The Lost Princess escrita por vadiaoriginal


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS QUE VERGONHA, NÃO ME APEDREJEM POR FAVOR EU IMPLORO!! Sumi, gente, desculpem!!!! Sumi de tudo, fiquei longe de internet. Não sou ingrata, gente, juro juradinho. Obrigada por todos os comentários, fico imensamente feliz! Me perdoem, meus amores! Espero que gostem do capítulo (sério eu espero mesmo).
P.S: Hoje não vai ter capa, sorry not sorry. Não encomendei porque ou eu esperava a capa ou postava, então resolvi postar.



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Depois de mostrá-la minhas memórias do ano anterior, Nia implorou-me por segredo. Não havia me dito o motivo para tal fuga até então, e eu, como um nato respeitador feminino não a abordei mais com este assunto. Ter sua confiança seria fundamental. Devo confessar que tentei obter repostas da jovem de maneira involuntária, porém não consegui; deduzi que ela bebia verbena. Não me importei em fazer seu pai parar de dar a erva para ela, não me parecia necessário. Tempos depois descobri que estava errado, não se tratava de verbena.

A relação de Nia com minha família de início era... Complicada – excepcionalmente com minha irmã –. Rebekah, sendo uma mimada sem igual, não aceitava o fato de ter outra dama para “ocupar” o seu lugar – o que de fato nunca aconteceria –. Quando se é um vampiro as emoções e sentimentos são amplificados, e a inveja de minha irmã era tão nítida quanto o brilhante sol que nos aquece.

— Mas isto é vermelho sangue. — contestou brevemente, erguendo o vestido em sua mão. — Não ficará bem.

— Não o vista. — respondeu-a com desdém, definitivamente não estava com paciência para tolerar a jovem. Maldito Elijah que a forçou a emprestar suas roupas para Maria Antonieta! O estava a praguejar mentalmente, imaginando várias formas de fazer seu irmão pagar por tal ato. — Não me importo. Fique com este vestido velho e esfarrapado.

— Meu vestido não é um farrapo. — retrucou. — Apenas não creio que seja certo vestir-me com tal cor. Não cai bem. Sabes que... — foi interrompida.

— Isto é vestido de meretriz?! — sorriu forçadamente. — Por que se importas? Nas suas condições não podes escolher o que usar. — disse por fim, se retirando do quarto sem ao menos mirá-la, como se Nia lhe fosse totalmente inferior. — Use-o, Antonieta. Não achei que se ofendesse com coisas assim... Não mais. — sua voz soou ao longe, Nia bufou. Por que aquela mulher amava insinuar constantemente que ela era uma meretriz? Já dissera que não o era! Todavia por mais que quisesse não poderia revidar, eles a estavam abrigando, deveria ser agradecida e obedecê-los.

A garota suspirou e se encaminhou a um lugar mais afastado do quarto, pondo-se a vestir o vestido de Rebekah. Nunca pensou que vestiria algo tão vulgar quanto, entretanto, a vida lhe pregava peças constantemente. Nia se perguntava o motivo de todos daquela casa a tratarem tão mal, ela não os agradava por mais que tentasse – exceto por Kol e talvez Elijah –. Estava ali há menos de um dia e meio e já havia os irritado?

Observei Nia por dias, buscando compreender sua personalidade, seu modo de agir, suas intenções. Demorou pouco para perceber o que a jovem almejava. O que ela buscava. A resposta era inaceitável para mim. Tudo se baseava apenas em aceitação; ela queria ser aceita, queria que a aprovássemos. As vezes em que se punha submissa eram consequência de sua busca incansável por isso. Eu não a entendia, erámos monstros, quem queria ser aceito por um monstro? Do que isso adiantaria? Para quê serviria? Perguntas rondavam minha cabeça, ela me intrigava de uma maneira tão grandiosa que mal se pode explicar... Tenho dúvidas se isso acontecia apenas comigo.

Ouviu-se o som de uma breve bufada se espalhar por todo o quarto. A menina suspirou irritada e vencida. Tentava fechar o vestido e não conseguia de jeito nenhum! Aquele amontoado de laços de pano em suas costas parecia ter vida própria e definitivamente não queriam se entrelaçar, apesar de todas as suas falhas tentativas.

