Estações escrita por Emma


Capítulo 12
Desfrutando da Primavera


Notas iniciais do capítulo

Para quem é fã do doutor, esse capítulo mostra um pouco mais do quão perfeito ele é... Depois deste capítulo vou adiantar a história um pouco, tô meio sem tempo de escrever, mas vou entrar de férias e conseguirei terminar essa primeira parte (que já tem um final programado) e dar início à alguns dramas e obstáculos que irão compor o real enredo de Estações... No mais, aproveitem!



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“Atrevo-me a viver para você e com você, desde este momento até a minha morte. Agora, portanto, você é minha. Nunca mais a deixarei ir embora. Seja a minha casa onde for, a minha mulher está escolhida. Se eu ficar na Inglaterra, aqui ela ficará; se eu atravessar o Atlântico, ela também atravessará. As nossas vidas estão soldadas uma à outra e os nosso destinos estão agrilhoados um ao outro.”

Sônia acordou com o vento fresco movimentando seus emaranhados cabelos, aos poucos foi abrindo os olhos, desejando muito que a última tarde não tivesse sido um sonho, então percebeu aqueles olhos de avelã fitando-a. Sorriu como resposta e dando graças aos céus por ser verdade, ela agora pertencia de corpo e alma ao seu querido doutor...

— Bom dia meu amor! – ele disse primeiro.

— Bom dia querido! Estava me vendo dormir?! – ela passou o dorso da mão pelas bochechas dele.

— Estava esperando você acordar na verdade, pois planejei lhe trazer o café da manhã na cama...

— Você precisa parar de me mimar tanto, sabia?! Corro sérios riscos de ficar eternamente apaixonada – ergueu-se um pouco, aproximando seus lábios

— Correria um grande risco de ficar igual a mim você quis dizer?! – respondeu e deu fim a mínima distância entre suas bocas.

Tomaram café juntos, a modelo sentada no colo de Alexandre, vestida com a camisa dele. Compartilharam a comida, beijos e sorrisos. Sentia uma vergonha leve, afinal nunca tinha ficado tão a vontade e sozinha com um homem (com exceção dos estilistas que viviam a envolvendo com fitas métricas, mas todos eram gays), ele também colaborava para que ela se sentisse bem, era gentil e atencioso. Não sabia muito o que fazer, então se deixava ser conduzida pelo noivo, confiava nele e tinha a certeza que a trataria com amor e respeito. Depois seguiram de mãos dadas para o banho, onde o doutor se livrou da camisa que ela vestia para desfrutarem de uma espaçosa banheira ali presente.

Ela estava de costas para ele, envolvida pelos seus braços, enquanto ele beijava seu pescoço e nuca, conversavam divertidamente. As carícias foram convidando o desejo a participar daquele momento, com beijos ardentes, apertões ousados e algumas unhas deslizando por uma larga costa. E acabaram por fazer amor ali mesmo...

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Alexandre sugeriu um passeio e enquanto ela se arrumava, ele checou o celular, pois tinha plena certeza que havia muitas ligações e mensagens curiosas de Heitor e até mesmo de Helena. Sorriu quando percebeu que não estava errado e ligou para o amigo:

— Bom dia doutor Del Rio! E eu não preciso nem ouvir sua voz ou ver seu rosto para saber que estás radiante... O brilho está irradiando até aqui – Alexandre não resistiu soltar uma gargalhada que acompanhou um sorriso de Heitor.

— Bom dia para você também e sim, eu estou “radiante”! – Alexandre ouviu a voz de Helena ao fundo acalento Henrique enquanto pedia informações sobre a noite – Diga a Helena que assim que Sônia se lembrar do celular ela vai lhe contar as novidades...

— Alê e então? Quero saber como foi a tão planejada noite...

— Bom Heitor, o que eu posso lhe dizer por agora é que estou noivo de uma mulher incrivelmente linda e que ontem, como você me disse quando teve sua primeira vez com Helena, foi a primeira vez que fiz amor com uma mulher... Com a minha futura mulher! E não poderia ter sido melhor...

