Motsatt escrita por Monique Góes


Capítulo 27
Capítulo 26 - Dúvidas de Sangue


Notas iniciais do capítulo

É, continuam me dando vácuo... Acho que deve ser prazeroso -_-
Mas enfim, aqui está o capítulo, espero que gostem.
E caso tenha algum leitor que já seja pai, feliz dia dos pais!



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Capítulo 26 – Dúvidas de Sangue

Trocaram suas roupas, e Ioji lhes ofereceram um local ligeiramente escondido, porém ainda assim com sol para deixarem as armaduras secando. Voltando à pousada, acabaram tendo de pagar novamente para a dona sua estadia.

Jake pensara que teria algum pesadelo referente aos acontecimentos com Inq ou devido às memórias que haviam se forçado contra sua cabeça, porém acabara apenas caindo na rede absurdamente confortável e dormira como um bebê até acordar com Winter sentando sobre si para acordá-lo, o que resultou em uma briga rápida em que na realidade era Jake praticamente soltando fogo pelas ventas de raiva e Winter rindo.

Era um pouco depois do meio dia, assim compraram alguns pacotes de comida de uma garotinha que seguia com um imenso cesto em sua cabeça e foram comendo até o estábulo. Chegando lá, encontraram um Ioji extremamente animado, assobiando alegremente enquanto ele e seis outros rapazes punham ração para os cavalos.

– Oh, aqui estão vocês! – exclamou quando os viu. Novamente dois Qhriz começaram a deslizar quando os viram e Ioji deu uma ordem rápida para um dos garotos buscarem as armaduras. – Bem, eu verifiquei as ferraduras dos cavalos assim como selas para eles. Também estava vendo um cavalo para você. - O rapaz que saíra anteriormente retornou quase sobrecarregado sob as armaduras, aparentemente nervoso por estar carregando coisas do tipo. – Bem, agora aos cavalos, certo? Vamos soltar Deoks, Obadiah e Clehn!

Assim que abriram sua baia, o cavalo negro, ao invés de esperar ou sair calmamente, saiu correndo, indo numa velocidade furiosa em direção à Jake, que sequer teve tempo de se defender antes do cavalo pôr a cabeça entre seus braços, acertando seu estômago no caminho com tanta força que o Galrdai perdeu o ar, soltando relinchos e resfôlegos carinhosos enquanto começava a tentar mastigar seu cabelo.

– Isso que eu chamo de saudade, hein? – Alguém comentou, mas Jake não prestou atenção em quem, pois ainda tentava respirar.

O cavalo branco foi bem mais calmo. Saiu elegantemente de sua baia, mas ignorou completamente os rapazes que tentavam selá-lo e foi parar bem na frente de Nero, pondo sua cabeça na altura do rosto do rapaz e o questionando com grandes olhos inquisidores, quase algo como “Por que você me largou aqui? Pensei que éramos amigos!”. Nero apenas deu um sorrisinho sem graça e ergueu a mão, acariciando o focinho do animal, que aceitou o carinho com uma sacudidela.

– Bom, o preto é Deoks, – Ioji começou. – e o branco é Obadiah. Como mencionei ontem, eles já eram seus. Esse aqui – um rapaz dobrou um estábulo, trazendo outro Qhriz pelas rédeas. Seu pelo num lindo tom de cinza, e sua crina movia-se como uma tempestade escura, os olhos entretanto de um simpático tom de castanho. – é Clehn. – olhou para Winter. – Cavalos Qhriz só se tornam leais aos seus donos quando provam de seu sangue, então teremos de realizar um corte. Está tudo certo?

Winter deu de ombros, e se aproximou, estendendo a mão. Um dos criados estava com uma tigela onde havia fogo vivo, e outro esquentou uma lâmina entre as chamas, segurando então a mão de Winter e abrindo um longo corte em sua palma, que fez o sangue verter, quente e brilhante. Sem qualquer comando, Clehn se aproximou, farejando a mão ferida antes de solver o sangue. O cavalo parou um instante, quase como se estivesse avaliando o sabor, então soltou um bufo e cutucou o rosto de Winter com o focinho.

– Tudo certo, ele te aceitou... Agora selem os cavalos e mostrem como manter as sacolas presas nas selas a eles, estão ouvindo?

