A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 21
The Queen Of The Mess


Notas iniciais do capítulo

Aê, mais um capítulo, gentes!
Infelizmente (lá vem a Ruiva do Cabelo Preto me xingar... ACEITA MINHA SOLICITAÇÃO DE AMIZADE NO FACE, depois nós conversamos, flor de lis.... e sim, eu LOVE you) só vou poder postar de um a dois capítulos por semana... sabe como é, fim de semestre, estágio, serviço, gente safada que vai tirar férias e eu que tenho que cobrir a criatura que folgou... mas não chorem nem desistam de mim pessoas lindas, por favor! Assim que as aulas acabarem, eu volto com força total... continuem acompanhando!
Beijinhos e boa leitura!



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RONY

Antes que eu pudesse sequer abrir a boca para defender minha lívida namorada, Oliviene ergueu uma muito bem feita sobrancelha e sacudiu o pergaminho que trazia nas mãos.

– Então... chegou este boletim de um bruxo que mora ao lado da sua nova propriedade, dando uma queixa sobre uma chuva que não dá trégua desde esta manhã em sua casa... ele alega que as nuvens estão saindo, supostamente, dos fundos do casarão, e acusa você de ter lançado algum feitiço na casa dele. Além disso, a manada de testrálios que reside atrás da sua propriedade está voando feito louca ao redor da sua casa... e acho que ainda não citei o fato de que tem duas parreiras que apareceram do nada no portão da propriedade, que quase não me deixaram entrar para analisar o caso dos testrálios – ela respirou fundo, encarando os rostos chocados que a observavam – tem alguma coisa á declarar sobre isso, Granger?

Cruz-credo. Para onde fora a Oliviene Stark boazinha que arrumara a papelada da herança de Hermione? Aquela ali parecia um espírito agourento.

– Não – Hermione guinchou.

– Não acha isso suspeito? – Oliviene parecia tão sarcástica que eu estava cogitando que alguém tomara Poção Polissuco e escondera a verdadeira Oliviene em algum porão por aí – tudo isso aconteceu depois que você deixou a propriedade, ás dez horas desta manhã.

– Estão me espionando? – Hermione se ergueu, parecendo levemente irritada. Ai, Oliviene... pra quê ela cutucou o dragão com vara curta? – espere um pouco aí... você surge do nada, no meio de uma conversa entre mim e meus amigos, não se apresenta, não me convida para o que deveria ser uma conversa completamente privada, já chega me acusando como se eu estivesse fazendo algo errado, e ainda quer que eu me justifique? É isso mesmo?

Oliviene arregalou os olhos, parecendo surpresa com a patada de Hermione. Pareceu perder um pouco da irritação e abaixou a cabeça, um pouco sem graça.

– Tem razão, Granger – Oliviene piscou – mas, de qualquer forma, isso tudo é um bocado estranho, e tenho três moradores ao redor da residência querendo satisfações imediatas. Realmente deveria ter vindo... com hora marcada.

– Tudo bem, esqueça isso... – Hermione suspirou – o que você quer saber, exatamente? Como sabem que estive lá?

– Não posso explicar agora, Granger... mas o que eu quero é o que eles também querem saber... o que aconteceu na construção abandonada atrás dos muros da casa.

Olhei para Hermione, engolindo em seco. Seria seguro contar à Oliviene?

Tudo bem que Kingsley era o novo Ministro da Magia, era da Ordem e, com certeza, já sabia tudo sobre a profecia e Hermione, mas Oliviene poderia não estar sabendo nem um pouco sobre as dimensões que aquilo tomara... talvez nem soubesse de nada, já que não havia citado se sabia de algo. Por mais que fosse funcionária do Ministério, Oliviene poderia entender errado... ou até distorcer. Quem garantia que não sairia contando isso para todos por aí?

Para nosso alívio, Bichento miou alto atrás de nós, vindo em direção á Oliviene.

Hermione deu uma risadinha que me deixou surpreso.

– Pode parecer bobagem... mas é melhor deixar meu gato explicar.

– O quê...? – Oliviene franziu a testa, quase pulando de volta para as chamas da lareira de susto quando Leopold ficou na forma humana. Nyree e Darel também se assustaram; não havíamos contado para eles sobre Leopold.

Para nosso choque, Oliviene se boquiabriu, com a testa vincada.

– Leopold? Leopold Weasley?

Com essa eu caí no chão. Como assim?? Weasley?

Olhei apalermado para Leopold, que sorriu enviesado ao ver meu choque. Eu não me lembrava de ninguém como ele na minha família... como assim, outro Weasley?