— E onde ela está agora?

— Está lá dentro se arrumando para darmos um passeio – ele tinha saído para uma das áreas da casa para conversar mais a vontade com o amigo – Vou desligar agora irmão, depois conversaremos mais... Dê um beijo em Helena e no meu afilhado, tchau.

— Tudo bem, darei sim! Até mais... Helena mandou um beijo também e disse que Henrique está com saudade do seu colinho...

— Logo mais o titio chega ai para resolver isso – respondeu sorrindo.

— Tchau – disse Heitor.

Ao retornar encontrou sua noiva o esperando sentada nos fundos da casa, provavelmente pensando em algo, pois não percebeu ele se aproximar...

— Você costuma ser sempre tão linda assim, ou está querendo me fazer ficar mais perdido do que já estou por você? – disse beijando-lhe a nuca.

— Bobo! Não costumo andar desarrumada nunca! Hábitos...

— Me considero alguém extremamente sortudo por isso – ele a beijou rapidamente e pegou em sua mão conduzindo-a para a garagem...

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Passeavam de mãos dadas por uma rua cercada de lojas com artesanatos locais, próximo ao restaurante onde tinham almoçado, por sorte tinham sossego, sem paparazzis e fãs frenéticos... Impossível não notar a felicidade que sentiam, ou melhor, exalavam. Trocavam olhares cheios de cumplicidade e amor. Era como se de fato seus sentimentos tivessem se consumado e finalmente pudessem ler a alma um do outro. Ele só queria ser onipotente e poder parar o mundo ali, não ter que voltar a vida real, vê-la partir para outro continente e ficar sem o calor de seus braços, sem a pele macia, os lábios delicados... Esperou tanto por ela, não apenas para tê-la em seus braços, mas a jornada para encontrá-la, a mulher que seria sua, a que ele teria o prazer de ver carregando um filho seu, amparando-o nos dias difíceis, construindo uma família sólida... Agora entendia o quanto tinha valido a pena aquela espera. Ao olhá-la ali simples e singela, extremamente linda e bela tocando os artesanatos e apreciando-os, lançando-lhe o mais lindo sorriso que ele já vira, tinha certeza que aquela moça, modesta, íntegra, sincera e doce havia roubado seu coração, não apenas a modelo sexy, atraente e elegante, a que era objeto de desejo de muitos homens. Alexandre estava apaixonado por tudo o que Sonia poderia ser, a modelo deslumbrante e a menina delicada, pelo glamour, e talvez até mais pela singeleza e inocência...

— Você me deixa constrangida me olhando dessa forma Alê... – ela cruzou os dedos nos dele – Sabe, eu não costumo ficar intimidada com olhares, pelo contrário, estou acostumada com flashes, a ser o foco das atenções. Isso nunca me fez ficar corada como fico contigo me observando assim, parece que perco o chão... Me lembre de não deixá-lo nunca me ver desfilar, se não será um vexame... – ela riu.

— Não posso evitar, estou apaixonado demais e meus olhos acabam por me denunciar... Você também é tão linda... Eu sei que pareço um tolo quando fico admirando-a, mas não posso evitar, passei minha vida procurando por isso que nós temos, esse amor, agora que encontrei não me canso de constatar que é real...

— Acho que tudo isso é novo para nós dois, então ainda não sabemos como agir... Estamos apaixonados demais para pensar se é ridículo ou não, só desejamos agradar um ao outro, estar perto... Enfim, amar.

— Exatamente isso amor! Ah, sobre o desfile, eu já a vi uma vez, aqui mesmo em Cancún... Fiquei hipnotizado – ainda caminhavam pelas ruas cheias de itens e locais representando a cultura local – você é tão diferente dessa mulher aqui ao meu lado quando está na passarela querida. Qualquer homem ficaria louco com suas caras e bocas, sua ousadia, elegância...

— E você se apaixonou por quem precisamente? Pela Sonia sexy ou pela menina “inocente”??