Foi um trabalho rápido, os rapazes movendo-se silenciosamente enquanto os cavalos mantinham-se quietos enquanto eram selados. Mostraram as argolas presentes nas selas para prender as coisas ali, dando diversos nós. Por fim puseram as rédeas nos animais, se afastando e permitindo que os rapazes montassem. Se despediram de Ioji, que mais uma vez agradeceu e saíram da cidade.

– Nossa... Mas essa foi uma noite... – Winter comentou assim que se viram fora dos portões. Os cavalos seguiam rápido, embora estivessem em trote.

– Tudo isso por cavalos de graça. – Jake bufou.

– Ora, mas são cavalos de graça!

– Você dois - Nero chamou. – não comecem.

Quando a noite caiu, os cavalos começaram a brilhar quase como se fossem espíritos noturnos, e devido ao fato de terem dormido até tarde, não conseguiriam dormir mesmo se quisessem, assim seguiram até quando a lua estava quase em seu ponto mais alto. Quando pararam, Winter conseguiu caçar vários roedores semelhantes a furões, além de dois macacos. Como os macacos eram o suficiente para os quatro – cinco -, decidiram deixar os roedores para os cavalos, já que estes eram carnívoros.

Jake pegou um dos animais pela cauda e o estendeu, atraindo a atenção de Deoks. Acabou que a cena pareceu ser estranhamente familiar para si.

– Pega! – exclamou e atirou a carcaça para o alto. O cavalo relinchou, erguendo-se nas duas patas traseiras e pegando a comida em pleno ar, mastigando com tanta força que os ossos sendo partidos eram escutados audivelmente. Quando terminou, farejou Jake à procura de mais. Maya teve de jogar as vísceras da comida para longe de si, onde os equinos foram em uma confusão de resfôlegos atrás dos restos sangrentos.

– Certo... – Nero pegou um roedor e o atirou. Clehn acabou pegando-o. – Quanto tempo nossa viagem será adiantada agora com os cavalos?

– Não sei dizer. – Aegis pôs a cabeça para fora da sacola novamente. – Mas será bastante. – Obadiah virou-se para ela imediatamente, com uma expressão faminta. – Espera... Esse cavalo? Essa cavalo de novo não!

Ela rolou de maneira desesperada em direção à Nero, que apenas pegou mais um roedor e atirou em direção ao cavalo branco. Satisfeito, o equino deu as costas à Denor e foi comer silenciosamente.

– Aegis, sinto muito, mas você precisa de uma dieta.

– O quê?!

– Você está se entalando nas minhas luvas! Ou você faz uma dieta ou dorme em outro lugar!

Maya limpou as mãos na grama enquanto a carne assava, e se assustou quando um dos cavalos a farejou, porém Clehn logo perdeu o interesse e correu para dentro da mata. Logo escutaram o guincho de outro macaco, então não deram importância.

– Bem... A próxima parada é Ha’qin. Talvez cheguemos em três semanas, já que elas são após as montanhas... – Nero constatou. – A menos que paremos em algum vilarejo ou cidade no caminho.

– Sinceramente, não vejo grande necessidade. – Jake disse. – Não precisamos de magma, e temos água. A comida conseguimos tranquilamente caçando, e talvez seja melhor irmos direto, já que estamos há quatro meses sem Rarac e Kapheliria.

– Fato. – Winter concordou. – Podemos parar para falar com a mamãe também... Não foi para lá que ela foi?

– Foi. – Nero esfregou o rosto. – Não sei vocês, mas... Só eu estou ficando preocupado com Esben?

Os outros dois ergueram a cabeça, encarando-o com a menção ao mais novo.

– Quer dizer... Nós três, principalmente vocês dois, os Bergais não nos deixaram em paz até voltarmos à Aurtrai. No caso de Klodike, mataram a família dele, sequestraram Far e Lucy e ainda o prenderam. – olhou para Winter. – Você não fala muito sobre o que sofreu, mas pelo menos sei da perseguição e da tortura. E simplesmente estamos aqui, no exército, já sabendo nos defender o suficiente para que eles não nos embosquem como faziam antes... O único que não temos qualquer certeza é justamente Esben. Ele ainda está na Terra, mas onde e como ele está...

– Não fazemos a mínima ideia. – Jake completou.

