Minhas Férias De Verão escrita por Liz Mar


Capítulo 5
Jantar desastroso


Notas iniciais do capítulo

Hey, leitores.
Peço desculpa pelo atraso. De verdade. É só o de sempre, a escola tomando meu tempo.
Esse capitulo é apenas uma introdução para o próximo.
Que vai ser postado amanha , de noite ok?
Aaah, estou providenciando uma Beta ;)
Beijos espero que gostem,



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Adivinha quem vem para o jantar?

Consegui chegar à fazenda de vovó a tempo de ver minhas primas sentadas na varanda rindo de algo que eu definitivamente não sabia o que era, devidamente limpas e brilhantes que me deu ódio só de olhar.

O lugar era enorme, a casa já havia sido moradia de um senhor muito importante na sociedade no século XVII*.

Vovó fora criada ali, porém quando mais nova não havia escolas então seus pais a mandaram para casa dos seus tios na cidade grande.

Ela voltou a morar ali depois de seu pai ter falecido quando ela tinha apenas 20 anos. Não era fã de fazendas, assim como eu. Mas, jamais poderia vender a casa que seus pais moraram e viveram toda sua vida.

Foi ali que conheceu meu avô. (Que Deus o tenha) Vovó sempre descrevia o meu avô na juventude como um homem bonito, forte e de personalidade rude.

Dizem que a historia de vovó é fantástica, porém ela nunca teve a oportunidade de me contar.

Minha mãe e tias foram criadas ali. Vovó tem quatro filhas: Marília, Laura, Ana Paula e Cristina. Depois de crescidas cada uma foi morar em um em lugar diferente. Casaram e tiveram filhos. Mamãe, a segunda mais velha sempre amou a fazenda. Assim como minhas tias. Elas adoravam o lugar em que cresceram.

Desde que suas filhas foram embora, vovó vive ali sozinha, com seus empregados e Valence o caseiro. A nostalgia de seu marido nas paredes. Vovô era fantástico, sempre sorridente e brincalhão. Lembro-me de seu enterro e de como todos estavam tristes. Eu e minhas primas choramos bastante. Amávamos demais ele e tudo naquela casa o lembrava. Das cores -azuis- até os quadros nas paredes. Ele tinha um talento incrível para pintura. Julia havia puxado isso dele.

Cheguei à varanda ofegante olhando para as minhas primas que pararam de rir na mesma hora.

–O que houve com sua blusa?- Fernanda como sempre indo direto ao assunto. Franziu as sobrancelhas enquanto olhava preocupada para mim.

Clarita e Julia pareciam assustadas com a minha aparência.

Rolei os olhos e me sentei no chão.

–Um imbecil fez seu cavalo jogar toda sua "água" em mim.

Foi só isso. Eu juro.

Só isso para as minhas primas em um segundo estarem preocupadas comigo e no minuto seguinte estarem gargalhando de mim.

Elas riam tanto que ficaram vermelhas. Julia como sempre a mais exagerada rolava no chão de tanto rir, Nanda lacrimejava e Clarita parecia ter um ataque do coração a qualquer segundo. Fechei os olhos com força com raiva e constrangida demais para falar alguma coisa.

–Esperai... Esperai... - Clarita foi a primeira se manifestar, pausando para respirar fundo antes de continuar.-O cara fez o cavalo dele fazer "xixi " em você?

Revirei os olhos e cruzei os braços em frente a minha blusa logo me arrependendo.

–Lógico que não Clarita. Tinha água na boca do cavalo, por isso ele me molhou. E ainda me chamou de mendiga. - minha voz sai entre dentes, por causa da minha raiva.

– Ele não mentiu muito. - Julia sussurra e eu só olho de cara feia para ela.

As meninas respiraram fundo, ainda deixando risinhos escaparem.

–Tá, ok isso foi hilário. - Nanda diz, se sentando no sofazinho ao lado de Clarita e Julia que voltaram ao normal. Claro, que definição de normal para minha família é um termo meio estranho. -Vai tomar um banho, botar uma roupa limpa, pra depois a gente jantar.

Concordei, por que Nanda tinha o poder de mandar sem mandar? Antítese? Eu sei.

–Em qual quarto estou?

Julia deu um sorriso brilhante e piscou.