Será que ir pedir ajuda seria uma ideia tão ruim assim? Haveria alguma chance de ser morta? A última coisa que queria era irritá-los mais ainda com suas limitações físicas... Suspirou novamente, cansada e negando com a cabeça a fim de afastar tais pensamentos. Ideias controversas vagavam por sua mente livremente: Como ela podia estar em uma casa com demônios? Como ela podia tratá-los como igual? Isso era contra todas as suas crenças, seus ensinamentos, sua educação... Se seu pai a visse ficaria demasiadamente insatisfeito... Era confuso. Sua cabeça latejava de tanto meditar. Seria o certo? A que ponto chegava sua insanidade? A que ponto a insanidade se tornava um ato de humanidade? Um ato de amor para com o próximo? A Igreja sempre pregou que todos deveriam se tratar com amor e respeito... Mas isso se aplicaria a demônios? Criaturas sem alma, sem coração, sem sentimentos além de ódio...

— Estás pensativa, ladrazinha. — chamou a atenção de Nia, aproximando-se dela. — Em que pensas?

— Abobrinhas. Coisas sem importância. — sorriu brevemente abaixando a cabeça. Sentia-se um ratinho prestes a entrar em uma ratoeira, e por mais que soubesse que era uma coisa boba, encará-los lhe parecia o primeiro passo para a morte. Kol prontamente já se encontrava atrás de seu corpo, fechando lentamente cada par de fios de algodão que prendiam o vestido, terminando a tarefa em poucos minutos. — Agradecida. — mirou-o através do espelho fincado na parede, saindo logo após pronunciar o agradecimento, dirigindo-se em direção a cama. Nia tateava os panos com o objetivo de encontrar a escova que ali fora deixada.

— Elijah mandou-me perguntar-te se vás querer ir com ele até a vila. — informou, recebendo um olhar desconfiado em troca. — Não indagues a mim o motivo, meu irmão é biruta. — sorriu brevemente, vendo-a pentear os longos cabelos ondulados com a escova que achara – com muito custo –.

— Diga para ele que não. Não posso dar-me ao luxo de sair por aí. Todavia, sinto-me lisonjeada por tal convite. — Kol assentiu.

— Se eu fosse tu, eu iria. — aconselhou-a de modo zombeteiro. — Ficar junto de meus irmãos não será agradável, ladrazinha. — Nia olhou-o de imediato, exigindo uma explicação para o que Kol estava a dizer. — Irei alimentar-me. Não a matei, ainda tenho fome. — complementou, saindo do quarto. — Adeus, ladrazinha. — sua voz estava distante. Nia fitou o objeto de madeira esbranquiçado cheio de fios de cavalo em sua mão, cogitando mentalmente a possibilidade de correr até Elijah e dizer-lhe que iria, ficar rodeada de odiadores seus não seria divertido.

Georgia maneou a cabeça negando. Deveria a todo custo tentar agradá-los, talvez até simpatizassem com ela... Deveria ser condescendente. Levantou-se da cama, desamarrotando o vestido e dirigindo-se a algum lugar – que nem ela sabia –, em busca de alcançar seu almejar.

A garota caminhou por um esguio corredor, encontrando a porta pela qual entrara, ela se encontrava entreaberta. Sem pensar foi até a estrutura de madeira, abrindo-a por completo, sentindo um forte vento afagar seus cabelos. Fechou os olhos e respirou o ar puro, o único som que a acompanhava era o dos pássaros a cantarolar em uma bela harmonia. Pôs-se a olhar ao redor, encontrando apenas plantas, árvores, uma imensa floresta escura que não lhe parecia nada assustadora, não mais. Seus pés se moveram para conhecer o lugar. Ao andar, o som dos pássaros era substituído pelo piar de corujas e grilos. Uma imensa árvore ao longe a chamou a atenção. Iria caminhar até ela, no entanto alguém se colocou em sua frente.

— Quem és tu? — perguntou-a desconfiado. Era um homem com cabelos de um castanho claro que ia até suas orelhas, lisos. Seus olhos eram escuros e sua expressão era desconfortante.

— Sou Maria Antonieta. — disse em um quase sussurro, apreensiva. — Eres o outro irmão?

— Chamo-me Finn Mikaelson. O que estás a fazer por aqui? — semicerrou os olhos, aguardando por uma resposta.

— Teus irmãos estão abrigando-me... — iria continuar, porém Finn interrompeu-a.

— E por qual motivo? Eres uma criatura especial ou um monstro para ser sacrificado em algum abominável ritual sanguinário? — o seguinte bombardear de perguntas deixou-a assustada. Ele era psicótico.

— Não. Não sou nada destas coisas. — disse vacilante, olhando de relance para os lados, procurando uma deixa ideal para cortar conversa.

— Não é ou não sabe que é?

— Afinal, cavalheiro, o que queres? Estás bombardeando-me de perguntares, por que não vais ao ponto? — não estava gostando do rumo que o assunto estava tomando, por esse motivo juntou toda sua coragem e o afrontou, se arrependendo logo depois.