– Exatamente. Talvez ainda não tenham o encontrado, ou talvez... Ele esteja passando pelo que nós passamos agora.

– Você simplesmente não consegue ter nenhuma visão relacionada a ele? – Winter questionou.

– Não é algo que exatamente eu controle. – desculpou-se. – Mas não, eu não vejo absolutamente nada com ele, o que é estranho. Eu tive visões com Klodike antes de encontra-lo, e tive visões relacionadas à Vannes antes mesmo de saber que estava tendo visões relacionando-se a ele, mas... Nada quanto justamente à Esben. É isso que me incomoda.

Winter se esticou, parecendo pensativo. Jake concordava que Nero tinha razão. Antes de entrarem no Esben, haviam vivido uma situação talvez próxima ao inferno, e somente aprendendo a se defender de maneira efetiva que conseguiram ter um mínimo de paz. O que não garantiria que o mais novo dentre os quatro não estivesse passando por uma situação parecida?

– Você disse que não sabia que estava tendo visões comigo quando começou a tê-las. – Winter disse. – O que não garante que o mesmo não esteja acontecendo com Esben?

– De todas as visões que tenho ultimamente, – respondeu. – eu consigo identificar todos os que estão presentes nelas.

– Você está tendo visões e não está avisando?!

– Não vejo nada sério. Nenhuma situação de vida ou morte, tudo é algo que podemos resolver trivialmente. – deu de ombros. – Isso me incomoda e me alivia ao mesmo tempo, mas...

– Fica com aquela sensação de que talvez seja um prelúdio para o pior? – Jake questionou.

– Exato.

Depois do fim daquela conversa, simplesmente não tiveram mais assunto nem ideias, então comeram e se ajeitaram para dormir. Nero soltou um suspiro enquanto passava a mão pelo rosto. Não estava realmente com sono, e sim cansado. O que dissera era verdade, que estava se incomodando com a normalidade das situações que estava vendo. Simplesmente ficava com aquela sensação de que algo muito pior simplesmente explodiria em sua face à qualquer momento, e certamente não era uma sensação agradável.

Se assustou de leve quando Maya tocou seu braço com ambas as mãos. Era um costume dela quando queria chamar sua atenção, e quase sempre que o fazia acabava por assustá-lo, já que normalmente estava distraído. Olhou para seu rosto, para os olhos que falavam por ela, que lhes questionava o que fora aquela conversa. Emitiu um suspiro e começou a falar em voz baixa para que seus irmãos não acordassem.

– Não somos apenas três, somos quadrigêmeos. Os quatro primeiros Galrdais. – ela piscou, não soube dizer entretanto se era de surpresa. – Não sabemos onde está o último, entretanto. – coçou a cabeça. – E eu vejo o futuro, mas acho que devido a algumas conversas rápidas, você deve ter percebido isso, não foi?

Maya balançou a cabeça para os lados, como se dissesse que sim, havia a suspeita. Nero ergueu uma mão e acariciou os cabelos que já cresciam em sua cabeça. Sentia um aperto na garganta quanto ao que estava pensando, porém disse:

–... Maya, nossa mãe está morando em Ha’qin. Eu... Estou pensando em quando chegarmos lá, perguntar se você pode ficar com ela. – ela piscou novamente. – É porque, você sabe, estamos indo para o exército em Payesau. Não posso levar você para lá.

Ela assentiu, concordando, mas soltou um suspiro e pousou a cabeça em seu ombro, ainda segura à seu braço. Nero se soltou e passou-o sobre os ombros da jovem, trazendo-a mais para perto, ficando daquele modo por um tempo. Mesmo que se entendessem naquelas conversas unilaterais, às vezes desejava que ela pudesse falar, mas sabia que era um desejo um tanto mesquinho. Se ela não se sentisse pronta para tal, se não conseguisse emitir mais um som devido à algo que suas irmãs houvessem feito, simplesmente não poderia força-la a fazê-lo.

Escutou-a bocejando e então retirou o braço para permiti-la se ajeitar para dormir, porém novamente se surpreendeu quando Maya abraçou seu pescoço de modo que os rostos se mantiveram extremamente próximos. Fitou os olhos azuis, e então levou uma das mãos até seu rosto, contornando os lábios rosados com o polegar antes de se beijarem.

