Kurt andava devagar até a livraria onde Blaine trabalhava, quando chegou, sentiu um arrepio, mas preferiu ignorar, apenas entrou e então encontrou o moreno atendendo várias garotas. Pareciam que elas ficavam loucas ao ver aquele homem, bom Kurt não podia discordar disso, o moreno era realmente bem bonito, muito bonito.

Esperou o moreno terminar de atender as estudantes, provavelmente, pois usavam uniformes. Após alguns minutos, as meninas finalmente haviam saído da cola do Anderson e então Kurt finalmente poderia falar com o mesmo.

–Oi! –Kurt cumprimentou o amigo.

–Ah... Olá Kurt! – O moreno retribuiu com um sorriso maravilhoso. – Precisa de ajuda? – Perguntou em seu tom profissional, o Hummel apenas riu.

–Ah, na verdade como eu já sei a hora que você saí, pensei que podíamos sair depois do seu expediente, ao não ser que você demore ou... – Foi interrompido.

–Claro, eu já estou terminando, só vou arrumar alguns livros no deposito e então me vou! – Disse com aquele sorriso que encanta qualquer um.

–Ótimo, se quiser minha ajuda em arruma-los...– Kurt falou seguindo o moreno até o deposito.

–Não Kurt, você é meu... Ah, bom consideramos que você seja meu cliente que estar me esperando para dar uma saída! – O moreno carregava alguns livros e os separava nas prateleiras.

–Ok! – Kurt respondeu rindo, observava aqueles braços fortes do moreno com muita atenção.

O moreno os separava nas prateleiras com cuidado, o deposito era enorme e bem arrumado, bom, eles tinham que ter bem cuidado com os livros, por isso que mesmo no deposito, os separavam bem, arrumavam bem e deixava lacrado, Kurt amava o cheiro que havia lá, cheiro de livro novo, era um cheiro maravilhoso que só as pessoas que amam livro entendem.

O Anderson carregou os últimos livros, era uma quantidade bem grande, mas pegou tudo de uma vez, eram as obras do Hummel. O mesmo deu um leve sorriso ao ver os livros que escreveu, o moreno então sorriu também, como o cadarço do seu tênis estava desamarrado, acabou pisando no mesmo.

Kurt correu até Blaine para segura-lo, na hora que pegou na cintura do moreno, foram para o chão, fazendo os livros caírem também. Os dois estavam de frente, um para o outro, ambos com enormes rubor nas bochechas, as mãos trêmulas do castanho agora estavam sobre aquele maravilhoso peitoral do Anderson, os dois estavam arrepiados.

Seus lábios estavam entreabertos e próximos, quando perceberam na situação que estavam, preferiram se separar, Kurt levantou-se rapidamente, na hora que Kurt saiu de cima de si, o moreno se levantou, os dois estavam vermelhos, seus corpos estavam quentes, e suas bochechas, mas ainda.

–D-Desculpe! – Disse Kurt com vergonha.

–Não é culpa sua, eu que deixei cair mesmo! – O moreno falou coçando a nuca, estava muito nervoso, o castanho assentiu, dessa vez o mesmo ficou um pouco afastado do moreno para não atrapalhar. Passou-se alguns minutos, até que finalmente o moreno estava pronto para sair com o castanho,

–Desculpe demorar Kurt! – O moreno falou colocando seu casaco.

–Estar tudo bem Blaine! – Kurt deu um leve sorriso.

–Então... Pra onde vamos? – Perguntou o moreno curioso.

O castanho nem havia pensando nisso, apenas queria sair com o amigo, ficou pensando até que sorriu.

–Podemos ir... Bom, podemos ir para... – O castanho ainda pensava e então o moreno ao seu lado respondeu.

–Para uma danceteria! – Ele tinha um enorme sorriso e seus olhos brilhavam. Kurt o olhou confuso e então deu um leve sorriso.

–Não vou para esse tipo de lugares! – Disse colocando suas mãos nos bolsos, a noite estava bem fria.

