Teardrops On My Guitar escrita por Little Swiftie


Capítulo 1
Teardrops On My Guitar - Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira One, hein. Espero que gostem.Boa Leitura!



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— Vai ir ao jogo na sexta? — perguntou e eu abri um sorriso no exato momento. Será que ele estava me convidado?

— Estava pensando em ir, por quê? — firmei minhas mãos em meus livros para ele não perceber o quanto eu tremia de ansiedade.

— Não sei, só estou perguntando — respondeu e fechou o armário. — Conheci uma garota, prometi que a levaria — bufou e saiu caminhando até a sala de Literatura, que era sua próxima aula.

Mais uma vez minhas esperanças foram para ralo abaixo. Que idiota de minha parte pensar que ele se importaria em me levar para sair. Isso nunca aconteceria, mas acho que eu gosto de me iludir e pensar que um dia tudo pode acontecer mesmo ele tendo conhecido outra garota.

Luke era meu melhor amigo desde a sétima série. Eu não era boa em fazer amizades, então dei valor a ele por falar comigo e por me considerar. O problema é que dei valor demais e acabei me apaixonando.

Soltei um suspiro e revirei os olhos. Ele era lerdo ou o que? Acho que até os professores sabiam da minha paixão nada secreta por Luke, de tão óbvio que as pessoas dizem ser quando estamos juntos no intervalo, na biblioteca ou numa aula qualquer, fazendo um exercício em dupla.

Mas também, ele era o que toda garota queria ter. Cabelos loiros, olhos profundos e envolventes, um sorriso apaixonante e seu modo de agir contagiava qualquer um, fazendo de um momento triste, um momento de diversão.

Parei de pensar em Luke assim que o sinal tocou. Vi-me obrigada a fechar meu armário e andar até a sala de História.

Lá se vai mais um dia no qual eu não tinha feito progresso algum com minha paixão por meu melhor amigo. O meu sonho é parar de vê-lo desse jeito, e começar realmente a viver minha vida.

...

Hoje o dia amanheceu chuvoso, e lá estava eu novamente no inferno que chamamos de escola. Respirei fundo e segurei o choro. Ontem a noite também chovera e, como uma sem nada para fazer da vida, resolvi compor músicas. Eu tinha um violão e sabia tocar, mas apenas conseguia desenvolver minhas músicas e bem, acabei chorando. Não eram músicas de amorzinho bobo igual este que estou vivendo, eram letras cheias de metáforas, um método que aprendi nas aulas de Inglês que serviam para esconder os sentimentos das pessoas através de palavras sem nexo ligadas umas com outras.

— Hey, por que está chorando? — ouvi a voz de Luke e mudei completamente minha expressão.

— Não estou chorando — sorri de maneira forçada, limpando uma lágrima indesejada que caia em meu rosto. — Acho que caiu um cisco em meus olhos.

— Tudo bem — começou a caminhar em meu lado. — Tenho que pegar um livro na biblioteca, vem comigo?

— Claro!

Assim fomos à biblioteca. Ele me dissera que precisava de um livro de romance antigo para um trabalho de Literatura e História e de repente me veio em mente Romeu e Julieta. Além de ser um clássico, continha as duas características necessárias para o trabalho.

Luke achou o livro e o tirou de uma das estantes. Olhou a capa e o folheou, lendo palavras de um modo sem ordem, criando um sentido engraçado a história, sendo que ela representa algo totalmente diferente à comédia.

Sem que percebesse, eu começara a rir junto a ele. Acho que não havia mais ninguém naquele corredor e eu até esquecera que ali era uma biblioteca, e não qualquer outra parte da escola. Porém isso me voltou à memória assim que a bibliotecária nos chamou atenção, o que me fez voltar um sorriso em direção a Luke.

— Sabe, acho que isso me faz lembrar Thalia, a garota que conheci — ele fechou o livro e se apoiou na estante em que o mesmo estava. — Ela me parece perfeita, assim como Julieta aos olhos de Romeu.

E continuou a falar sobre Thalia, a garota por quem estava apaixonado. Meu coração doía cada vez que eu lembrava-me deste nome, apesar de não ser culpa dela e sim minha, por não ter contado a Luke o que sentia por ele antes que o mesmo conhecesse alguém. Agora é tarde.

Aposto que ela é linda, aposto que ela é perfeita. Ela deve ter tudo aquilo que eu não tenho, pois não é possível alguém se apaixonar tão rápido assim sendo que eu estava aqui o tempo inteiro. Aposto que ela é tudo que um dia eu apenas sonharia em ser.

...

