Umas horas depois, Christina e Tris estavam na fila do mais louco clube noturno da cidade. A fila estava grande, mas depois de esperar por um tempo estavam perto de entrar. Tris sentia o cheiro forte de álcool misturado com droga no ar, isso a deixava enjoada, mas Christina deveria estar acostumada, já que seus amigos da escola estavam nessa onda.

– Próximo – disse o cara alto que estava na porta. Ele olhou para Chris e Tris – Nomes?

– COMO ASSIM VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU? – Christina falou, fazendo seu teatro de sempre. – EU SOU A FILHA DO DONO DESTE LUGAR, PODE ME DEIXAR ENTRAR, SE NÃO EU VOU CORTAR SEU SALARIO.

O cara deve realmente ter ficado com medo de Christina, e simplesmente fechou a cara e abriu a porta, enquanto Tris ria internamente. Christina conseguia tudo que queria sendo filha do homem mais rico da cidade, entrar em night clubs, comprar bebidas alcoólicas, drogas, dirigir sem carteira, tudo.

– Você tem certeza que isso é certo? – a loira puxou a morena de lado e perguntou, antes que elas entrassem na festa.

– Relaxa Tris, a noite é uma criança. – Christina falou puxando a garota para o meio da pista.

Christina começou a dançar chamando a atenção de muitos garotos, e Tris sentou no balcão apenas observando a amiga enlouquecer corações e partes baixas. Christina era do tipo “foda-se todos eu só quero me divertir”e ela era mais recatada com medo de tudo, custou tempo para que Tris namorasse Peter, foram uns 5 meses enrolando o garoto e mais 7 para ele conseguir levar ela para a cama e... Lá vai ela de novo, Tris se pega derramando algumas lágrimas, não acreditando em si mesma.

– Ei, você está bem? – pergunta uma voz grossa e rouca meio alterada. – Quem foi o babaca que fez essa linda garota chorar?

– Não é nada... é que... – ela olhou para o garoto, que na verdade não era um garoto e sim um homem, com seus aparentes 18 anos, isso já é a idade adulta não é?! Talvez. Tris se sentia mais envergonhada ainda. Ela não devia ter medo de homens, afinal eles eram humanos também. Porra Tris, pare de se comportar como uma garota de 14 anos. Ela limpou a garganta.

– É que a luz daqui é muito ruim para meus olhos. – ela mentiu usando um sorriso falso.

– Sabe, conheço um motel aqui perto que a luz é muito boa... Quer ir lá? – o jovem falou com um sorriso malicioso no rosto.

– O que? – ela perguntou elevando o tom de voz – Eu nem te conheço!

– Eric, deixe a menina em paz – uma outra voz grossa, porém mais bonita, falou em um tom entediado atrás de Tris – Você não vai querer essa né?!

Tris se virou e viu um garoto alto, moreno com olhos azuis escuros hipnotizantes. Mesmo sendo maravilhoso Tris se sentiu ofendida com o comentário, como se ela não fosse o bastante.

– Qual é, Quatro? – ele falou – Me deixa brincar um pouco.

– Vai brincar com Jeanine ou com Nita, larga de encher a paciência da garota. – Diz o tal Quatro, e se senta ao lado da loira.

– O que está fazendo? – Tris indagou meio irritada.

– Te salvando de um cafajeste como Eric, a propósito, sou Quatro. – ele estendeu a mão que Tris se negou a apertar. – Ta irritada?

– Muito.

– Posso saber o porque?

– Você me insultou, antes mesmo de saber meu nome. – ela indagou.

– Olha loirinha... – ele começou mas logo foi interrompido.

– Tris.

– Olha Tris, você parece ser uma garota bacana, e eu gosto de pessoas bacanas, principalmente as bonitas. – ele começou de novo, para ser interrompidos novamente.

– Eu não sou bonita.

– O gosto é meu, se eu quiser eu te acho bonita e fim. – ele falou serio. – posso continuar?

Ela assentiu.

– Ótimo então, você não é o tipo que pega Eric sabe, ele é um idiota. E covarde, provavelmente te engravidaria e você nunca mais o veria – Tris arregalou os olhos. – É verdade, ele deve ter uns três filhos perdidos por aí.

– Nossa, então eu deveria te agradecer? – ela o provocou. – Por não ser um agressor e me salvar de um estuprador?

Esse deu um sorriso de canto, depois olhou nos olhos da loira.

– Você deveria ser inteligente. – ele falou – Se eu quisesse te machucar, eu já teria o feito.

Ele estava a ameaçando? Quatro era uma pessoa legal, coisas perigosas sempre atraiu Tris, como corvos e prédios de alturas extremamente altas, ele era misterioso e engraçado mas ao mesmo tempo bem protetor. Ele estava se levantando quando Tris o impediu.

– Por que te chamam de Quatro? – ela perguntou. Ele sorriu.

– Que tal nos conhecermos melhor, antes de descobrir? – ele falou – Me empresta seu telefone.

Tris passou o telefone do bolso para sua mão até a mão de Quatro, o pequeno toque de peles fez com que ela sentisse um choque. Ele terminou de mexer e entregou o aparelho e logo depois se afastou.

Segundos depois o visor se acendeu e uma mensagem de um numero desconhecido.

Te encontro no parque de diversões do píer no litoral da cidade, amanhã ás 19hrs.

Tris sorriu e voltou a atenção para Christina que se agarrava com um cara alto e moreno, a amiga sempre teve esse dom: pegar vários meninos em uma só festa.

– Chris – a loira gritou para ser ouvida. – Chris.

Christina largou o garoto e o empurrou para o lado.

– Calma aí, minha Best ta me chamando. – Chris falou de um jeito sonolento. – Fala Trice.

– Vamos embora? – ela falou meio animada.

– Agora? – a morena choramingou. – Vamos mais tarde, ainda tá cedo.

– Chris já são 3:30, temos que ir. – Tris falou rindo da situação da amiga. – Você bebeu demais.

Tris dirigiu pelas ruas até chegar em sua casa. Christina não poderia voltar para casa nesse estado então dormiria em sua casa. O quarto já estava arrumado, Christina deitou na cama e apagou. Tris trocou de roupa, tirou a maquiagem e se sentou na cama. Não estava com sono, estava bem agitada, mas por costume, acabou dormindo um sono profundo.