–No mesmo de sempre.

Acenei e me encaminhei para dentro de casa.

***

Depois de devidamente limpa, cheirosa e seca, fui para o meu quarto me vestir.

Ou nosso quarto.

Vovó sempre deixou a nosso critério escolher em qual quarto ficar. Em primeiro instante todas queríamos ficar com os quartos das nossas mães. Mas era chato e entediante dormir sozinha. Todas concordaram com isso, quando tínhamos sete anos decidimos que seria mais legal se dormíssemos todas no mesmo quarto.

Ocupávamos o maior quarto da casa. Vovó não se importou de doar o antigo quarto de seus pais para a gente. Só havia um problema. Não havia banheiro no quarto. Ou seja, tinha que descer até o primeiro andar onde havia as suítes.

Cheguei ao quarto, entrando no closet. Nem era de se assustar que nossas roupas estivessem todas arrumadas e organizadas.

O closet era grande e tinha quatro divisórias. Duas de cada lado. Ao meu lado ficava a de Julia. A nossa frente à de Clarita e Fernanda.

Abri minha porta e peguei um short jeans curto e folgado de cós alto, uma regata preta escrita "Carpe Diem*” era antiga, tinha ganhado de Jessica, quando estávamos na fase de “aproveitando a adolescência” . Botei minha roupa e fui em direção ao quarto enquanto tirava a toalha do meu cabelo agora enrolados e ficava na metade das minhas costas, quase chegando até a cintura. Usei o desodorante de Clarita que estava em cima do móvel.

Calcei meus chinelos e olhei para o quarto. Continuava da mesma forma que eu me lembrava.

Havia quatro camas, todas em horizontal, uma ao lado da outra. Vovó havia decorado o quarto de uma forma que dava para as quatro.

As roupas de cama eram respectivamente: Rosa, preta, lilás e azul bebê. E assim as camas eram organizadas.

A primeira cama do canto e em frente à porta de entrada era a minha. Havia uma prateleira cheia de livros que foram sendo acrescentados com o tempo. Vários retratos com diversas fotos embaixo.

A segunda cama - Julia - tinha um enorme pôster. Um cara cheio de tattoos e com um skate na mão. Havia figurinhas de fuck you na sua cabeceira.

A terceira era de Clarita e havia um grande pôster cheio de fotos nossas, e em sua cama ela havia rabiscado o nome de todos os garotos que ela já havia ficado.

A quarta cama, assim como a sua "dona" era a mais simples, a não ser é claro de ser embaixo da janela e na cabeceira Fernanda havia pintado de varias cores. Com a ajuda de Julia.

Adorava isso, o fato de sermos tão diferentes e mesmo assim nós darmos tão bem.

Penteei meus cabelos e desci.

Encontrei vovó na sala de jantar, junto com as meninas botando a mesa.

Mas não foram elas que me chamou atenção.

Foi o garoto loiro, sentado a mesa, folgado com os braços atrás da cabeça rindo como se o mundo fosse dele.

Mateus.

Cocei os olhos para ver se era verdade. E era. Ali estava aquela peste.

Acho que me esqueci de mencionar uma coisa.

Fernanda tem um irmão.

Gêmeo.

E já viu aquele ditado que diz que irmãos gêmeos são opostos?

Meus primos são a prova viva disso.

Enquanto Nanda fazia o gênero responsável. Mateus era totalmente irresponsável, folgado e egocêntrico.

Mas isso não impedia que eu o adorasse.

–Mateus?!-perguntei, ainda não acreditando que era meu primo ali.

Mateus olhou pra mim, arregalando os olhos e parecendo surpreso também.

–Maria Carolina?!

Ele se levantou tão rápido e sorrindo e –"nossa Mateus que gay–" com os olhos cheios de lagrimas que eu não tive reação quando ele me abraçou.

–Meu Deus! - ele falou depois de seu abraço mega esmagador. -Você... Você... - ele parou e franziu as sobrancelhas olhando para mim. - Ta mais gorda, engordou quantos quilos? 20?

Revirei os olhos enquanto sorria. Esse é o meu primo amado minha gente.

–Idiota como sempre.

Ele riu, quando eu dei um soco em seu ombro.

–Não humilha Carolina. Por que você não diz assim: "Gostoso como sempre?”.