Depois da aula, entrei no carro e fui dirigindo até em casa. Eu não era melhor em controlar um volante, mas foda-se. Desde que Luke vem falando de Thalia, eu tenho perdido a concentração em tudo, até mesmo na simples ação que era dirigir.

Cheguei até minha rua e vi um caminhão de mudanças em frente à casa do vizinho. Eu sabia que eles tinham se mudado, mas nem tenho prestado atenção nisso, afinal, mal dirigir eu consigo, ainda mais me preocupar com meus novos vizinhos. Entrei em casa e percebi que não tinha ninguém. Provavelmente minha mãe ainda deve estar no trabalho, e só chegaria lá pras 23:00, já que era médica e fazia muitos plantões.

Subi para meu quarto e me joguei na cama. Eu queria dormir, mas não conseguia de jeito nenhum. A única imagem que eu tinha em minha mente era Luke e Thalia, juntos. Me virei para o lado e vi um porta retrato com uma foto recente comigo e com Luke, quando fomos na final do campeonato de futebol americano do ano passado que houve lá no colégio. Fechei os olhos com força e quanto os abri, já haviam lágrimas ali. Abaixei a foto e me sentei na cama, puxando meu violão. Era hora de compor, mas dessa vez eu não colocaria metáforas em tudo, eu seria totalmente aberta.

Toquei alguns acordes até que as palavras começaram a sair de minha boca, e a cada palavra que eu falava, eu fazia uma anotação em um bloquinho de papel.

Quando percebi, meu violão estava coberto de lágrimas. Peguei um lenço e tratei de limpá-las. Passei a mão por meu rosto e me livrei dos outros pingos de lágrimas que estavam prestes a cair.

Deitei-me novamente em minha cama, sem soltar meu violão. Por que será que ele não percebe o quão é importante para mim? Por que será que todos conseguem ver, menos ele?

Sem nem me lembrar de que estava com sono, acabo adormecendo ali mesmo. Em uma das mãos, eu sentia meu violão, e em outra, eu sentia a mão de Luke, algo que eu nunca teria realmente me segurando.

...

O sinal tocou e fui rapidamente para o laboratório de Química. Hoje eu e Luke teríamos de fazer uma experiência que fazia parte de um trabalho avaliativo dado pelo professor. Cheguei lá e todos os alunos já estavam presentes, menos Luke.

Decidi começar a fazer o que eu conseguia sozinha. Coloquei os óculos de proteção e observei cada potinho que tinha na mesa. Já que eu não gravava o nome daqueles líquidos e coisas de Química, fui pela ordem das cores que estava no livro. Ali dizia que eu tinha que colocar um pouquinho de pó no pote de líquido vermelho. Me concentrei e consegui fazê-lo, porém no mesmo momento, senti uma mão em meu braço e quando me virei, vi Luke.

— Você já começou? — ele me olhou sorrindo, e eu olhei de volta.

— Só queria deixar as coisas mais fáceis pra quando chegasse — assim dito, meu sorriso se desfez ao sentir um líquido escorrendo por minhas mãos.

Não percebi, mas acabei jogando todo o pó dentro do pote, criando um líquido quente e espumoso, que se espalhou por toda a mesa.

— Meu Deus Annie, você ainda consegue ser mais desastrada que Thalia — disse fingindo um tom de reprovação, mas escondendo ainda um sorriso, enquanto pegava papéis para limparmos a mesa.

E assim começa a falação de sobre como Thalia é perfeita com seu jeito imperfeito de ser.

...

Estacionei o carro na rua de casa e apoiei a cabeça no volante. Começou a tocar uma música qualquer muito conhecida na rádio e eu a imaginei como minha e dele. Quando a mesma acabou, percebi que cantei palavra por palavra como num sussurro.

Sai do carro e nem percebi o quão longe do asfalto ele estava estacionado, me fazendo tropeçar no mesmo e ter de me apoiar no próprio carro para não cair.

— Você está bem? — uma voz masculina veio de trás de mim. Virei o rosto com rispidez e encarei o dono da voz.

Eu diria que ele tinha a minha idade, chutaria no máximo uns 17 anos. Cabelos castanhos, os olhos mais verdes que eu já vira em minha vida, um sorriso perfeito e uma musculatura ideal.

— Sim, foi só... — eu sorri sem graça, nunca havia o visto naquele bairro. — Lerdeza minha.

— Prazer, Percy — estendeu a mão. — Acho que sou seu novo vizinho.

— Annabeth, ou Annie — apertei sua mão e pude sentir algum tipo de eletricidade passando por entre nossos corpos. – Bem vindo!

...