– Depois eu te conto – ele sussurrou para mim – e sim, Oliviene. Está encantadora como sempre. Como vai Morgana?

– Segura o coco um pouquinho – Gina saltou do pufe, com as mãos erguidas – deixa eu ver se eu entendi... você conhece a Oliviene, a Oliviene te conhece, mas a Oliviene quer xeretar na vida da Hermione, e o Leopold é meu tio-avô-sobrinho-cunhado ou seja lá o que for. Eu entendi tudo ou to boiando?

Só Gina para fazer todos ali rirem.

– É mais ou menos isso – Leopold riu – Oliviene é a filha de uma velha amiga... e se acalme, Gina... sou, na verdade, um primo de seu pai... – ele deu de ombros, ficando um pouco desanimado – um primo que ele não vê há muito tempo...

– OK, estão me distraindo... – Oliviene revirou os olhos – pode me explicar essa loucura toda, Leopold?

– Claro... venha comigo... – ele indicou a escadaria com a cabeça – conversamos lá em cima... nos vemos daqui a pouco, Hermione...

As oito pessoas ali observaram Oliviene e Leopold subirem escada acima, até desaparecerem na primeira curva e sumirem de vista.

– Tá legal – Neville murmurou – isso foi estranho.

– Espero que essa branquela não vá arrumar encrenca com Hermione – comentou Harry, ajeitando os óculos com o dedo – a última cois que precisamos agora é de mais gente xeretando a vida alheia. Falando nisso, Darel, achei legal essa tatuagem...

Me virei, confuso. Harry indicava o ombro de Darel, que – olhe só – realmente estava com um desenho muito familiar ali.

– Tatuagens de tinta? – perguntei.

– Não... essa é definitiva – Darel sorriu, enquanto Nyree sorria abobada para o marido – é um cavalo fjord.

– Ahhh... – Hermione se derreteu, provavelmente também lembrando de nossa ridícula viagem como cavalos pelo deserto de Tirari-Sturt. Caramba, que homenagem... não podia culpar Nyree por estar tão bobinha com aquilo.

Hermione me olhou, e engoli em seco quando vi seus olhos se anuviarem, lembrando-se daquele momento tão estranho e maravilhoso em Tokonga, enquanto pintávamos um ao outro para a festa da fogueira.

A lembrança me provocava arrepios deliciosos no estômago.

– E você, Nyree? – Harry indagou – vai fazer uma também?

– Eu não – Nyree, como sempre, era completamente sincera – adoro tatuagens, mas se eu fizesse todas as tatuagens que acho bonitas, viraria um gibi.

Darel gargalhou, plantando um beijo apaixonado na boca de Nyree.

– Toda essa doçura está apodrecendo minha gengiva – brincou Gina – ‘bora dar uma rodada por aí, Harry?

– Vamos – Harry piscou para mim, brincalhão, antes de puxar Gina Salão Comunal afora.

Luna e Neville pareceram ter a mesma ideia genial, já que saíram de fininho atrás de Gina e Harry.

Ouvi um estalinho que indicava a volta de Becky, que trazia umas três atemoias equilibradas nos braços ossudos. Colocou as frutas cuidadosamente no colo de Nyree.

– Oba! – Nyree exclamou, pegando uma delas e mordendo sem cerimônia.

Becky sumiu com outro estalinho em seguida.

– Cuidado com as... – Hermione alertou, mas era tarde demais. Nyree engasgou feito um pato com um funil na garganta, antes de cuspir uma semente do tamanho de um bicho-de-conta no chão. Darel dava tapas nas costas dela, com os olhos arregalados.

– Cuidado, toku aroha... não quero ser pai solteiro...

– Desculpa, tame – Nyree deu um sorrisinho sem graça.

Eu não sabia um pingo de maori, mas sabia que aqueles adjetivos com certeza eram um carinho só.

– Mas então... – Nyree grasnou, ainda com os olhos lacrimejando com o engasgo – como se sente com essa coisa de Wicca?

– Maluca – Hermione sorriu – você tinha que ver o meu cabelo lá na Redoma... estava da cor do seu.

– Whakaharahara – estava até com medo de perguntar o que aquele palavrão quis dizer – devia estar lindo... – Nyree sorriu - e, puxa, deve ser emocionante ser um tipo de makutu kaha, uma bruxa poderosa...

– Ei, pare de falar de mim – Hermione disse, brincando – e aí, de quantos meses você já está?