–Qual é Kurt, lá é o lugar onde você pode conhecer o homem dos seus sonhos! – Falou o moreno sorrindo.

–Sei... Provavelmente se eu for me pegar com alguém lá vai durar só uma noite Blaine e eu não vou me pegar com ninguém! – Disse revirando os olhos.

–Você nunca mais ficou com ninguém além do seu ex-namorado no colégio? – Perguntou o moreno, nem percebeu no que havia perguntando e então suas bochechas se esquentaram. – Digo... Tudo bem se não quiser responder.

–Não! – Respondeu o castanho direto.

Blaine ficou calado pensando sobre a resposta do castanho, ele diz que não acredita no amor, sendo que já namorou e ficou só com um cara na vida. O moreno suspirou o castanho realmente não sabia o que falava.

–Pensou no que eu te disse semana passada? – Perguntou e então o autor congelou.

–E-Eu... Ah... – Ficou vermelho.

–Você não pensou certo?

–Eu pensei sim! – Respondeu olhando para os olhos do moreno.

–E...?

–E eu não vou dar outra chance! – Respondeu e então o moreno ficou sério e cerrou os olhos. – Não fique bravo, além de que eu sou dono de mim Blaine, você não pode me forçar!

–Tudo bem Kurt, eu respeito, só achei que se desse outra chance quem sabe daria certo, mas... Tudo bem! – Sorriu e então ajeitou sua bolsa.

–Podemos ir jantar? Apenas isso? Festas me dão dor de cabeça! - Kurt disse fazendo bico.

–Tudo bem! – O moreno respondeu pegando nos ombros do castanho. Ambos se arrepiaram e então se separam rapidamente e então continuaram caminhando em silencio.

Chegaram ao restaurante onde se conheceram melhor, deram um leve sorriso ao se lembrarem e então sentaram em uma mesa. Pediram seus aperitivos e um vinho.

Blaine pegou sua bolsa e então começou folhear seu caderno, e então achou o que queria e o virou para um Kurt que estava confuso.

–Acha que estar bom? –Perguntou o homem.

Kurt olhou o desenho e então sua boca abriu, o desenho era incrível, maravilhoso, era a Alice de Dark Paradise, os cabelos ruivos da menina estavam tão reais.

–Nossa Blaine, seu desenho é muito lindo! – Elogiou. – Não sabia que desenhava assim!

–Eu te disse que pinto as vezes! – Respondeu sorrindo.

–Você podia se tornar um artista!

–Bom, minha paixão e musica mesmo e atuação! - Sorriu e Kurt retribuiu.

O vinho chegou e então Kurt começou a bebericar, o castanho amava vinho, sempre amou, era sua bebida alcoólica favorita, o moreno gostava também, mas, não era tão viciado quanto o castanho. Kurt já era até acostumado então não ficava bêbado rápido, mas seus lábios, eles sim, ficavam vermelhos bem rápido.

O castanho falava e olhava para o desenho, mas Blaine apenas observava aqueles lábios maravilhosos em sua frente, tinha vontade de beija-los, será que tinha gosto bom? Ficou imaginando se na hora que caíram, se beijariam, será que seria bom? O moreno então ficou imaginando como deve ser beijar os lábios do castanho, deve ser incrível, será? Bom ele saberia só se beijasse, seria muita loucura fazer isso então se aguentou.

Kurt entregou o caderno para o moreno e então começou a jantar, o castanho então percebeu que havia um olhar em cima de si, olhou para Blaine e então estranhou.

–O que foi? – Perguntou, o moreno deu um pulo e então arrumou uma desculpa.

–Ah, seus olhos que sempre mudam de cor! – Respondeu sorrindo então o castanho retribuiu lisonjeado. – Kurt, você tem alguns livros que pode me emprestar?

–Como assim?

–Bom você é um autor, então deve ter muitos livros! – Sorriu.

–Claro que tenho!

–Então, quero lê as melhores historias que você já leu! – E então aquele sorriso radiante ficou em sua face, o coração do castanho acelerou-se, mas preferiu ignorar.

