After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 27
The Cornucopia


Notas iniciais do capítulo

Olá lindos leitores!
Primeiramente peço mil desculpas pela demora, mas antes tarde do que nunca!
Segue o capítulo da cornucópia!!!!
Espero que gostem e aguardo reviews!



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Minha respiração nunca esteve tão ofegante. Sinto o suor gelado escorrendo pelas minhas costas enquanto a plataforma ia me içando para a morte certa. Nesse pequeno pedaço de tempo que disponho na escuridão do tubo, tento reconstruir meus pensamentos. Lembro de todos os momentos bons que eu tive desde a colheita. Apesar da situação, recordo dos momentos em que conseguir sorrir. A maioria dos meus sorrisos foram provocados por Lucy, mas Gendry, Phillippa, Draven e até mesmo Leslie, conseguiram fazer com que eu me sentisse menos pior diante deste inferno pelo qual estamos passando. Os momentos ruins foram dominantes, é claro. Leslie era uma traidora e tive que matá-la. O presidente descobriu quem Gendry era e o matou. Mas o pior dos meus problemas foi ter feitos laços de amizade, pois o plano de Gendry falhou, agora para salvar Lucy, terei que matar os meus amigos.

Assim que o tubo chega ao fim, me deparo com uma claridade segante. Ergo a mão enluvada na altura dos olhos para bloquear os fortes raios solares. O pouco vento que bate em meu rosto é quente, dando uma sensação terrível de calor, então começo pouco à pouco ganhar minha visão novamente. No começo, penso que estamos em algum deserto. O chão parecia ser de areia batida, porém olhando para os lados, notei que estamos em uma cratera gigantesca, claramente causada por uma bomba atômica. Os barrancos de terra se erguem ao nosso redor dando a sensação de estarmos em uma enorme bacia redonda. Todos os tributos estão em um semicírculo, com expressões de terror ou descrença. Até mesmo os carreiristas que saíram dos tubos com feições orgulhosas, juntaram as sobrancelhas em uma carranca. Passo os olhos por todos eles até encontrar Lucy. Ela está distante. Está extremamente distante de mim. Talvez 8 tributos à minha esquerda. Olho para ela então nossos olhos se encontram. Nunca a vi tão assustada. Todos os tributos estão usando a mesma roupa escura que eu. A única coisa que diferencia-nos, são os pequenos detalhes coloridos na jaqueta negra - os meus eram vermelhos. Meus olhos se lançam para um cintilante e enorme chifre no centro da cratera. Os raios do sol batem na superfície prateada dificultando a visão.

"Senhoras e senhores, está aberta a primeira edição dos Jogos Vorazes!"

Uma entusiasmada voz soa pelo ambiente. Na boca do grande chifre, há vários suprimentos que necessitarei se quiser viver e proteger Lucy. Vários arcos estão enfileirados em plataformas. Sacos de comida e mochilas estão jogados por todos os lados, aumentando sua qualidade conforme se aproximavam do grande chifre. Meu pai disse uma vez sobre um chifre da mitologia grega que era um objeto místico, ele fornecia qualquer coisa desejada. "CORNUCÓPIA" é esse o nome. Estou diante de uma cornucópia gigante.

"20, 19, 18..."

A contagem regressiva começa. Olho novamente para os tributos e localizo Nafftaly 4 pessoas à minha direita. No fim do semicírculo, notei Nautylus me encarando. Ele aponta para Lucy e depois para o próprio peito. Não consigo compreender o que ele quer dizer, mas sinto que é algo importante.

"10, 9, 8..."

Meu coração começa a palpitar a ponto de saltar pela boca. Olho para todos os lados em pânico. Alguns tributos se preparam para a partida, outros apenas se encolhem sobre a plataforma dominados pelo pavor.

"3, 2, 1"

O som de um canhão ecoa e quase que simultaneamente, os tributos pulam de seus pratos e correm. Alguns correm para longe, outros para a cornucópia. Disparo para onde vi Lucy. Ela corre lentamente em direção a uma mochila negra à alguns passos de distância, foi quando um grito agonizante me fez parar. Olho para cornucópia e faço um esforço enorme para manter o que está meus estômago. O garoto do dois enterrou um machado no ombro da garota do distrito 12. Sangue escorre pela sua boca enquanto a vida se esvai do corpo. A garota do distrito um alcançou as facas de arremesso e lança na direção de quem estiver pelo caminho. Vários tributos já estão armados, outros caídos no chão. Então um pensamento brota em minha mente. Eles estão jogando, serei obrigado a jogar também. Ignoro os gritos e os sons de lâminas batendo e corro na direção de Lucy. Um garoto grande chegou na mochila ao mesmo tempo que ela, então os dois estão se digladiando pela mesma. Ele ergue o braço e dá um tapa na bochecha de Lucy. Aumento minha velocidade e jogo o corpo sobre o garoto. Rolamos no chão aos tapas e socos. Ganho o controle da briga me colocando sobre o corpo do menino, então lanço meu punho fechado em seu nariz, o garoto perde a consciência.

– Lucy! - Ergo ela pela cintura. - Levanta! Temos que sair daqui!

– Chester! - Ela grita me alertando. Então o garoto carreirista do distrito um se joga contra mim. Ele está com um punhal na mão apontando para a minha garganta. Forço o braço dele para trás mas a força do garoto é esmagadora. Até que os olhos dele se arregalam em espanto. Sangue quente escorre pela boca do carreirista caindo sobre a minha bochecha. O corpo cai sobre o meu, imóvel, então consigo ver a faca de arremesso alojada em suas costas. Nautylus corre na minha direção com um arco na mão.

