Lagrimas de Sangue escrita por Nana


Capítulo 3
Primeiro Capitulo' Parte 2




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-- Quero mais, muito mais! – Gritou Joenne se jogando na imensa cama redonda ao seu lado – E vocês vão me ajudar...

Marcus estava sentado numa poltrona fofa no fundo do quarto, segurava um corpo ensangüentado, sua boca estava molhada com o sangue do corpo. Julie estava apoiada na janela, olhando para o corpo de duas moças ao seu lado

-- Ainda esta com fome? – Perguntou indo em direção ao espelho atrás da porta.

-- Fome...? Não. Eu quero mais, é algo que já tenho de sobra, poder... – Respondeu furando o dedo do meio do corpo que Marcus segurava. Ela era rápida, e não tinha medo de usar esse poder, nem um dos dois ganhava uma corrida contra ela.

-- E como você conseguirá...? – Perguntou Marcus olhando por cima da pequena moça em seu colo.

Os olhos verdes da vampira o encarava com severidade, mas ele não entendeu então Julie perguntou.

-- Como Joe?

Ela ainda se encarava no espelho então Joenne sentou na cama e com seus dedos logos pôs os fios ruivos para trás da orelha. Encarava o chão com uma expressão natural, mas cansada. O rosto da jovem era encantador, era um adolescendo quando seu corpo congelou e agora, após séculos de vida, ela ainda estava com o mesmo rostinho claro e suave.

-- Sangue puro... - Julie não reagiu, apenas escutava, Marcus a olhava ainda intrigado, mas com um leve sorriso. – Sou uma das mais velhas, uma das mais poderosas do mundo, mas isso não é o bastante para mim, eu preciso de poder...

Julie abaixou a cabeça, respirou fundo e voltou-se novamente ao espelho

-- Não quero ficar perambulando por  ai sem rumo – Continuou Joenne – Quero fazer algo novo, algo que me deixe renovada, quero que todos os vampiros temem a chegar perto de mim... – Ela levantou o rosto e viu que nem um dos dois a olhava. – O primeiro vampiro que existiu,  se desenvolveu facilmente e conseguiu após séculos e mais séculos de vida, descobriu algo que ninguém acredita ser verdade, mas eu... – Ela olhou novamente para o chão --... eu acredito... Porque eu conheci os irmãos Beckmens, a revolta de Beckemen ou revolta dos irmãos Beckemen... – Ela soltou uma risada sem humor e prosseguiu -- Ocorreu no Brasil, Estado do Maranhão, em 1684. Eram duas pessoas engraçadas de se conviver... O fato é que eles eram humanos, e eu gostava de ficar com eles porque não sentia vontade de atacá-los, é como se eles não fossem humanos, mas também não tivessem poder... A família Beckemen... Todos têm o sangue puro. Quero dizer, um sangue que pode dar à um vampiro, o que ele mais deseja... E nós precisamos encon-

-- E o que você mais deseja é ser a rainha do mundo Joenne? – Perguntou Julie se olhando séria como se estivesse falando com si mesma. – Você quer dominar o mundo, quer ter todo poder? Ser a mais temida?

Joenne  enterrou o rosto nas mão e não dava para perceber suas expressões... Marcus encarou a esposa como se ela tivesse falado grego, limpou a boca suja de sangue e encarou Joenne que não se movia.

O silencio perfurou os três ali no quarto e a tensão subiu até que Joenne se pôs de pé encarando Julie parecendo com medo.

- Eu... Eu... Eu não sei... Eu quero... Eu quero ser feliz... Ela caiu de joelhos e então as horas passaram sem que ninguém percebesse.

Joenne  se pós de pé, muito lentamente para um vampiro, até mesmo para um humano, olhou Julie que se examinava no espelho...

Julie se encarava sem expressão como se nada tivesse acontecido.

- Acho que... Que pareço mais velha.

Com essas palavras Joenne apareceu atrás dela numa fração de segundo. Julie a deu espaço e ela começou a remexer nos cabelos ruivos e apertar suas bochechas.

-- Eu tenho quase três séculos a mais que vocês!

-- Mas tem rosto de uma adolescente Joe... – Falou Marcus deixando o corpo cair aos seus pés.

Pegou Julie por trás e a levou até a cama, onde ela se deitou sobre ele, os dois sorrindo tristonhos.

-- Vocês parecem dois pombinhos.. – Disse Joenne rindo com expressão enojada e brincalhona.

Pulou a janela numa velocidade extraordinária para os olhos humanos, Marcus e Julie logo à seguiram na mesma velocidade.

Sentados num banco de costas para a enorme casa de onde acabaram de sair pelo segundo andar, escutaram o começo de vários berros desesperados e sons de pés correndo.

Julie levantou um olhar superior ao marido e caminhou rumo as arvores á pouca distância dali.

Após alguns minutos Marcus se pôs de pé.

- Vamos? – Perguntou suave mente como que se estava entediado

- Você não gosta também?- Joenne encarava o chão tristonha – Achei que você fosse diferente dela. - Marcus sentou novamente ainda  a encarando. – Achei que você gostasse de saber que é mais poderoso do que os humanos...

- Eu, já fui um humano, e...

Ela levantou o rosto com um leve sorriso entre os lábios, mas se via em seus olhos que ela não estava feliz.

- Eu também já fui humana... Só que preciso tentar achar um motivo para gostar de ser o que sou... - Ela levantou e correu para entre as arvores...


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