Ao anoitecer, terminei de compor aquela música para Luke. Depois que a anotei e a toquei para mim mesma, resolvi fazer algo inusitado. Eu contaria a ele, contaria tudo o que eu sentia e foda-se se ele sentiria o mesmo ou não. Eu não aguentava mais sentir isso de um modo oculto, sem poder saber se ele consegue entender o que estou passando.

No dia seguinte, acordei com uma disposição que nem me lembro de onde tirei. Fiz o que tinha que fazer e sai de casa, caminhando até o carro. E quando percebo, o meu novo vizinho também está lá.

— Bom dia Annie — ele acenou, assim que abriu a porta de sua casa.

— Bom dia Percy — eu retribuo o aceno.

— Tem um minuto? — ele desceu os degraus de sua casa e pisou no asfalto, caminhando nele e ficando mais próximo a mim. Eu assenti. — Queria saber se você aceitaria sair comigo, assim, qualquer dia desses, tipo um encontro.

Eu mal o conhecia, mas já quis aceitar na hora. Porém lembrei-me do que havia decidido ontem. O destino é tão cruel comigo, que eu poderia aceitar a proposta de Percy, e descobrir que Luke também gosta de mim; ou poderia negar, e ter a confirmação de que ele só me vê como amiga.

Por um momento, me senti péssima. Eu estava praticamente usando Percy como uma segunda opção, sendo que nem a primeira eu tinha em mãos. Balancei a cabeça e sorri para o garoto a minha frente.

— Eu posso pensar um pouco? — perguntei abrindo a porta do motorista.

— Claro — ele mordeu o lábio, como se estivesse nervoso. — A gente se vê mais tarde.

Entrei no carro e dirigi da maneira mais calma que eu conseguia. Eu estava ansiosa, muito ansiosa, chegando a tremer. Cheguei à escola numa questão de segundos e já fui procurar Luke.

Eu não o encontrei durante o dia inteiro de aula. Justamente hoje que eu não tinha nenhum horário de aula com ele. Revirei os olhos e caminhei até a sala de Biologia, aguardando para que aquele momento tão esperado por mim chegasse logo.

Assim que o último horário acabou e o sinal tocou, passei rapidamente pelo primeiro corredor, e ele não estava ali. Me virei e decidi ir até meu armário, até que ele apareceu. Estava sorrindo, e eu sorri de volta, até perceber que o sorriso não era para mim. Acompanhei seu olhar e acabei deixando meu sorriso de lado ao ver uma garota o encarando, rindo à toa. Os dois enfim se encontraram. Ela tinha entorno da altura dele, cabelos negros, pele clara e olhos lindos. Thalia.

Meu estômago doeu, e eu não consegui me mexer. Os dois estavam ali, se abraçando e falando coisas românticas um para o outro. As pessoas foram indo embora, deixando apenas Luke, Thalia e eu naquele corredor.

Eles não perceberam minha presença, e eu iria garantir que não percebessem. Senti meus joelhos pesarem e um pensamento me veio à tona. Ele estava tão feliz, tão vivo e bem consigo mesmo. Ele estava tão apaixonado, tão envolvido. Se eu decidisse falar o que sinto, eu poderia estragar isso tudo. Então não, eu não o faria.

Apenas me virei e caminhei em direção a porta de saída, indo para o carro.

...

A viagem de carro até minha casa tinha sido longa. Com lágrimas, músicas deprimentes e pensamentos estúpidos sobre o quão errado eu agi em não contar tudo desde o começo, porque talvez assim, hoje as coisas seriam diferentes, talvez estaria eu no lugar de Thalia.

Porém algo parecido com raiva, ânimo, energia e ansiedade, tomaram conta de mim assim que avistei Percy sentado em um dos degraus de sua casa. Chega Annie. Você já pode viver sua vida, você não precisa mais disso.

Ele era bonito, pareceu ser educado e se interessou por mim. Qual seria o mal em continuar isso que nem sequer começou? Bem, acho que nenhum.

— Hey Percy! — dei um gritinho ao sair do carro, limpando meu rosto, para não aparecer as lágrimas. Acho que eu estava tremendo, mas isso não importava.

O moreno de olhos verdes virou seu olhar para mim e sorriu. Ele se levantou do degrau para me ver melhor e depois se aproximou aos poucos.

— O que? — chegou desajeitado, com as mãos no bolso.

Talvez ele possa me manter sempre com um sorriso no rosto e me ajudar, me fazendo esquecer o motivo das lágrimas em meu violão.

— Aquele encontro ainda está de pé?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram?Se tiver um bom número de comentários, eu faço um epílogo!XOXO,Little Swiftie