– Três – Nyree afagou a barriga, sorrindo – Akahata que vai ser um menino... Darel acha que vai ser kotiro ,uma menininha... – Nyrre arregalou os olhos – eu só acho que tem um bebê aqui dentro e acabou.

– E os nomes? – perguntei, rindo.

– Se for menino – Darel disse – vai ser Iti Ota... é o equivalente maori de “pequena lontra”...

Hermione corou, parecendo surpresa.

– Nossa, Darel... – ela começou, envergonhada.

– Nyree concordou – Darel a interrompeu, rindo – e se for menina...

– Vai ser Tamahine Marama... “filha da lua”.

– Tomara que seja um casal... aí podem colocar os dois nomes – sugeri, sorrindo.

– Verdade...

Pela segunda vez no dia, fomos bruscamente interrompidos por alguém que inventou de entrar correndo no Salão Comunal. Era uma menininha primeiranista da Noble, que parecia estabanada.

– Senhorita Granger?

– Eu – Hermione revirou os olhos, se erguendo do sofá – o que foi?

– Querem todos os campeões do Tribruxo na Sala de Reuniões para fotos de imprensa...

Que beleza... a exploração da vida alheia ia começar.

– Tudo bem... já vou – Hermione se virou para mim assim que a menina saiu outra vez – tudo bem se você ficar aqui com Darel e Nyree? Volto logo...

– Eu queria ir também, ué – brinquei – quero ser fotografado com minha namorada campeã gatinha e tirar casquinha da sua fama...

– Acho que não é essa casquinha que você quer tirar... – Hermione estreitou os olhos, irônica.

Darel fez aquela clássica cara de “falo-nada-só-observo”. Nyree estava tão ocupada desmembrando as atemoias que nem devia ter notado o duplo sentido da frase de Hermione.

E quem era eu para discordar? Ela não ficou exatamente casta, comportadinha e totalmente vestida lá na Redoma...

– Posso ir ou não, ó, Poderosa Wicca?

Hermione olhou par o teto como se rezasse por um machado para cortar meu pescoço.

– Tá, anda... vem logo... a gente já volta, Darel...

– Vão pela sombra – Darel bocejou, observando sonsamente o ataque enfurecido de Nyree ás frutas.

Puxando Hermione e rindo mentalmente, saímos do Salão Comunal de Noble em direção á Sala de Reuniões.

____________________________O_________________________

Entramos na Sala de Reuniões, ficando surpresos quando vimos nada menos que meia dúzia de pessoas segurando câmeras fotográficas e flashes ao canto da Sala. Madelaine Dubois e Andrey Borislav já estavam lá, com Acra de quem comeram e não gostaram.

– Isse é ridícule – murmurou Madelaine para nós, enquanto os funcionários do profeta se organizavam para a sessão de fotos – por que minha vide tem que ser colocada nos jornais para as pessoas lerrem?

– Por quê é disso que o povo gosta – Hermione deu uma esbarrada brincalhona nela – babado, confusão e gritaria. Aprendi do pior modo que é mais fácil entregar logo o que a mídia quer... – ela me olhou de esguelha – ou ela vai tentar descobrir de outros modos... bem mais agressivos.

Eu já sabia o que ela estava insinuando.

Porém, vinda das profundezas de nossos piores pesadelos, uma mulher loira de óculos surgiu entre os jornalistas, sacando uma pena verde-ácido em uma das mãos e ficando boquiaberta ao nos ver.

Madelaine não entendia o nosso espanto, mas parecia ter deduzido por si mesma que aquilo não era coisa boa para ela.

– Granger... – ronronou Rita Skeeter falsamente, dando um sorriso ainda mais falso.

– Skeeter – Hermione ronronou de volta, mas pude ouvir os nós dos dedos dela estralarem.

Arfei, olhando para o teto.

Aquilo ia dar merda. Das grandes.

Nem o Wicca Negro iria fazer tanto estrago quanto aquela oxigenada na nossa frente. Eu tinha certeza.

Bom, a figura agora era diferente. Na verdade, ia quase sentir pena de Rita se ela ousasse cutucar alguma ferida de Hermione. Querendo ou não, agora Hermione tinha as desculpas e a capacidade de botar aquela vermezinha no lugar dela... como cinza de fogueira, por exemplo.

Agora, se Hermione se descontrolasse emocionalmente, Rita poderia ter todo o mérito de ter tacado fogo em Beauxbatons.

– Prontos, campeões? – perguntou um dos fotógrafos.