— Pela Sonia por inteiro! A primeira vez que a vi, não foi no glamour todo de uma passarela, eu entrei por engano no salão do seu evento crendo ser o do meu, fui caminhando olhando os papéis em minhas mãos quando levantei a cabeça e notei que estava no lugar errado, olhei ao redor e lá vinha você, acredito que estavam ensaiando, estava apenas com um vestido simples e salto, cabelos em um coque que já se desfazia... Fiquei admirando-a sem reação, meus olhos focaram apenas você e eu não consegui ouvir mais nada e nem raciocinar direito, tenho certeza que o segurança me chamou umas dez vezes – ele riu – O que vi a noite, no desfile, ou melhor no final dele, só serviu para ampliar mais ainda meu interesse... Desde então, foi difícil não pensar em você.

Eles se beijaram, um beijo calmo e suave, o som do celular tocando os separou:

— Nossa! Tinha até esquecido disso – ela falou abrindo a bolsa – Amor, é Helena, você se importa se eu atender?!

— Claro que não querida! Atenda! Tenho certeza que ela está tão curiosa quanto o marido – eles riram.

— Ele também ligou para você não foi?!

— Com certeza... – Ela foi se afastando, rindo da situação, enquanto falava com a amiga...

— Oi Helena, boa tarde!

— Até que enfim atendeu o celular... O seu doutor realmente deve ser MUITO interessante – as duas gargalharam – Você é uma amiga muito má, me pede conselhos para sua primeira noite e depois me mata de curiosidade... Se sei de algo é porque ouvi um pouco da conversa de Alê e Heitor... Vamos, conte-me tudo!

Me sorry baby, eu até me esqueci que tinha um celular, estava na bolsa desde quando cheguei aqui... Bom, não dá para contar tudo por telefone, quando voltar conversaremos melhor... Helena, o que eu posso dizer?! Alê foi e continua sendo maravilhoso! De todas as formas que eu pude imaginar minha primeira vez, não chegaram nem perto de como realmente foi... Ele me levou para ver o pôr do sol, depois se ajoelhou e me pediu em casamento, jantamos sob uma tenda, caminhamos pela praia, voltamos para casa e então aconteceu...

— Não esperava menos dele! Que lindo e romântico... Nossa, o Alê deve estar nas nuvens... Ele te ama tanto Sonia...

— Tenho certeza disso! E eu o amo também, muito mesmo! Estou, na verdade, estamos completamente apaixonados...

— Eu imagino... Foi assim quando Heitor e eu ficamos juntos pela primeira vez... Me sentia, aliás, me sinto completa, extasiada, sabia que o mundo poderia acabar, mas se eu permanecesse em seus braços tudo ficaria bem...

— E meu pequeno gentleman? Estou com tanta saudade dessas bochechinhas fofas...

— Tenho certeza que ele está com muita saudade também... Agora ele e o pai estão tirando uma soneca – Helena admirava da varanda de seu quarto o marido com filho deitado sobre seu peito, ambos entregues em um sono leve e gostoso. Tão parecidos e lindos. Ela estava feliz por si, pelo que conquistou com Heitor e também pelo casal de amigos, que agora experimentavam o que eles próprios viviam, o amor.

— Mande beijos e abraços meus nos dois. Preciso voltar para meu noivo que pacientemente me espera, até logo sweetie.

— Beijos para vocês. Até.

Sonia foi voltando para perto de Alexandre que se encontrava sentando em um banco, enquanto caminhava foi checando as outras notificações, chamadas perdidas de Pietro, do tio Guilhermino e de Dona Viviene... Limitou-se a mandar um SMS para o irmão, contou-lhe que estava bem e pediu que informasse os outros, depois ela ligaria para todos, também confidenciou-lhe que estava noiva e pediu segredo absoluto. Prometeu também ligar mais tarde e contar-lhe tudo.

Chegando próximo ao banco, ela se posicionou atrás do noivo, se inclinou e beijou seu pescoço, intercalando com cheiros delicados, desceu os braços pelo peito dele, fazendo carinho, ele retribuiu, repetindo tais carícias com ela. Sonia o abraçou forte, falando baixo, quase em um sussurro:

— Eu te amo tanto querido...

