menino Weasley mandou chama-la... é sobre a senhorita Williams...

Arregalei os olhos, me voltando para McGonagall.

– Pode ir – a professora sorriu – terminamos amanhã, não se preocupe...

Despedi-me de McGonagall e Leopold sem demora, correndo de volta para a Ala Hospitalar.

Enquanto corria, pensava em tudo que havia visto.

Ver e relembrar todos aqueles momentos em que meu tio sofrera ao se afastar de nós me doía o coração.

E agora, eu nem podia me desculpar...

Por que ele estava morto.

Senti o ódio pelo bruxo das Trevas que eu nem conhecia incendiar minhas veias.

Ele era a causa de tudo aquilo. Meu tio morrera, minha família e meus amigos estavam em perigo, e eu estava naquela situação, tudo por causa do maldito Wicca Negro.

Se um dia eu me encontrasse com ele, faria questão de não deixar restar um único osso sequer.

Quando finalmente voltei para a enfermaria, encontrei todos reunidos na porta, parecendo com medo de entrar.

– Hermione... – Rony sorriu, mas parecia um tanto assustado – como foi lá?

– Depois eu conto... – ofeguei – o que aconteceu? Como elas estão?

– Nyree melhorou um pouco – Harry grasnou, parecendo evitar meu olhar – Tamahine está numa incubadora mágica, mas estar razoavelmente bem... a curandeira disse que está bem otimista e contente com as melhoras da bebê...

Suspirei, aliviada.

– Por que não entraram ainda para vê-las, então?

Gina engasgou, ficando repentinamente interessada em olhar para o teto. O que estava acontecendo?

– Nyree... bom, Darel ainda não sabe... – Rony murmurou – ela teve uma complicaçãozinha inesperada.

– O que? – estava ficando irritada – que complicação?

– Ela foi contaminada com um vírus durante o parto... – Rony me encarou, engolindo em seco.

Foi lá, no fundo do seu olhar, que eu captei o que significava.

Ah, meu Deus...

Entrei ás pressas na Ala Hospitalar, sem nem querer saber se podia ou não.

As enfermeiras não me impediram, fosse por que eu não estava com cara de quem ia sentar e discutir, fosse por que, no fim das contas, não havia ninguém melhor para ter contato com Nyree.

Vi Tamahine espernear dentro de uma redoma minúscula de vidro, se retorcendo no pequenino colchão em que estava, à quase cinco metros da cama, circulada por cortinas, onde estava sua mãe.

Quando puxei as cortinas, meus maiores medos se confirmaram.

Parecendo inconsciente, sedada com uma Poção do Sono, Nyree repousava na cama.

Tudo pareceria completamente normal...

Se não fossem as algemas em sua perna.

Se não fosse a palidez anormal de sua pele.

Se não fossem seus olhos se abrindo repentinamente, completamente dourados.

Se não fosse o rosnado bestial que saiu de sua garganta.

Nyree estava vampirizada.


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Notas finais do capítulo

Eita lelê! Esse ficou grande! Huashuashuas
Ah, qual é... VOCÊS ACHARAM MESMO QUE EU IA MATAR NYREE SEM MAIS NEM MENOS? Quem vocês acham que eu sou? Alguma “George R. R. Martin” da vida?
Não, eu não mato meus personagens originais, gente. Não sou assassina. Sou SÁDICA. Gosto de vê-los sofrerem o cão... huehue
PRONTO, Meow. Ela SOBREVIVEU. Abaixa essa varinha. JÁ. (Sim, maiúsculas gritantes numa segunda á noite para enfatizar... doida... huashuas... e sim, eu te amo)
Respira, jennifer, elas estão bem. Pode dormir tranquila agora.
Calma, Atena Malfoy. NUM PIRA NA BATATA, FLOR...
Segura o coração, minu2013.
Bibia Ferrari, NÃO SURTA QUE EU TE AMO. Hehe
Até o próximo, e não se esqueçam de me xingar aí embaixo! #FUI!



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