– Chester! - Ele grita ainda correndo.

– Obrigado! - Digo pegando sua mão e me colocando de pé.

– Sem agradecimentos! - Sua respiração está ofegante. - Vocês precisam sair daqui. Os carreiristas estão atrás de vocês por causa das notas. - Ao escutar a notícia, instintivamente pego a mão de Lucy e me preparo para correr o mais longe que puder. Mas Nautylus me segura pelo pulso. - Não! Vocês dois juntos não!

– Nautyls eu não vou deixar...

– Confia em mim! - Ele me chacoalha pelos ombros. - Ela vai ficar mais segura comigo. Vocês dois juntos são um imã para carreiristas. - Hesito um pouco então concordo com a cabeça. - Juro que vou cuidar dela. - Lanço um último olhar para Lucy.

– Ele tem razão Chester. Vou ficar bem. - Então a envolvo em um abraço rápido.

– Cuidado! - Nautylus grita. Nos abaixamos por instinto no momento em que uma flecha passou silvando pelas nossas cabeças. A garota do distrito dois está buscando outra flecha na aljava. Nautylus lança uma faca na direção da garota que se esconde atrás do metal da cornucópia. A faca atinge a superfície metálica levantando fagulhas. - Pega isso. - Ele grita me atirando o arco e uma aljava de flechas. - Agora corre!

Sem mais protestos disparo pela terra batida até uma mochila mais próxima. Junto-a do chão e jogo sobre o meu ombro.

– Chester, por aqui! - Olho para a minha direita e vejo Nafftaly me abanando freneticamente. Peter está do seu lado. Hesito em segui-los pensando no que Nutylus me disse. Se realmente sou um imã para carreiristas, seria sensato acompanhar Nafftaly e Peter? Balanço minha cabeça para me livrar do pensamento e corro na direção deles. Flechas e facas silvam atrás de mim, mas nunca paro de correr. Nafftaly e Peter se viram e começam a escalar o barranco. Olho ligeiramente para trás e vejo dois carreiristas me perseguindo, então chego no pé do barranco e começo a escalar também. Cravo as unhas na terra e me lanço para sima. O barranco não é íngreme porém escorregadio. Um braço após o outro estou quase lá. Nafftaly me pega pelo pulso e me iça para sima bem a tempo de uma faca se alojar abaixo dos meus pés. Respiro aliviado e retiro a faca da terra. Então pego Nafftaly pelo pulso e corremos para longe.

_|/_

Estamos correndo por uma superfície plana de terra seca. Rachaduras no solo se encontram por todos os lados. Ao nosso redor, a carcaça seca de árvores jazem aqui e ali, talvez deterioradas pela radiação de muitos anos. Meu pai também me disse uma vez que demora cerca de 100 anos para que a radiação seja completamente extinguida de um local, o que me leva a pensar em quantos anos essa cratera está aqui.

A mais ou menos 4 quilômetros à frente , consigo ver o fim do deserto, onde árvores de verdade se erguem em um verde vivo. O sol está escaldante mas não me atrevo a parar. Suor ensopa minha camiseta grudando-a ao corpo. Ninguém diz uma palavra, predominando o som dos nossos paços e o chacoalhar das mochilas sobre as nossas costas. Então Peter tropeça e rola sobre a terra, levantando uma nuvem de poeira vermelha.

– Peter! - Nafftaly grita parando bruscamente. Ele volta correndo e se agacha sobre o irmão.

– Preciso parar um segundo. - Ele diz ofegante, o rosto reluzindo de suor. Caminho até eles e ergo a mão sobre os olhos olhando para o lado da cratera.

– Vamos parar um pouco. Acho que ninguém seguiu a gente. - Digo. Nafftaly concorda com a cabeça. Me agacho ao seu lado e tiro a mochila dos ombros. - Vamos ver o que temos. - Abro o zíper para vasculhar o material. Peter e Nafftaly fazem o mesmo com suas mochilas. Na minha há um cantil de água vazio, uma rede de pesca, uma caixa de fósforo e um canivete. Nafftaly tirou duas garrafas transparentes de água da sua mochila, e estão cheias. - Só pode estar de sacanagem. - Digo olhando para o meu cantil vazio. Nafftaly deixa escapar um riso amarelo e alcança uma garrafa para Peter.

– Aqui. Só não exagere. - Peter pega a garrafa e dá apenas dois goles, então devolve à irmã.

Na mochila de Peter encontramos algumas facas de arremesso, pacotes de carne seca e um saco com 5 maçãs. Olho para ele sorrindo.

– Parece que você escolheu a mochila certa.

– Isso se chama sorte. - Ele ri. Nafftaly joga a mochila sobre o ombro novamente e fica de pé.

– O que vai ser agora? - Me levanto ao seu lado com o arco na mão. Coloquei a mochila sobre meu ombro esquerdo e a aljava sobre o direito, para facilitar no alcanço das flechas.

– Vamos chegar àquelas árvores. Precisamos sair deste sol ou teremos uma insolação. - Limpo o suor da testa com as costas da mão. - Além disso essa água não vai durar para sempre. Naquela floresta vamos achar alguma coisa.

– Como sabe que tem água lá? - Peter questiona ainda sentado com as pernas cruzadas na areia.

– Bom. -Dou de ombros. - É o melhor palpite que poço dar. E também tem essa rede de pesca. Porque nos dariam uma rede de pesca sem rios para pescar?

– Faz sentido. - Peter diz se levantando com esforço.

– Acho que não temos outra escolha. - Diz Nafftaly. Olho para ela e concordo com a cabeça, então juntos, caminhamos sob o sol para a floresta.


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