Ele sorriu, era tão bom ouvi-la dizer que o amava, sentia-se extasiado todas as vezes.

— Não mais que eu querida! – Virou-se, levantando e dando-lhe um beijo – Para onde você quer ir agora?

— Para onde você quiser me levar... Esse mês sou completamente sua!

— Que tal irmos para casa e eu preparo algo especial para nós? Poderíamos aproveitar que ainda está cedo e darmos um mergulho no mar, depois podíamos tomar um banho de banheira, namorar um pouco... Então eu faria a comida enquanto você ficaria se arrumando. Eu organizaria tudo na mesa de jantar da área externa, sob a luz do luar... Que agora me traz boas lembranças – ele riu – depois, hum... Deixe-me pensar...

— Não seja exigente, ainda sou nova nisso – eles gargalharam do comentário dela.

— Não se preocupe, o que eu irei pedir-lhe você é profissional em fazer – piscou para ela. Era incrível como já possuíam uma troca de olhares que era apenas deles, as vezes sensual, como agora, outras terna, a questão era que já conseguiam interpretar seus desejos através de um “simples” gesto – Continuando... Bom, depois poderíamos ir para nosso quarto e você poderia desfilar apenas para mim, e eu adoraria que fosse assim para sempre... Quem sabe até me surpreender com uma Victoria Secrets já que é por ela que vais me trocar no final do mês...

— Então, o doutor quer ver outra vez a übermodel ousada e elegante desfilando? Mas dessa vez apenas para ele? Por um acaso o senhor fez algo especial para ganhar assim um lugar VIP na primeira fila? – se aproximou dos lábios dele na intenção de provocá-lo.

— Não sei, é você quem vai me responder isso... Tenho agido da forma correta?!

— Claro que sim meu amor! – ela deu-lhe um selinho – Você merece um desfile e muitooooo mais. Só não sei dizer se não morrerei de vergonha quando você começar a me olhar daquela forma...

— Minha querida, foi uma brincadeira, talvez até uma sugestão, mas se não estiver pronta, não tem problema, eu continuarei desejando você, desfilando para mim ou não...

— Não querido, o plano é ótimo! Iremos segui-lo, você só precisa não fazer aquele olhar apaixonado, se não ficarei envergonhada e derretida, então não conseguirei assumir o perfil de übermodel “sexy"...

— Tudo bem, farei o possível! Vamos? – Sonia apenas balançou a cabeça concordando e partiram em direção ao carro para voltarem para casa.

—__________________________________

Seguiram o roteiro que o doutor tinha traçado para noite. Banho no mar e depois na banheira com direito a muitos beijos intensos, abraços, mãos ousadas, mas sem sexo, não podia exigir tanto dela, tudo ainda era novo para sua amada. E entre fazer amor novamente na banheira e esperar pela noite para vê-la desfilando com uma lingerie, que ele tinha certeza que seria no mínimo espetacular, ficaria com a segunda opção. Preparou o prato preferido dela, filé de pescado ao azeite e ervas, com mais alguns acompanhamentos.

Sonia estava na parte de cima da casa, escolhendo uma roupa para o jantar e claro, o mais importante e que ficaria por baixo... “Qual dessas lingeries Alê se agradará mais?! Victoria Secrets, Gucci ou Channel?!” Todas eram exclusivas, feitas sob medidas apenas para ela, ser a modelo mais requisitada tinha lá suas vantagens... Depois de pensar e repensar, esboçou um sorriso malicioso “Por que não as três?!”... Enquanto estava no banho, repassou em sua mente o dia anterior e o atual, sorria e admirava a jóia em seu dedo. “Noiva, estou noiva – suspirou feliz – O que será que minha mãe irá dizer?! Tio Dolce e Pietro tenho certeza que ficarão felizes, mas e dona Viviene? Sei que não aprova muito meu romance com Alexandre, porém eu o amo e não o perderei! Abriria, sem hesitar, mão de qualquer coisa por ele...”. Saiu do chuveiro, pôs o roupão e caminhou até a escada. Esquivou-se um pouco e conseguiu ver um certo médico concentrado na organização da mesa do jantar. Sorriu e voltou para o quarto, pegou o telefone da bolsa e ligou para o irmão.

