Sangue e Alma escrita por FireboltVioleta


Capítulo 4
De repente vou ataca-lo sim... só que de raiva!




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HERMIONE

Por mais zangada que eu estivesse, Rony tinha razão. Mais cedo ou mais tarde eu teria que me alimentar.

Só que... caramba, não era pudim. Era sangue. Eca!

Meu instinto queria aquela coisa viscosa dentro do meu corpo. Meu pobre corpo pedia para ser sustentado com isso. Mas o pouco de raciocínio que me restava saía correndo na direção contrária.

E Rony, aquele ruivo bobo, achou mesmo que eu não faria mal a ninguém.

Sair atacando alguém era insano, mas quando vi Douglas se soltar das correntes e saltar para cima de Rony, reagi completamente por instinto. Mas não pelo instinto de caça que um vampirizado teria.

Claro. Minha consciência humana simplesmente tentou defende-lo.

Mas era tão confuso que eu mal conseguia me organizar fisicamente. Era como se houvesse duas pessoas dentro de mim: uma era eu mesma, a Hermione de sempre, e a outra, um bicho sedento de sangue que, apesar de tudo, era um tanto domesticado.

Madame Pomfrey ainda estava assustada depois do que havia acontecido. Isso ficou evidente pelo modo cauteloso que ela se aproximou de mim para soldar a minha corrente arrebentada com a varinha.

Ela me olhava de esguelha enquanto verificava a pressão da algema.

– Sinto muito, senhorita Granger... - ela deu um sorriso amarelo - apesar de tudo, acho que o Sr. Weasley tem razão... não há necessidade destas correntes. Não para a senhorita, pelo menos.

Eu tentei falar "ah, tem sim", mas tudo que eu consegui fazer foi soltar um sibilo indignado.

Me encolhi na cama, chateada.

E se Rony tivesse razão? E se eu pudesse passar por essa semana caótica numa boa, sem atacar ninguém, como uma pessoa normal?

Eu não podia ter o benefício da dúvida. Então ia ficar lá.

Iria tomar a Poção do Sono, se Rony não parecesse disposto á ficar deprimido com isso. Eu tive a leve impressão que ele ficaria ainda mais desolado se eu fizesse isso. Me ter consciente parecia aliviar sua aflição ao me ver nessa situação. Bom, eu podia fazer uma forcinha e tentar ficar o mais perto possível dele nesta semana. Uns cinco ou seis metros, por exemplo, já estava de bom tamanho.

A porta da Ala Hospitalar se abriu outra vez Harry apareceu na fresta.

Ah, não. Mais um.

Gina vinha grudada nele igual um carrapicho. Pelas cuecas de Merlim, que parte de que eu não queria visitas eles não haviam entendido??

– Olá, Mione. Você está péssima - Harry murmurou quando chegou perto da minha cama.

– Harry! - Gina bateu no ombro dele. Ela não fazia ideia do como ele estava certo.

Tentei rir, mas tudo o que saiu de mim foi uma fungadinha tremida.

Gina arregalou os olhos. Harry olhava da namorada para mim como se nós duas estivéssemos loucas.

Bom, eu com certeza estava ficando.

– Ela atacou o Douglas hoje de manhã - comentou Gina com uma risadinha.

– Por quê? - Harry se virou para ela.

– O maluco ia atacar o Rony. O cara foi pra cima, e a moça aqui pegou ele. Os aurores falaram que a mão dele está quase quebrada... levaram-no para as masmorras.

Harry ergueu as sobrancelhas para mim, parecendo surpreso.

Como se eu precisasse lembrar do episódio constrangedor. O gosto do sangue de Douglas ainda estava na minha língua. E, no corpo adaptado em que eu estava, aquilo pareceu a água mais refrescante do deserto. Eu só podia imaginar que um osso seria tão seco quanto eu me sentia por dentro.

– Deixa de ser mala, Hermione. O tapado do meu irmão só quer te deixar melhor - Gina bateu o pé como uma menina mimada.

– Ele estava bem pálido e chateado quando me contou - completou Harry - E aliás, se você não ficar bem, não é só ele que vai ficar desapontado. Ou você não quer ... como você disse... que eu me "recupere de todas aquelas atribulações"? - ele fez aspas com os dedos.

"Merda, Harry!" eu quis dizer. " Vai vir com chantagem psicológica agora? Golpe baixo...". Outra vez, tudo que eu disse saiu num rosnado baixo.

Revirei os olhos e me dei como derrotada, levantando as duas mãos em gesto de rendição. Não tinha por que discutir com três pessoas que só queriam o seu bem.

Bom, estava decidido. O que Rony inventasse para eu me sentir melhor, eu aceitaria. Não iria ficar teimando, até por que isso só irritaria os dois lados. Por que eu devia ficar acocorada numa maca se podia passar pela semana da vampirização de um jeito mais tranquilo e agradável?

Essa era meu planejamento. Mas a ideia que Rony iria trazer mais tarde desmanchou-o completamente.


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