Não pensou muito durante o ato, apenas se concentrou nas sensações que pareceram dominá-lo, aquele prazer suave acompanhado por algo que não soube descrever. Talvez algo como uma tenra alegria, um formigamento no fundo de seu ser.

Então escutou um estalo audível, acompanhado por cascos de cavalo.

Foi mais forte do que si. Simplesmente virou-se rapidamente, pegando Fim antes mesmo de pensar. Jake e Winter acabaram acordando, mas antes que reagissem, viram que era... Arenai, montado em Zurl, acompanhado pelos “segundo e terceiro” no comando, Baskar e Elden.

–... Atrapalhei alguma coisa? – O comandante questionou com uma sobrancelha erguida e Nero não precisou de ajuda para perceber que ele se referia exatamente à ele? Apenas torceu os lábios enquanto Baskar, Elden e seus irmão não entenderam o porquê da expressão emburrada.

–... Arenai? – Jake estava surpreso. Admitia que ele era a última pessoa quem esperava encontrar ali, e talvez um pouco mais além os outros dois.

– Admito que estou surpreso em encontra-los aqui. – admitiu enquanto desmontava. – Estão mais adiantados do que eu pensava. – Ainda mais porque saíram de Naif Na’il há três semanas.

– Como conseguiram estes cavalos? – Baskar questionou. Ele era o homem que estava atrás de Arenai quando tiveram de falar com todos os comandantes. Era um pouco mais baixo que Arenai, com cabelos loiros e ondulados presos em um rabo de cavalo, além de usar uma espécie de tapa olho formado por tiras de couro cobrindo todo o lado esquerdo do corpo.

– Cumprindo um favor. – Jake respondeu secamente, reprimindo um bocejo.

– Por que algo me diz que não devemos questionar qual foi esse favor? – Elden suspirou. Ele era o mais baixo ali, com a pele extremamente morena e cabelos azuis ondulados.

– Bem, mas... O que vocês estão fazendo aqui? Pensei que à essa altura estariam chegando à Ustil.

– Tivemos de retornar devido à eminência de uma organização Bergal em um vilarejo não muito distante, provavelmente na tentativa de tomar Cleethorpes. – Arenai respondeu num tom desinteressado. Zurl balançou a cabeça e mostrou os dentes aos outros cavalos, que tiveram a mesma reação a ele. – Zurl, você quer que eu te prenda?

O cavalo bufou e correu para dentro da mata. O dono acabou revirando os olhos.

– Enfim, e era verdade? – Nero questionou.

– Sim, eram Sirenos e neste momento e agora eles devem estar nos sete infernos dos Sthanom. – o comandante deu de ombros. – Os moradores estavam num estado próximo ao da escravidão e abandonaram o lugar.

– Não ouvimos uma palavra sobre isso...

– Terminamos o trabalho há algumas horas. – Baskar informou. – Pretendíamos seguir direto para Ustil, mas devido à proximidade da Ascenção de Val Har e a Visão de Taesose, eu provavelmente seguirei sozinho.

Os três irmãos franziram o cenho, mas nenhum disse nada. Tinham a mesma dúvida, sobre o que aquilo significava, porém ficaram quietos. Arenai percebeu.

– São duas festas. A Ascenção é importante para nós Talbordais, pois comemora o fato quando o rei dos deuses do fogo se tornou um deus. A Visão é a comemoração diante a profecia feita pela deusa Taesose, que resultou em ela se tornar uma deusa também. Ambas as festividades caem praticamente no mesmo dia, e literalmente a guerra para durante um mês por causa disso. Um trégua por motivos religiosos, depois voltamos à matança de sempre.

–... Certo. – Winter murmurou. – E isso significa que os soldados tem a permissão de retornar para casa, é isso?

– Algumas repartições permanecem. – Elden respondeu. – No caso, normalmente quem não tem família ou quem se voluntaria. Ou sua casa é distante demais para conseguir ir lá, chegar à tempo e retornar.

– Não seria o momento perfeito para um ataque Bergal?

– Seria um desrespeito deles às seus próprios costumes. Como eles possuem uma longa tradição de honra e temor aos deuses, eles não o fazem.

– Hm...

Algum tempo depois, Jake e Winter retornaram a dormir, assim como Maya e Nero. Assim que percebeu-os adormecidos, Baskar virou-se para o comandante.