— Da próxima vez que você me der uma notícia desse porte e ignorar minhas milhares de mensagens, pode esquecer que tem um irmão... Na verdade, eu só atendi seu telefonema por que estou curioso demais por detalhes desse final de semana para ignorá-la...

— Oi para você também Pietro! Sim, eu estou muito bem, obrigada... – os dois sorriram – Me desculpe irmão, eu estava muito ocupada admirando os quilates da jóia e a lapidação do diamante em meu dedo...

— Vamos, pode dizer tudo! Esse Alexandre... Como ele te pede em casamento sem antes me pedir permissão?!

— Se você se esqueceu, eu sou a irmã mais velha...

— Mas desde que nosso pai partiu eu me tornei o homem da casa... Posso ser mais novo, porém você é minha irmã e é minha obrigação cuidar de ti...

— Obrigada Pi, eu sei que só queres o meu bem... Alê não contou-lhe porque ficou com receio de você não resistir e me revelar a surpresa! Mas disse que irá fazer o pedido oficial logo.

— Eu espero mesmo!

— Pi, só estou preocupada com uma coisa, a reação de nossa mãe! Ela não apoia meu relacionamento com ele e você sabe, nunca impediu, mas nunca deu sua benção. Talvez ela não fale por achar que é algo passageiro, todavia não é, porque eu o amo e a recíproca é verdadeira. E como é verdadeira! Tenho comprovado isso a cada segundo. Alê é incomparável, ainda estou tentando achar um adjetivo que lhe faça jus.

— Eu nunca duvidei que ele era um bom homem, por isso incentivei e apoie seu relacionamento com ele. E estou feliz em ouvir que ele tem lhe tratado como mereces.

— Irmão, ele é simplesmente perfeito em tudo! Sabe onde está agora?! Fazendo meu prato preferido para um jantar especial na beira da piscina e sob a luz do luar. A casa aqui é linda, nosso quarto tem vista para o mar e mais uma vez parece que ele adivinhou... Você sabe como amo praia! Ontem à noite ele foi maravilhoso, atencioso... Fez-me até esquecer o mundo fora desse nosso “santuário”...

— Poupe-me dos detalhes íntimos demais ok?! Afinal você é minha irmã – eles sorriram.

— Ok... Sendo assim, não tenho muito a declarar além de que nunca estive tão feliz, com ele eu me sinto completa e agora mais que nunca. Estamos parecendo dois tolos... Continue guardando segredo, só contarei para mom antes de ir para Europa mês que vem, porque esse mês só quero curtir meu noivo sem nenhum estresse. Agora se me der licença, vou me arrumar para um certo doutor extremamente lindo e tímido.

— Tudo bem, já vi que a perdi para aquele médico... Vai lá e desfrute dele então, também tenho um encontro. Nada sério, não se preocupe!

— Você sabe sua posição em minha vida, te amo e bom encontro. Só espero que você também encontre uma boa companheira... Beijos.

— Amo você, beijos.

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— Tenho muita sorte em tê-la! Você é sem dúvida a mulher mais linda que eu já vi – Alê disse enquanto ela descia glamorosamente as escadas, com um vestido de renda, justo ao corpo, mangas compridas que deixavam os ombros amostra, terminando no meio das coxas, fechando com um scarpin Laboutin vermelho de salto médio. Ela tinha assumido o papel da modelo sexy, ele percebeu o olhar dela, sensual, profundo... “Quando ela aprendeu a flertar assim?!”

— E você, está maravilhoso como sempre! – ela continuava olhando-o intensamente, querendo provocá-lo. Era evidente que ele estava adorando.