–Bom... Tem várias historia e não sei se eu iria te emprestar... – Ficou pensando e o moreno então fez bico, o castanho olhou para o moreno e riu. – É que eles são preciosos, tenho medo!

–Eu cuidarei muito bem deles Kurt! – E então o moreno pegou na mão do castanho, o mesmo estremeceu-se com o toque, era apenas um toque simples e o Hummel já estava daquele jeito. Suspirou e então olhou para aqueles olhos cor de mel do moreno.

–Tudo bem, eu emprestarei, mas por favor, cuide muito bem deles! – Olhou sério para o moreno que riu.

–Cuidarei deles como se fossem meus!

–E como é seu cuidado com os seus? –Perguntou o castanho com um leve sorriso no rosto e cruzando os braços.

–Ficam guardados em prateleiras e os meus preciosos ficam lacrados dentro de uma caixa cheia de livros! – Disse com um sorriso parecido com o do castanho e cruzando os braços também.

–E onde ficam essas caixas?

–No meu quarto, dentro do meu guarda roupa! - Respondeu. - Ah, Kurt, eu não sou rico como você, provavelmente você guarda os seus dentro de uma caixa de vidro a prova de balas!

–Não exagere, claro, tomo cuidado, mas não faço assim e sim, me convenceu sua proteção! – Sorriu e então os dois voltaram a comer seus aperitivos.

O tempo passava e os dois nem percebiam, a cada conversa, Kurt conhecia, mas o moreno e o mesmo também conhecia mas o castanho. Os dois conversavam muito, pessoas saiam e entravam naquele lugar e os dois ainda conversavam, nem haviam percebido que pediam qualquer coisinha só para ainda ficar para continuar conversando.

Quando já ia dar meia-noite, o moreno e o castanho saiam do restaurante, nunca Kurt conversou tanto com alguém. Andavam pelas ruas de Nova York, Blaine acompanhava o castanho até sua casa para o mesmo chegar seguro.

Ao chegarem, o moreno olhou para o prédio do castanho, era enorme e muito bonito, estava com a boca entreaberta ao ver o lindo prédio.

–Nossa é aqui que você mora? –Perguntou o moreno olhando para cima.

–Sim! – O castanho sorriu. – Obrigado Blaine! – Pegou no ombro do moreno e sorriu.

–Ok, até mais e traga os livros! – Avisou o moreno sério, virou-se e então caminhou, no meio ouviu a voz do castanho lhe chamando. – Sim? – Perguntou confuso.

–P-Por que você não aproveita... E-E entra e pega os... – Kurt se enrolava com as palavras, não sabia o motivo de ficar assim.

–Livros? – O moreno perguntou sorrindo.

–Sim, os livros! – Kurt respondeu com as bochechas coradas.

–Tudo bem!

Os dois então entraram no elevador e então Kurt apertou no seu andar, era o penúltimo e então o moreno abriu a boca, o elevador era bonito, tocava uma musica e tinha um enorme espelho onde podia ajeitar seus cachos que estavam soltos, usava gel, pois não gostava muito dos seus cachos, dizendo ele ‘’ Eu pareço um urso’’, Kurt apenas observava o moreno, ele não sabia o motivo, realmente não sabia o por que de sua respiração que não ficava normal e ele sentia seu coração acelerar, o irritava isso.

Ao finalmente chegarem, Kurt foi na ultima porta do corredor, sacou suas chaves e então começou a destrancar a porta, abriu e então bateu palmas para as lâmpadas acenderem, o moreno então entrou.

–Não repara na bagunça! – Disse indo para a cozinha.

–Ok! – O moreno então observava tudo, havia uma estante onde havia alguns certificados de coral e de jornalismo, havia também algumas fotos e alguns livros. Olhou para o lado e então encontrou os sofás grandes azuis escuros e a enorme televisão que havia na frente deles, havia uma mesinha no meio, sorriu ao ver alguns livros japoneses, mais conhecidos como Mangás, o pegou e então o castanho voltou com um copo de água.

