A História dos Selvagens - Parte 2 - Raiva escrita por ShiroMachine


Capítulo 14
Lucas: Uma bússola não convencional




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Assim que pisei no farol percebi que alguma coisa muito estranha ia acontecer. Eu senti uma pequena sensação de calor nas minhas costas, que era onde minha mochila estava. Dentro dela tinha o toca fitas e, é claro, as fitas.

_Pena que não viemos aqui como turistas._ Falou Vitor.

Eu concordava. O farol, de todas as maneiras, era impressionante.

_Então, como vamos fazer isso?_ Perguntou Tatiane.

_Tô pensando._ Falei. Após alguns segundos, uma ideia surgiu na minha cabeça. _Me sigam.

Fomos o mais longe possível das pessoas, pra eu poder tirar o toca fitas da mochila. Eu coloquei as duas fitas, e as ouvi. Mas nada aconteceu.

_Mais alguma ideia?_ Indagou Vitor.

_Tem que haver algo aqui, ela não mandaria a gente pra cá por nada._ Eu disse.

E como se a mãe-natureza tivesse ouvido, as fitas começaram a levitar. Não só as minhas, mas as dos meus amigos também. Elas formaram uma seta, apontando para o nada. E de repente, a gravidade voltou a funcionar sobre as fitas.

Vitor foi o primeiro a falar.

_Que merda foi essa?

Demorou um tempo até eu responder.

_Ela tá apontando pra alguma coisa.

_Você tem razão._ Ele retrucou. _Pro nada.

Eu suspirei, esfregando a mão na testa.

_Vamos voltar pro hotel._ Disse Tatiane. _Já tá ficando tarde e precisamos descansar.

_É, acho que é o melhor que podemos fazer agora._ Eu gaguejei.

Ao chegarmos no quarto, Vitor começou a andar pra lá e pra cá. Dava pra perceber que aquilo havia mexido muito com ele. Na verdade, com todos nós. Antes do que aconteceu no Farol, a situação já era perturbadora. Depois do que aconteceu, descobrimos que a situação era muito mais que perturbadora, era assustadora. Tudo pareceu mais real, o futuro que Fernando havia descrito finalmente parecia com o nosso.

_Você disse que íamos ter respostas._ Disse Vitor, de um modo enérgico.

_Eu lembro, Vitor, muito obrigado.

_Então que tipo de resposta é aquela?

Eu olhei pra ele.

_Você está me culpando pelo o que aconteceu lá? É isso? Eu não queria que aquilo acontecesse. Se quer saber, estou tão assustado quanto você!

Vitor começou a retrucar, mas Tatiane o interrompeu.

_Chega, ok? O que aconteceu não é culpa de ninguém, se não dela._ Tatiane parecia bem mais equilibrada psicologicamente do que nós. _Não sabemos o que aquela seta significava, mas vamos descobrir. Temos que descobrir.

Silêncio.

_E como vamos fazer isso?_ Vitor perguntou.

Tatiane suspirou.

_A direção da seta. Ela não estava apontando pra um lugar aleatório. Ela estava apontando por norte.

Demorou um segundo pra eu entender.

_Como uma bússola?

Tatiane assentiu. Eu me levantei, e comecei a andar de um lado pro outro.

_Saímos do Sudeste, a mãe-natureza mandou a gente pro Nordeste, e agora ela dá pra gente a direção Norte._ Na minha cabeça, as peças começavam a se encaixar. _Ela vai fazer a gente rodar por cada região do Brasil.

Eu e Tatiane nos entreolhamos.

_Se vocês estiverem certos..._ Começou Vitor. _acho que é melhor, sei lá, ir pro Amazonas, né?

Eu franzi a testa.

_Tipo, por causa da floresta._ Ele explicou.

Eu assenti, concordando com Vitor. Mas ainda havia uma dúvida na minha cabeça.

_Será que agora é o melhor momento pra fazer isso?

_Por que não seria?_ Indagou Tatiane. _Quero dizer, conversamos com o Governante, você conheceu o pai do Fernando, e a mãe-natureza nos deu uma direção. Acho que já passamos o suficiente aqui.

Meus amigos olharam pra mim, como se me questionassem.

_Ainda falta uma coisa, sim._ Eu disse. _Encontramos o Governante, certo?

Eles se entreolharam, como se eu fosse louco (Talvez eles não estivessem errados).

_Sim._ Disse Tatiane.

_Falta encontrar o Revolucionário.


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