— Vamos então? – ela já tinha chegado ao pé da escada e ele lhe estendeu a mão, ela lhe entregou a sua e Alê pretendia beijá-la, mas Sônia segurou seu queixo, subindo-o e beijando-o na boca.

O jogo tinha começado. Ele pediu a modelo sexy e mesmo morrendo de vergonha Sônia estava dando o máximo de si para não mostrar-se vulnerável aos profundos e significativos olhares dele. “Céus, esse homem é simplesmente encantador! Como ele consegue me fazer perder a compostura assim...”

—_________________________________________

— Então... Estou aprovado como chefe?

Ela esboçou um sorriso e disse:

— Sim, está muito bom! Acabei de descobrir mais um dos seus muitos dons mon amour.

Ele beijou o dorso de uma das mãos de Sônia e perguntou:

— Querida...

— Hum... – ele bebia um pouco da água em sua taça.

— Você quer passar o mês todo aqui em Cancún mesmo?

— Bem, eu não sei, não parei para pensar a respeito, mas não me importo, esse mês estou a mercê das suas vontades e me tens por inteiro, para onde quiseres ir eu o acompanharei...

— Está “a mercê das minhas vontades”?! Adorei saber disso...

A modelo apenas mordeu os lábios inferiores de leve e sorriu:

— Por que a pergunta?! Você tem planos para nós?!

— Sim, tenho! Se você concordar, é claro! Terça feira voltaremos para capital, na quinta pela manhã um jato irá nos levar para a França e o que acontece depois é surpresa...

— Primeiro me trás para nossa primeira noite juntos na praia, depois França... Você por um acaso lê minha mente Alexandre?

— Adoraria ter esse poder, mas não, acho que foi pura sorte, exceto pela França, eu sei que você adora o país, em especial a alta costura de lá – os dois sorriram – Roteiro aprovado?

— Na verdade você não me disse o roteiro, mas eu confio em ti mesmo as cegas...

— Você é perfeita sabia?! Não me cansarei nunca de dizer-te isso e de admirá-la, ainda mais sabendo que és minha...

Sônia lutou para não abaixar a cabeça, sentiu suas bochechas arderem, provavelmente elas tinham corado, porém manteve o olhar no dele, ergueu a mão que ele não estava acariciando e tocou o rosto dele, deslizando-a delicadamente...

— Sim, sou sua, apenas sua por toda vida!

Alexandre não resistiu mais, segurou firmemente o rosto pequeno dela entre suas mãos que apesar de grandes eram delicadas, puxando-a para um beijo embebido de amor e paixão, ambos levantaram da mesa e abraçaram-se na intenção de sentirem o calor de seus corpos. Ele a suspendeu em seu colo e foi caminhando para dentro de casa com ela, sem parar de beijá-la. Chegando na escada ela enlaçou as pernas envolta da cintura dele, ao abrirem a porta do quarto já estavam sem fôlego, ele foi procurando a abertura do vestido dela, achou e quando cogitou abri-lo, ela segurou seus punhos...

— Eu prometi um desfile não?! – deu-lhe mais um beijo arrebatador e se afastou na direção do closet, deixando o doutor ofegante e agradavelmente desconcertado.

Quando ela voltou, Alexandre estava sentado na ponta da cama, a camisa social com três ou quatro botões abertos, dando para apreciar o começo do abdômen perfeitamente esculpido e no qual ela adorava se aconchegar... “God, como Alexandre mesmo não querendo, consegue ser tão sexy assim?! Sou muito sortuda por tê-lo para mim!!!”

Enquanto ela se perdia em seus pensamentos, imaginando formas de agradá-lo, o médico notou sua presença e olhou nos olhos azuis de sua noiva, descendo-os pelo corpo de Sônia e ficando extremante satisfeito com o que via. Um robe branco de renda semi transparente, mostrando estrategicamente partes da lingerie que ele “cobria”... A modelo elegante e sensualmente foi andando na direção dele, tentando não sucumbir tamanha vergonha que sentiu pelos olhares que quase perfuravam-na. Parou pouquíssimos centímetros a sua frente, desatando o robe e jogando sobre ele.