–São meus Mangás! – Disse sorrindo e bebendo sua água. – Quer? – Perguntou mostrando o copo de água.

–Oh não, obrigado! – Respondeu sorrindo.

Nunca imaginaria que um dia estaria na casa do Hummel, na casa do seu autor favorito, de um dos melhores autores do mundo. A sensação era maravilhosa, quem diria que estaria na casa de Kurt.

–Vamos, vou te mostrar onde fica meu refugio! – Disse rindo e o homem ao seu lado retribuiu.

Caminharam no corredor que era um tanto grande, havia várias portas e uma delas o castanho abriu. Bateu palmas novamente e então as luzes acenderam.

–Então é aqui! – Olhou sorrindo para o moreno.

–Nossa Kurt, que incrível! – Olhou com os olhos arregalados, só faltava babar lá, pois o lugar era enorme e cheio de livros.

Tinha várias estantes, o lugar cheirava a livro, aquele cheiro maravilhoso. Os livros eram separados em ordem alfabética, havia alguns livros ainda lacrados e algumas cópias da obra do castanho e algumas folhas e uma maquina de escrever no topo de uma estante.

Então era aquele o mundo onde Kurt tanto se escondia, onde o castanho tinha espaço, solidão e casualidade, aquele mundo onde poucos viam, um mundo só do Hummel, o seu refugio, o lugar onde na maioria das vezes ficava.

–Aqui estar eles! – Disse pegando os livros e mostrando para o moreno.

–Harry Potter eu tenho! – Sorriu. – E é o meu favorito!

–Cidades dos ossos? – Perguntou o castanho.

–Esse ainda não, já ouvi falar, mas não pesquisei, levarei ele! – Sorriu.

–Por favor, tome muito cuidado com ele! – O castanho falou sério se aproximando do moreno, nem perceberam a proximidade que estavam.

–Ok Sr. Hummel! – O moreno sorriu e o castanho retribuiu. -Bom, então acho que já vou!

–Tudo bem! – E então o castanho pegou sua chave e chaveou a porta, ao virar-se, encontrou-se com o moreno, estavam muito próximos, podiam ouvir o coração batendo forte e a respiração acelerada.

Vontade não faltava de selarem os lábios, mas nenhum tinha coragem, Kurt sentia uma grande vontade, mas nunca admitiria para si mesmo, o moreno então se afastou do castanho e suspirou.

–Ok... Até Kurt! – Sorriu e então o castanho o guiou até a porta.

Ao fecha-la, caiu no chão, pegou no seu peito, o coração estava acelerado, as pernas estavam bambas, fechou os olhos e então suspirou.

No elevador, Blaine pensava profundamente, como seria beijar o castanho, ficou imaginando, fantasias com Kurt, beijando aqueles lábios que provavelmente são maravilhosos, então mexeu a cabeça, não podia pensar essas coisas, além de que, Kurt nunca iria querer beija-lo, o castanho é todo reservado e não acredita no amor, realmente não daria certo... Será? O moreno suspirou e então saiu do elevador para ir para casa, provavelmente Sam iria lhe matar, mas fazer o que? Valia a pena, visitou a casa do seu autor favorito.

Kurt que ainda estava no chão levantou-se e então foi para seu quarto, lá havia várias prateleiras, pegou um livro que Quinn havia lhe dado há muito tempo, era rosa e tinha umas flores na capa, abriu e então leu uma frase que estava marcada com uma flor de plástico.

''Ás vezes, só de ficar perto dele eu já sinto um arrepio, meu coração acelera e os toques, simples toques, me fazem ficar louca, geralmente isso acontece quando você estar apaixonada (o) por alguém, e eu sou muito apaixonada por ele e admito isso, tenho que começar a aceitar e compreender o que meu coração sente’’

O castanho suspirou maldita Quinn Fabray que havia comprado esse livro a ele, cheio de coisas apaixonadas e clichês, revirou os olhos, mas então ficou pensando na frase, será que ele estava apaixonado ou era apenas atração?