Passado escrito pelas montanhas
Um desejo vingativo enfim surgiu
As pétalas líquidas e vermelhas caíram
Assim como cairão

E de todo o mal pulsante
E de toda a raiva ardente
E de todo o coração sombrio
E de toda a veia rompida

Surgiu uma espécie de fermentação

Mesmo que a calma viesse
Mesmo que o som cessasse
Mesmo que a brisa corresse
Mesmo que a fome sumisse

Minha vingança não iria mais parar

E então eu corri
E matei
Descobri que por toda a eternidade,
Algo considerado incorreto,
Era tão bom.
Meu fio de esperança eu mordi
E mastiguei
Já percorria por aquela cidade,
Não intimidado e reto,
Transmitindo a aura do meu dom.

Pessoas de um patamar alto
Vieram atrás de mim
Com seus uniformes imensamente ridículos.
E somente com um salto
Eu fugi, sim,
Com os mais silenciosos escrúpulos.

Pois,
Não se renda,
Não se renda tão facilmente,
Você é uma formiga, se ainda não foi pisoteada,
Deve viver.
Não se renda, jamais
Não tenha dó de cortar laços
Procure sempre os refúgios,
Mesmo que seja nos versos brancos,
E esconda-se lá.
Mas nunca se renda.