O doutor ergueu as mãos para tocar o corpo dela esculturalmente maravilhoso naquela lingerie formada por um corselet e mini calcinha, que ele não soube distinguir se era vinho ou vermelho, a iluminação fraca do quarto o impediu, mas isso pouco importava... Quando suas mãos pousaram na cintura de Sonia, ela gentilmente as afastou, encarando-o com um sorriso e um olhar cheio de brilho, inclinando-se para ficar com o rosto na mesma altura do dele, já que seu noivo estava sentado e falou com a boca quase colada na dele:

— Desfile... Lembra?!

Balançou a cabeça positivamente, mas quase se arrependendo de ter pedido pela brincadeira. Sônia parecia o vislumbre de uma ninfa, os traços delicados e inocentes, o olhar principalmente, porém se incitado, enchiam-se de desejo como agora...

Graciosamente ela começou a andar pelo quarto, traçando um caminho como se de fato estivesse em uma passarela. Pisadas fortes e elegantes, terminadas na frente dele.

— Ok... Posso abrir meu presente agora? – Alê perguntou colocando as mãos em sua cintura.

— Calminha doutor... Tem mais outras duas marcas a serem mostradas, depois você irá selecionar a melhor...

Novamente voltou ao closet e colocou outra lingerie, dessa vez preta, apenas sutiã e calcinha, um chapéu panamá compôs o look Channel. Alexandre tinha certeza que estava sonhando, vê-la ali tão sua, desfilando para ele, sendo ela mesmo, soltando sorrisos espontâneos e verdadeiros por causa dos seus olhares e expressões abobalhados. Seu único desejo era amá-la e protegê-la para sempre, sua Sônia, sua menina.

Quando parou em sua frente pela terceira vez, ela vestia a peça Gucci perolada, com aplicações de cristal Swarovski, ele segurou com firmeza seu quadril e disse:

— Juro que não a deixarei mais sair daqui! Não aguento mais ser provocado, já aprendi a lição – eles sorriram, ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele, olhando-o apaixonadamente.

— Essa era a última querido!

— Ótimo! – ficou um tempo sorrindo, depois encostou sua cabeça no corpo de Sônia – Meu amor...

— Oi... – eles permaneciam abraçados, aproveitando o momento. Alê (que permanecia sentado) agora beijava sua barriga e falava nos intervalos desses beijos.

— Você desfila vestida assim para todas aquelas pessoas? Apenas com essas lingeries?

Sônia sorriu não acreditando que ele provavelmente estava sentindo ciúmes...

— Geralmente sim – resolveu provocá-lo ainda mais – as vezes, algumas são bem menores ou mais transparentes... – os beijos dele pareciam mais sedentos, percorrendo mais do corpo dela, chegando entre seus seios presos pelo sutiã, as mãos apertavam as costas... Ao ouvi-la dizer isso, ele voltou os olhos para os dela e falou:

— Então acho que não deixarei que você vá embora no próximo mês, vou te prender aqui comigo até terminar os desfiles da Victoria Secrets... Amor, não sou fã da ideia de outros apreciarem o que é meu – ela sorriu e Alexandre fingia estar bravo.

— Não acredito que você está com ciúmes querido... Tem cartazes, revistas e milhares de fotos minhas de lingerie espalhadas pelo mundo, acho que terá que lidar com isso doutor – ela sorriu acariciando seu rosto.

Alexandre também sorriu e levantou-se dizendo:

— Eu sei, quando eu a conheci você já era quem és – sua mão direita pousou na bochecha de Sônia, acariciando-a – por mais que me incomode saber que muitos outros homens têm acesso a essas fotos, revistas e etc., eu me sinto privilegiado porque apenas eu tenho permissão para, além de ver, tocar e amar cada parte de você...

Depois de dizer estas palavras, o doutor beijou Sônia, deitando-a na cama logo atrás deles e para o que desejavam fazer, nem a lingerie dela, muito menos as roupas de Alexandre eram necessárias, por isso logo livraram-se das peças e se entregaram a paixão e desejo que vinham alimentando desde que entraram no quarto.