Bati em minha própria testa enquanto Mateus fazia sua pose de "Eu sou um gostoso e eu sei que você me quer"

Ele sempre fazia isso.

–Por que ai ela estaria mentindo. - Julia salvadora- ou não- abre sua boca, enquanto cruza os braços e olha no seu modo desafiante para Mateus.

–Vocês ainda não pararam com isso? - pergunto, não achando estranho, mais sim um absurdo o fato de Julia e Mateus ainda não terem parado de implicar um com outro.

–Nunca. - os dois falam juntos fazendo todos na sala de jantar revirarem os olhos.

–Crianças, hoje não. Vamos ter um jantar em paz. Vocês cinco estão reunidos, há quanto tempo isso não acontece hein? - Vovó corta o clima totalmente traumático que iria vim a seguir, com seu sorriso estilo Fernanda de “vamos salvar a noite!”.

–Vovó tem razão, sem discussões hoje. – Fernanda diz, enquanto bota mais um prato a mesa.

Mateus olha desafiante para Julia, mais no fim, relaxa e aponta para ela:

–Tudo bem, mas é só hoje Julia. Não se acostume.

Julia da um dedo feio para Mateus quando vovó vai à cozinha, pedir para trazerem o jantar.

Todas sentamos a mesa, Vovó senta no meio, isto é certo. Clarita senta ao seu lado esquerdo e Nanda no direito. Julia senta ao lado de Clarita e eu, ao lado de Julia, enquanto os gêmeos sentam de frente para a gente. Desde criança é assim.

Conversamos sobre coisas banais, enquanto vovó não volta com a janta, rimos com Mateus, principalmente eu que sempre adorei esse jeito palhaço do meu primo.

Mateus sempre foi o único menino na família. E enquanto Nanda fazia a Barbie me tamanho real ele fazia o Ken. Era bonito e também tinha olhos verdes. Mas, seu humor era o que conquistava as garotas. Ele e Julia tinham a personalidade parecida, acho que era esse o motivo de não se darem bem.

Nós sempre achamos que aquilo era amor reprimido... Porém, nunca deixamos esse fato em claro para os dois.

Percebo algo incomum. Não tem seis pratos à mesa como sempre, e sim sete. Será que tenho mais eu primo que eu desconheço?

Não, tenho certeza que só tenho cinco.

Quando abro minha boca para perguntar a companhia toca e Mateus vai atender a porta, como se ele fizesse isso todos os dias. O que para o meu primo seria algo incomum, por que ele não faz nada para ninguém. Nunca.

Ninguém parece perceber isso, as três continuam conversando normalmente.

–O que foi Carolina? Por que ta com essa cara?

Sorrio para Clarita...

–Nada, só to morta de fome.

–Ah sim. Como sempre. Por que você não engorda? - Clarita diz e eu dou língua pra ela.

–Não tenho tendência. – Sorrio convencida e Clarita faz uma careta para mim. Só por que sua avó por parte de pai é obesa.

– A gente já vai jantar, só estamos esperando o Pedro que é o melhor amigo do Mateus vir. Ai vovó serve a janta – Fernanda responde me deixando ainda mais confusa.

–Nunca vou entender por que vovó gosta tanto assim do Pedro sabia? Ele é até legal, mas às vezes ele e o Mateus junto não prestam...

Não posso sequer perguntar quem é Pedro, por que cinco segundos depois, um garoto entra na sala de jantar, sorrindo junto com Mateus.

E vocês não vão acreditar.

Ou talvez acreditem, com essa minha má sorte... Acho que foi aquele voodoo que eu joguei na velhinha que queria me passar na fila do ônibus e ela simplesmente me jogou uma mandinga das brabas numa língua estranha...

Maldita velha...

–Isso é por que você tem ciúmes pois sua avó me ama mais do que vocês três juntas.

Quase me bato internamente por ser tão lesada. Obvio que meu primo só poderia ter um amigo tão idiota como aquele. O tal Pedro, é ninguém menos do que o “idiota do cavalo”.


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Notas finais do capítulo

XVII: Século 17
Carpe Diem : Aproveite o dia.
Amanha vou deixar o link das montagens bobinhas que eu fiz :)
Comentem o que estão achando! É importante pra mim!
Beijos.



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