— Vós sois uma presa. Não deves confiar em meus irmãos, se a prestam ajuda algum motivo há. Por onde passam há rastros de sangue e mortes... Monstros. — contou, sendo essa última palavra mais para si mesmo do que para a jovem, já que Nia provavelmente não escutou.

— Então vós não... — Finn interrompeu-a novamente, fazendo-a arfar.

— Sou um deles. Mas não penses que gosto. É uma maldição. — seu olhar se tornava longínquo, cenas de seus irmãos devastando vilarejos inteiros invadiam suas memórias.

— Não deves dizer isto. Só hei de ser uma maldição se o deixar sê-lo. — seu tom era calmo e compreensivo, do modo que havia falado com Kol ao se conhecerem.

— Não sabes nada, jovem tola. — Nia sentiu-se ofendida com o que foi dito, ela o ajudava e ele a atacava?!

Iriam continuar a conversa, mas antes que o fizessem uma terceira presença chamou-lhes a atenção ao quebrar um galho caído sobre a grama, gerando um leve barulho.

— Niklaus, o que faz aqui? — o som de sua voz demonstrava raiva. O que havia naquela família?

— Pensei ter ouvido sua voz calma e amigável, Finn, por esse motivo resolvi vir aqui fazê-los companhia. — sorriu falsamente – por uma segunda vez o sorriso que Nia o vira dar era falso –. — Do que falam? — demonstrou interesse, logicamente falso. A ex-princesa o elogiava mentalmente por seu talento eloquente.

— De como nossa família é uma praga. — seus punhos cerraram-se. Nia não entendia o porquê de tanto ódio.

— Oh. Não ouça Finn, ler tantos contos românticos e poéticos o deixou melodramático. — cochichou para a garota, e Finn bufou.

— Cale-se! Energúmeno! — xingou, exaltado. Ao que se podia observar passar alguns minutos na companhia de algum de seus irmãos o aborrecia.

— Energúmeno, Finn?! Se não fosse por mim estárias morto! Porém, ao que posso ver não te importas este fato, talvez eu o faça se livrar de seu atual tormento. — ameaçou, soltando a palavra "tormento" de forma ridícula. — Eu acabo com a sua maçante vida quando bem quiser, não ouse duvidar! — agora ambos estavam exaltados. Niklaus parecia um psicopata sanguinário, seu modo de falar deixou Nia arrepiada. Aliás, a garota sentia-se um passarinho preso entre dois lobos em prontidão para iniciar uma matança.

— Que problema há com os dois? — indagou, enjoada. A garota de cabelos escuros se sentiu aliviada, agradecendo mentalmente por ouvir aquela voz. Rebekah juntou-se a cena, iria dar um fim em qualquer faísca entre os dois.

— Nosso irmão, Rebekah, pelo que parece quer morrer, apenas desejava ser solidário ao ajudá-lo. — relatou Niklaus, travando o maxilar.

— Nik, não sejas estúpido, oras! Se Finn quer acabar com a própria vida, achará um modo. — afirmou. Nia viu Niklaus sussurrar um “Rebekah!” de forma intimidadora, todavia Rebekah não o deu ouvidos. — Vamos para dentro, tenho algo importante para dizer-te. — deu o fim definitivo, voltando para sua residência acompanhada de Finn, contrariado. Niklaus exitou antes de seguir a irmã, ele não aceitaria ordens e Rebekah o havia desmoralizado... O híbrido não deixaria por isso mesmo. Nia o olhava intrigada, até que ele enfim resolveu seguir o caminho que seus irmãos fizeram anteriormente.

Foram embora sem ao menos olhá-la, como se ela fosse invisível. Para eles ela não passava de um incômodo não digno de atenção. Nia torceu o nariz, vencida e resolvendo entrar para explorar a casa... Era tão grande que talvez nem soubessem que a xeretava.

Novamente se via em um estreito corredor, dessa vez ao final havia um cômodo aparentemente vazio. Nia aproximou-se lentamente, adentrando-o cautelosamente, encontrando dezenas de pinturas acabadas, outras não terminadas e algumas folhas prontas para serem desenhadas, espalhadas por toda parte. O deslumbre era evidente em seu olhar. Era uma mais linda que a outra... Paisagens, desenhos estranhos – o que não os fazia menos lindos – mulheres, crianças, frutas... Era... Arte.

A garota se permitiu olhar cada detalhe minuciosamente, apalpando as folhas amareladas. Quem as pintara era verdadeiramente um artista. Algumas a assombravam por tamanha escuridão estampada, o autor certamente não estava em um de seus melhores dias quando as fez. Seu pai uma vez lhe dissera que o artista transportava seus sentimentos para o papel, e ela sempre admirou esse fato.