—______________________________________

Era terça feira de manhã e Henrique tinha acordado mais cedo que o habitual, Helena percebeu que Heitor ainda dormia e desligou a babá eletrônica que ele tinha sobre seu criado mudo e caminhou em direção ao quarto do filho. Ao se aproximar do berço começou a conversar com ele:

— Bom dia meu pequeno príncipe – ao ouvir a voz da mãe o garoto começou a se acalmar – mamãe já chegou, por que você está chorando tanto? – ela o pegou no colo e beijou seu rostinho banhado por lágrimas – Vai acabar acordando o papai desse jeito – ela falava com um sorriso no rosto, vendo os olhinhos azuis meio avermelhados, as pálpebras molhadas... Enxugou as lágrimas dele e deu cheirinhos carinhosos pelo corpo do bebê que começou a sorrir para ela – Mama ti ama mio bambino... Quer mamar amorzinho?

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Depois de amamentá-lo, ela voltou com ele para seu quarto e sentou em uma cadeira de balanço perto da porta da varanda. Seu marido ainda dormia, ela continuava a se movimentar devagar na cadeira e conversar com seu bebê que dali duas semanas faria 4 meses...

Quando abriu os olhos Heitor tinha certeza que deveria estar sonhando ainda, ou não, graças a Deus essa era sua vida agora, era sua realidade, abrir os olhos e se deparar com Helena ainda dormindo ao seu lado, ou amamentando o bebê havia se tornado sua rotina. E nada poderia ser mais gratificante do que amanhecer e ser surpreendido com os dois seres que ele mais amava na vida, em um momento tão íntimo e particular deles que ele se odiaria por interromper. Ao que ele conseguia notar, sua esposa nada falava, apenas beijava o filho e o garoto também permanecia quieto, como se apenas aproveitasse o contato... Heitor sabia o quanto era prazeroso ser envolvido pelos braços de Helena, entendia a ação do filho e desejou ser um artista para poder retratar aquela cena em um quadro e contemplá-la todos os dias. Lembrou-se que não era um pintor, mas que possuía um celular com câmera dotada de alta resolução, alcançou cuidadosamente o aparelho sobre seu criado mudo e virou-se outra vez para registrar a cena. Assim feito, selecionou-a como proteção de tela, agora ele poderia ver aquela foto quando quisesse e se deliciar sempre.

Helena virou-se e o pegou admirando-os, eles sorriram e ela se pronunciou:

— Olha só quem resolveu acordar meu bem? – ela olhou para Henrique – Isso mesmo filho, o papai...

Heitor começou a se espreguiçar sobre a cama, na intenção de ir ao encontro deles, porém Helena foi se antecipou e se aconchegou na cama com o bebê.

— Bom dia meu amor! Bom dia pequeno príncipe – ele beijou Helena e continuou – Eu já disse que amo vocês mais que tudo?!

— Hoje ainda não – ela sorriu lhe devolvendo o beijo – Bom dia querido! Bom dia papai...

— Me dê ele Helena, deixe-me aproveitar esse garotão que tem crescido tão rápido antes de sair para trabalhar...

— Nem acredito que ele já vai fazer 4 meses...

— Verdade amor, parece que foi ontem que ele nasceu, veja como está crescido... Não é filhão?! – beijou a cabeça do bebê e depois encarou Helena – Obrigado por me amar e me conceder isso que nós temos...

— Oh mi amore foi você quem me deu Henrique – eles sorriram – Isso que temos foi construído mutuamente. Sendo assim, preciso agradecer a você também, por nos amar, proteger e cuidar...

Com o braço desocupado ele envolveu Helena e a aconchegou em seu peito, buscando seus lábios para um beijo suave e apaixonado...


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Notas finais do capítulo

Acredito que não vou demorar para postar o próximo, continuem acompanhando e sintam-se a vontade para comentar e dar opiniões... Beijos!



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