– De onde saiu essa garota?

Deu de ombros. Não era como se soubesse, embora houvesse visto Nero a beijando.

– Questione à eles quando acordarem. – respondeu simplesmente, e soltou um suspiro. Estava cansado, mas raramente demonstrava. – Mas creio que deve ser alguém que resgataram em alguma cidade. Vejas as cicatrizes e os cabelos dela.

– Ou a falta deles. – o loiro murmurou. – Mas eles estão a levando na viagem... Além de parecer saber sobre tudo.

– Não vejo problemas, a menos que ela seja uma assassina pronta para mata-los enquanto dormem. O que ela não parece ser. – retrucou. – Antes que arranje mais desculpas, lembre-se que até mesmo assassinos do Esben tem família.

– Assim como você.

– É. – Pelo canto do olho viu Elden encarando aos três de maneira quieta, com uma expressão pensativa, e pareceu franzir o cenho quando houve a menção na palavra família, parecendo enfim se inquietar. – O que houve?

–... Você não vai se irritar com o que vou dizer? – questionou.

– Só vou saber se me perguntar.

– Eles são os primeiro Galrdai. Vimos a mãe deles quando chegaram à Naif Na’il, porém... Como eu poderia dizer? Eles não são exatamente parecidos com ela. Possuem características dela, porém não são o que eu poderia chamar de parecidos.

– Aos deuses, vá direto ao ponto homem! – Baskar exclamou em voz baixa.

– Olhando-os assim, principalmente levando em conta a... Cor dos cabelos de Klodike e Vannes... É só eu, ou eles se parecem com Rhelt?

Baskar olhou o companheiro, então virou-se para olhar os trigêmeos, como se só então parasse para realmente analisar sua aparência. Arenai permaneceu quieto, mas por fim o loiro disse:

– Elden, por um acaso você não está sugerindo que eles...

– Podem ser filhos de Rhelt? – Arenai questionou e o de cabelos azuis assentia. Baskar permanecia com uma expressão incrédula. – Já pensei nesta possibilidade. – Admitiu, atraindo os olhares surpresos de ambos. – Reparei na semelhança, ainda mais levando-se em conta de que quando a guerra começou, Rhelt levou suas filhas para que Naiga as criasse. Não sabíamos da existência delas quando ele as levou, então quem não garante que ele pode ter tido outros filhos? Ainda mais levando-se em conta...

–... Nemeria e Niasit são Galrdai? - Baskar questionou.

– Sim. Mas nem sonhei com a possibilidade de... Ele ter outros filhos. Na época, ao menos. Elas tinham quatro anos. Quatro a menos do que os quatro primeiros, e Rhelt só surgiu com elas, o que haveria de suspeitar? – sacudiu a cabeça. – Questionei o que havia acontecido com a mãe delas e ele disse que havia morrido em Nirllys.

– Rhelt estava em Nirllys... Há dez anos...

– Tudo bate, se formos pensar. – Arenai continuou. – Porém há mais um ponto. – esfregou o rosto. – Eu sou um filho da noite, meus pais realizam um casamento noturno. Não há a necessidade de haver algum tipo de fidelidade entre eles, então não há quem não garanta que meu pai possa ter tido outras mulheres além de minha mãe.

–... Você está pensando na possibilidade dos meninos serem seus...

– Irmãos, sobrinhos. Não sei. Quando você não conhece seu pai mas sabe que ele está por aí, as possibilidades são vastas.

Baskar bateu os dedos, franzindo o cenho e voltando a olhar os rapazes. Elden continuava quieto.

– Sabemos que o pai deles era do Esben. Para eles terem alguma semelhança com Arenai, creio que o pai deles também deve possuir.

– Não vi ninguém parecido com Arenai além dos filhos dele.

– Sabemos também que o pai deles era bom o suficiente com magia para conseguir por este selo na mente deles que ninguém consegue tirar. Quantos mestres em magia tempos entre os assassinos?

–... Há Rhelt... – Baskar começou, porém Arenai o cortou.

– Paremos com esse assunto por hora. Apenas Rhelt ou a mãe deles podem confirmar realmente, e ela está com aquele selo também. E aos Sthanom vocês, parecem que estão se empenhando para me darem mais quatro netos!


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