Dia ensolarado. escrita por VictorSilveira1912


Capítulo 1
Dia ensolarado.




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As bordas da cidade quando banhadas pela noite melancólica são um lugar bastante propício para seres monstruosos, junto a eles caminha um homem com sua gravata vermelha escorrendo ao vento. Na palma de sua mão está escrito em letra arranhada um simples feitiço de exorcismo, ele observa uma garota caminhar na noite da cidade, parece ser o único que não presta atenção em seus seios fartos, sabe que os últimos homens que prestaram se encontram mortos, tampouco sorri sarcasticamente em relação ao fato dos olhos esbranquiçados da garota, ela se vira.

-Sabe, se você for pensar bem, o dia de hoje começou com uma manhã ensolarada, linda. Ai você passa pela praia e tudo passa a feder como estupro e morte, você fodeu com o meu dia lindo. – O homem acende um cigarro e encosta a ponta em sua mão escrita. Fogo, palavra, feitiço, perfeito.

-John... John Constantine, achei que você seria mais assustador.

-Desculpe-me, passei a achar minha roupa Stephen King muito démodé, você não se importa não é? Mas sério? Eu causo medo em demônios? Hehehehe, isso é foda.

-Sarcástico como um demônio, temos muito em comum.

-Não é que tenhamos algo em comum, é que quando você passa uma parte enorme da sua vida trabalhando com demônios e anjos você percebe que a vida é uma grande piada. – A chama do cigarro ilumina parte de seus cabelos loiros e o demônio consegue imaginar em seu pescoço o que seria o arranhão de uma garota revoltada. – Veja bem, eu quero acabar com isso logo porque hoje passa Supernatural e eu gosto de assistir aquilo, é um bom programa de comédia, bem melhor do que um Big brother ou algo do tipo, me nutre, entende?

-Você não quer saber por que escolhi essa garota?

-Tirando os peitões dela nada me interessa, não sou a porra de um repórter. – O homem ergue a sua mão e começa a recitar em sussurros palavras do latim antigo e profundo. O demônio avança, a gravata vermelha colore a escuridão da rua enquanto o homem se movimenta para fugir dos golpes.

-Sabia que as formigas veem os homens como seres grandes e lentos? O que é maior é lento, vocês são maiores que nós em questões espirituais, logo são lentos. – Ele toca a palma escrita na testa da mulher e arranha o seu cenho, a criatura reage agarrando a sua gravata e rasgando trechos delas. – Agora, por você ter estragado a merda do meu dia ensolarado, “em nome do Pai, do Filho e do Espirito santo, eu o exorcizo do corpo desta mulher”, agora saia daqui porque eu quero ir para um bar tomar uma cerveja boa, saia agora! – Os olhos esbranquiçados tomaram cor e o cabelo que parecia ser escuro e azulado se revelou um ruivo vivo enquanto a criatura berrava em completo desespero dentro da mulher, então ela desmaia. Constantine sabe que quando ela acordar não vai lembrar-se de nada, nem do homem que a salvou, nem pensar que poderia pagar uma nova gravata para ele em recompensa pelo que fez, ele sabe.

-Então, será que o bar dá desconto para exorcistas? – O cigarro é esquecido no asfalto da rua, outro é aceso.


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