Hermione e Madelaine foram até Andrey para serem fotografadas, deixando-me á sós com Skeeter no canto da Sala.

Enquanto os flashes disparavam, Rita observava Hermione com uma expressão estranha. Uma mistura de choque, oportunismo e reflexão.

– Ora essa... parece que é a vez da Granger roubar as atenções... como se já não houvesse roubado antes, não é?

Fingi que não estava ouvindo. Ia acabar lançando um Avada Kedavra na cara dela se desse bola. Não precisava da merda dela para me lembrar do episódio dos vampirizados.

– Bom, o que será que ela tem para meus ávidos leitores? Algum segredinho em particular? Talvez alguma coisa que o namorado dela saiba?

A pena verde esbarrou em meu rosto de um jeito que tentava ser persuasivo.

– Acho que não... – resmunguei, batendo na pena – ela não tem nada á esconder... é um livro aberto...

Deus, se Rita sequer desconfiasse sobre os Wiccas... Hermione – e o resto do mundo – estariam perdidos.

– Mas mesmo alguns livros têm segredos em suas páginas,... – Rita deu uma risadinha irritante – e é minha missão descobrir cada um deles. Será que ela vai surpreender meus leitores, assim como quando virou um animal? Ou quem sabe com algum escandalozinho com nosso diretor da Durmstrang?

Eu tinha que ignorar... sabia o que ela estava fazendo. Queria me testar, forçando os limites para tentar me fazer perder o controle e dar um motivo para ela escrever uma matéria difamatória. Mas eu não ia fazer isso... não ia dizer nem fazer nada.

– Ora, vamos... duvido que vocês não tenham algo para mim.

O que Hermione havia acabado de dizer? “Aprendi do pior modo que é mais fácil entregar logo o que a mídia quer... ou ela vai tentar descobrir de outros modos...”

Então, tive uma ideia.

– Tudo bem... posso dar uma entrevista... você tem um bloquinho aí?

Rita pareceu chocada. Estava na cara que ninguém nunca havia se oferecido para ser entrevistado por ela, exceto os alunos da Sonserina.

– É mesmo? – ela me olhou, surpresa.

– Sim... anote aí...

Esperei que Hermione estivesse muito ocupada com as fotos para perceber que eu estava conversando com Rita.

Não disse nada comprometedor, até por que Rita poderia acabar distorcendo tudo depois, o que não afetaria em nada quem sabia de verdade o que acontecia entre nós. Obviamente, não citei nada sobre os eventos recentes; apenas fatos banais que Rita com certeza faria parecerem chamativos em sua matéria. Contanto que fossem fofocas apenas sociais, não havia mais nada que pudesse nos atingir.

A confiança entre mim e Hermione, assim como a credibilidade dos que estavam ao nosso redor á nós dois, só aumentava cada vez mais. Não haveria mais ninguém que acreditaria nas fofocas das matérias de Skeeter.

Rita deu um sorrisinho, parecendo arquitetar um modo de transformar suas informações recém-colhidas em ouro, e me agradeceu com um aceno da cabeça, se afastando em direção á porta.

Quando a sessão de fotos terminou, Hermione voltou ao meu lado, estranhando a expressão satisfeita de Rita.

– O que você fez? – ela indagou, desconfiada.

– Dei a mídia exatamente o que ela queria – sorri.

– Como assim? – Hermione franziu a testa, surpresa.

– Digamos... – murmurei, rindo – que caracterizei você como uma menina muito comportada e estudiosa, que acredita no amor casto, do tipo que existe em mãos dadas e assistir pôr-do-sol. E que eu não sou tão apaixonado assim por você...

Hermione parecia não saber se ria ou se me estapeava.

– Então... – ela ficou de boca aberta... – agora ela vai retratar nós dois como completos tarados um pelo outro?

– Não vai estar muito longe da realidade – brinquei – ela vai distorcer tanto que, pela primeira vez, é capaz de fazer uma matéria quase realista.

Hermione finalmente me deu um tapa de leve no braço.

– Espere só esse jornal sair amanhã! – ela arfou, chocada.

– Vai ser bem interessante – ri – ah, não.. – recuei quando Hermione fez questão de se aproximar – lembre-se... não gosto tanto assim de você... pelo menos para Rita...

Hermione fez biquinho, o que quase me fez fazer morder sua boca.

– Anda, vamos cair fora daqui... – ela resmungou, fingindo mágoa, enquanto saíamos da Sala de Reuniões.

Esperamos estar bem longe para começarmos á rir.


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Notas finais do capítulo

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