— Estás gostando do que vês? — pronunciou-se, assustando-a e fazendo-a derrubar um pote de tinta. Niklaus apenas arqueou uma sobrancelha ao olhar a garota se desdobrar pra limpar o que tinha feito.

— Me perdoe. Você me assustou. — levantou-se, com sua bochecha suja de tinta vermelha, já que a mão usada para limpar o chão foi a mesma usada para enxugar o suor.

— Eres muito curiosa, minha jovem. Achei que seu pai havia ao menos lhe ensinado bons modos. Deverias conter tua curiosidade, ou isso acabará matando-te.

— Eu sei que não deveria estar perambulando por aqui, sinto muito, cavalheiro. — tentou explicar-se, desconsertada, ignorando a evidente ameaça. — Mas são tão espetaculares... Tu que as fez?

— Sim. — limitou-se a dizer.

— Oh. São lindas, minhas congratulações. — o silêncio se fez... E perdura... E perdura. — Espero que perdoe-me por tal invasão. — sorriu nervosa. — Adeus. — falou rapidamente, saindo do cômodo. Imaginava que a qualquer momento ele fosse atacá-la.

Nia pretendia chegar ao quarto e só sair de lá quando fosse mandando, no entanto um grito de agonia a parou. Ouviu-se o clamar de Niklaus a dizer “Rebekah!” e suas passadas extremamente rápidas na madeira do piso. A garota começava a ficar apavorada. Finn passou como um furacão por ela, tanto que quase não o via... Algo sério estava acontecendo.

Georgia tentou a todo custo controlar sua curiosidade, mas esta a venceu, fazendo-a subir as escadas em busca dos irmãos sanguinários. Não precisou nem ao menos procurar qual era o quarto de Rebekah, porque uma claridade amarelada o iluminava por completo. A cada passada que dava um calor se apossava de seu corpo... "Fogo!" concluiu. Pouco distante se escutava murmúrios nervosos.

Ao chegar onde o desespero tinha-se início, Nia não pôde evitar levar uma mão até a boca por espanto. A cena era horripilante: Rebekah jogada no meio do quarto, talvez morta, o sangue dela saía por seis partes, formando uma estrela de seis pontas e nas bordas do circulo vermelho – que fechava a estrela – o fogo tomava conta. Niklaus e Finn perambulavam ao redor, procurando um motivo e alguma solução para aquilo. Os irmãos estavam tão entretidos que não a notaram – e se notaram não se importaram –.

A menina fixou seu olhar nas chamas ardentes. De alguma forma o balançar causado pelo vento a atraía, seduzia. A ex-princesa estava hipnotizada, tanto que não entrou por seus ouvidos Niklaus a mandando sair, ou então ele a jogaria em meio ao fogaréu. Vagarosamente o fogo aparentava aproximar-se e de forma involuntária a garota desejava que chegasse bem perto, que tomasse toda a sua carne. Aos poucos as chamas iam se apagando, Nia não sabia o porquê até o momento em que caiu no chão e tudo ficou escuro. Ela não viu quando seu corpo começou a sugar as brasas ardentes.

A jovem princesa sentiu na pele as consequências de ficar perto da família Mikaelson. Nossos inimigos não deixaram passar nem ao menos um dia antes de usá-la para nos atingir. Nia, mesmo sem ter este intuito, se pôs em uma guerra na qual não conseguiria sair. Levá-la para nossa casa talvez tenha sido a pior coisa já feita por meu irmão, Kol, ou talvez tenha sido a melhor... Nunca saberei. Dor e prazer estão em uma linha mais tênue do que se há de imaginar.

Quando cheguei e soube de todo o ocorrido, senti imenso pesar pela jovem órfã... Tudo estava acontecendo rápido demais para um humano absorver. Acreditávamos que longe de todos, nossos inimigos também ficariam para trás; estávamos completamente enganados... Também acreditávamos que aquilo era apenas um acontecimento aleatório. Mais um erro nosso, porque era apenas o começo.


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Notas finais do capítulo

OI!! Gostaram? Digam que sim! (brincadeira), se não gostarem podem dizer que eu melhoro na próxima. Bjs! E desculpem mesmo pelo tempo sem postar. Eu no momento: https://www.facebook.com/UmaFanficPorMinuto/photos/pb.559161710850601.-2207520000.1420414225./622300497870055/?type=3&theater

P.S²: Gente, como perceberam não fiz um mini glossário como no capítulo anterior. Sentiram dificuldade? Se sim, avisem que eu editarei e colocarei um e nos próximos que fizer.